Disclayme: Não sou dona do FMA. Por que, Senhor, por quê?!
I'm looking at you through the glass
A primeira vez que vi aqueles olhos, me veio um sentimento de perda. O que aquele pivete estava fazendo no escritório? A explicação veio depois: estudaria com meu pai. Em pouco tempo percebi que seus olhos não combinavam com o resto.
Sua ânsia pelo conhecimento não permitiu minha aproximação durante minha estadia. Enquanto eu brincava despreocupada pelos jardins, ele lia e relia velhos manuscritos; não fiz questão de sua companhia e acabei por voltar ao internato sem saber seu nome.
Ao retornar para as férias de inverno, encontrei-o sozinho em casa. Seus olhos continuavam os mesmos: maduros, preocupados. Nossa diferença em anos não era muita, mas havia um abismo que nos separava. Eu queria brincadeiras e presentes; não sei o que ele queria, mas procurava fervorosamente nos livros.
Em uma noite, estávamos sozinhos, cada um num canto, quando uma forte tempestade se instalou sobre a casa. Pela primeira vez, ouvi-lo dizer espontaneamente uma sentença inteira. "Eu odeio chuva". Sorri desafiadora: "Não me diga que você tem medo de trovões?". Uma rajada de vento abriu as janelas e deixou-nos no escuro. Gritei. Reação normal uma garotinha. Preparei-me seu comentário desafiador, o que seria de se esperar de um moleque. Levantei meus olhos raivosos em sua direção. Mas ele... criou uma chama e me disse "está tudo bem agora". Ficamos lado a lado até a claridade voltar. No dia seguinte, eu retornei ao internato.
Isso faz tempo. Já trabalhei com o dono daqueles olhos. Hoje, não mais. Ainda penso se um dia eu poderei dizer "a tempestade já acabou, Roy".
O título da fic é de uma música do Stone Sour- Through the glass. Só a idéia central tem a ver com a fic, eu sei (and I'm sorry) mas era essa música o que estava ecoando na minha mente qdo escrevi. Ficou hiper curtinha e, viu, sem spoiller!
Bem, é isso! Bjinhos e deixem reviews (falando mau tb vale)!
