Apresento-lhes os novos cavaleiros!

"Gritos, a Névoa, Sangue. Meu sangue. E a escuridão. Pacífica e só. Dor?"

Eragon sentiu uma dor insuportável. De onde? A cicatriz em suas costas havia sido curada durante o Agaethí Blödhren. Foi obrigado a abandonar sua meditação e procurar Oromis. Saberia ele explicar? Quando o encontrasse iria descobrir. Ninguém na tenda, quando ouviu o estrondo costumeiro de asas. BUM. Saphira. BUM. Glaedr. O chão tremeu sob o peso.

- Mestre Glaedr, onde está Oromis?

- Não sei Eragon, apenas senti quando ele se afastou em direção a Ellesméra. Alguma coisa está acontecendo, nunca vi os elfos tão ansiosos e tumultuados.

- Tenho permissão, Mestre, para ir ver o que está acontecendo?

- Iremos todos nós, Eragon.

O vento parecia soprar de um modo diferente, o caos era eminente.

- Alguém tentou chegar a Ellésmera voando. – disse Glaedr. – Pobre tolo.

- Eragon, Saphira, Glaedr, venham até o palácio. Precisamos de vocês.

- Ele pareceu confuso, Saphira, Oromis nunca fica confuso.

- Não se preocupe pequenino, logo descobriremos.

Assim que Eragon desmontou, observou uma figura, de rosto velho, nobre e sereno. Gilderien, o Sábio.

- Gilderien elda, poderia nos informar o que houve por aqui?

- Argletam. Bjartskular. Foi um dragão, Eragon-finiarel, um dragão. Quando ele invadiu os céus de Du Weldenvarden, sem minha permissão, eu os enfeiticei.

- Os enfeitiçou? Eram quantos dragões? Sua mágica pode subjulgar um skulblaka?

- Não, Argletam. Eu enfeiticei o cavaleiro, e o dragão também caiu. Nenhuma mágica supera a dos poderosos Dragões.

- Então existe mais um cavaleiro de Dragão na Alagaësia? Onde eles estão?

-Eragon! – chamou Islanzadí. – Me acompanhe.

- Sim majestade. – cumprimentou-a tocando nos lábios.

Eragon se viu parado diante de altas portas de carvalhos, entalhadas magnificamente, cujos detalhes, ele jamais havia visto semelhantes. Quando as portas de abriram a visão ficou ofuscada por um brilho inimaginável. E lá dentro estava um Dragão verde esmeralda, e entre suas patas um humano. Uma humana. Eragon não pode enxergá-la com perfeição, pois, assim que as portas se abriram, um rugido reverberou pelo salão.

- Saiam! Deixem-nos em paz! – Uma voz grossa, masculina ecoou na mente de Eragon. O dragão diante dele era um macho. Saphira tremeu do seu lado. Emoção irradiava dela.

- Não queremos machucá-los, viemos ajudar. – sua voz soava o mais calmo possível.

- Excelente! Atacando primeiro, ajudando e ouvindo depois. Saiam!

- Não. – Eragon ajoelhou-se, assim como fizera com Saphira e esperou a permissão do Dragão. Apenas esperou.

- Eragon, Matador de Espectros. Perdoe minha insolência. Buscávamos a você quando fomos atacados. Precisamos de ajuda. – o Dragão estava nostálgico, desesperado.

- Seu nome, Skulblaka. E o de seu cavaleiro.

- Sou Éthros, e minha cavaleira se chama Annylese. – disse Éthros

- Pois bem, sou Eragon Matador de Espectros, Argletam, e esse é meu Skulblaka, Saphira, escamas Brilhantes. O que podemos fazer para ajudá-lo, e a sua cavaleira? – disse Eragon preocupado.

- Quando colidimos com o chão duro de moer-os-ossos, não conseguimos nos proteger o suficiente. Cure-a, por favor! – implorou Éthros.

- Jure, na língua antiga, que quando a curarmos nos contarão sua história e não se voltarão contra nós!- disse Eragon veementemente.

- Juro, em meu nome e de minha cavaleira, que não pretendemos fazer o mal, que terão conhecimento de nossa história assim que nos recuperarmos. E terão minha permissão para vasculhar nossas mentes caso duvidem de minha palavra. – Éthros pronunciou-se na língua antiga.

Saphira ajude-me. Não sei a extensão dos ferimentos dela. – disse apenas para Saphira.

- Waíse Heíll! – a gedwëy ignasia de Eragon queimou por alguns instantes. Um clarão de luz branco-azulado, e um frescor matutino vindo da floresta tomaram o lugar. E da luz, ela surgiu. Sangue seco empapava suas vestes, embora a força presente naquele olhar não se comparasse a nada que Eragon já tivesse visto. Seu cabelo era de um loiro acinzentado, no comprimento do ombro, solto em lindas ondas. Era de uma estatura mediana e aparentava ter 15 anos.

- Você está bem? – perguntou Eragon.

- Estou? Ou deveria estar? – respondeu com um tom grosseiro. Sua voz era profunda, seus olhos eram imensidões castanhas. Um aspecto encantador e devastador, mulheres como ela conquistavam e destruíam Reinos, Homens, Histórias. Eragon se intimidou. Pela primeira vez desde o vale Palencar esqueceu seus medos. Ele estava confuso. Ela o embaraçava, o atordoava, o iludia. Quem era afinal Annylese?

- Sou Eragon, Matador de Espectros. Suponho que seja Annylese. – dizendo isso beijou suavemente a mão dela. O que havia acontecido? Porque estava fazendo aquilo? Cortejando alguém que ele nem conhecia? Largou-a com certa brutalidade.

- Exatamente. – Annylese respondeu com uma voz desgostosa.

- Éthros, que diabos estamos fazendo aqui? Disse que queria conversar com ele a sós, não com esse bando de elfos nos perturbando. Sabe o que eles vão fazer agora? Exaurir nossas mentes e forças até terem certeza de que somos amigos, pra depois nos prenderem em seus julgamentos sem nexo e serem tão presunçosos quanto o maldito Galbatorix?! Porque fez isso? Se você não desmaiou, porque não me levou até Isabelle? – Anny estava furiosa.

- Você estava em estado grave! Duvido que uma humana sem dotes ou com qualquer tipo de habilidade fosse capaz de tal! Aproveite a oportunidade! Sofremos demais para estar aqui. Devo ter no mínimo dois ossos de minhas asas fraturados! Lembre-se do porque de termos vindo! – Éthros estava igualmente furioso. E assim se levantou, embora devido a seus feridos tenha fracolejado e caído. Anny correu até ele, e após um momento de concentração, colocou sua mão suavemente sobre o dragão.

Era algo além da magia. Ela brilhava, e reluzia quando os raios de sol transpassavam os galhos dos troncos envelhecidos. Era poder demais para uma única pessoa. Eragon, Islanzadí, Arya olhavam-na abismados.

- C-como você faz isso? – Eragon tinha a boca aberta.

Oromis foi o primeiro a reagir assim que a magia foi suspensa.

- Realmente criança, como faz isso? É teoricamente impossível!

- Isso o quê? Curar o meu dragão? É bem fácil, uma vez que se saiba usar magia. – Eragon não compreendia porque uma garota tão poderosa, embora devesse admitir que não sabia como ela poderia fazer aquilo, fosse tão irônica e cruel.

- Está na presença da realeza dos elfos criança, deveria moderar seu tom. – disse Oromis calmamente.

- É mesmo? Perdoem os meus modos Majestade. - disse com um sarcástico sorriso no rosto, e sem fazer a mesura tradicional. – Se não se importa mestre, não vim até aqui pelos elfos e sua pomposidade, e claro sua ótima hospitalidade, derrubando e machucando os visitantes, vim até aqui para falar unicamente com Eragon. – ela mantinha o olhar fixo no cavaleiro e o sorriso jamais deixou o seu rosto.

- Se pretende ser insolente em meus domínios, exijo que se retire! – Islanzadí aparentava calma, embora seus olhos faiscassem.

- Claro, Eragon Matador de Espectros tem a intenção de ouvir o que tenho a dizer? – Austeridade transpassava o rosto da visitante. Ela falava sério.

- Primeiro deve cumprir a promessa que seu dragão fez, permita-me ver se suas intenções são verdadeiras. – Eragon duvidava seriamente que alguém tão arrogante cumpriria uma promessa que não fosse sua.

- Claro, mais apenas eu, você, Éthros e Saphira. Eles podem montar guarda se quiserem, mas meus pensamentos eu só dividirei com você e Saphira. Ninguém mais. Não importa que juramento tenha feito, é um assunto seu.

- Como sabe sobre meus possíveis juramentos? – Eragon demonstrava desconfiança em seu tom.

- Extremamente fácil. Os elfos por mais que não admitam são como os humanos. Humilham aqueles que são diferentes, ou apenas aparentem ser, só protegem os seus, por mais que adorem prender as raças em juramentos de fidelidade. Incrível não? Primeiro nos chamam de fraco, depois nos prendem. Talvez não sejamos assim tão inferiores. Quem sabe eles não querem que pensemos isso pra que não ousemos confrontá-los? Tolice. Não acha Eragon? – Ele estava estático. Jamais havia pensado daquela maneira. Era exatamente como havia se sentido antes da transformação. Era como ainda se sentia. As ofensas foram sutis, mas sempre estiveram lá. Antes que ele pudesse responder Islanzadí avançou com uma adaga em punho. Éthros e Saphira se adiantaram, rosnando e mostrando suas presas marfim.

- Saiam todos! Peço Majestade, eu resolvo isso. – Eragon disse sério, olhando fixamente para um ponto distante. A Rainha Islanzadí saiu, embora Arya tenha hesitado, foi arrastada para fora do aposento.

- É assim, não é? Sabe, sempre ouvi falar dos maravilhosos elfos, só que, agora que pude conhecê-los, eles não são nem um pouco parecidos com os das histórias. – Ela fez uma careta. – Ãnh, Eragon? Ser eu puder chamá-lo assim é claro.

Eragon despertou. Não respondeu a pergunta dela, pois, involuntariamente, pensaria sobre isso a noite, agora ele estava disposto a descobrir como alguém tão jovem poderia ser tão misteriosa.

Oii! É a primeira fic então, qualquer crítica ou elogio me escrevam tá bem? Eu vou adorar :)

Siim, eu comecei a fic da "metade" de Eldest, já li Brisingr mais esse foi o melhor lugar pra colocar Annylese.

Próximo capítulo contará com a presença da minha personagem favorita! Beiijo.