— Não despreze a comiseração oferecida por um coração gentil, Eowyn! Mas eu não lhe ofereço minha comiseração. Pois você é uma senhora nobre e valorosa, e obteve um renome que não deverá ser esquecido; e você é uma senhora bela, considero eu, e sua beleza está acima até do que a língua dos elfos pode descrever. E eu a amo. Já senti pena de sua tristeza. Mas agora, mesmo que você não sentisse tristeza alguma, nem medo, e não lhe faltasse nada; fosse você a bem-aventurada Rainha de Gondor, ainda assim eu a amaria. Eowyn, você não me ama?

As palavras de Faramir entram nos seus ouvidos e depois parecem percorrer seu sangue, veias e artérias, chegam aos seus olhos, nariz e boca, fazem sua língua formigar, os dedos das mãos sentem cócegas, os pés querem tombar, os joelhos querem ficar de pé, passaram pela sua barriga e subiram até seu peito; enfim as palavras chegaram ao seu coração, que pareceu acelerar e despertar para um novo dia, um novo tempo, e Aragorn parecia um nome distante que seus ouvidos não recordavam, e ela não pensava mais em ser rainha. Uma mudança operou-se em seu corpo, uma mudança que já durava alguns dias e tardes e noites nas muralhas, encarando o leste em silêncio, esperando; uma mudança que começara com algumas conversas, que depois tornaram-se hábito e mãos dadas durante o fim de Mordor e o começo de um novo mundo. Como uma semente que finalmente germinava, uma rosa crescia entre o gelo, sobre o gelo, erguia-se acima de tudo e trazia novamente o sol. Uma rosa branca, branca e viva.

Na Torre do Sol, a Sombra partiu. E quando Faramir a beijou diante de todos os que estivessem atentos para ver, Eowyn sentiu que um longo inverno havia terminado.


N/A: O primeiro parágrafo foi retirado do livro (orly), e o começo do terceiro também, de uma fala da linda. Digo, da Eowyn. Fic pequena e bobinha, mas Faramir/Eowyn é amor demais, minha gente.