Disclaimer: Naruto pertence há Masashi Kishimoto.

Par: Naruto x Sasuke.

AVISO: YAOI - relação sexual entre individuo do mesmo sexo. Se não gosta, não leia.


Casamento por Conveniência

1

Aos meus dezesseis, dezessete anos eu era feliz e não sabia. Estou numa pior; sou viúvo, tenho dois filhos excelentes e um emprego relativamente bom. O que faz da minha vida uma droga? A porcaria da apólice de seguro. Deus! É nessas horas que eu me pergunto por que tanta burocracia, já não basta ter que enfrentar um enterro e meus filhos me perguntando por que a mãe deles não volta. Se eu soubesse que a vida adulta era tão... Problemática como diria meu querido amigo Shikamaru, preferiria ter ficado como adolescente risonho e amigável que eu era antes. Bem eu ainda sou risonho e alegre (na medida do possível), mas agora eu tenho filhos e com eles uma porção de problemas e responsabilidade.

Agora mesmo estou tratando de um. A mulher da apólice de seguro me olha como seu eu fosse um débil metal, e me explicava pela décima vez algo que já havia entendido, mas que não queria compreender.

- Então você está me dizendo que a única maneira de eu mexer na apólice é se eu voltar a me casar?

- Exatamente Senhor. Ou então o senhor pode esperar dez anos. – Ela ajeitou o maldito ósculo de novo, e deu aquele sorrisinho afetado. No entanto, eu não deixei me irritar, não podia me irritar.

Remexi no cabelo, deixando em completa desordem e dei um largo sorriso.

- Obrigado pela sua ajuda. – falei com bom humor, me levantei e acenei com a mão. A vida adulta era deveras difícil.

Assim que saiu de lá, desfiz minha cara de bom humor, meus ombros estavam baixos. Estava arrasado. Era o décimo pedido recusado pelo seguro. Encontrava-me perdido, quase desanimado. Mas não desistiria afinal, não era atoa que meu nome era Naruto Uzumaki!

Com animo renovado, cheguei em casa e estava vazia (as crianças ainda estavam na escola), tirei os sapatos troquei por pantufas, caminhei até a TV e deixei num canal qualquer. Fui até a cozinha preparei uma coisa rápida para forrar o estomago e fui para a secretária eletrônica. Dois novos recados.

- Olá! Não estamos em casa, deixei o recado após o bip. *BIP*BIP – suspirei entristecido ao escutar a voz feminina dando o recado. Teria que mudá-lo – Olá Naruto é o Neji Hyuuga. Soube que está tendo problemas com a apólice de seguro, se precisar de uma consultoria saiba que estou disposto a ajudar. Hinata e eu esperamos a sua ligação... – por um momento me permitir sorrir, esperei o resto da mensagem. Não era muito longa, me desejava o melhor e que sentia muito pelo ocorrido. Apaguei-a e fui para a seguinte.

- Naruto as crianças saíram mais cedo e estão na minha casa. A problemática da Temari está convida... – ele parou no meio da frase, escutei a voz feminina de Temari gritando um "convida com ele" e Shikamaru resmungou "era o que eu ia fazer" – A Tema está te convidando para o jantar vai ser servido lá pras oito. Então até mais tarde.

Ao escutar a última mensagem, peguei o telefone e disquei para o mesmo e quem atendeu foi Temari.

- Olá, Temari. Obrigado pelo convite.

- Oh, De nada Naruto. "Shikamaru olhe as crianças!" – berrou e eu quase fiquei surto – Desculpe por isso Naruto. É que ás vezes Shikamaru é pior que as crianças.

- Tudo bem. – disse no meu tom costumeiro. Saber que podia contar com os amigos sempre renovava meu humor. Despedi-me rapidamente e cai no sofá analisado o que poderia fazer. O relógio na parede marcava 17h40 há essa hora as crianças já estariam aqui fazendo a maior algazarra com direito a guerra de travesseiro e tudo. Pus-me de pé e andei pela casa arrumando a bagunça que as crianças haviam feito pela manhã, quando terminei fui para o quarto tomei um banho relaxante, coloquei um roupão, e voltei para a sala me arremessei no sofá. Peguei o controle remoto e mudei de canal aleatoriamente, até que uma passeata me chamou atenção:

"GRUPO GLS LUTA POR DIREITOS IGUAIS."

Agora eles podem ser casar e são reconhecidos pelos governantes.

Algo na minha cabeça soou. Eu me lembrei das palavras da mulher de sorriso afetado "Você só tem que casar" "casamentos GLS reconhecidos pelo governo..." e... Bingo! Se eu cassasse com um amigo, e o governo aceita-se o grupo de seguro não poderia se negar a mudar a apólice... Meu coração quase salta do peito a uma nova perspectiva. Uma esperança. Me vi eufórico como a muito tempo não acontecia, senti a estranha necessidade de debater essa possibilidade para alguém, me arrumei rapidamente e corri para a casa de Shikamaru.

A casa deles não era muito diferente da minha, composta por um corredor que ligava a sala e a cozinha, um banheiro em baixo (para as visitas), um quintal amplo, dois quartos e um banheiro em cima para os moradores. Tinha um espaço bom, e aconchegante. Bati três vezes antes de Temari me receber com um bebê gorducho e rosado nos braços, sorriu e me convidou a entrar acenei com a cabeça e entrei. Ela fechou a porta e fomos por um corredor estreito, na parede as fotografias da família enfeitavam e davam um ar familiar. Seguimos até o final do corredor e entramos na sala onde Shikamaru brincava com as crianças, assim que me viram, soltaram o vídeo-game e me abraçaram. Sorri, passei a mão na cabeça de ambos e voltei a para fitar Shikamaru.

- Espero que eles tenham se comportado.

- Eles se comportaram muito bem. – Temari gritou da cozinha e Shikamaru concordou com a cabeça. – Eles sempre se comportam muito bem.

Meu peito se inflamou e cheio de orgulho isso sempre acontecia quando falavam dos meus filhos. Daichi, o mais velho, tinha a personalidade muito parecida com a minha, no entanto, no aspecto físico ele era incrivelmente parecido com a mãe com seus cabelos negro-azulados e olhos caramelos. Já Aiko, possuía a os genes de ambos, podia se dizer que tinha uma pitada de personalidade dos dois, embora normalmente fosse calma, as vezes tinha ataques explosivos (nada que eu não pudesse controlar com jogo de cintura), fisicamente ela era um retrato vivo de mim, cabelos loiríssimos (na altura das costas), olhos azuis (talvez um pouco mais escuros que o meu), e as três perceptíveis marcas na bochecha.

Pigarreie e voltei minha atenção para a Shikamaru.

- Herm. Shikamaru posso falar com você um instante?

- Claro. – ele se levantou do sofá e deixou as crianças brincando. – Se comportem.

Passamos por Temari, e paramos no quintal. Shikamaru se apoiou na parede e cruzou os braços sobre a cabeça, e fiquei parado na porta. Não queria que ninguém escutasse a nossa conversa por isso comecei a falar num tom mais baixo que o habitual.

- Você conhece um pouco de leis não é Shikamaru?

- Sim. Conheço uma coisa ou outra.

- Certo. - fitei os meus pés como se tivesse algo realmente importante neles. – O que você sabe sobre casamentos gays?

Ele cruzou as pernas, puxou um cigarro, colocou-o na boca e o acendeu com o isqueiro. Aspirou a fumava e soltou-a levemente. Como o vasto conhecimento que tinha, sabia que ele estava pensando.

- Não conheço muito sobre esse assunto. Tudo o que sei é que no nosso estado é admitido o casamento homossexual. E eles têm o mesmo direto dos outros casais. Acho que você deveria perguntar isso ao Neji, ele é um advogado e deve saber mais sobre esse assunto que eu.

Esse era o Shikamaru. Não importava o quão problemática fosse à pergunta, ele dava a resposta com a mesma simplicidade.

Depois, ele apagou o cigarro e nós entramos. A comida já estava na mesa e as crianças sentadas, só esperando para serem servidas. O jantar foi ameno, a comida estava maravilhosa (como sempre), as crianças bagunçavam enquanto comiam e faziam questão de falar de boca cheia, nós os repreendíamos e poucos minutos depois eles voltavam a fazer a mesma coisa. A noite terminou bem, nos despedimos e fomos para a casa a pé. Nossas casas não ficavam menos de um quarteirão de distancia. Chegamos em casa e mandei as crianças diretamente para o banho, Aiko foi primeiro, tomou um banho rápido e saiu enrolada numa toalha cor de rosa, enquanto isso Daichi entrava no banho, coloquei um pijama e a pus para dormir. Fui até o banheiro e Daichi já estava vestido com seu pijama azul e pronto para ir para a cama.

Quando cheguei ao quarto Aiko já estava dormindo, fiz o mesmo com Daichi, dei um beijo na testa e lhe desejei boa noite. Ele sorriu e esfregou os olhos devido ao sono, sai do quarto e deixei a porta meio aberta (eles não gostavam de ficar completamente no escuro), quando cheguei ao meu quarto, me joguei na cama, tirei os sapatos e desmaiei na cama.

Acordei pontualmente as 6h00, fiz minha higiene matinal (com direito a um banho revigorante), coloquei uma camisa branca com um redemoinho laranja, uma calça azul-marinho jeans. Fui para a cozinha, preparei o café da manhã e em seguida acordei as crianças. Primeiro fui até a cama de Aiko (ela sempre demorava mais no banho por isso era a primeira a levantar), sacudi levemente seu ombro até que ela acordou, abriu seus imensos olhos azuis e me fitou sonolenta.

- Bom dia, princesa. – cumprimentei-a com um sorriso de orelha a orelha - Está na hora de acordar. – disse amavelmente. Ela concordou com a cabeça, ergueu-se da cama até ficar sentada, me fitou longos segundos antes de achar suas pantufas no chão, pegar suas roupas de escola e ir para o banheiro.

Em seguida fui para a cama de Daichi, o coberto cobria-lhe todo o corpo, até hoje não sei como ele consegue respirar. Sorrateiramente andei até pé da cama, descobri os pés pequenos e comecei a fazer cosquinhas. Ele se contorceu sobre o edredom, até que começou a gritar:

- AHAHHA... PARA! PARA! – eu parei.

- Bom dia.

- Bom dia. – respondeu como um homenzinho. Ele estava crescendo tão rápido.

- Quando sua irmã sair do banheiro vai ser a sua vez, então não volte a dormir está bem?

- Tá. – respondeu revirando os olhos. Dei um tapinha fraco nos ombros dele e me levantei, arrumei a cama de Aiko e sai do quarto.

Uma hora depois ambos já estavam arrumados e sentados na bancada enquanto se serviam do seu serial favorito e complementavam com leite. Eu lia o jornal do dia anterior e tomava uma xícara de café.

- Vamos?

- Sim. – eles assentiram e saltaram do pequeno banco.

Percorremos um espaço pequeno até o meu carro popular, eles subiram e eu afivelei o cinto de segurança de ambos. Com um ronco baixo nos partimos, coloquei numa estação de radio local e me dirigi para a escola. Não tivemos nenhum contra tempo, exceto encontrar uma vaga para o carro, fui xingando uma duas vezes por pais histéricos, mas dei de ombros e levei meus filhos para a escola. Um GRANDE erro (fui descobrir depois), quando voltei meu lindo carrinho estava com um tremendo arranhão na lataria. Fechei as mãos e contei mentalmente. Sem estresse Naruto, repeti como um mantra. Não deixaria nada estragar meu bom humor de hoje.

Entrei no carro e fui direto para o escritório de Neji. O quanto mais rápido resolvesse isso melhor. Estacionei o carro (dessa vez na vaga certa), botei no alarme e entrei no grande edifício com um "H" dourado na frente.

- Bom dia. Em que posso ajudá-lo?

- Gostaria de falar com Neji Hyuuga. É Naruto Uzumaki, ele sabe do que se trata.

A recepcionista sorriu delicadamente, discou o numero da secretária de Neji, e poucos minutos ela já estava com o resultado.

- O Senhor pode subir agora.

- Obrigado. – Fui para o elevador e procurei o nome de Neji e o andar onde ele ficava. Soltei um assovio de admiração; ele ficava na cobertura.

O prédio em si já era muito luxuoso (bem mais do que por fora) a sala de Neji devia ser tudo de bom. Esse era o bom de ser o herdeiro de uma grande casa. Os Hyuugas eram muito conhecidos pelo ramo da advocacia e negócios em geral, eram muito ricos e famosos por manterem sua linhagem 'pura'. Quero dizer, Hyuugas só se casam com Hyuugas. Neji era uma prova disso, ele se casará com Hinata.

O elevador abriu, e eu entrei rapidamente. Apertei o andar, e enquanto esperava fiquei escutado a musica do ambiente. Era calma e relaxante tudo o que precisava naquele momento. Fechei os olhos e quanto voltei abri-los, a porta já estava aberta e as pessoas me olhavam com estranheza, fiquei um pouco sem graça, abaixei os olhos e sai. Cheguei à mesa de sua secretária, me identifiquei, ela ligou para Neji e logo depois concedeu a minha passagem.

Como havia imaginado, a sala era grande e muito luxuosa. Neji estava sentando na poltrona confortavelmente quando me viu e veio me cumprimentar, abriu um sorriso – pequeno – porém sincero e me indicou uma cadeira a qual eu poderia sentar. Ele voltou para frente da mesa.

- Como está a família? – perguntou cordialmente.

- Está bem.

- Quer algo para beber?

- Errm. Não obrigado. – recusei com uma timidez não muito típica. A verdade era que estava ansioso para debater a possibilidade do casamento. Ele acenou levemente com a cabeça foi até o bar e pegou um uísque para si. Comecei mansamente, aquela era uma questão delicada. – Neji. – eu parei e repensei, era melhor mandar tudo na lata. – É possível eu refazer a apólice me casando com um homem?

Subitamente seus olhos se arregalaram e seu rosto ficou corado, muito corado.

- Você está bem? – perguntei preocupado. A vermelhidão em seu rosto aumentava cada vez mais, e estava começando a me assustador.

- Estou. – respondeu depois de longos segundos, seu rosto já havia voltado ao normal. – E respondendo a sua pergunta anterior, sim é possível refazer o seguro se você se casar, - ele parou e enrubesceu. – mesmo se essa pessoa for um homem.

- Oh... – me senti instantaneamente aliviado e me permiti sorrir. – Isso é bom.

- Mas devo lhe avisar. O governo é muito rigoroso quanto a isso. Vocês vão ter que provar que o casamento é a valer. Ele terá que morar em sua casa, o governo fará uma entrevista com as crianças para saber se está tudo bem, talvez fusse o seu lixo, entre outros transtornos. E você só poderá modificar a apólice depois de um ano, que é o tempo que o governo demora em analisar tudo. Seja lá o que você for fazer Naruto, pense bem. Se descobrirem que é uma farsa além de você não conseguir o que quer, você também ira conseguir um grande processo do estado.

- Tudo bem. Obrigado pelos conselhos.

Deixei o escritório com uma idéia louca se formando em minha mente. Finalmente eu estava vendo a luz no fim do túnel.

Continua...?