Informações até o capítulo 639.
Naruto © Masashi Kishimoto
Uma fanfiction é uma fanfiction.
Fanfic dedicada para a elegante B. Lilac
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Capítulo 01 – O clube de dois membros
(Sasuke & Hinata)
Caminhava enquanto ouvia o soar da algazarra, dos alunos saindo das aulas, se distanciarem gradativamente até se tornar um burburinho mínimo em seus ouvidos. O sol da tarde de um dia de primavera ainda aquecia mornamente as paredes do prédio em se dirigia. Este clima de monotonia e cansaço, como se o próprio colégio fosse descansar, não a deixaram menos ansiosa. Queria chegar ao clube logo.
E eis aqui a porta da estimada sala, para as tais atividades recreativas que não adicionavam nada relevante no seu currículo, o grupo de mangá. Hinata abriu a porta.
- Boa tarde-e. – fraquejou na última letra como se fosse um carneirinho.
O integrante presente – e único – apenas continuou concentrado em sua Shonen Jump e levantou um dedo como se pedisse um segundo para acabar de ler. Ao menos, só podia ser isso. Ainda assim, a garota sorriu e adentrou a sala muito bem-vinda para deixar sua bolsa e casaco sobre a mesa, senta-se do outro lado e brincar com seus próprios dedos. Com discussões calorosas borbulhando em sua mente e algo muito importante para falar, aguardou seu colega acabar com a leitura...
Ou talvez fossem apenas dúvidas triviais aquilo que a distraia tão completamente... Mas que fosse!
E, antes que percebesse, já era ele quem esperava ela sair do seu mundo de fantasia! Com uma cara entediada e calma que só estava a esperar, Sasuke observava os estudantes por além da janela. Parecia alheio para com seu redor e enquanto se perguntava quando tempo realmente passou nesse um segundo – um segundo! – que foi em sua cabeça, ele disse...
- Chegou mais tarde que o normal, você. – disse ele, a mão segurando seu queixo. – Espero que tenha comprado a Shonen Jump dessa vez.
- Nã-ão! Eu comprarei enquanto volto para casa, ma-mas mais importante... – falou ela, friccionando as palmas em nervosismo. – Tenho algo para perguntar.
Bocejo.
- Uchiha Sasuke, quais são seus planos? – levantou da cadeira e bateu na mesa. Tentou intimidar. – Qual será seu próximo passo? Como planeja mudar o mundo shinobi? Usará qualquer meio pa– corte.
- Eu não sei.
- Pelo jeito, terei que chamar o Ibiki... – sentou novamente.
- Pff, eu apenas não reconheço mais o Sasuke.
- "Apenas"... – imitou-o.
- Sasuke nem sempre é coerente. – encostou-se melhor na cadeira e cruzou os braços, sério. – Enquanto é desenvolvido pra um lado... agora vem com essa de ser Hokage.
A garota abafou com a mão uma risada que tinha toda a graciosidade de um rinoceronte. Ele, apenas, parou de falar e escondeu sua surpresa com aquela reação, mas deixando uma interrogação evidente no ar por meio de sobrancelhas franzidas.
- Vo-você... – riu. – Falando na terceira pessoa assim... Parece até o Hulk. – explicou ainda sorrindo, timidamente. – "Sasuke esmaga!"
- ... – ah! Aquele olhar de desprezo e apatia dele a fez sentir estúpida na sua comparação. – Eu apenas decidi. Os planos vêm depois, mas jamais me tornarei como Danzou. Não seria– se interrompeu pensando que, talvez sim, fosse não só possível como provável.
- É um alívio saber. – consolou. – Ao menos, seu personagem é o favorito do autor... Enquanto sinto como se o Kishimoto-sensei me desprezasse. – arriscou uma risada.
O exímio e idolatrado garoto Uchiha apenas observou ela brincar com os indicadores enquanto inconscientemente ficava ainda mais cabisbaixa. O suposto desprezo era uma parte intrínseca de Hinata, da personalidade de uma pessoa introvertida e fraca, que gritava falsas verdades. Ou assim era sua impressão. Inclusive, antes disso, estavam falando dele, não dela, e não o agradava mudar o assunto tão facilmente.
- Papel de coadjuvante... – Hinata inchou as bochechas num desagrado fingido. – É tão "urgh", sabe? Também quero meu momento de brilho, só-ó só meu. – oh, desilusão. – Não que eu esteja reclamando, Kishimoto-sensei é uma pessoa tão ocupada... Acontecendo tanta coisa e eu querendo tudo só pra mim... – "Ao menos apareci no capítulo seiscentos e trinta e oito" pensou.
- O mangá pode ter o nome do retardado do Naruto, mas a história é muito mais dos Uchihas e especialmente minha que é um ultraje dividir o posto de protagonista... – nesse momento mostrou de propósito sua cara mais descaradamente presunçosa que já fez em toda sua vida, pois uma ínfima parte dele se divertia de verdade vendo a cara de ofendida da mocinha.
- Na-na-naruto-kun não é retardado! E ele é um excelente herói Jump – apontou o dedo indicador para o nariz do gênio arrogantezinho. – Você vai engolir essas palavras quando perder para ele 'dattebayo!
- Sério? Por que ele não vem pessoalmente me dizer isso? – debruçou-se sobre a mesa e estreitou os olhos, divertido. – Você deve ser a porta-voz dele, então posso responder a você também, Hinata?
- Mais do que isso, iremos lutar! – bradou, determinada e a face resplandecente de confiança. O que, de alguma forma, feria o próprio ego dele. Ela achava que podia competir com o nível dele?
- Inviável. Não quero machucá-la.
- Não me subestime, afinal foi do nosso poderoso byakugan que originou seu doujutsu.
- Humph, não acredite em contos de fadas. – sem perceber, ele sorria de canto.
- Foi o Kakashi-sensei quem informou os fãs do mangá no capí–
- E desde quando o Kakashi é fonte confiável? Alguém que não é Uchiha possuindo um sharingan... – falou entre dentes por esse fato começar a lhe dar um gosto ruim na boca.
- Aguarde, tolinho, que o clã Hyuuga nunca ficou à mercê de vocês. – disse com todo o orgulho que podia doar a voz, jogou o cabelo para trás e tentou imitar no semblante todo o egocentrismo que era comum em membros do clã Uchiha boboca.
O ar da sala se encheu de graça e descontração com a risada provida de Sasuke, que ele mesmo não se reconheceu condizente com seu personagem original, mas continuou melodiosamente seu riso discreto por causa daquela pilhéria que estavam fazendo. Todavia, preferia voltar ao assunto do Uzumaki idiota.
- Apenas pelo clichê imperar nesse tipo de obra... onde o amor, a amizade, a perseverança, o bem e os ursinhos carinhosos sempre vencem. – pegou um mangá aleatório de uma pilha disposta na mesa onde estavam sentados, folheou. Hora de encerrar a conversa, mas antes acrescentou desgostoso. – Claro que Naruto vencerá.
- Isso mesmo! – bateu os punhos de leve na mesa, mesmo que por dentro estivesse contente.
O assunto morreu. Três... dois... um... Zero. O restart não o salvou. Game over.
Alguns momentos de silêncio para acalmar os ânimos, onde ao reler alguns capítulos a mente do estudante viajou para terras estranhas e por um momento não queria saber nem dele mesmo. Hinata num certo momento apenas cantarolava distraída, confortável em estar em sossego e precisar apenas disso. Sem nervosismo, apenas sua presença no clube era necessária. E compartilhar isso...
- Ei. – franziu o cenho.
- Si-sim... ?! – ela levantou os olhos surpresos.
- Não se cansa de aparecer apenas por causa do "Naruto-kun"? – os olhos pretos focados mostravam que estava atento e mais-algo pela resposta dela.
- Ooooh... Si-sim... É que... Na-na verdade, é só que... – cacoete de dedos. – Tem tanta coisa sobre mim que não é mostrado desde minha luta com Neji nii-san... – mordeu os lábios ao falar o nome do primo.
- Então simplesmente vá atrás da sua ambição. – disse irritado. – Não se pode depender do Naruto ou do resto do mundo.
Por que ele precisou falar nisso? Dessa forma tão simplista e incoerentemente incomodado. Porém a moçoila estava também numa bolha própria de emoções depreciativas. Não queria falar mais dela mesma e do clã, era realmente um estorvo como assunto.
- ... – snif.
- Hinata, você está ao menos ouvindo? – bateu o volume de Naruto na cabeça dela.
Não! Ela já tinha superado isso! Não poderia voltar com suas palavras...
- Desculpe – "não por isso." pensou, tentando soar severamente. – Saiba que não é você em quem eu inspiro minha determinação... Sinto dizer, mas não vou seguir seu jeito dolorido e solitário... – retirou o braço dele da frente.
- É justamente isso, argh... – massageou a testa com os dedos, ela era tão teimosa! E também... – Não importa. – concluiu.
Enquanto Sasuke resmungava internamente, a jovem – para não continuar uma conversa desastrosa, pois ela não mudaria, não agora – resolveu que daria uma pesquisada nas estantes do clube. Sim, vergonhosamente minguadas de títulos e em sua maioria risíveis, porém com apenas dois membros era compreensível essa escassez de material. Não, não, nenhum deles podia ser um ávido colecionar de mangá, contudo apreciavam fervorosamente cada obra. Ou apenas ela... Tudo bem! Achou o volume que buscava. E em alguns instantes achou as páginas desgastadas do que era a primeira apresentação dela no mangá. Sorriu radiante.
- Ve-veja. – o barulho da cadeira que mexeu pareceu acordá-lo de um transe. – Eu comecei a mudar desde aquele capítulo da minha luta! Desde lá já vinha querendo alcançar o Na–
Antes que pudesse sentar e mesmo antes que pudesse concluir sua bendita frase, seu braço foi agarrado bruscamente no pulso por mãos rápidas. Sua meiga cara surpresa não era nada para com o rosto impassível de Sasuke. Ele conseguia expressar irritação e imprudência sem realmente mostrá-las, apenas nada nos olhos, mas era tangível o que sentia. Porque mesmo assim ela achou ter visto um brilho vermelho nos orbes negros, mas não tanto quanto estava as bochechas dela, de raiva.
- O quê está fazendo? – não gaguejou.
- Estou cansado desse assunto idiota. – "sua idiota" a largou e virou para o outro lado, bagunçando a franja.
- Grosso. – mas mesmo assim se sentou e ainda que meio ressentida, era mais madura que seu companheirozinho imbecil e pensaria então num novo assunto.
- Casais! Vamos falar de casais! – bateu as palmas, eufórica, como se tivesse feito a descoberta do século.
Não seria demorado, indireto. Não faria cerimônias, não tentaria um pré-assunto. Não pensaria nem nas conseqüências da pergunta, Sasuke apenas pensou e a fez.
- Então... O que você acha da gente?
- Hein? – piscou as pestanas.
- Hinata e Sasuke.
- AHN? – avermelhou as maças do rosto, mas foi com um tomate o que ele a comparou.
- Nó-nós nunca interagimos, nenhum cena, nada... – explicou sem entender a razão de balançar as mãos freneticamente.
- Só por não ter aparecido você acha que não é possível? – descansou o peso do queixo nas costas das mãos.
- Eu-eu nem sei que sufixo de-e tratamento uso para você! – que argumento era aquele?
- Não use. – desfez o movimento.
- Ahn?
- Me chame apenas pelo nome. – disse como se fosse a coisa mais obviamente lógica que poderia falar nessa vida.
Havia algo de entretido e malicioso no semblante de Sasuke, que mesmo sendo capaz de percebê-lo, Hinata havia se congelado numa expressão de espanto e vergonha – no ápice da timidez – e apenas continuou boquiaberta de forma que seria uma excelente modelo para uma nova reconstrução do quadro d'O Grito. Quando ela teve impressão de uma aproximação de 1cm entre o corpo dele e dela, sentiu-se obrigada a falar e, com nada formulado em mente, apenas deixou seu impulso espontâneo tomar voz.
- Sas... Sasuke...
Não hesitaria e não se distanciaria. Apertou a barra da saia ansiosa para que ele se aproximasse, tentou girar suavemente na cadeira em sua direção. O que faria, onde esconderia a cabeça se estivesse enganada? Sentindo a mão dele em seu braço, puxando-a devagar, apenas não mostrou qualquer resistência. Em contra-partida fechou os olhos com força demais e estava impossível deixar as sobrancelhas numa forma harmoniosa com o resto do rosto.
Não que isso importasse, afinal de contas tudo que a ajudasse a conter seu coração dentro do peito e não deixá-lo pular através da garganta, sujando toda a sala de vermelho, era crucial para o momento. Ainda era tempo para se arrepender de ter... de ter tomado tanto suco de banana, sabor industrial? Não, pois podia sentir a respiração calma dele sobre seu rosto.
Segurou subitamente o agasalho azul-marinho do rapaz e a própria Hinata deu o último passo para beijá-lo. Muito nervosamente, porém era uma doce sensação a de juntar seus lábios ressecados aos dele. E umedecê-los, prová-los tão delicadamente e lentamente quanto conseguia. Acalmar-se aos poucos, proporcionalmente enquanto... Aquela bendita curva era um meio-sorriso? Ele-ele estava a tentando desde o começo, não estava?! Não que se importasse com o restante do universo, mas uma cólera a possuiu tão voraz que sua vontade o fez mordê-lo para tentar arrancar um pedaço! Um pedaço de nada que tudo que fez foi agradar Sasuke um pouco mais. Empurrou-lhe com os braços, contudo já estava presa – não sabia quando – em seu abraço e tudo que podia fazer era encará-lo de perto.
- Eu detesto a capa do volume 64. – explicou ele.
Não percebia que, ironicamente, o pôr do sol estava laranja e as cerejeiras floridas. Não se importaria com resto, tudo que precisava era somente decidir por si mesma. Ela apenas lhe respondeu com um tímido beijo de esquimó e um quente rubor nas bochechas.
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huahuahaha: Personagens falando de seus personagens, por que não? E eu não sei como aconteceu, mas eu estava escrevendo inocentemente e de repente saiu um beijo nessa história. Se não fosse esse beijo intrometido e seu cachorro meus planos de dominação narusaisasusakuyamakaka dariam certo!
Mas eu voltarei! HUAHAHAHA(Coincidentemente escrevi no aniversário do Sasuke, porém sem saber, e postei no dia seguinte).
