Disclaimer: Marlene McKinnon achava que Sirius Black não era o tipo de cara que tinha um perfil no Tinder, mas se tivesse, ele com certeza teria o seu Super Like.
- História sem fins lucrativos.
- Os personagens citados não me pertencem e são propriedade da J.K. Rowling.
- Fanfic Blackinnon - Universo Alternativo.
- Continuação de It's a Match!
- Fanfic dividida em dois capítulos.
- Playlist da fic no Spotify: user/ladymontgomeryy/playlist/4Z7AhyPatWHSU6zUuNYMSn
- Espero que gostem!
SUPER LIKE
Parte 1
Quando Marlene desceu daquele táxi, estava sentindo que ia acabar estourando o limite do cartão de crédito. E nem ia ser na liquidação de sapatos.
Ela nem havia terminado de pagar o presente de casamento de Alice (parcelado em 6 vezes), então o idiota do seu irmão tinha que fazer o favor de bater com o carro na moto de um cara qualquer e ligar implorando para que ela fosse ajudá-lo. Claro que ela recusou da primeira vez, então ele havia ameaçado contar certos podres dela para a família…
Isso significava que ela ia acabar pagando o conserto da moto do tal cara e o do carro do irmão, sem contar nada para os pais, e ainda ser reembolsada nas suaves prestações que o salário de atendente de lanchonete por meio período de Jeremy permitia.
Isso se ele pagasse, claro.
Afinal, por um motivo que era um mistério para Marlene, Jeremy achava que ela tinha se tornado automaticamente rica desde que havia terminado a faculdade.
Claro que quando Marlene tinha 17 anos ela também achava que as pessoas se tornavam automaticamente ricas e com as vidas perfeitas depois que saíam da faculdade, mas agora tinha o salário de recém formada em Marketing para provar o contrário. Sua vida estava longe de ser perfeita, se fosse, ela não teria tido que sair correndo para ajudar o irmão quando estava no meio de um encontro com um cara que conheceu no Tinder. Aliás, se sua vida fosse perfeita ela não estaria nem conhecendo caras no Tinder, e sim durantes viagens luxuosas para destinos exóticos.
Não que James fosse ruim, ele parecia ser muito legal, além de ser lindo. Ela quase não tinha acreditado quando encontrou o perfil dele após tantos tipos bizarros e literalmente surtou quando recebeu a notificação de match.
Ela queria realmente resolver aquilo o mais rápido possível para poder voltar para o seu encontro, fora que Lily ia matá-la caso não fizesse isso. Sua melhor amiga tinha passado a semana inteira falando que James podia ser um psicopata assassino e devia estar completamente furiosa por Marlene tê-la deixado lá no bar com o psicopata em questão, ainda mais quando isso estava atrapalhando a sua maratona de How I Met Your Mother.
Marlene não entendia muito bem a obsessão da amiga com aquela série. Não que ela não gostasse de seriados, ela gostava, principalmente quando tinham certos atrativos, como o Capitão Gancho de Once Upon a Time ou aquele Jamie de Outlander, mas o tipo de série que Lily gostava parecia ser bem sem graça.
Marlene tinha descido do táxi a alguma distância de onde o carro do irmão estava parado, nem ela sabia explicar o porquê. Talvez para poder se preparar psicologicamente para enfrentar o tal dono da moto que ela pôde ouvir xingando ao fundo quando Jeremy havia ligado, ou talvez para ter certa margem de distância para fugir correndo daquela confusão se fosse necessário. Ela ainda não conseguia avaliar os danos nos veículos daquela distância, mas só pelo porte da moto já estava sentindo que sairia daquele encontro falida, tinha sido muito ingênua em pensar que ia só estourar o limite do cartão.
"Olá, cheque especial!" — pensou quando finalmente chegou aos veículos e viu o quanto a moto era linda. Se a lógica do seu gosto para sapatos também se aplicasse às motocicletas (quanto mais ela amava o sapato, mais caro ele era) ela estava realmente ferrada, porque se aquela maldita moto fosse uma pessoa ela estaria naquele exato momento ajoelhada declarando amor eterno. Ela queria socar o seu irmão por ter ousado bater naquela maravilha e nem era só pelo dinheiro, mas também podia ser só porque ela sempre queria bater em Jeremy.
E foi exatamente isso que fez quando o viu encostado na lateral do carro enquanto mexia no celular, tão distraído que mal reparou quando Marlene parou ao seu lado.
— Ai! — ele disse sendo pego de surpresa.
— Idiota! — ela disse em meio a um suspiro de impaciência. — Será que não consegue sair com a porra desse carro uma vez sem se meter em encrenca?
— Por que você demorou tanto? — Jeremy perguntou não parecendo nada abalado com a bronca de Marlene. — A Kate está me esperando!
— Ah me desculpe, vossa alteza, se eu soubesse que a rainha o estava esperando teria vindo mais rápido. — Marlene disse cheia de sarcasmo dando um novo tapa no irmão. — Tô nem aí se a sua namoradinha está esperando! O que foi que você fez?
— Foi sem querer Lene, e foi uma batidinha de leve. O cara está exagerando! — Jeremy se defendeu no que a garota franziu o cenho e pela primeira vez foi até a parte traseira do carro para avaliar o estrago.
Realmente não parecia grande coisa, o para-choque traseiro do carro estava um pouco amassado e a moto tinha alguns amassados na lateral e a luz traseira quebrada. Ela respirou aliviada, talvez não acabasse completamente falida afinal de contas.
— E onde está esse cara? Ele chamou a polícia? — ela perguntou olhando em volta, queria resolver aquilo logo e voltar para o bar antes que James acabasse desistindo de esperá-la.
— Não, mas disse que ia chamar se ninguém aparecesse logo. Ele entrou na loja de conveniência. — Jeremy indicou a loja um pouco mais a frente de onde estavam parados.
— Ele não ficou preocupado que você fugisse com o carro? — Lene voltou a olhar para o irmão, no que percebeu que ele pareceu um tanto sem graça.
— Ele não tinha porquê se preocupar, já que tomou as minhas chaves até você chegar. — Jeremy respondeu no Marlene subitamente sentiu o seu corpo se encher de raiva. Quem esse idiota pensava que era? Jeremy podia ser um imbecil na maior parte do tempo, mas seja lá quem fosse esse cara não tinha o menor direito de intimidá-lo, só ela como irmã mais velha tinha esse privilégio. — Ele está voltando.
Jeremy voltou a indicar a loja às costas de Marlene e ela se virou já se preparando para brigar com o folgado que teve a audácia de pegar as chaves do seu irmão, mas quando viu quem era o tal folgado sentiu a sua convicção de brigar com ele vacilar.
Ele era lindo.
Mais do que apenas lindo. Como era mesmo que o Capitão Gancho de Once Upon a Time se definia? Ah sim, diabolicamente lindo!
Não havia melhor definição para esse cara, afinal não bastava o conjunto da obra ser perfeito: o rosto de um deus grego, com olhos cinzentos e brilhantes e aquele cabelo que parecia ser melhor que o dela caindo no rosto, além do corpo também parecer ser bem interessante. Ele também tinha aquele ar inconfundível de quem te levaria para o mau caminho e te faria nunca mais querer sair de lá. Marlene estava quase sem fôlego só de olhar para ele.
Ela se lembrou de Lily, que tinha pensado que James era do tipo que era bonito demais para usar aplicativos de namoro e Marlene havia discordado, ele era sim bonito, mas não nesse ponto. Naquele momento queria que a amiga estivesse ali para que ela pudesse mostrar esse cara para ela. Esse sim nunca teria um perfil no Tinder, aliás, ele era o tipo de pessoa de quem caras bizarros pegariam fotos para fazer um fake no Tinder.
Marlene despertou de seu devaneio quando percebeu que o estranho também estava olhando para ela, aliás, ele parecia estar dando uma conferida nela também. Percebeu que os olhos cinzentos dele percorreram seu corpo de baixo para cima, até encontrarem os olhos de Marlene e ele esboçou um sorriso torto antes de desviar o olhar para Jeremy, exibindo uma careta de deboche.
— Então foi ela que você chamou? — ele perguntou em meio a uma risada. — Eu já te achava um idiota quando pensei que estava ligando para o seu papai, e então quem aparece é a sua irmã?
— Como sabe que ela é minha irmã? — Jeremy perguntou, Marlene notou que ele estava levemente corado, o cara voltou sorrir com deboche.
— Sua namorada é que não poderia ser. Uma garota como ela nunca namoraria com você.
Não que Marlene não concordasse, mas aquela arrogância toda a estava irritando. Ela deixou escapar um suspiro de impaciência no que o olhar do estranho se voltou para ela, por um momento pensou que ele fosse falar alguma idiotice para ela também — e uma parte sua estava doida para que ele tentasse, diabolicamente bonito ou não, ela não estava disposta a aceitar nenhum tipo de desaforo — mas, para a sua surpresa, o estranho apenas sorriu.
— Oi, sou Sirius Black, o dono da moto que o seu irmãozinho aqui tentou destruir. — ele disse no que Marlene não retribuiu o sorriso.
— Destruir? Foi só uma batidinha de nada! — Jeremy protestou parecendo verdadeiramente indignado.
— Talvez eu devesse dar uma batidinha de nada na sua cara então para você ver como é. — Sirius disse se voltando para Jeremy, mas antes que ele fizesse menção de se mover na direção de seu irmão, Marlene já estava parada na sua frente com os braços cruzados a frente do peito e uma expressão ameaçadora.
— Oi, Sirius Black! Eu sou a Marlene e acho que você está com algo que pertence ao meu irmão. — ela disse estendendo a mão esperando que ele lhe entregasse as chaves. Sirius voltou a olhar para ela, primeiro franzindo o cenho e depois sorrindo levemente pelo canto dos lábios, a expressão arrogante sendo substituída pela de admiração por um instante antes que ele tirasse as chaves do bolso e entregasse a ela. Foi a vez de Marlene sorrir com deboche antes de passar as chaves para o irmão. — Obrigada.
— De nada. E eu não faria isso tão rápido se fosse você, esse carro na mão dele é uma arma!
Marlene estreitou os olhos na direção de Sirius, e até fez menção de abrir a boca para começar a defender o irmão e dizer a Sirius que ele não o conhecia e que não tinha o menor direito de falar de Jeremy com base em um acidente que era um caso isolado.
Era mentira, mas Sirius não precisava saber disso. A arrogância dele a estava irritando a tal ponto que ela estava disposta até a mentir pelo irmão, mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Jeremy a interrompeu.
— Lene, você termina de resolver tudo aí? — ele perguntou, Marlene se virou para encará-lo e viu que ele já estava dentro do carro e havia dado a partida. — É melhor eu ir logo, ou a Kate vai me matar! — Jeremy disse e antes que Marlene pudesse abrir a boca para protestar, ele saiu com o carro e deixou lá, de queixo caído e mal acreditando no que tinha acabado de acontecer.
— Eu sabia que ele era um cuzão. — Sirius comentou em meio a um dar de ombros. Dessa vez ela não tentou defendê-lo e apenas concordou com a cabeça, estava tão indignada que mal conseguia pensar em algo bom o suficiente para xingá-lo.
— Aposto que aquela namorada dele está sozinha em casa! — ela disse com os olhos faiscando de raiva, ainda observando o carro do irmão sumindo no final da rua.
— Isso explica porquê ele estava com tanta pressa. Foi assim que ele bateu na minha moto, aliás. — Marlene deixou escapar um suspiro, pelo menos não tinha passado a vergonha de ter tentando defender o irmão quando ele claramente não merecia. Voltou a olhar para Sirius decidindo que tentaria ser um pouco mais simpática.
— Você estava em cima da moto quando ele bateu nela? Ele te machucou? — ela perguntou no que Sirius a olhou parecendo levemente surpreso e Marlene percebeu que tinha sido muito mal educada em não ter perguntado isso logo no início.
— Não, eu não estava. — ele respondeu, pela primeira a voz estava livre de deboche. — Ele a derrubou quando deu ré para sair com o carro.
— Ótimo, menos mal se ninguém se machucou.
— Alguém se machucou, a minha moto! — Sirius a corrigiu embora não parecesse bravo e sim apenas disposto a provocá-la. Mesmo assim, Marlene não pôde evitar revirar os olhos.
— Ótimo, você é aquele tipo de maluco que trata a moto como se fosse uma pessoa! Não vai me dizer que também a batizou com nome de mulher?
— Não oficialmente, mas sempre achei que Titânia seria um nome legal. — Sirius sorriu com a sugestão, parecendo considerar a pergunta. Marlene não podia deixar de concordar que a moto até fazia jus ao nome, mas a vontade de contrariá-lo falou mais alto.
— Pensou em dar o nome de uma das luas de Urano para a sua moto? — ela perguntou franzindo o cenho. — Eu espero que você não tenha animais de estimação. Ou filhos.
— Você entende de astronomia? — ele perguntou parecendo surpreso.
— Só as partes que tem algo a ver com o meu signo.
— Você não tem cara de ser a louca dos signos. — Sirius comentou.
— Bom, você tem cara de ser o louco da motocicleta. E a conversa está boa, mas eu preciso ir. — Marlene disse em tom de quem encerrava o assunto. Lily já devia estar planejando o assassinato dela e James desistindo do encontro. — Como resolvemos isso? Eu faço um cheque? Você manda consertar e me manda a conta? Aliás, se você quiser chamar a polícia agora e mandá-los atrás do Jeremy eu posso servir de testemunha e ainda conto onde a namorada dele mora, seria bem-feito para ele aprender!
Ele pareceu se divertir com a disposição de Marlene em se vingar do irmão, mas mesmo assim concordou em resolver aquilo de uma vez e de forma amigável. Após trocarem todos os dados necessários, por fim ele disse que levaria a moto em uma oficina da sua confiança e depois que visse quanto o conserto custaria, entraria em contato para que ela fizesse o pagamento.
Foi só quando terminaram de acertar tudo que Marlene percebeu que não tinha como ir embora dali. Estava contando com Jeremy para levá-la de volta para o bar quando terminassem de resolver tudo e não pensou que ele fosse deixá-la na mão só para poder ir correndo transar com a namorada. Sirius tinha razão, Jeremy era um tremendo cuzão!
— Você quer uma carona? Eu tenho um capacete extra. — Sirius perguntou interrompendo seus pensamentos onde já começava a planejar o assassinato do irmão. Ou talvez contar para os pais que ele havia batido com carro e deixar que eles o matassem.
Marlene viu que ele já havia subido na moto, colocado o capacete e estava oferecendo o reserva para ela. Estaria mentindo se dissesse que não estava tentada a aceitar, afinal, só deus sabia quanto tempo ela teria que ficar ali parada esperando um táxi. Mas então pensou em Lily e suas paranóias, quem garantia que Sirius não era um louco homicida?
— Muito obrigada, mas não. — ela recusou
— Por que não? Para mim não vai ser problema nenhum te levar. — Sirius sorriu. Marlene havia tentado evitar pensar no quanto ele era bonito enquanto estava resolvendo aquela confusão toda, mas agora que estava livre do problema e ele tinha se mostrado muito menos difícil de lidar do que havia imaginado, ela não estava mais conseguindo evitar tais pensamentos com a mesma eficiência. — Eu ouvi seu irmão dizer algo sobre a Fleet Street quando te ligou, era lá que você que estava? Se for, eu estava mesmo indo para lá. — ele voltou a insistir no que Marlene franziu o cenho.
— Isso é que você diz, quem me garante que depois que eu subir na sua garupa você não vai me levar sei lá para onde, me matar e depois jogar o meu corpo numa vala?
— Eu não seria burro de matar a pessoa que vai pagar o conserto da minha moto. — ele riu em meio a um dar de ombros. Ela não pôde deixar de reparar como a risada dele lembrava um latido.
— Você pode vender meus órgãos no mercado negro para pagar o conserto, ou até comprar uma moto nova. — Marlene respondeu e depois se sentiu idiota por sugerir que alguém vendesse os seus orgãos. Por deus, Lily e suas paranoias realmente a estavam influenciando! Mas Sirius não pareceu achar que ela era esquisita por dizer isso, e continuava a sorrir parecendo estar se divertindo.
— Não é uma ideia ruim, mas daria muito trabalho e eu sou preguiçoso. Aliás, no seu lugar teria muita preguiça de ficar aqui em pé esperando um táxi com esses sapatos desconfortáveis. — os olhos dele voltaram a percorrer o corpo dela, parando nos pés, que calçavam sandálias vermelhas de salto alto.
— Eles não são desconfortáveis. — Marlene disse, mas era mentira. Ela já estava começando a se cansar de ficar em pé em cima deles.
— Tem certeza? — Ele perguntou mais uma vez e ela acabou se traindo ao dar mais um passo e por pouco não virar o pé graças a um desnível na calçada. Ela deixou escapar um suspiro impaciente, mas acabou aceitando o capacete e tentou ignorar o sorriso presunçoso no rosto de Sirius.
Ela colocou o capacete e subiu na garupa da moto atrás dele. Mal tinha acabado de apoiar as mãos em seus ombros quando ele as tirou de lá e fez com que ela segurasse em sua cintura com firmeza.
— É melhor você segurar aqui. — ele insistiu, a segurando quando Marlene fez menção de tirar as mãos de lá. — Pelo menos dessa vez, não seja uma aquariana teimosa e tente não me contrariar.
— Espera, como é que você sabe o meu signo? — ela perguntou se esquecendo de puxar as mãos depois de ouvir o que ele disse.
— Você falou das luas de Urano, que é o planeta regente de aquário então…
— Então você que é o louco dos signos! — acusou Marlene sem conseguir evitar sorrir. — Aliás, qual é o seu?
— Escorpião. — ele disse em meio a uma risada, como se soubesse que ela havia feito uma careta mesmo sem vê-la.
— Eu mudei de ideia, prefiro ir a pé! — Marlene disse, mas Sirius não lhe deu atenção e deu a partida na moto, mandando que ela se segurasse antes que arrancassem dali.
Uma das fantasias preferidas de Marlene — logo abaixo das viagens para destinos exóticos, onde ela conhecia vários caras lindos — era jogar tudo para o alto, comprar uma moto e sumir no mundo ao som de Highway to Hell, especialmente às segundas-feiras, quando tinha acabado de desligar o despertador e ainda estava deitada na cama encarando o teto. Mas aí ela se lembrava que se não fosse trabalhar nunca teria dinheiro para comprar uma moto, então acabava se levantando da cama e deixando a fantasia de lado.
Apesar de pensar nisso muitas vezes, já fazia muito tempo que Marlene não andava de moto, desde que seu irmão mais velho, Nate, tinha vendido a dele quando ela ainda estava no último ano da escola. Ela havia se esquecido do quanto gostava da adrenalina, logo que Sirius acelerou pela rua ela quase deixou escapar um grito empolgado, ao mesmo tempo em que se agarrava com força na cintura dele, depois afrouxando o aperto se sentindo um pouco sem graça, imaginando que ele devia estar rindo da cara dela.
Não pôde deixar de notar que ele parecia bem forte por baixo da camisa, e nem o quanto ele era cheiroso. Estava tão distraída com isso que mal notou que tinham chegado a rua onde ficava o bar. Marlene disse a ele onde ia descer e quando passaram pela frente do bar, ela pôde ver James e Lily conversando lá dentro através da janela. Sentiu uma pontada de culpa pelo tempo que havia demorado, com certeza Lily já havia planejado matá-la de forma lenta e dolorosa.
Sirius teve dificuldade para encontrar um lugar para estacionar, e acabaram parando um tanto longe do bar. Quando Marlene desceu da moto e tirou o capacete, ainda sentia o coração um pouco acelerado pela adrenalina e o rosto um tanto afogueado.
— Vejo que você gostou do passeio. — Sirius comentou. Ele parecia estar se divertindo com a expressão admirada no rosto dela. — Apesar de ter se assustado no início.
— Eu, assustada? — Marlene perguntou erguendo uma sobrancelha em desafio. Ele desceu da moto e tirou o capacete, ainda sorrindo.
— É, até me arranhou. - ele ergueu a barra da camiseta, revelando o abdômen definido, onde era possível ver três linhas vermelhas que só podiam ter sido feitas pelas unhas dela.
Marlene corou levemente, mas não conseguiu tirar os olhos dele. E nem era apenas porque a visão do abdômen de Sirius era extremamente tentadora, mas porque ele tinha várias tatuagens espalhadas por ele. A que mais chamou sua atenção era a de dois pássaros, localizados um de cada lado do quadril e que apareciam sugestivamente pelo cós da calça jeans.
— Bem aqui, está vendo? — a voz dele a despertou e Marlene voltou a olhar para cima.
— Desculpe. — ela disse um pouco sem graça.
— Eu não estou reclamando. — Sirius disse esboçando um sorriso um tanto sugestivo, do tipo que dizia que ele adoraria ser arranhado em outras partes e que fez alguns pensamentos não muito decentes passassem pela cabeça de Marlene. - Gostou das tatuagens?
A pergunta a pegou desprevenida e ela não pôde evitar corar levemente quando voltou a encará-lo, apenas concordando com cabeça.
— Você tem alguma? — ele pareceu parecendo verdadeiramente interessado.
— Não, já quis fazer na adolescência, mas as ameaças da minha mãe me fizeram desistir. — Marlene respondeu em meio a um dar de ombros.
— E você não quis contrariá-la? — ele provocou esboçando aquele sorriso torto que devia ser considerado ilegal. Marlene sorriu de volta, era impressão ou ele parecia estar flertando com ela?
— Você também não iria contrariá-la se visse a expressão assassina dela com um ralador na mão. — Marlene disse no que ele riu. Talvez estivesse, e ela talvez estivesse flertando de volta.
— Se um dia você mudar de ideia, pode me procurar. — Sirius disse deixando o capacete em cima do assento da moto e se aproximou, tirando um cartão do bolso para entregar a ela. Quando pegou o cartão, Marlene viu que era de um estúdio de tatuagem.
— Você é tatuador? — ela perguntou franzindo o cenho, até o momento não havia se perguntado o que ele fazia da vida.
— Só nas horas vagas. Meu emprego de verdade é matar pessoas e vender os órgãos no mercado negro, você me descobriu, a sua sorte é que por hoje eu já encerrei o expediente.
— Eu já desconfiava, é o tipo de emprego que pessoas de escorpião tem. — ela não resistiu a fazer a provocação no que Sirius ergueu uma sobrancelha. — O que foi? Eu estava falando sobre ser tatuador! E se eu um dia eu perder o medo do ralador da minha mãe eu prometo que te procuro!
— Eu posso te fazer um desconto. — ele deu mais um passo a frente, parando exatamente na frente dela. O sorriso torto e sugestivo continuava em seu rosto enquanto ele a olhava fixamente, Marlene sentiu o coração perder uma batida, constatando que ele definitivamente estava flertando com ela. E ela não estava achando nem um pouco ruim. — Acho que você ficaria linda com uma tatuagem pequena na nuca, ou atrás da orelha.
Sirius ergueu a mão, afastando o cabelo que cobria a sua orelha e depois desceu a mão pelo seu pescoço, Marlene não pôde conter um arrepio que percorreu o seu corpo com o toque dele e viu que o sorriso dele se alargou ao perceber a reação dela.
— Você sempre tenta transformar as irmãs dos caras que batem na sua moto em clientes? — ela perguntou sem conseguir evitar que um sorriso travesso se formasse em seus lábios, a mão dele continuava em seu pescoço, o polegar acariciando levemente os cabelos da sua nuca. Marlene não parava de se perguntar por que ele não a beijava logo de uma vez.
— Só as que eu quero beijar. — ele disse simplesmente.
E antes que Marlene pudesse responder com uma nova provocação, Sirius terminou a distância entre os dois, a puxando para um beijo feroz. Marlene correspondeu avidamente, não pensando em outra coisa além da vontade que sentiu de fazer isso desde que colocou os olhos nele e se esqueceu completamente que, não muito longe dali, Lily e James a esperavam dentro do bar.
