N/A: Fanfic novo! Um projeto tanto quanto... Diferente, uma vez que eu estou fazendo um AU dessa vez. Engraçado como são poucos os AU em português. oov Praticamente sem spoilers. Centrado no Brad e no Schuldig por razões óbvias (ver dedicatória). Divirtam-se!

Dedicado à Paty (Maho). Por que de novo? Porque prometi que escreveria uma fic BxS para ela. E ta-dá! Ei-la aqui.

Disclaimer: Weiß Kreuz não me pertence.


Monopoly
Capítulo 01


- Crawford-sama?
O referido homem ergueu a cabeça da sua mesa. Sempre metodicamente organizada e sem adornos excessivos, a mesa de mogno era apenas o reflexo de como era aquele escritório, e, por conseqüência, o seu ocupante também.
- Sim, senhorita Miyake?
A jovem japonesa, por volta dos vinte e três anos mordeu o lábio inferior, pensando no que diria. A mão esquerda ainda estava repousando sobre a maçaneta dourada da porta do escritório, enquanto segurava papéis contra o próprio peito com a direita. Sentindo o olhar de Crawford sobre si, a mulher falou.
- Uma pessoa deseja falar com o senhor, Crawford-sama.
- Uma pessoa?
- Hai. Seu nome é Schuldig. - o nome saiu com um sotaque muito esquisito. O americano balançou a cabeça. Japoneses e sua eterna dificuldade com nomes estrangeiros.
- Tem hora marcada?
- Não, senhor.
- Então me explique como ele está aqui para falar comigo, tendo passado pelo batalhão de seguranças e funcionários bem-treinados que temos aqui, exatamente para evitar que isso aconteça?
A secretária empalideceu, a maquiagem do seu rosto ficando quase artificial. Apertando os papéis quase a ponto de amassá-los contra o próprio corpo, a mulher se curvou e murmurou uma desculpa.
Um período de silêncio se seguiu na sala. Crawford levantou um pouco mais a cabeça, e seu olhar caiu no relógio que ficava na parede oposta. Faltava meia hora para o seu horário de almoço.
- Muito bem, senhorita Miyake. Deixe-o entrar. Mas lembre-se de não permitir isso novamente.
Agradecida, a mulher sorriu e fechou a porta delicadamente atrás de si. O americano esperava sinceramente que não fosse se arrepender dessa concessão.
Concessão que havia sido feita por causa do nome do estranho. Que não deveria ser nome, porque assim que sua secretária disse "Schuldig", a tradução apareceu na mente de Crawford, clara como a luz do sol que era filtrada pelas venezianas do seu escritório.
Culpado. Quem era aquela pessoa que se denominava "culpado"?
Antes que sua cabeça pudesse processar maiores informações, a porta se abriu e fechou rapidamente, admitindo um homem alto, que com passos rápidos se aproximou da mesa imponente e sentou-se logo na frente dela.
Seus olhos eram estonteantemente azuis, e o seu cabelo laranja, cor de fogo, era longo e liso, preso em um rabo-de-cavalo logo na altura do seu pescoço. Duas mechas longas estavam soltas na frente. Os lábios vermelhos e extremamente atraentes curvaram-se em um elegante sorriso, que ao mesmo tempo parecia deveras provocativo.
Ante tudo isso, Brad Crawford ergueu as sobrancelhas.

- Brad Crawford, eu presumo.
O estranho estendeu a mão, que não foi aceita pelo dono do escritório.
- Você "presume"?
- Sim. E posso presumir outras coisas tomando como base o jeito como fui examinado há segundos.
- E eu posso colocá-lo para fora daqui usando outros segundos.
Schuldig se inclinou na cadeira, alargando o sorriso.
- Muito bem, gosta de bancar o difícil? Os difíceis geralmente são os mais interessantes.
- E os que dispõem de mais métodos para se livrarem de inconvenientes.
O outro homem parou de sorrir.
- Tem razão. Muito bem, Crawford-sama... - ele imitou o sotaque da secretária japonesa - Schuldig.
O americano ergueu as sobrancelhas novamente.
- Já gastou dez minutos meus e ainda não me disse por que está aqui.
- Oh, me desculpe, Crawford-sama. - continuou usando o sotaque falso - Eu vim aqui para processá-lo.
Dessa vez, Crawford inclinou-se para a frente, apoiando o cotovelo na mesa e depois usando a própria mão como suporte para o seu queixo.
- É mesmo?
- Mesmo. - o outro inclinou-se para frente também - Não sei se conhece a minha fama.
- Não.
- Que pena... - Schuldig se afastou e suspirou dramaticamente - Nunca perco um caso, mister Brad Crawford. - ele pronunciou o nome do americano impecavelmente - E não será diferente dessa vez.
- Isso é o que veremos, Herr Schuldig.
O homem de longo cabelo flamejante sorriu abertamente, em seguida se levantando.
- O primeiro aviso já foi dado. As coisas só tendem a piorar, porque parece que o senhor - Schuldig carregou a palavra "senhor" de ironia - gosta das coisas realmente difíceis.
Crawford se levantou da sua cadeira de tamanho avantajado e extremamente confortável para longas horas de conversa, parando diante da porta de saída, mas sem abri-la ainda.
- Achei que gostasse dos difíceis.
O outro homem caminhou até a porta também, parando ao lado do americano.
- Ainda vai ter muito tempo para descobrir o que gosto, mister Crawford. Até logo.
- Espere. - o americano não abriu a porta - Primeiro me conte como chegou até o último andar do prédio, fazendo minha própria secretária me interromper para permitir sua entrada.
Schuldig permaneceu em silêncio durante segundos, até finalmente dizer:
- Acho que palavras não fazem justiça ao que quero demonstrar.
No minuto seguinte, Crawford viu-se prensado entre a parede e o corpo de Schuldig, os lábios do outro homem sobre os seus. Rapidamente, o contato se desfez.
O americano se desgrudou da parede, desamassando dobras que foram feitas no seu terno, em seguida balançando a cabeça.
- Entendo. Interessante técnica.
O outro homem abriu um sorriso longe de inocente.
- Danke. 1 Mas não se preocupe, foi o único a receber tratamento especial, afinal, é o chefe de tudo isso. - Schuldig gesticulou com uma mão livre, apontando o cômodo. Somente aí o americano notou que ele carregava uma pasta preta.
- Decerto sou o chefe.
- Foi o que disse.
- Nesse caso, sinto-me honrado. Porém... - Crawford abriu a porta - Espero não receber mais esse tipo de cortesia.
Schuldig saiu para a sala de espera, onde a secretária olhava o desenrolar das coisas com interesse velado, por detrás do monitor do seu computador.
- Você ainda mudará de idéia.
- Não vejo isso acontecendo.
- Mas eu vejo. Até mais ver, Crawford-sama. - mais uma vez imitando o sotaque nipônico, Schuldig deixou a sala de espera e rumou para a área dos elevadores, movimentando-se com uma graça quase inumana.
- Crawford-sama?
- Sim, senhorita?
- Está tudo bem?
O americano pensou o que responderia. Na verdade, ele não precisava justificar nada, mas...
- Sim, está. Sabia que ele era um advogado?
- Sim. - a japonesa concordou timidamente com a cabeça - Schuldig-sama é bastante conhecido.
Fazia sentido. Crawford estava no Japão há apenas duas semanas, ainda precisava aprender muito sobre as figuras locais.
- Entendo. Ah, sim. Ele deseja me processar.
A secretária abriu a boca em um espanto mudo, relacionando o processo às palavras que ouvira. Crawford manteve-se sem alteração no rosto, fechando a porta atrás de si. Olhando o relógio na mesa da sua secretária, sorriu satisfeito. Uma hora da tarde em ponto.
- Vou sair para o meu almoço.
A jovem japonesa apenas concordou com a cabeça, sem conseguir falar ainda.

1 Obrigado.

Continua...



N/A²:
O alemão e o inglês usados foram compreensíveis? oo Espero que sim. Mais para frente, quando aparecerem frases mais complexas, eu juro que coloco tradução. Porque eu não sei alemão. XD O meu site pessoal (que se encontra na minha biografia) também está disponibilizando este e todos os meus outros fanfics. Talvez os updates lá sejam mais rápidos, porque editar os textos aqui está ficando impossível. TT

Até o próximo capítulo,
Mari-chan.