Descontinuando
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, sentindo as mãos dela no seu peito, instilando chakra e lhe puxando do manto sombrio e diáfano da morte, e você não quer ver, você não quer saber o que ela pensa, o que ela sente, e você pede com tanto fervor que a escuridão cubra seus olhos e você não veja, por que dói tanto. As lágrimas dela caem no seu tórax desfigurado pelas mordidas e ocorrências mais horrendas, mas esse não é um momento de vaidade e complexos. E você se sente tão nua, mas por que sente que seu íntimo está tão exposto como o coração dela. Há um nó em sua garganta; seus olhos semicerrados se embaçam e você também chora; as lágrimas escorrem até seus ouvidos, manchando seu rosto até chegarem ao chão. Seu coração está doendo, e não é mais por causa do golpe nem pela mágoa. Era pelo sofrimento que gotejava em sua pele.
Água e sal, você entendeu. A dor era feita de água e sal.
Lástima. Era uma lástima.
... e esses sentimentos tão repentinos que surgem. No seu caso, uma empatia tão intensa; a compaixão mais profunda que o azul... você a amou. Amou, sim. Quis ser tão forte para amparar a dor das duas, mas achava que era tão fraca; o queixo sujo de sangue seco e mais uma cicatriz no peito. E foi tão forte que por um momento a membrana de amargor foi desfeita pela mais absoluta das epifanias,
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(Ne me quitte pas, Il faut oublier tout peut s'oublier qui s'enfuit deja.)
Ne me quitte pas - Jacques Brel
N/A: Karin é uma personagem que me inspira compaixão, e o primeiro contato Karin/Sakura foi algo que me tocou profundamente – para os que imaginavam uma luta (na lama) pelo Sasuke foi uma decepção. Para mim foi um conforto. Já esse texto é só uma tola tentativa.
