Se amar é deixar a pessoa amada partir prefiro não amar.

Ao velo partir e me deixar nessa ilusão

Prefiro tê-lo aqui vinte e cinco horas por dia se possível mais,

Mas se por acaso tiver que partir,

Morrerei ao vê-lo ir.

Eu não acredito que escrevi isso, nossa isso é tão melodramático, imagina se me daria ao trabalho de escrever uma coisa dessas hoje, eu tenho mais o que fazer. Mal consigo um tempo para mim que fará um tempo para escrever poeminhas para quem não merece, eu hein, to fora! Ainda mais agora faltando dois anos para terminar a falcudade. Ah sim, não me apresentei, sou Serena Tsukino, tenho 20 anos e estou no quarto semestre de medicina, na verdade nunca gostei muito de medicina, pensava em ser professora, até quatro anos atrás, quando vi meus sonhos se destruírem na minha frente e não poder fazer nada para concertá-los prometi a mim mesma que seria médica, uma excelente médica e não precisaria sair do Japão para isso. Bem mas agora eu estou de férias e olhando as quinquilharias que guardo no armário. Há séculos que não mexo nessas caixas, acho que vou levá-las para o sótão, não posso me desfazer dessas coisas, entre elas está o meu broxe.

Às vezes fico pensando,

O que aconteceu comigo?

Lembro-me que vivia sonhando,

Comigo, contigo...

Sonhava com um futuro,

O meu futuro, o nosso futuro concreto,

A nossa vida,

O nosso amor

Hoje, não acredito no amor,

Como dizem:

O amor é uma flor roxa

Que brota no coração do troxa.

Eu amei muito, admito,

Mas também fui muito troxa,

Muito inocente acreditava em tudo

No amor que sentíamos um pelo outro

Na amizade que distribuía e recebia das minhas amigas

No futuro que construíamos juntos a cada dia

Amizade. Para mim, amizade não existe, não a amizade na qual acreditava há alguns anos essa é utópica, acredito no companheirismo, nada mais. O que acredita na verdadeira amizade é um tolo, e com certeza irá sofrer muito, por amigos aos quais abandonou seus sonhos e no momento em que precisa estes lhe viram as costas.

"Uma musiquinha"

-Alô! –atendo.

-Oi Rina, que cê' ta fazendo? –pela voz só pode ser a Keiko.

-Eu? To olhando umas caixas velhas por que? –indago.

-Não, eu tava pensando se tu não quer sair? –indaga-me ela.

-Aonde? –indago.

-Ah sei lá, a galera ta pensando em ir pra praia amanhã. –diz-me ela.

-É, pode ser que horas saímos? –indago.

-Não sei eu vou ligar por Kenji agora, tu pode me ligar daqui a pouco? –indaga-me ela.

-Ta, tchau. –digo.

-Tchau. –desligo o telefone e volto minha atenção para uma foto que estava em uma das caixas.Nela há uma menina muito parecida comigo, e o meu ex-namorado. Eu lembro e tê-la ganhado como presente de aniversário. Na época fiquei super-hiper-ultramega-power-flower contente, mas hoje... só não jogo fora por que tenho carinho pela menina. Ela seria minha filha...

-Serena, o que você ta fazendo? –indaga-me meu irmão ao ver-me saindo do quarto com as caixas.

-Vou levar lá pra baixo. –afirmo.

-Por que não paramos para conversar... –pede-me ele.

-Não tenho tempo Sammy –respondo.

-Você mudou muito. –começa ele.

-Ah, não me venha com essas... –digo descendo.

-Às vezes eu queria a minha irmã de volta, a de alguns anos... –disse ele de uma forma tão triste que quase me deu pena.

-Pergunte aos teus pais sobre ela. –digo deixando-o pensativo.

"Uma musiquinha"

-Alô!

-Oi Rini. –Mamucha.

-Mamucha... oi...como foi a viagem? –indago.

-Ótima querida, eu liguei para saber como você estava e marcar um dia para contar as novidade e se você quiser vir para cá... –mamucha, é uma senhora que conheci em um café, nos tornamos amigas, eu tinha 16 anos, e ela me ajudou muito, ela me deu carinho amor, me trata como se eu fosse sua filha e é por isso que a chamo de Mamucha, que quer dizer mamãe em um idioma que não lembro.

-Eu posso mesmo? –indago.

-Claro eu não prometi? –indaga-me ela.

-Ah, mamucha obrigada... –digo feliz.

-Que isso minha pequena...-só ela me faz sentir tão tranqüila... mamãe...

-Bem, eu vou arrumar minhas coisas e já vou indo, ta bom? –indago.

-Ah claro. Até logo! –desliga o telefone.

Coloco a caixa no sótão e volto correndo para o meu quarto. Finalmente vou ser livre. Sim, livre, ah sweet free, doce liberdade...

-Aonde você vai? –indaga-me Sammy.

-Não é da sua conta... –não quero que ele diga a Kenji e a Ikuko aonde eu vou, não devo satisfações a ninguém.

-Ai, não morde... –reclama ele saindo.

-Ah, não vem. Não enche... –afirmo saindo.

-Você mudou, algo aconteceu a você em Kyoto, só gostaria de saber o que foi... –ouço o sussurrar.

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Um jovem acabava de desembarcar no aeroporto internacional de Tókio, vestia um moletom vermelho e cinza escrito hip-hop em preto e calça jeans preta. Há quanto tempo não vinha a Tókio? A sua cidade, três anos? Quatro, talvez? Não tinha certeza, sabia apenas que decidira estender sua estadia no estrangeiro quando levou um chute da sua ex-noiva. Levara algum tempo até assimilar a idéia, mas ainda não entendia o motivo de ter levado um chute. Fora para o estrangeiro com a proposta de terminar residência em um país e agora viria a Tókio ajudar um ex-professor a dar aulas aos alunos do quarto semestre. Ele aceitara de bom grado, também aprenderia muito com isso.

"Que falcudade será que ela cursa?" –perguntava-se ele, sua mente ainda girava em torno da jovem de cabelos dourados que deixara para trás em busca de um sonho, e como se arrependia.

Ele a deixara para ir atrás dos seus sonhos esquecendo-se dos dela. Ela abrira mão dos sus sonhos por ele e o que ele fizera por ela? Nada. Não era de admirar que fora chutado, ele merecia...

Embora soubesse que ela tinha todo o direito de tê-lo largado, mas era estranho, faltava menos de um ano para ele voltar, por que faria isso? "Sei que não deveria fazer dessa forma, mas não quero mais te ver, não consigo mais pensar em NÓS, sinto repulsa ao pensar em nós, não agüentaria viver a ETERNIDADE com você, sinto muito, ADEUS, se voltar, Não volte por mim..." "Na carta dizia mais palavras duras... eu enviei-lhe mais duas cartas querendo saber o motivo, porém nenhuma resposta recebi... eu só desejo saber o motivo da mudança repentina." O jovem pega um táxi e da as coordenadas de seu apartamento.

-Você não tem cara de turista, veio a trabalho? –indaga o taxista.

-Sim e não, eu sou daqui, morei nos últimos anos no estrangeiro e agora voltei para trabalhar na universidade de Tókio. –responde o jovem.

-Saudade de casa? –indaga o motorista.

-Não só de casa. –responde o jovem.

-Ah, tens rapariga pra cá. –'chuta' o taxista.

-Não mais...- sussurra o jovem...

-Ah, mas Tókio tem muita rapariga bonita, e que regulam contigo... –dizia o taxista.

-Mas eu só penso em uma... –afirma o jovem convicto.

-ah, foi fisgado, meu puto também... –o jovem olhou assustado ao taxista... –meu filho, uma rapariga que estuda com ele desde o colegial...

-Serena...-sussurra o jovem, o taxista resolveu calar-se.

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Uma jovem caminhava normalmente pela rua, seus antigos amigos diriam que ela está triste, seus novos, festejariam sua alegria, sim ela estava alegre e a diferença entre seus novos e antigos amigos era só de 4 anos sim há quatro anos ela rompeu os laços que a unia com seus antigos amigos e conheceu os seus novos...

"BIII!"

-Ah, Señore Joaquim! –exclamou a jovem parando e indo falar com o carro que estava encostado próximo a ela.

-Señorita Serena como vai? –indagou ele.

-A pé... –respondeu ela sarcástica. –E o senhor?

-Uma rapariga bonita como tu a pé? Não queres uma carona? –indagou ele.

-Sr. Joaquim está trabalhando... –afirma ela.

-Por mim não tem problema... –disse o passageiro.

-Bem, está bem. –disse ela entrando pela porta traseira. Olhando assustada ao passageiro.

-Eu sou Darien Chiba. –apresentou-se ele.

-Sou Serena... –respondeu ela.

-Serena de que? –indagou ele.

-Apenas Serena...

There's not much going on today
I'm really bored, it's getting late
What happened to my Saturday
Monday's coming, the day I hate

(Não tem muita coisa acontecendo hoje
Eu estou realmente aborrecida, está ficando tarde
O que aconteceu com o meu Sábado?
Segunda-feira chegando, o dia que eu odeio)

Está me achando diferente? Claro que esta, veja o que você me fez, veja o que eu me tornei! É tudo em parte sua culpa se você estivesse lá...


sit on the bed alone, staring at the phone
He wasn't what I wanted, what I thought, no
He wouldn't even open up the door
He never made me feel like I was special
He isn't really what I'm looking for

(Sentada na cama sozinha, olhando fixamente para o telefone
Ele não era o que eu queria, o que eu pensava, não
Ele não iria nem abrir a porta
Ele nunca me fez sentir como se eu fosse especial
Ele não é realmente o que eu estava procurando)

Você não foi capaz de um telefonema, nada, eu esperei eu chorei eu esperneei, eu gritei, mas você não estava ali, que tipo de cavalheiro é você? Eu estou sozinha e tudo o que fiz foi amar você...

This is when I start to bite my nails
And clean my room when all else
bails
I think it's time for me to bail
This point of view is getting stale

(Isso é onde eu começo a roer minhas unhas
E limpo meu quarto quando tudo falha
Eu acho que é a hora da minha fiança
Esse ponto de vista está ficando velho)

Eu não tinha o que fazer, eu me senti tão perdida, tentei ocupar o meu tempo, não pensar em você. Esquecer a realidade para não enlouquecer, mas eu não consegui sem você...

Uh ah uh uh uh ah uh ah
uh ah uh uh uh ah uh ah

Na na na na na, we've all got choices
Na na na na, we've all got voices
Na na na na na, stand up make some noise
Na na na na, stand up make some noise

(Na na na na na na, todos nós temos escolhas
Na na na na, todos nós temos vozes
Na na na na na, levante-se e faça um pouco de barulho
Na na na na, levante-se e faça um pouco de barulho)

Você fez a sua maldita escolha, e eu tive apenas de aceitar... meu futuro é negro e meu passado agora é branco, meus sonhos? Não sei...

Like I was special
'cause I was special

(Eu parecia especial, porque eu era especial)

Eu era... por que eu era feliz, eu era normal...