Ela voltara a ter novamente aqueles pesadelos. Mesmo com o nascimento e o amor dos seus filhos, Katniss sentia-se atormentada. Por vezes, ela pensa que talvez não amasse Peeta. Só tinha piadade nele. Esses pensamento enlouqueciam Katniss e durante várias horas, ela fica imóvel, sentada, quieta, a pensar.
A pequena filha dela, a mais velha, era bastante inocente, não sabia dos tempos de tortura em que a mão viveu e foi submetida. A menina sorria, pegava numa cadeira e sentava ao lado da mãe, encostava a cabeça ao ombro dela e cantava algo. Não eram canções que ela aprendia com as amigas; eram música que a mãe ensinava:
- Dorme, descansa, pequena flor,
o pássaro da liberdade vem te embalar.
Dorme, descansa, pequena flor,
que amanhã, com teus amigos, irás brincar.
Peeta observa as duas raparigas da sua vida e sorri. Mas é um sorriso triste. O seu filho mais novo não percebia de nada. Ele estava mais entretido em brincar, a desfrutar da sua liberdade.
Até que um dia, Katniss ficou grávida novamente.
Ela ficou feliz. Não tão feliz como nas suas duas primeiras gravidezes, mas ela sentia-se bem.
- Tenho duas companhias para eu me entreter e agora vou ter mais um. - diz Katniss, enquanto se resguardava no seu xaile, vendo o por do sol na sua varanda.
- Eu não conto? - pergunta Peeta, sorrindo.
Katniss dá um sorriso tímido e diz:
- Contas. - Katniss levanta-se e dá um beijo no seu amado - Sempre contaste. - ela mexe nas ondas loira de Peeta e o seu sorriso desaparece - Sempre contas.
Peeta dá um sorriso de canto a canto. Katniss sai do quarto dos filhos que adormeciam.
A família dela irá sempre contar.
