xxxHolic e MokonaModoki não me pertencem, nem nenhum dos seus personagens. Não ganho nenhum dinheiro escrevendo isso, apenas prazer de compartilhar.
Essa fic contém relacionamento hétero, homem e mulher. Quem não gosta, já está avisado.
Sumário: Porque cada momento e cada lembrança serão como pontos de luz nas trevas que a ausência de Clow deixou naquele coração... (Oneshot curtinha, Clow e Yuuko)
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Pontos de Luz
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Clow e Yuuko gostavam de ver o pôr-do-sol de uma colina específica, um oásis tranqüilo no meio da cidade. Isso fazia muito tempo.
Era o lugar particular deles. Yuuko deitava no colo de Clow, e eles viam o sol ir embora. Era algo que gostavam de fazer, juntos, às vezes bebendo saquê, às vezes conversando em voz baixa sobre coisas doces e, eventualmente, sobre amor.
E quando Yue e Kerberos foram junto, eles não atrapalharam. Yue apenas se sentou por perto, e ficou olhando o sol se pôr – depois procurou o melhor ângulo para ver a lua nascer. Kerberos perseguiu algumas borboletas, provocou Yue um pouco – e quando a noite chegou, se enrolou para deitar e cochilar.
Clow gostava muito dos dois, mesmo que não fosse de dizer. Yuuko também gostava muito deles, e gostava ainda mais da expressão suave do "verme de óculos" quando aqueles dois estavam por perto. E gostava de beijá-lo, então, muito devagar.
Ele dizia que o beijo dela tinha gosto de saquê. Ela respondia que o dele também. E os dois se beijavam até estarem embriagados.
Quando os Mokonas – Soel e Larg – "nasceram", as coisas ficaram um pouco mais agitadas. Kerberos tinha com quem brincar, Yue sorria aquele sorriso muito fraco e muito suave com um pouco mais de freqüência. Eles moravam com Yuuko , que até via Clow com mais freqüência, porque eles tinham que cuidar e ensinar os dois.
"São os nossos bebês", disse Clow um dia. Ele, que não era de dizer nem demonstrar. "Nossos caçulas".
Yuuko apenas sorriu, e assentiu com a cabeça. E ela também não era de dizer, ou demonstrar.
Eles eram felizes, à sua própria maneira. O conhecimento do futuro apenas os libertava, e os impelia a viver mais, sorrir mais, beber mais, brincar mais um com o outro e com "as crianças".
Eles eram felizes. Mas aquilo fazia muito tempo.
Porque um dia, como costuma acontecer, o "futuro" chegou, e Clow partiu. Era algo que precisava acontecer, mas foi muito triste ainda assim. A alma dele se dividiu, mas Yuuko... Ela não queria conviver, se pudesse evitar, com os novos donos da alma que um dia amou tanto.
Porque doía. A saudade doía. Doía ter que colocar os Mokonas para adormecer até que fosse o momento certo, e ficar sozinha de novo. Doía escutar notícias (porque as notícias correm rápido entre os que sabem magia) sobre Eriol, ou mesmo sobre a fofa Sakura. Doía até mesmo trabalhar contra Fei Wang, quando ela entendia tão bem a dor dele, quando a dor dele era dela também. Doía ver as areias do tempo correrem.
Yuuko criou Maru e Moro, mas... era diferente. Elas não eram como Yue ou Kerberos ou Mokona-Soel ou Mokona-Larg. Porque elas não tinham alma, e também não tinham a doce centelha de Clow que todas as criações dele emanavam. Claro que ela gostava de Maru e Moro. Mas ainda se sentia sozinha.
Ela sabia que Watanuki iria chegar, e ele chegou. Seu rosto tão parecido com o de Clow, que doía também. Mas ele era um bom menino. E tudo pelo que ele passava fazia com que Yuuko refletisse se a saudade era melhor, ou pior, que o esquecimento.
Watanuki despertou os Mokonas, e agora Yuuko tinha também a companhia dele e de Larg, além de Maru e Moro – porque Soel partiu na viagem para a qual fora destinado. Soel teria muitas histórias, poderia presentear todo o mundo, agora. Porque uma história é o melhor presente que se pode receber.
Mas Yuuko não conseguia dividir com ninguém a história que tinha para contar. Não era a hora, não era certo, e era... delicado, porque era a história dela e daquele mago chato. Sempre entrelaçadas, a mesma história, afinal.
Mas havia algo que podia compartilhar, pensou enquanto se vestia para ir à colina que era dela e de Clow. "Como dar um pôr-do-sol de presente para alguém?" os Mokonas se perguntavam naquela história que contaram. Era possível, se você visse que um pôr-do-sol era um sentimento, pensou Yuuko. Sem nada que pudesse ser cobrado em troca.
Chamou Watanuki, pedindo que ele chamasse Doumeki e Himawari e Tampopo, e que fizesse aperitivos e pegasse saquê. Mugetsu quis ir junto, e Mokona ficou muito feliz ao chegar lá com todo mundo. Na colina que era de Clow e de Yuuko, e estavam todos lá, de certa forma, Clow e Yue e Kerberos e Soel, porque Mokona-Larg e Yuuko se lembravam deles. Não havia morte ou distância, havia apenas amor.
Watanuki e os outros riram e brincaram, e respeitaram quando Yuuko ficou em silêncio, e sugeriu um brinde. Ao sol que tinha ido embora, mas voltaria novo na manhã seguinte; à lua, que nascia para morrer e dar lugar ao sol novamente; e às trevas, que podiam ser belas, porque sempre tinham pontos de luz em si.
Mokona se virou para ver a lua nascer, tal como se lembrava de ver Yue fazendo, e para esconder as lágrimas. Yuuko as escondeu num sorriso e num gole de saquê. As crianças perceberam o momento, mas eram educadas e delicadas. Não comentaram, não viram, e apenas voltaram a beber e rir.
"Clow vai continuar vivo, enquanto nós nos lembrarmos."
Yuuko nunca esqueceria.
Fim
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Oi, gente! Minha primeira fic hétero publicada:D (sim, eu tenho fics não publicadas. Não, nunca vão ser. Sim, algumas são muito antigas e ruins, tem coisa de quando eu nem sabia que aquilo era uma fanfic. Sim, tem até Mary Sue XD)
Eu escrevi essa fic em uns vinte minutos, para exorcizar a tristeza em que ler MokonaModoki (o livro dos Mokonas. Não leu ainda? Faça isso já, é a melhor fonte oficial de Clow/Yuuko que existe até hoje. Tem em português na Tsubasa Project... ou tinha, pelo menos) me deixa. Eu choro no final toda vez que leio, dá pra acreditar?
Enfim. Curtinha, néam? Sem essas convenções tolas como começo, fim, plot, coerência, romance, timeline... e eu definitivamente não sei escrever fluffy, acabo angstzando tudo...
Bom, beijinhos pra vocês, sejam meus leitores costumeiros que eu tanto amo, leitores costumeiros que eu não sei que existem porque não deixam review, ou pessoas que começaram a ler agora. Amo todos vocês, e amarei cada comentário que deixarem.
(#vai chorar num cantinho porque ainda está emo#)
PS: Thanks to CrisPepper, ever.
PPS: Ligeiramente revisada. Será novamente e novamente - não estranhem XD
