Título: Everbody needs some time
Autor: NandaMalfoy
Beta: Samantha Tiger
Par: Harry/Draco
Classificação: NC-17
Nº de palavras: 7.725
Resumo: Harry some do mundo mágico sem dar nenhuma explicação. Após anos sem noticia, Draco tem uma surpresa ao encontrar o moreno em uma revista trouxa.
Disclaimer: Essa história é baseada nos personagens e situações criadas e pertencentes a J.K. Rowling, várias editoras e Warner Bros. Não há nenhum lucro, nem violação de direitos autorais ou marca registrada.
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Everybody needs some time
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Draco Malfoy era famoso no mundo mágico, não só porque ele era rico e de família tradicional, nem porque praticamente toda sua família havia se juntado ao lado negro na guerra. Ele era conhecido por ter sido o único Malfoy a seguir o lado da luz. Desde seu sexto ano na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, Draco resolveu se juntar a Ordem da Fênix. Não como espião, afinal não era qualquer um que tinha o sangue frio de seu padrinho Severus Snape, ele participou de modo bastante ativo e na linha de frente. E, após lutar e sobreviver nessa guerra insana que levou alguns de seus amigos, seus pais e muitas outras pessoas importantes, ele refez sua vida e escreveu um livro sobre esses anos de guerra, chamado 'Reflexões'.
Ele também se tornou jornalista. Ele não precisava trabalhar, sua fortuna era incontável, mas ele, ao contrário do que muitos pensavam, gostava do que fazia. Ele começou trabalhando para o Profeta Diário, o qual havia sido todo reformulado. Mas não demorou muito para ter sua própria revista "Seleção Natural". E em pouco tempo essa revista tornou-se muito conhecida. Ela era voltada para o público masculino e falava sobre tudo, de moda a esporte e fazia muito sucesso. Draco Malfoy era conhecido, respeitado, rico e bonito... Mas, será que era feliz? Bem, ao menos aos olhos de todos, sim, ele era feliz, mas não completamente, afinal, como pode uma pessoa viver sem parte de seu coração?
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- Com licença Sr. Malfoy, aqui estão as pesquisas de mercado que o senhor pediu. – disse uma mulher aparentando seus 25 anos, estatura mediana, morena clara e cabelos castanhos, presos em um gracioso coque, seus olhos eram cor de mel e emoldurados por uns óculos com uma armação delicada e retangular, trajava um tailleur discreto e na cor bege. – A Srta. Parkinson quer saber se pode confirmar sua presença na festa de hoje à noite.
- Sim, pode confirmar, avisa que me encontro com ela no local. - Disse Draco enquanto passava os olhos no relatório que sua secretária acabava de lhe entregar.
- Sim, senhor, deseja mais alguma coisa?
- Não Julie, eu só vou terminar de verificar esses números e vou para casa. Você já pode ir se quiser. Só não se esqueça de confirmar com o Sr. Steward a reunião de amanhã para às nove.
- Já está confirmada. - Respondeu a secretária esboçando um sorriso.
- Ótimo. Boa noite, Julie.
- Boa noite, Sr. Malfoy, com licença.
Após a secretária deixar a sala, Draco colocou os relatórios sobre a mesa, recostou-se na poltrona fechando os olhos enquanto levava as mãos às têmporas massageando o local. Levou um susto ao sentir algo vibrar no bolso interno de suas vestes.
- Ainda não me acostumei com esses aparelhos muggles. - resmungou enquanto pegava o aparelho e o levava de encontro ao ouvido.
O mundo mágico pós-guerra fora totalmente reformulado, óbvio que os muggles não sabiam de sua existência, mas os bruxos estavam sendo gradativamente apresentados a aparelhos muggles tais como celulares, computadores e carros. E eles estavam se adaptando rápido com isso, pelo menos a maioria deles.
- Fala, Blaise. – respondeu Draco ao aparelhinho em sua mão e logo bufou irritado ao ouvir o amigo. – Eu já disse que vou a essa maldita festa, já não basta a Pansy no meu pé falando nisso a semana toda? Mandando Julie me lembrar disso a todo instante, eu já disse que vou, droga. – Desligou na cara do amigo visivelmente irritado.
Pegou o relatório que lia e jogou em uma gaveta qualquer de sua mesa, levantou-se, pegou sua pasta e se dirigiu a lareira. Não era o melhor meio de locomoção em sua opinião, mas não estava com vontade de chegar ao térreo para poder aparatar, já que não era possível aparatar de dentro das salas.
Pegou um pouco de flu e jogou na lareira para logo em seguida entrar e dizer "Mansão Malfoy".
Ao chegar em casa, Draco foi recebido por Lilow, seu elfo doméstico. Dispensou-o rapidamente dizendo que não precisava de nada e subiu para seu quarto, que ficava na ala sul da mansão e era bastante amplo, só não era maior que o quarto de seus pais (esse ficava trancado desde suas mortes). As paredes de seu quarto eram todas em branco gelo com detalhes em azul escuro. No canto direito, havia um enorme guarda-roupas de madeira escura com um imenso espelho no meio. No centro do quarto havia uma cama de dossel da mesma madeira que o armário, com edredons em tons de azul e várias almofadas. Havia uma imensa televisão na parede de frente para cama. No lado esquerdo do quarto, havia uma porta que dava para o banheiro e uma outra porta dupla de vidro que dava para a varanda.
Draco tomou um longo banho e em seguida com uma toalha branca e felpuda enrolada na cintura, foi escolher sua roupa. A primeira coisa que pegou foi uma boxer branca e, dispensando a toalha, vestiu-a. Gastou uma boa meia hora analisando a imensidão de roupa que tinha no armário e acabou optando por uma calça social preta e uma camisa azul de gola alta e um blazer preto. Depois de ter se vestido por completo incluindo os sapatos pretos italianos. Foi até o espelho pentear seus cabelos loiros e sedosos que já lhe cobriam parte da orelha. Passou um perfume e depois de mais uma vistoriada no conjunto da obra, foi para a garagem da mansão, pegou seu porsche preto e partiu para tal festa.
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Pansy Parkinson era amiga de Draco desde Hogwarts onde estudaram juntos. Na época todos pensavam que eles se casariam por conta de suas famílias que já haviam pré-acertado tudo, mas como o destino não se escreve, nada aconteceu como foi planejado. Pansy não participou da Guerra como Draco e também não optou por nenhum lado. Ela, assim como seus pais e seu agora noivo Blaise Zabini (que também era amigo de Draco da época da escola), se afastaram da Inglaterra na época e voltaram pouco depois do término na guerra. Blaise trabalhava com sua mãe na empresa da família e Pansy após trabalhar como assistente de uma famosa estilista foi trabalhar para Draco na revista, assumindo a parte referente à moda.
- Que horas são Blaise?
- É só você acrescentar mais um minuto na hora que acabei de lhe falar. – disse Blaise emburrado.
- O Draco que não chega. – Reclamou olhando na direção da porta.
- O que você esta armando, Pansy? E não venha me dizer o quanto é importante o Draco aparecer nas festas dadas por um investidor da revista, que pra mim não cola. – Parou em frente à noiva com um olhar questionador.
- Blaise, querido, é claro que é muito importante à presença...
- Pansy, pára. – disse Blaise, interrompendo a morena. – Você não me engana. Você perturbou o Draco a semana inteira, perturbou a secretária dele e principalmente perturbou a mim, agora me diga o que esta pretendendo.
Pansy o olhou com um sorriso enviesado no rosto e uma sobrancelha levantada, numa digna imitação do chefe e amigo.
- Mais tarde, meu bem, veja quem chegou. – Apontou a morena para um loiro, alto, lindo, corpo perfeito e andar esnobe.
Draco chegou e logo avistou seus dois amigos em um canto no amplo salão onde era recepcionada a festa de um de seus investidores. Mais uma festa chata e sem um motivo aparente em sua opinião
. Pansy usava um lindo vestido vermelho, tomara que caia e que ia até seus joelhos e uma sandália de salto agulha na cor preta, seus cabelos muito pretos e lisos estavam em um perfeito corte Chanel. Já Blaise vestia uma calça preta como a de Draco e uma camisa social de manga comprida verde. Os dois seguravam uma taça possivelmente de champanhe e Pansy já acenava para o amigo. Draco caminhou até seus amigos com ambas as mãos no bolso e expressão de tédio. E era claro que ele percebia os olhares cobiçosos sobre si, tanto de mulheres quanto de homens, mas sabia que ali não havia ninguém que chamasse sua atenção realmente. Antes de chegar até seus amigos, foi abordado por um senhor que aparentava ter seus 50 anos.
- Sr. Malfoy, como vai? - Aproximou-se o senhor, esticando a mão na direção do loiro.
- Muito bem, senhor Steward. - respondeu Draco com toda boa educação que lhe foi dada e que usava apenas quando lhe convinha.
- Que bom que pode vir, espero que aproveite a festa, e não se esqueça de nossa reunião amanhã. - disse o homem com um enorme sorriso no rosto.
- Sim, claro, bem, mas com sua licença, preciso ir cumprimentar uns amigos.
- Ah, sim, sim, claro, vai lá meu rapaz, vai se divertir.
Draco apenas lhe deu um de seus sorrisos enviesados, um aceno de cabeça, e seguiu em direção a Pansy e Blaise.
- Draco, amor, você veio! Mas que surpresa maravilhosa! – disse a morena para logo em seguida abraçar o amigo e lhe dar um beijo na bochecha.
Blaise olhava para ela e sua boca formava um perfeito "o" de tão abismado que estava com a cara de pau de sua noiva.
- Eu vou fingir que não notei a falsidade embutida nessa frase, Parkinson. – disse Draco enquanto pegava uma bebida servida por um garçom que passava.
- Por quem me tomas, Draco Malfoy? – Fez-se de indignada levando uma mão ao peito teatralmente.
Draco rolou os olhos e voltou-se para Blaise com quem se entreteve em uma conversa sobre a final da copa de quadribol que seria dali a duas semanas. Pansy resmungou algo como "homens", "idiotas" e "quadribol" e saiu em direção a uma amiga que acabara de avistar.
- Katie, querida, como vai? – Cumprimentou Pansy a uma moça que aparentava não ter mais que 20 anos, cabelos loiros, olhos verdes e um belo e magro corpo. Trajava um vestido preto frente única, com um longo decote nas costas, uma sandália prata de salto muito alto e muito fino.
- Eu estou muito bem, Pansy. – disse a loira dando um beijinho de cada lado do rosto da morena. – Melhor agora ao ver o tal amigo que falou. É ele, não é?
- Sim, ele não é perfeito? – perguntou a morena orgulhosa enquanto olhava para o amigo que conversava com seu noivo.
- E não vai me apresentar? – Impacientou-se a loira.
- Sim, claro, mas peço que tenha calma. O Draco não é mais o mesmo desde... Bem, desde a guerra. Só eu sei o quanto é difícil ele se envolver de verdade com alguém. – disse a morena com um olhar de tristeza em direção ao loiro.
- Ah, ele é tímido? Que gracinha!
- Tímido? Draco Malfoy? Com certeza que não, mas venha, vamos logo. – Pansy entregou sua taça de champanhe vazia a um garçom e seguiu com Katie em direção a Draco.
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- Então é certo você conseguir os melhores ingressos para final?
- É claro que sim, Blaise, o que Draco Malfoy não consegue? – disse, erguendo uma sobrancelha ao amigo.
- Certo, mas, mudando de assunto, cara, você sabe que a Pansy esta armando algo, né?
- É claro que sei, Blaise, por acaso acha que sou algum tipo de idiota?
Blaise levantou as mãos em defesa.
- Tem alguém muito mal humorado por aqui, não?
- Você sabe o quanto sua noiva pode ser chata e inconveniente, Blaise? Ela esteve me importunando a semana toda, mandando mensagens pelo celular, deixando recados pregados no meu computador, enfiando a cabeça na lareira de meia em meia hora, perturbando minha secretária e o pior, ameaçou colocar uma poção estranha no meu xampu, caso eu não comparecesse a essa festa. É obvio que ela esta tramando algo! – disse Draco para em seguida levar a taça de champanhe a boca e virar em um gole só.
- É, ela corre atrás do que quer... E ela só não descobriu ainda onde se enfiou o...
- Não ouse terminar essa frase se você pretende procriar algum dia. – Ameaçou Draco, acrescentando um olhar cortante ao amigo.
-Certo, desculpe, não esta mais aqui quem falou. Hum... Draco prepare-se, lá vem ela. – disse Blaise, apontando com a cabeça para Pansy, que vinha toda sorriso em direção a Draco com Katie a tira colo.
- Voltei, amor. – disse Pansy ao dar um leve beijo na boca de seu noivo. – Deixe-me apresentar, essa é Katie Hopkins, uma amiga de infância, Katie esse é o meu noivo, Blaise Zabini.
Blaise limitou-se em apertar a mão da loira, não era bobo nem de chegar perto, sabia o quanto possessiva e ciumenta sua morena era.
- E esse é meu amigo e chefe, Draco Malfoy.
Draco em toda sua pose aristocrática estendeu a mão para Katie, que não só aceitou o cumprimento, como se adiantou para beijá-lo no rosto e se postou ao seu lado.
- Eu reencontrei a Katie no desfile promovido por madame Malkin, sabia que ela é modelo, Draco?
- Não, como haveria de saber? Desculpe, – disse Draco, dirigindo-se à Katie. – Mas eu não me lembro de ter te visto em alguma revista.
- Ah, sim, claro. É que eu trabalho para uma agência de modelos muggle. Minha mãe é uma famosa estilista muggle. Eu apenas faço alguns poucos desfiles por aqui. O último foi o de madame Malkin, minha carreira de modelo não me deixa muito tempo. Sabe como é, uma hora aqui, outra em Paris, Milão. - disse a loira se gabando para Draco.
- Interessante. – disse Draco simplesmente sem dar muita importância à garota, buscou uma nova taça de champanhe e logo a levou aos lábios. "Mais uma modelinho sem graça."
- Er... Eu vou dar uma voltinha com o Blaise pela festa, cumprimentar alguns amigos, não se importa em fazer companhia pra Katie, né, Draco?
- Não, Pansy, não me importo, só não demore, porque não pretendo ficar muito tempo por aqui. Tem pessoas que costumam chegar cedo ao trabalho. - disse Draco, sarcástico.
Pansy deu um sorrisinho satisfeito e saiu junto com Blaise em seu encalço visivelmente insatisfeito.
- Então, Draco, sua revista faz muito sucesso por aqui, não? - perguntou Katie, sempre com um sorriso que mostrava todos os dentes que ela possuía.
Eles enredaram uma conversa atrás da outra, o que surpreendeu Draco, que estava acostumado com Pansy armando essas situações e lhe empurrando para alguma mulher linda, porém sem conteúdo, e até que essa sabia levar uma conversa.
Draco resolveu ser simpático com a loira. Já fazia muito tempo que não tinha um relacionamento mais sério, não que pretendesse ter um com Katie, mas quem sabe podiam se conhecer um pouco melhor. Afinal, não agüentava mais Pansy no seu pé lhe dizendo que precisava reconstruir sua vida amorosa e que ficar cada semana com uma mulher ou um rapaz diferente não o levaria a lugar nenhum e bla bla bla...
Draco era bissexual e não tinha nenhum problema quanto a isso. Afinal no mundo mágico, relacionamentos com pessoas do mesmo sexo, apesar de não ser tão comum, não era visto como um bicho de sete cabeças.
Pansy sumiu por um bom tempo e quando voltou disse que estava indisposta, possivelmente por causa da quantidade de champanhe, e que iria embora, e é claro pediu que Draco acompanhasse Katie até seu hotel que ficava na parte muggle de Londres.
Draco, que já esperava por isso, levou a moça até seu hotel e ao chegar ao local, com todo seu cavalheirismo, desceu do carro para abrir a porta para Katie.
- Obrigada, Draco, foi uma noite muito agradável. - disse Katie bem próxima do loiro. - Você não gostaria de subir? – falou, insinuante.
Draco deu um de seus melhores sorrisos tortos e com uma das mãos, tocou de leve o rosto delicado da loira e selou seus lábios em um beijo calmo. O beijo não durou muito e, quando eles se afastaram um pouco, Katie sorria para ele, que parecia perdido em algum lugar no olhar da loira. Ele encarava os olhos verdes, e esse verde lhe lembrava algo. Era um verde diferente, um bem claro. Não era um verde tão profundo e belo como um verde esmeralda que há tempos havia trancafiado em sua mente, que fazia questão de não lembrar. Mas bastou olhar esses olhos verdes que toda lembrança do passado veio à tona.
- O que foi, Draco? Por que esta me olhando desse jeito? - perguntou Katie, achando estranha a forma que Draco analisava seus olhos, como que buscando algo que não existia ali.
- Er... Desculpe, eu não posso subir, eu... Eu tenho uma reunião amanhã cedo, me desculpe. – disse Draco meio desconcertado. – A Pansy te liga pra marcamos a sessão de fotos. – Deu um beijo no rosto de Katie e se dirigiu a seu carro, dando partida em seguida e deixando uma loira sem entender muita coisa para trás.
Em casa, já deitado e confortável em sua cama, Draco não conseguia dormir, só conseguia enxergar um par de olhos verdes esmeralda.
- Merda, merda, merda!!
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N/A: Essa fic foi feita para cumprir um desafio do PSF Tournament.
Eu adorei esse desafio, e gostei muito de escreve-lo também. Espero que gostem.
A fic já esta finalizada e tem três capítulos.
Reviews sempre fazem bem.
