-Eu preciso falar com Li Syaoran! – Exclamou brava, levantando-se da cadeira que estava sentada até a pouco.
-Desculpe-me, ele está em reunião! – A secretária que falava com a jovem foi calma, enquanto terminava de digitar algo no computador. Voltou-se para a moça. – Ele poderá lhe atender só amanhã.
-Não tem amanhã que nada, é HOJE! – Bateu na mesa da secretária, fazendo alguns lápis e canetas voarem. – É sobre Kinomoto Sakura!
-O que aconteceu com Sakura?
Vou lembrar de você
Capítulo 1 – Acidente.
O homem parou, encostando-se no batente da porta. Cruzou os braços e passou a observar a garota. Olhou-a de cima embaixo. Cabelos longos, negros, batendo na cintura. Olhos violetas, expressando a raiva momentânea. Daidoji Tomoyo.
-Daidoji-san, o que aconteceu com a Sakura? – Perguntou, ainda controlado. – O que aconteceu com ela, Tomoyo? – Quase gritou ante a demora da moça.
Ficou sem palavras ao ver que Li Syaoran tinha escutado os gritos. Fechou os olhos, respirou fundo, apertou as mãos que ainda estavam sobre a mesa da jovem secretária. Tomou coragem. Não sem antes notar como Syaoran mudara. Estava alto, musculoso, usava uma camisa com uma gravata frouxa. Suspirou e logo após começou a falar.
-Ela sofreu um acidente, Syaoran-san. Um grave acidente, mas não é só isso. Preciso conversar com você, em particular. – O chinês apontou a sala. Esperou a japonesa entrar. Seguiu-a, fechando a porta em seguida. Um bichinho de pelúcia saiu voando da bolsa. – Kero-chan precisa falar com você... – Viu o guardião tentar interrompê-la – Mas primeiro eu. Ela sofreu um acidente, como já disse. Acabou perdendo a memória. Só lembra do sobrenome e do nome... Ela acordou, está conversando, com dificuldade. Os médicos acham que a qualquer hora algo a faça entrar em coma de novo.
-Sabemos que é a magia dela que está se enfraquecendo. Ela está para morrer, moleque! E nós precisamos dela. Viva de preferência. – Syaoran olhou para os dois. Kero estava enfraquecido e Tomoyo com o olhar cansado. Olhou para o retrato que estava em cima da mesa. Daidoji tinha os olhos de quem implorava a sua ajuda. Sakura era tudo para ele.
Sakura era muito forte, ele sabia que ela iria agüentar. Sentiu uma pontada no peito, algo estava errado. Voltou os olhos para as duas figuras que estavam ali, sentia os olhos arderem, queria chorar. Encarou o guardião, que estava pensativo. Não podia deixá-la morrer, teria que ser forte para agüentar a barra de ajudá-la. Sua mente borbulhava a procura de respostas para todas as perguntas que surgiam em sua mente. Seu coração batia descompassado. Já tinha se decidido.
-Eu vou ajudar, Tomoyo. – Ela tentou esboçar um sorriso.
O avião levantou vôo lentamente. Viu a paisagem passando rapidamente enquanto o avião ganhava velocidade. O céu começou a atingir um tom alaranjado, rosado. O Sol estava nascendo. Sentiu uma pressão sobre os ombros, Tomoyo havia adormecido. Ajeitou-a melhor e encostou-se à janela, fechando os olhos. Tinha passado a noite em claro, tinha que descansar para encarar a triste realidade que o esperava em Tomoeda. Os olhos chocolate fecharam, finalmente havia pegado no sono.
Acordou com algo batendo no chão. O avião tinha pousado. Acordou a japonesa, que ainda dormia. Enfrentar duas viagens de avião quase no mesmo dia era algo para poucos. A preocupação do que estava por vir estava estampada no rosto de Tomoyo e era visível em Kero, já que estava calado e ainda não tinha implicado com Syaoran.
-Li? – Chamou, enquanto estavam no carro em direção à mansão de Tomoyo. Virou-se para ela, apesar de manter o olhar vago, focado em algum lugar qualquer. – A gente vai passar no hospital primeiro, tudo bem para você? – Respirou fundo e soltou o ar lentamente.
-Tudo bem. – Passou as mãos pelos cabelos e voltou a cabeça para frente. Estava totalmente alienado do mundo, sem prestar atenção em nada. Dez minutos se passaram e o carro parou suavemente.
-Senhorita Daidoji, chegamos. Quer que eu a espere aqui fora? – O motorista observou-a pelo retrovisor.
-Não será preciso, pode ir. – Respondeu sorrindo e fazendo leves gestos com a mão. Abriu a porta do carro e saiu. Não tirou o sorriso do rosto quando virou-se para Syaoran que estava ao seu lado. – Preparado? Os médicos me ligaram, enquanto você estava pegando nossas bagagens, Sakura começou a dar sinais que estaria piorando de novo. Quando será que tudo isso vai acabar?
Ele ficou calado, enquanto andava em direção à recepção. Tomoyo correu atrás dele. O elevador estava demorando demais e começava a irritar o chinês, que batia o pé no chão. Ninguém nunca vira o rapaz assim: ansioso.
-Você acha que ela pode lembrar de mim, Tomoyo? – De canto do olho, pode observar a japonesa olhar para cima, vendo se o elevador chegava. O silêncio que se instalou ali começou a ficar incomodo. A moça sentiu os olhos embaçados e pequenas lágrimas rolaram delicadamente, marcando as bochechas alvas dela.
-Você sabe que é quase impossível, Syaoran. – A voz falhou, mas mesmo assim ele conseguiu ouvir, mesmo que a voz fosse baixa. A morena seguia com as mãos apertadas na altura do peito, deixando-as mais brancas do que já eram. – Quarto 603, por favor!
Os olhos fechados denunciavam que dormia profundamente. A máscara de oxigênio incomodava o rosto e deixava marcas, os aparelhos emitiam barulhos ritmados e calmos. Ela estava viva. Era possível escutar uma respiração no quarto. Alguém observava a garota sem parar.
-Hei, Touya, já cheguei. – Abriu a porta do quarto, desviando a atenção do rapaz para a jovem que entrava. Havia alguém com ela. Será que ela realmente tinha conseguido trazê-lo. – Pode ir descansar, você precisa. Se ela acordar eu te ligo, ok?
-Tudo bem. – Levantou-se da cadeira e espreguiçou-se. Passou pela porta, olhando feio para o rapaz que acompanhava Tomoyo.
Syaoran entrou no quarto. Viu uma escrivaninha cheia de flores. A cortina aberta deixava que a luz do Sol entrasse, iluminando o já claro quarto branco de hospital. Seu olhar recaiu sobre a cama. Sakura estava deitada, com vários aparelhos ligados a ela. O coração pulou dolorosamente no peito. Estava pálida, com alguns fios do cabelo caindo sobre o rosto. Os mesmo cabelos castanhos, apesar de agora apresentar algumas mexas loiras. Não sabia como estavam os olhos verdes-esmeralda da garota. Passou a mão pelos fios de cabelos que encobriam seu rosto, sua pele estava fria. Sentou-se na cadeira que antes Touya ocupava e pegou a mão de Sakura entre as suas, apertando-a.
Lentamente, as pálpebras da jovem iam se abrindo. Piscou uma, duas vezes para se acostumar com a claridade do quarto. Encarou o teto azul clarinho do hospital, para depois voltar à cabeça para quem pressionava sua mão. Com a mão que estava livre passou as mãos nos olhos. Tentou falar algo, mas a voz não saiu. Forçou mais um pouco.
-Quem... Quem é você? – Tomoyo pressionou o ombro esquerdo de Syaoran, tentando lhe passar força, mas a voz do rapaz simplesmente não saia, por mais que forçasse.
-Ele é um amigo, Sakura. – Soltou a mão de Sakura, levantando-se em seguida. Colocou as mãos nos bolsos da calça e se aproximou da janela com os olhos ardendo. – Ele estudou com a gente, Saki. – Ouvia de longe a conversa das garotas, estava muito abalado para prestar atenção em algo.
A pergunta de Sakura ecoava em sua cabeça. Sabia que enfrentaria isso, mas por que não se preparou para isso? Seus olhos âmbares estavam encharcados, a vontade de chorar era grande. Um vento bateu em seu rosto, fazendo com que seus cabelos rebeldes ficassem ainda mais desajeitados. Fechou os olhos, relembrando dos olhos verdes que amava. Tinha que ser forte. Não por si mesmo... Por ela.
N/A: OI GENTE, como anda a vida? Seguinte, vou repostar "VOU LEMBRAR DE VOCÊ". Mas primeiro vou esclarecer meu sumiço de 2 anos. Escrever sobre SCC perdeu a magia quando eu comecei a escrever sobre outra coisa, Jonas Brothers. Mas esses dias, foi batendo uma saudade de escrever sobre meu primeiro vicio, que eu vou voltar a escrever. VOU LEMBRAR DE VOCÊ vai seguir um rumo totalmente diferente do que antes, até porque eu não lembro como era a história inteira antes. Enfim, não sei quantos capítulo vai ter, não sei se vai curta, longa, enfim. To escrevendo por diversão, vou TENTAR postar uma vez por mês e vamo que vamo :D
