Capítulo I

Vamos acampar?

O sol saía preguiço. Apontava seus primeiros raios apenas. Formava uma paisagem diferente, rara. Era um misto de cores. Amarelo vivo, um azul do céu. Poucas pessoas podiam apreciar o sabor dessa jóia matinal.

Camus estava de pé, observando a esta cena indescritível. Acordara cedo, não sabia o por que. Mas como o mundo estava na mais santa paz, não havia muito que fazer. Resolveu se alongar.

Estica aqui, estica ali... Entre um "créc" e outro da coluna, aquele espetáculo celeste foi-se embora. Resolveu que era hora de preparar o café da manhã.

Caminhou saboreando o ar, assim como outros espetáculos que havia no Santuário. Ouvia atentamente o som dos pássaros. Como era boa a manhã.

Assim, entrou e preparou seu café. Era particularmente um pouco exagerado, pois colocou uma farta quantia de produtos em sua mesa. Alguns tipos de pão, bolos, xícaras, copos, leite, café, manteiga, enfim...

Dirigiu-se silenciosamente até o quarto. Abriu a janela, colocou uma roupa (estava de pijama. Não havia problema, afinal, não tinha nada a esconder. Se bem que ninguém estava acordado àquela hora). Arrumou sua cama. Penteou-se. E foi tomar café.

- ACORDA, ACORDA CAMUS! – Uma voz berrou.

- Pff! – Assustou-se Camus, que pulou da cadeira e cuspiu o café da boca. – Milo, por Zeus, eu estou acordado. Que idéia é essa de chegar com essa barulheira? Você me assustou!

- Bom dia pra você também. – Disse Milo, ignorando a fala de seu amigo. – Quer ir acampar?

- Quando? – Perguntou Camus colocando mais café em sua xícara.

- Daqui a 30 minutos.

- Pff! – Outro cuspe de espanto por parte de Camus. – E você me avisa agora?

- Eu e Shura resolvemos de última hora! Posso pegar um pedaço de pão? Vendo essa mesa fiquei com fome.

- Claro, sirva-se. Mas... Você já arrumou suas coisas? Pra onde iremos? Há barracas suficientes?

- Convenientemente, temos seis barracas. Vamos à um lugar que fica um pouco longe daqui. Mas dizem que é muito bom. – Disse Milo se servindo de uma quantia generosa de pão e observava o amigo comer uma fatia de algo que não sabia dizer o que é.

- Dá tempo de eu arrumar minhas coisas? Vamos ficar quanto tempo acampando? – Perguntava Camus, tragando cuidadosamente sua fatia de alguma coisa.

- Dá sim. Eu nem arrumei as minhas. Ficaremos uma semana. E Camus, o que você está fazendo com essa fatia aí? Você corta e põe o pedacinho num outro lugar do prato incansavelmente. Enfia na boca e pronto!

- Gosto das coisas no seu devido lugar.

- O único lugar pra essa comida é o estômago.

- Acabei meu café. – Disse Camus limpando a boca. – Sirva-se à vontade Milo. Vou arrumar minhas coisas.

- Tudo bem! – Disse Milo de boca cheia, fazendo voar algumas migalhas no rosto de seu amigo.

Camus somente limpou seu rosto. Sabia que não ia adiantar de outro sermão.

Assim, o mesmo entrou em seu quarto. Abriu uma porta em seu guarda roupa e de lá tirou suas malas. Pegou roupas, dobrou cuidadosamente.

Enquanto isso, seu amigo Milo arrumava suas malas, mas um pouquinho diferente.

- Hum, gosto dessa blusa! Vou levar. – Dizia Milo enquanto fazia um bolo com sua roupa e jogava-a na mala sem nem olhar.

Assim, Milo desceu com sua mala e esperou o aquariano. Camus apareceu pronto, indagando:

- Milo, me esqueci de perguntar... Quem vai com nós?

- Oras... Todos os cavaleiros de ouro!

- Zeus! Isso não vai prestar... Enfim... Cadê o povo?

- Combinamos de nos encontrar na casa do Mu de Áries.

- Então vamos.

Chegaram até a primeira casa, a de Mu e lá encontraram: Mu, obviamente, Aldebaran, Saga e Kanon, Máscara da Morte, Dohko e Shura.

- Vamos? – Sugeriu Máscara da Morte, impaciente.

- Não... – Respondeu Mu. – Ainda faltam Aiolos, Aioria, Shaka e Afrodite.

Quando o ultimo nome foi pronunciado, todos se entreolharam e suspiraram.

- Ah não! O Afrodite! Vamos sair daqui só amanhã! Por que ele tinha que ser tão vaidoso?

Depois de uns 5 minutos, mais ou menos, chegaram Aiolos, Aioria e Shaka.

- Falta só o Afrodite... – Suspirou alguém.

- Sinceramente eu vou lá chama-lo. – Disse Máscara da Morte impaciente.

- Não precisa. – Afrodite disse, em tom bravo, enquanto descia os últimos degraus até ficar onde todos estavam. – Vocês são muito arrogantes! – E saiu, tomando a frente. Mas parou, pensou e disse – Epa! De que jeito vamos até lá?

Saga e Kanon riram.

- De ônibus, é claro! – Saga explicou.

- Não teria sido melhor uma van ou outra coisa menor? – Indagou Afrodite.

- Ah, ia dar muito trabalho. Peguei um ônibus mesmo... – Explicava Saga.

- Então foi você quem arranjou tudo isso? – Camus tomava a palavra.

- Não só eu como meu irmão também... –Saga ria.

- Essas risadas... Isso não vai acabar bem... Eles tão aprontando algo... – Sussurrou Camus.

Foi quando o ônibus chegou. Todos ficaram aliviados. Não agüentavam mais esperar. Assim, entraram no ônibus o mais rápido possível, assim como se acomodaram rapidamente.

O ônibus possuía assento para dois. Então ficaram:

Saga e Kanon; Mu e aldebaran; Aiolos e Aioria; Dohko e Shaka; Afrodite e Shura; Máscara da Morte e Milo; Camus sentou-se sozinho.

Antes, Milo perguntara a Camus:

- Camus, tem certeza que você não vai ficar chateado? MdM me chamou e...-

Explicava-se Milo, até que fora interrompido.

- Milo, eu já disse, não há porque se preocupar. – Dizia Camus calmamente. É só uma viagem. Acalme-se... – Camus virou de costas e sentou-se num banco, logo atrás de Milo e MM. Atrás de Camus sentaram-se Kanon e Saga. Só depois de ter reparado nesse detalhe que pensou: "Será que esse é mesmo um bom lugar?".

E partiram de viagem.