Olá a todas!
Muito prazer, meu nome é Luana!
Acredito que muitas já me conheçam do XYZYaoi – e a partir de agora, por este site também, hehehehehe Espero que apreciem...
Ah, sim! Só um lembrete... Minhas fics, e TODOS os capítulos das mesmas serão, sempre, primeiramente, postados no site XYZYaoi, certo, e que por sinal... Está fazendo aniversário! (Luana toda feliz)
Bem... Esta fic é a minha primeira fic – EEEEEEE! - e dedico-a à maravilhosa e fofa Illy-chan. Foi a lindinha da AninhaSaganoKai quem me apresentou mais firmemente ao Yaoi, mas foi a Illy quem me fez virar uma das que toma "yaoi na veia", e mais divino ainda, quem me apresentou à Heero&Duo, Trowa&Quatre, etc.. Nossa... Vocês não imaginam como é ótimo tê-la como amiga, conversar com ela, conviver com ela. Apesar de tantos problemas de saúde, é absurdamente um furacão em forma de gente, e conhecê-la e ganhar sua amizade foi um presentão, neste ano de 2005! Bjão, Illy!
Uma missão que dá errado...
Trazendo consigo, além de algumas situações hilárias, conseqüências desastrosas na vida dos cinco pilotos - despertando angústias, medos, inseguranças... Aonde nunca se imaginava possível: exatamente em seus corações.
Yaoi, AU, Humor, Drama, Angústia, Ação... e LEMON, claro!
Gundam Wing – 1x2, 3x4, 5x?
Observação: os personagens de Gundam Wing não me pertencem, e nem ganho nada com isso .
"Por que Seus Olhos Não Me Enganam..."
Cap 01 – Sentimentos Certos na Hora Errada
Não era a primeira vez e com certeza não seria a última em que Duo era envolvido por tamanha emoção um turbilhão de sentimentos pulsava em seu corpo inteiramente sensível: dor, humilhação, raiva, angústia... pareciam palavras momentaneamente fracas para descrever o um milésimo que seu espírito sentia no momento.
Sua respiração ofegante acompanhava o ritmo descompassado de seu coração, Seus olhos desfocados inundavam suas violetas de fúria, enquanto sua boca abria e fechava sem emitir nenhum som – para logo em seguida soltar pequenos gemidos, e por fim, suas cordas vocais finalmente libertarem as palavras que esperava desata-lo daquele suplício.
"Seu maníaco depressivo suicida duma figa! LARGA minha trança ou vai descobrir por que me chamam de Shiniga...!"
Mas a mão do "maníaco depressivo suicida duma figa" não soltou a tão bem cultivada trança do garoto: o dono dos belos e frios olhos azuis cobalto apenas interrompeu aquele rompante de raiva, pondo simplesmente sua outra mão sobre a boca do companheiro, calando assim o terrível Shinigami.
Escondidos nas sombras, quatro adolescentes esperavam que uma pequena tropa de soldados inimigos acabasse de passar tão perto deles que o cheiro do suor e medo vindo daquele grupo fardado eram facilmente aspirados; as sabotagens e ataques surpresas dos famosos pilotos Gundam causava esse efeito nesses visíveis iniciantes da arte da guerra.
Qual seria a reação desses soldados se percebessem que enquanto marchavam compenetrados para seus dormitórios, eram observados por esses fantasmas que assombravam os planos da OZ? Talvez não fosse uma visão tão assustadora, levando em conta a posição desconfortável em que se encontravam " quatro jovens amontoados em um espaço onde que mesmo com muito esforço só deveria caber duas pessoas.
Para Quatre aquilo aparentemente não era problema " apesar de sua aura angelical, o loirinho não se sentiu incomodado de se espremer peito contra peito com seu amado de olhos verdes, pelo contrário: mesmo não esquecendo a missão, não pode resistir de provocá" lo com uma respiração suave no pescoço, e lhe oferecendo pequenas mordiscadas no lóbulo da orelha. Trowa, sentindo o último de seus membros que devia estar ativo no momento endurecer, resistia bravamente as provocações do namorado, se limitando a apenas a abraçá" lo contra si.
Já a outra dupla no esconderijo forçado não se dava tão bem. Duo entendia que o ato que o piloto do Wing tomara fora necessário: puxá" lo para dentro daquela brecha de esconderijo fora uma missão complicada ainda mais com o garoto trançado estando distraído, mas puxá" lo pela trança? Aquilo era algo que ele não podia tolerar; tá certo que por seu tamanho, a trança sempre se tornava um dos pontos fracos mais marcantes de seu dono, mas se o problema era tamanho, nunca ninguém tinha reclamado antes.
Mantendo sua postura comumente fria, o soldado perfeito acompanhava com os olhos gélidos os inimigos passarem; seu olhar não tremeu nem por um segundo " mesmo enquanto Duo mordia malcriadamente a palma de sua mão.
Esperando alguns minutos após os inimigos sumirem de suas vistas, o japonês empurra um revoltado americano para o meio do corredor no qual caminhavam antes. Saindo do esconderijo, Heero, que é acompanhado logo atrás por um fortemente ruborizado Trowa e um maliciosamente sorridente Quatre, segue seu trajeto antes interrompido, deixando para trás um estupefato Duo.
O garoto de trança não pôde conter a corrente de raiva que envolveu seu corpo outra vez " correndo até ficar do lado de Heero, fala ainda surpreso.
"Ma... Mas... Seu desgraçado! E se eles ainda estivessem aqui!"
'Você seria pego."
"Como você tem coragem de dizer..."
"... e depois morto " se não antes por eles, depois por mim. E esta não será uma possibilidade muito distante, se não parar de atrapalhar nossa missão."
A voz de Duo some diante do peso das palavras que vieram do japonês. Deixando" o finalmente andar em paz, o dono dos mais belos olhos violetas fica parado vendo as costas do frio companheiro enquanto ele se distancia, e assim continuaria, se não sentisse a calorosa mão de seu amigo Quatre sobre seu ombro e ouvir suas palavras ditas naquela voz eternamente pacificadora:
"Calma, Duo: conhecendo o Heero, ele de certo já tinha calculado o tamanho do corredor a velocidade dos soldados e ate o numero do pé de cada bota que marchou na nossa frente. Ele nunca arriscaria nossas vidas assim."
"Já que isso também seria arriscar a missão." – Trowa complementa com algo que Quatre diria ser totalmente dispensável.
O local em que aqueles quatro pilotos gundam se encontravam era uma base secreta da OZ, sua localização tinha sido adquirida através de informantes, que por mais confiáveis que fossem, parte do relatório que mandaram falava de algo suspeitamente fantasioso demais para ser levado a serio sem lê" lo pelo menos cinco vezes, e foram esse numero de vezes que levou o dr J a levantar seus olhos do relatório e em seguida enviar a nova missão a seus soldados: se infiltrar na base, colher dados necessários e destruir a primeira maquina de troca de corpos que estava sendo desenvolvida pelos cientistas da OZ.
Se infiltrar na base não foi uma tarefa fácil, o lugar era muito bem vigiado. Após invadir o sistema e desligar as câmeras do trajeto que tomariam era a primeira vez em 2 horas se esgueirando, eliminado vigias e soldados desavisados, que podiam caminhar mais sossegadamente pelos corredores, se dando ao luxo de conversar " Heero sempre a uma distancia considerável dos demais. Trowa, Quatre e Duo nesta ordem andavam lado a lado.
"Ainda acho muito irreal..." – fala Duo – "Uma máquina que troca os corpos das pessoas..."
"Será mesmo? Quero dizer..." Quatre diz ainda segurando o ombro do amigo: "...quem está contestando isso agora não é um adolescente que pilota um robô gigante desenvolvido por cientistas loucos?"
"..." – Trowa apenas observava uma conversa que não parecia desenvolver nenhum assunto promissor.
"Não sei se isso é um bom argumento, só sei que o Wufei me paga...!" – Duo estala os nós da mão direita - "Ele foi o único que escapou dessa missão guiada pelo 'Cubo de Gelo Ambulante'."
A resposta para esse comentário debochado não veio do árabe, mas de uma voz conhecida que caminhava solitariamente mais à frente:
"Wufei já havia sido convocado para outra missão antes dessa nos ser encarregada."
"Qual era a missão mesmo?" – Quatre parecia empenhado a unir Heero ao grupo.
"O conteúdo de sua missão era secreto."
"Secreto?" – Duo passa a mão por sua franja - "Aquela porcaria é de certo uma missão suicida; me lembro que antes de sair, ele me deixou as coordenadas da área em que ia para que se desse alguma treta, eu tomasse o lugar, setor... não me lembro agora, mas lembro que tinha uma boate incrível por aquelas bandas, será que ainda existe?"
"É, deve ser impressionante o significado que você dá a palavra 'secreto'." – Quatre revira seus belos olhos azuis diante à sempre presente indiscrição do amigo.
"Missão suicida?" – Trowa finalmente acorda para a conversa – "Não entendi: se você sabia onde ele estava então por que esta reclamando de..."
"De 'missão suicida' para 'missão suicida', eu prefiro a dele, Trowa - nós temos que andar em terreno inimigo com um cara que deve ganhar um kit completo de auto-destruição todo natal. Não é, soldadinho de chumbo?"
"..." – as costas na frente do trio não responde à provocação.
"Ai meu deus, é verdade?" – O americano sai de perto de Quatre, corre para o lado de Heero e se apóia nos ombros dele – "Não me diga que eu acertei...! Não me diga que é verdade, Hee-chan?
"Baka, só estava pensando se valia a pena responder a uma pergunta idiota dessas feita por um cara que se auto-intitula 'Shinigami'... e se por acaso não quiser conhecer o dito cujo de quem insiste em roubar o título, sugiro que não me chame mais assim."
E mais uma vez deixando Duo para trás, o soldado perfeito desvencilha seu ombro dos braços do Baka de trança e continua o percurso sozinho, ignorando a língua que lhe é estirada pelo auto intitulado Shinigami.
"Humpf, bonequinho de neve sem futuro... me chamou de Baka!" sua mente se revolta com os últimos comentários do japonês enquanto é alcançado por Quatre e Trowa, este último nem se dando ao trabalho de ir mais devagar, deixando os dois amigos mais atrás para poderem conversar.
"Que coisa..." – Quatre diz impressionado.
"E não é? Me chamou de baka, vê se pode...!"
"Hum? O quê? Não, não é isso, disso eu já sabia... Quer dizer, já sabia que ele te chamou de baka... Quero dizer, não que não seja... Quer dizer, não que você seja..." O loirinho fica vermelho de orelha a orelha por falar de mais, e parando para por a cabeça em ordem, continua: "É que fico surpreso por ele ter demonstrado tanta emoção."
"O quê? O nosso Hee-chan?" – Duo fala mais alto, se lixando para se Heero o ouve ou não – "Da onde tirou isso? Eu já disse para você trocar essa tintura, loiro: ela está afetando seu cérebro."
"Não..." – Quatre ignora o comentário maldoso a seus cabelos - "É que normalmente ele responderia só um "hn" para as suas perguntas idiotas... não que elas sejam idiotas... a pesar de algumas até serem, mas..."
"Tá bom, tá bom... mas, como assim, 'emoção'?"
"Ah... você sabe, ele é o tipo de pessoa que poupa palavras para as horas certas e para as pessoas certas; não é do tipo que se dê ao trabalho de responder a uma provocação e ainda mais no meio de uma missão."
"Hm..."
"Eu queria que o Trowa começasse a ser assim também." Quatre abaixa o tom de voz.
"O quê? Como assim? Eu pensei que vocês estivessem bem...!"
Duo é interrompido pela mão de Quatre que voa rapidamente para cobrir a sua boca. "Ok - essa é a segunda vez do dia que me tampam a boca, isso tem que significar alguma coisa". Pensa o americano.
Trowa vira a cabeça para trás a fim de ver o que o namorado aprontava tendo como resposta um beijinho voador lançado pelo árabe fazendo o europeu voltar sua face rubra para frente.
"E estamos... estamos!" – Quatre liberta o amigo e continua com um tom baixo: "Mas tem horas que ele é tão calado...!"
"Prova de que é o Trowa."
"Eu sei, mas... não que eu queira que ele mude, eu o amo, do jeito que ele é; eu o amo muito, mas apesar de ele me dizer que também me ama, eu não sei o que passa na cabeça dele, eu não sei o que ele realmente pensa ... Será que estou sendo egoísta?"
"Que é isso cara, é normal tentar a entender a cabeça de quem ama e... PERA AÍ! VOCÊ TÁ COMPARANDO A SUA RELACÁO COM O TROWA COM O FATO DO SOLDADINHO PERFEITO TER ME RESPONDIDO COM MAIS DO QUE MONOSSILABAS?
"Duo...!" – Quatre bate a mão na cabeça
Colocando as mãos na boca, desta vez o próprio americano se cala, mas já era tarde.
A mente do soldado perfeito analisa a situação e sem se virar, sinaliza para que seus companheiros tomem uma posição defensiva - planos de fuga estavam fora de cogitação, naquele instante ainda ouvindo a voz alta e vibrante de Duo ecoando e vibrando estrondosamente por todo o corredor, os quatro eram cercados por soldados inimigos tendo que ignorar o nada incomum comentário "mas são apenas adolescentes!".
Heero continua a sinalizar para os outros indicando que o objetivo de sua missão estava a poucos metros, a sala com a suposta máquina estava atrás de uma maciça porta de aço no final do nada estreito corredor - ele precisaria de tempo para desativar o sistema que a mantinha trancada, e era exatamente aí que seus companheiros entravam.
Sem antes se privar de lançar um olhar assassino na direção de Duo, Heero saca sua arma e corre na direção de seu alvo, tendo sua retaguarda sempre protegida por Trowa, deixando Quatre e Duo cuidando dos soldados que não paravam de aparecer no corredor.
Estavam em menor número - Trowa e seu agilidade circense mantinha Heero a salvo enquanto o mesmo hackeava furiosamente o sistema de trava da porta. Quatre, superando qualquer expectativa que sua aparência celestial passava, lutava e disparava sua arma como um demônio e Duo... Duo lutava com seus adversários enquanto sua trança chicoteava no ar, mas sua maior batalha era interior.
"Baka baka baka…! Pra que eu tive que gritar?" Retribui com uma cotovelada o soldado que tentava prendê-lo pela trança "...mas a culpa foi do 'soldadinho'! Foi ele quem começou!" e com seu cabelo livre o enrola com uma mão no pescoço enquanto com a outra segura o pulso do adversário da frente: "O que diabos eu estou pensando? Pareço uma criança!" dando ainda uma rasteira neste, o segura pelo pulso e o arremessa para cima de mais três homens que viam em sua direção "Por que eu me alterei tanto?". Quatre atira em um soldado que se preparava para apunhalar um Duo desatento, abrindo a guarda para ser atingido em cheio por um chute no estomago, e mesmo no chão ralha com o amigo.
" Não se distraia - ainda estamos em missão."
"Sim, a missão... desde quando me tornei tão relapso com as minhas missões?". Sem perder tempo, o americano tira o punhal da mão do homem que prontamente o atacava no momento: "Desde quando aquela voz fria me altera tanto?", o arremessa fortemente em cima do adversário de Quatre e o árabe volta a ficar de pé pois não ia esperar que seus rivais aparecessem em fila esperando cada um a sua vez de lutar. "Desde quando o simples toque em meu cabelo se torna tão relevante?". Os inimigos se fechavam cada vez mais à sua volta, o que fazia sua fúria aumentar, aumentar, aumentar... até explodir
" DÁ UM TEMPO! EU TÔ TENTANDO PENSAR AQUI!
Dando uma voadora, o americano derruba um grande numero de soldados assustados, alguns poderiam ate jurar ter visto nos olhos do adolescente a imagem do tão falado Shinigami. "POR QUE EU TENHO QUE PENSAR NELE NUMA HORA DESSAS?" suas mãos dançavam entre golpes de faca e o ritmo frenético do gatilho da pistola: "POR QUE EU DESCUBRO TANTOS ERROS EM MIM QUANDO ESTOU PERTO DELE?"o sangue de seus adversários mortos se misturava com o de seus ferimento que já atingiam uma alta gravidade "POR QUE ...por que a idéia de seus olhos azuis gelados nunca venham acompanhados por um sorriso me entristece tanto?".
O número de adversários ia diminuindo à medida que a fúria de Duo aumentava. "Eu não me sinto feliz do seu lado, mas a idéia de sua ausência..." o americano estava fora de controle, e quando sues tiros começaram a atingir apenas as paredes e seus golpes de faca apenas o ar, seu corpo parou, estático, não vendo mais necessidade de se mover.
"Eu... talvez... talvez seja óbvio... mas... então eu... eu realmente sinto..."
Heero ainda tentava invadir o teimoso sistema enquanto Trowa ajudava Quatre com um ultimo pequeno grupo de soldados determinados – "Eu te...", parado no meio do corredor, Duo nunca se sentira tão sozinho: "Eu te..." precisava botar para fora tudo aquilo que acabara de descobrir - "Eu te...".
Enquanto Trowa após ajudar Quatre voltava para o lado do Japonês para tentar auxilia-lo, Quatre sacudia um americano estático tentando traze-lo à realidade:
"Duo? Duo! Mova-se! Estamos em missão! Duo! Os reforços inimigos não vão demorar...!"
Sem opção o jovem de cabelos loiros continua a sacudi-lo até sentir uma mão pesada o jogar para longe do amigo, e vê incrédulo o piloto do Wing - que abandonara por alguns minutos sua parte da missão para cerrar seu punho e o enterrar no rosto de seu companheiro petrificado.
Este pisca várias vezes antes de encarar o dono do punho que o atingira e ouvir.
"Somos humanos que trajam armaduras de soldados - pelo menos em batalha tente mantê-la mais dura que o Gundanium que reveste seu Deathscythe, e seja qual for o sentimento que o mantêm parado nesse momento, apague-o... ou morra...!"
Dando as costas para Duo ele volta à sua missão; Quatre, lhe lançando um último olhar preocupado, também dá as costas para Duo e vai para o lado de Trowa, ambos observando um Heero compenetrado.
A palavra "sentimento" se repetia pulsante na mente de Duo: todo o discurso do soldado perfeito fora deletado de sua mente só sobrando aquela angustiante palavra - "Sentimento. Sentimento. Sentimento..." sua boca se abre e antes tomando ar, ao mesmo tempo em que Heero solta um grunhido vitorioso ao destravar a porta, o jovem trançado grita:
"HEERO YUI! EU TE AMO!
Quatre engasga-se, quase caindo, tentando recuperar o ar; Trowa batia nas costas do árabe com a face pálida se contendo para não ter a mesma reação do namorado. Heero - o objeto de desejo do piloto do Deathscythe e pivô da confusão - apenas ficou de pé de costas para Duo, observando a porta à sua frente abrir-se lentamente.
"Heero...? Eu... te amo." – Duo disse baixinho e sem graça. – "O amor do Shinigami é seu."
Mas o maior temor dele se concretizou: olhos azul cobalto gélidos o fitaram assim que a figura de Yui se virou, olhando-o por alguns segundos, Heero saca sua arma pela segunda vez desde que entraram naquele corredor em que as paredes haviam presenciado a declaração dos mais profundos sentimentos de um Shinigami... mas, mais que seus olhos, as palavras que saíram daquela boca eram frias e sem emoção:
"Por que insiste em atrapalhar a missão?"
BAM!
Sua íris se transformou em duas pequenas contas violetas.
"Ele apertou o gatilho!", mais do que a conseqüência desse ato, o que mais o machucava era a certeza de que ele puxara o gatilho - o Deus da Morte, honrando seu título, não temia naquele momento a morte, mas a possível hipótese de seu sentimento ter sido tão rudemente rejeitado; talvez a morte não fosse uma saída tão ruim, talvez...
Mas cadê a dor? Sim... e cadê o sangue?
Esperando ainda os sintomas que acompanhariam uma suposta bala no peito, ele viu o garoto que empunhava a arma que estava até poucos segundos antes apontada para ele, se virar novamente e entrar na sala finalmente aberta, acompanhado por seus dois desconcertados companheiros.
Ainda livre de qualquer dor, o americano bate as duas mãos no peito, atrás do buraco de bala, repetindo então o procedimento por todo seu corpo ileso. Teria o soldado perfeito errado o alvo? Não, não teria tanta sorte, e se fosse o caso por que não atiraria de novo? Seria ele mesmo o seu alvo? "Mas... se não eu, quem mais? Quem mais..."
Olhando para trás, viu um dos corpos dos soldados que matara anteriormente fora do lugar que pensava estar antes – "Será que ele ainda estava vivo? Será que ele tentou me pegar desprevenido? Será que aquela bala não era para mim? Será que ele também pode me..." os olhos do Deus da Morte arregalaram-se em expectativa; não podia ficar sem respostas, não podia ficar sem pelo menos uma dessas respostas!
Saindo finalmente de seu estado de choque, ele corre até o fim do corredor, atravessando a porta que seu amado levara tanto tempo para abrir e parou do lado de Quatre, e apesar de ter tanto a dizer ele se calou - a situação parecia fora de controle.
Os poucos soldados no recinto já estavam mortos, entre eles vários cientistas; apenas um permanecia vivo, mantendo um olhar alucinado no rosto, sua mão trêmula sobre o teclado de um computador ligado por grossos fios a uma maquina de aparência suspeita, ameaçava apertar uma tecla que os três pilotos gundam que chegaram primeiro não pareciam nada felizes na hipótese de ver sua função.
"Há Há Há! Não será tão... fácil!" – balbuciava o já transtornado cientista – "Morro, mas levo os famosos pilotos gundam comigo!"
Heero ainda tenta mirar a arma na mão do cientista mas já era tarde.
"Por quanto tempo ainda ficarão assim?"
O único piloto ausente naquela fatídica missão perguntou a dr. J
Wufei estava sentado com as pernas cruzadas em uma cadeira entre as camas em que seus quatro companheiros permaneciam adormecidos por algumas semanas. Abandonado-os apenas quando requisitado para uma missão ou outra, o chinês fazia questão de ficar naquele quarto todo o seu tempo disponível.
"Já lhe disse um milhão de vezes - o estado deles é instável; temos que esperar uma reação da parte deles e apenas deles."
A última missão que aqueles quatro pilotos gundam haviam participado fora arquivada como "bem sucedida": a base invadido tinha sido destruída e os responsáveis pelo projeto secreto mortos; ao acharem seus corpos, haviam retirado um cd em posse de Heero que copiara os arquivos do projeto antes de terem sido ameaçados pelo cientista ensandecido.
Claro que os detalhes finais da missão ainda eram desconhecidos, pois tirados de lá quase mortos, os soldados responsáveis pelo sucesso desta ainda se encontravam inconscientes, e sabe-se lá que danos os mesmos apresentariam ao despertar.
Bem, dr J tinha uma suspeita, e vibrava ao imaginá-la real: sua curiosidade de homem da ciência era maior do que a preocupação pela vida de seus pilotos. Wufei, desconfiado, fazia questão de não deixar seus companheiros muito tempo sozinhos com o cientista - não era de hoje que sua confiança diminuía à medida que fitava aqueles olhos calculistas sobre os corpos indefesos de seus parceiros.
Mas parecendo responder a pergunta de seu amigo, Duo move cautelosamente seu corpo num lento despertar; sem se levantar, abre seus olhos violetas e se põe a fitar o teto, sem dizer uma palavra.
O garoto de cabelos negros sorri com a reação do garoto de cabelos longos, mas se surpreende com seu silêncio, e observa desconfiado o dr J se sentar na cama do amigo lhe fazendo uma pergunta estranha.
"Duo Maxwell. É este seu nome, soldado?"
Se a pergunta era estranha – e disso Wufei tinha certeza - nada superou a resposta: não por ser tão obvia, mas por seu tom seco.
"Sim, senhor."
Sem notar a mudança do soldado, o cientista troca seu semblante cheio de expectativa por um de profunda decepção.
Mas o garoto atrás dele notou a diferença e já ia de encontro ao amigo, quando esse se levantou da cama, e ainda usando aqueles trajes de hospital com uma fenda onde sugestionamente apareceria sua bunda se não fosse seus longos cabelos soltos, ele passa pelo cientista e Wufei ainda calado. Tendo sua mão presa pelo chinês ao tocar a maçaneta da porta, ele lhe oferece o mais frio olhar que seus olhos violetas dispunham... e imediatamente segurando o garoto de cabelos negros pelo pescoço, diz sem qualquer emoção:
"Não entre no meu caminho - esteja meu alvo a 5 metros ou a 5 km, eu hei de cumprir minha missão."
"E..." – Wufei tenta perguntar sem ar – "...e qual seria ela?"
Duo o encara e soltando um "hn" , ignora a pergunta, e soltando-o, sai do quarto.
"Ei, espere, responda!"
Wufei sai da sala correndo atrás do amigo. Alguns minutos depois, volta com um olho roxo e o rosto extremamente pálido, volta a se sentar na cadeira, agora sendo encarado por dr J.
"E então?" – dr J pergunta curioso – "Qual era a missão, afinal?"
O doutor recebe apenas um olhar incrédulo como resposta.
"Anda, homem! Qual a missão dele, afin..."
"Com... comprar..." – Wufei gagueja – "... Comprar creme para cabelo...!"
Fim do Capítulo 01
Er...
Que posso dizer?
Bem...
Que continua, ne?
Beijos!
Luana
