O salto de Ino batia no assoalho de madeira de um modo lento e seguro, como se aquele chão fosse feito somente para ela andar.
As pernas brancas desfilavam como se fossem imaginação, um balé de tão suave, ela sabia como transformas simples pedaços de músculo em algo atormentador.
Os quadris remexiam assim como dançavam enquanto ela andava, o vestido curto balançava enquanto conforme ela queria, mostrando o que devia fazendo os homens do recinto quererem cada vez mais. E mais e sempre mais.
Eles desejavam que ela parasse lá mesmo e rançasse todas as roupas do corpo, rasgando-as, mostrando-a como veio ao mundo.
Um corpo feito para coisas que nenhum puritano gostaria de pensar.
Os fios loiros dançavam conforme ela remexia o corpo, pra lá e pra cá, soltos, secos e lisos.
Alguns homens, não duvide, iriam querer aqueles cabelos para puxarem...
O mundo parava para Ino passar.
E ela fazia questão de pisar bem forte onde passava.
Sentou-se num banco no balcão do estabelecimento, olhou para o garçom, que secava um copo nem pensando no que fazia.
-Me vê algo forte e doce – ela disse, as palavras saiam de sua boca como se alguém se deliciasse com uma bala.
Lábios rubros devido a alguma maquiagem vermelha e brilhante que dava cor aqueles lábios cheios de volúpia de desejo.
O garçom atendeu seu pedido com uma bebida destilada qualquer que ele achou pela frente, ele precisava apreciar a loira em sua frente com atenção.
-Obrigada – sua voz saia doce e desejosa.
Então ela olhou a sua volta, precisava de alguém essa noite, e com certeza só precisava escolher.
Ela queria algo diferente para hoje, já havia tido relações com homens mais velhos, mais novos, de opções sexuais diferentes da dela, com transformações corporais, e temperamentos diferentes.
Carinhosos pegavam muito em seu pé, queriam desfilar com ela por ai, mas eles não desfilariam com Ino, e sim ela que exibiria seus troféus por ai.
Queria homens...sérios.
Sérios..
"Um tiozinho quieto perto da janela, não, ele não, deve estar esperando alguém ou deve estar carente, e isso é a ultima coisa que preciso hoje."
Ela achou alguns jovens, mas uma pessoa séria anda só.
Procurou nos cantos.
Então ela viu um rosto, de um homem de cabelos vermelhos sangue.
"Ui".
Ele vestia um sobretudo preto que prendia até o pescoço, com um ar sério. Tudo que Ino desejara até agora.
"É hoje".
-Hm..garçom.-ela chamou com calma, ele se aproximou – envie isso para o moço ruivo ali ao lado.
Então ele pegou o papel e levou até o ruivo, com uma bandeja para disfarce.
Ino olhava com curiosidade e desejo, agora aquele ruivo seria dela.
O garçom voltou – Ele te espera no terceiro andar.
O ruivo saiu e Marina esperou um pouco, mas foi atrás.
"Ponto pra Ino"
