Falsa Alegria

Descrição: Ela pensava como seria encará-lo denovo. Ele pensava em seu bem-estar. Ela temia por ele, em frente à uma guerra. HitsuHina

Disclaimer: Bleach, infelizmente, não me pertence... mas o Shiro-chan, ainda vai ser propriedade só minha. Vocês vão ver.

Legenda: "fala dos personagens" - "pensamentos"

Nota da autora: Essa fic se passa depois dos capítulos 224 e 238 do mangá. Se você ainda não viu e não gosta de spoilers (mesmo que estejam bem fracos), melhor fechar a janela e esperar pela continuação no anime.

o.o.o

Capítulo 1 - O protetor

Não fez muito tempo em que retornara à Soul Society e se dirigiu imediatamente para a Quinta divisão. Haviam todos os preparativos para a guerra contra o traidor, mas aquilo podia esperar. Desde que se comunicara com ela, ainda hospedado na casa de Inoue, não deixou de ficar alegre, preocupado e decepcionado.

Ela sabia dos acontecidos. Mas ainda acreditava no traidor. Em sua mente, um desejo egoísta de negar que iria tentar salvá-lo brotou em sua mente, mas antes mesmo que mentisse, ela ficou inconsciente novamente. As olheiras, o sentimento de culpa... Tudo aquilo transparecia na face da menina, que mesmo negando, mostrava não estar nada bem.

Conversou com sua Tenente, ordenou que ela reorganizasse tudo em sua divisão e desapareceu aos olhos de todos, no mesmo momento em que o desaparecimento de Ichigo fora noticiado. Sabia que seria chamado, já que obviamente teria uma teoria do motivo. Ignorou tudo e ficou ali, parado, observando a porta de correr do quarto da Tenente da quinta divisão.

Hitsugaya respirou fundo e adentrou silenciosamente no local, vendo em um canto os vários papéis revirados na pequena mesa. Notou, em especial, uma carta caída mais ao fundo, amassada, rasgada. Sabia muito bem do que se tratava e quem a havia escrito. No outro canto, deitada no futon, Momo dormia. Mas não parecia estar bem, sua face não tinha um semblante tranqüilo, mas agoniado.

Ele suspirou, sentando-se ao seu lado.

"Sua boba... eu pedi que descansasse. Mas não desse jeito."

Arriscou passar a mão levemente pela testa da mesma, afastando alguns fios que lhe caiam nos olhos. Hitsugaya fitou com angústia aquela face pálida, jurando novamente para si mesmo que faria de tudo para que nunca mais Hinamori ficasse naquele estado.

"Tudo isso por culpa dele..." - Pensou, com ódio.

Hitsugaya se levantou, murmurando um 'durma bem', com a face bem próxima da de Momo. Saiu do mesmo jeito que entrara, se preparando para o que estava por vir. Em seu caminho, logo uma borboleta infernal veio lhe avisar de uma reunião entre os taichous, pedindo que comparecesse imediatamente.

Já prevendo o tédio e a inutilidade da reunião, se dirigiu até o local de sempre. Estava enjoado daquele ambiente, que freqüentava todos os dias. Sua face não estava séria como de costume, mas com as sobrancelhas arqueadas, demonstrando toda a frustração que sentia.

Respirou fundo, adentrando na sala de reuniões, vendo os costumeiros rostos, inclusive o de Yamamoto, com seu semblante indecifrável.

o.o.o

"Taichou!" - Hitsugaya ouviu Matsumoto o chamar, ignorando-a.

Continuou seu caminho, sabendo que logo ela o alcançaria. Seu humor não estava dos melhores, já que havia passado meia hora na mesma posição, apenas ouvindo os planos para o grande conflito. Não soltara ao menos uma sílaba, porém concordando com Zaraki quando o ouvira murmurar que cortaria Yamamoto ao meio.

"Como foi a reunião?" - A ruiva perguntou.

"Tediante."

"Mesmo? Os outros taichous pareceram se diver..."

"Matsumoto." - Ela a cortou, parando de andar para poder encará-la. - "Fale de uma vez o que você quer."

"Os relatórios acumulados estão todos na sua mesa!"

"Ora sua..."

O taichou parou de falar, vendo-a correr na direção oposta, fugindo do trabalho pesado. Relutando, foi até seu escritório para levar um susto com o tamanho da papelada. Aquilo iria demorar, e muito. Xingou a tenente mentalmente, se perguntando a razão de ter virado um shinigami quando poderia passar o resto de seus dias comendo melancias em um templo abandonado.

Ah, sim. Ela por ela. Por ela que agüentara os cursos, o uniforme desconfortável, as batalhas e os relatórios. Tudo por ela. Apenas para poder vê-la sorrir, mesmo com os olhos voltados para outro. Havia se tornado um Capitão apenas para ouvir uma exclamação de admiração dela, como ouvia-a falar do traidor tão sonhadoramente.

Hitsugaya sentou-se em sua mesa, pegando o primeiro papel. Sua sorte era a de se manter atualizado em tudo, já sabendo a resposta para cada resumo a fazer ou folha a assinar.

Algumas horas haviam se passado, e poucos papéis restavam em sua mesa. Vários shinigamis compareceram perante si, pedindo instruções ou ordens, tudo para a guerra. Hitsugaya atendia-os sem pestanejar, não deixando transparecer o semblante sombrio que se abatia sobre si quando ouvia o assunto.

Tudo o fazia se lembrar dela. Até mesmo aquela sala, em que raramente Hinamori pisava ali, já que sempre o cumprimentava nos jardins ou durante missões. Hyorinmaru era a única que sabia de tudo aquilo, estando em todo o dia com o mesmo. Mas conversar com ela, era quase impossível. Não sobre assuntos como esse.

"Hitsugaya-taichou."

Ele olhou para Unohana, parada na porta de seu escritório, com o costumeiro sorriso gentil. Fez um sinal permitindo que ela pudesse se sentar, acompanhando-a com o olhar durante o trajeto. Cogitou o que ela estaria fazendo ali, mas, como se adivinhasse seus pensamentos, ela logo iniciou o assunto.

"Creio que já sabe sobre Hinamori-san."

Seu peito começou a doer novamente, porém seu rosto se iluminou um pouco.

"Sei."

"Ela está desacordada, mas logo recobrará a consciência."

Hitsugaya arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.

"Não veio até aqui para me falar isso, não é?"

Unohana sorriu, mais como se para si mesma.

"Não... Eu vim pedir que tome cuidado com suas palavras. Hinamori-san está debilitada, e qualquer agitação pode piorar seu estado."

"Eu sei." - Ele falou, levemente irritado. - "Não vou fazer nada precipitado."

"Que bom."

Unohana se levantou, fazendo uma pequena mesura e saiu dali. Hitsugaya fitou a janela ao longe, vendo a lua no mais alto ponto do céu, indo até a varanda para poder observá-la melhor. Juraria que era uma bela noite, se não estivesse com os pensamentos tão longe dali.

O que fazer, quando Hinamori acordasse? Não poderia jogar em sua cara que Aizen era um cretino, que não valia em nada, por mais que fosse seu mais profundo desejo. Seu coração se iluminou quando a viu ali, parada e de pé, mesmo que com uma face triste. Brincou com ela, com esperanças de ver um sorriso sincero e viu. Mas seguido de uma verdadeira bomba.

"Por favor.. salve o Aizen-taichou!"

Hitsugaya socou o chão. Não, aquele desejo era impossível. Deitou-se na madeira da varanda, não se importando em ser visto daquele modo. No fundo, ainda era um moleque desleixado que só gostava de comer melancias e irritar sua amiga. No fundo. O rumo das coisas simplesmente transformaram-no no menino prodígio que era. Mas era peso demais para um só jovem. Até mesmo ele se cansava de vez em quando. Levantou a mão, como se pudesse tocar a lua.

"Ela não está mais ao meu alcance..." - Fechou os olhos, com Hinamori surgindo em sua mente. - "Eu a perdi..."

"Se não lutar, não vai conseguir tê-la de volta."

O taichou deu um pulo, vendo Matsumoto sorrir de uma maneira diferente, mais maternal. Ficou irritado de ter sido pego em um momento tão particular, mas refletindo sobre o que a mesma dissera. Já havia lutado, com todas as suas forças. Nem mesmo com aquilo conseguira ganhar Momo, e um traidor a conquistara em menos de um dia, no primeiro momento em que se cruzaram.

"Ela acordou, mas Unohana-taichou pediu que ela não saísse do quarto."

Hitsugaya se levantou, agradecendo à tenente e seguindo seu caminho, silenciosamente.

Continua..

Ah cara, eu não consigo ficar longe desses dois! Definitivamente!

Vai ser uma fic bem curta, só 3 capítulos. Eu não tive uma idéia muito grande por excesso de projetos e falta de tempo pra terminar de escrever tudo. Mas ainda sim, é mais uma fic com a reconciliação dos dois, mas de um jeito mais parecido com o do mangá.

E, quem ainda não viu o capítulo 224, mesmo que fique com raiva no final, eu recomendo que baixe. Porque pra mim, foi lindo, fofo e digno de lágrimas! (e alguns 'Hinamori, se liga!')

Não vou demorar muito com essa fic, já que só faltao último capítulo.

Beijos.