Nossos Momentos

Por Pamhalpert

Traduzida por Serena Bluemoon

Tradução autorizada pela autora!

Disclaimer: A autora, Pamhalpert, não possui Harry Potter, apenas o plot desta fic. A tradutora, Serena Bluemoon, não possui nem Harry Potter, nem o plot, apenas o trabalho de traduzir. Nenhuma das supracitadas ganha qualquer coisa além de comentários e satisfação pessoal.

Aviso: nome de personagens mantidos no original; um ou outro termo será mantido no original, mas a idéia é traduzir o máximo possível deles.

A fic original ainda está em andamento, então as atualizações daqui não dependem apenas de mim. Tenham isso em mente.

Espero que gostem tanto quanto eu gostei, e comentem!

Capítulo 1

Promessas

Lily estava entediada. Essa era a coisa que ela menos gostava sobre ser Monitora Chefe, de longe. O Professor Dumbledore tinha pedido que ela e James começassem a fazer rondas duas vezes por semana. Os outros professores estavam fazendo as rondas das altas horas, mas antes do toque de recolher eram os monitores e monitores chefes que mantinham os corredores seguros. Então, ela e James fizeram uma escala de qual monitor iria patrulhar os corredores em quais noites. Antes dessa noite em particular, não tinha sido tão ruim. Ela e James tinham conversado loucamente sobre nada em particular. Ele a faria rir e essa era uma boa pausa da monotonia dos corredores desertos.

Ela tinha que admitir que trabalhar com James não era tão horrível quanto ela pensou que seria, no começo do ano. Ela quase tinha começado a chorar quando a professora McGonagall a informara que o Monitor Chefe não era Remus Lupin (como Lily suspeitara que seria), mas James Potter. Ela tinha demorado algumas semanas, mas ela eventualmente percebeu que James tinha mudado. Não apenas isso, mas para sua surpresa, ela percebeu que não apenas gostava de sua companhia, mas também passara a vê-lo como amigo.

Eles se divertiram nas últimas duas semanas (ou, ao menos, tanta diversão que se pode ter andando por corredores desertos por três horas) nas suas patrulhas noturnas. Na última quinta-feira eles finalmente encontraram algo interessante. Eles encontraram dois alunos da Corvinal, do quinto ano, se beijando atrás de uma estátua. James tinha rido silenciosamente, enquanto Lily retirava cinco pontos de cada um deles e os mandava de volta para seu Salão Comunal.

- Eles só estavam se divertindo, Lily. – ele provocou, ainda rindo com as bochechas coradas dela. – Você não precisava ser tão dura com eles.

- Um de nós precisa ser o responsável. Você sequer tentou me ajudar. – ela fingiu estar brava, mas não se importou realmente em ficar chateada com ele. Além do mais, ainda havia uma hora para eles patrulharem e ela não queria passá-la brigando.

- Bem, seria hipócrita da minha parte punir alguém por causa disso. – ele falou lançando um sorriso divertido na direção dela. Ela o olhou com o nariz enrugado, seus olhos verdes o medindo criticamente.

- Você me enoja, às vezes, sabia? – ele riu alto perante sua reação.

- Aw, qual é. Não me diga que você nunca ficou encantada por esse cenário incrivelmente romântico. Não há nada melhor do que cantos sujos, cobertos de teia de aranha para entrar no clima. – ele disse sarcasticamente. Lily olhou para ele e balançou a cabeça. – Sério? Ninguém nunca sequer te tentou fazer beijá-lo em um correr deserto e escuro? – ele ergueu as sobrancelhas para ela sugestivamente. Lily ficou quieta por um momento, e então sorriu timidamente.

- Alguém tentou uma vez... Ele ficou na enfermaria pelo resto do dia. – James teve que rir perante isso, e eles continuaram conversando animadamente pelo resto da noite.

Mas ao invés daquela brincadeira amigável, essa noite ela se viu perambulando sozinha pelo corredor do terceiro andar, com nada para distraí-la, além da memória da pilha de lição de casa que tinha que fazer essa noite. Ela e James, junto com alguns outros professores, tinham ouvido rumores de que alguns alunos (conhecidos como Sonserinos) estavam atacando outros alunos desatentos (conhecidos como nascidos trouxas e "traidores de sangue") e decidiram que, enquanto seria perigoso estarem separados, conseguiriam patrulhar mais corredores e, esperançosamente, pararem os ataques antes de acontecerem.

Pela primeira meia hora do turno dessa noite, ela estivera alerta, ouvindo tudo, desde os murmúrios dos quadros até as folhas se mexendo do lado de fora. Sua mão estivera tensa ao redor de sua varinha, pronta para atacar. Mas conforme os minutos passavam e ela não encontrava ninguém, sua mente começou a vagar e sua varinha acabou no seu bolso traseiro.

Ela estava prestes a olhar seu relógio novamente, quando ouviu o som abafado de vozes à sua frente. Ela assumiu que era, provavelmente, James ou um dos outros dois monitores falando com alguém, mas sacou sua varinha mesmo assim, só para garantir. Quanto mais ela se aproximava do som, ela percebeu que os sons eram mais violentos. Ela não conseguia ouvir feitiços, mas o que parecia mais como socos e chutes.

- Lumos! – ela murmurou, uma luz aparecendo na ponta de sua varinha. Ela começou a andar um pouco mais rápido, mas ainda permaneceu quieta. Ela ouviu o som distinto de imprecações e soube que estava se aproximando. Ela virou a esquina do corredor, sua varinha erguida, pronta para amaldiçoar alguém, quando o rosto de Severus Snape foi iluminado pela luz de sua varinha.

Ela não hesitou muito, mas o bastante para ele gritar:

- Corram! – para os outros dois garotos que estavam com ele atenderem seu aviso. Ela balançou sua mão e mandou um feitiço atordoante na direção deles, mas errou, quando eles escorregavam pelo corredor. Ela considerou, momentaneamente, de ir atrás deles, até que ouviu um gemido de quem quer que eles tinham batido.

Ela arrastou o pé até ele, mas continuou a olhar o corredor, para se garantir de que Snape e seus dois amigos não estavam voltando. Finalmente, ela olhou para a figura deitada contra a parede, e percebeu, com horror, quem era quando viu o cabelo bagunçado e os óculos de aro fino quebrado.

- James! Oh meu Deus, o que aconteceu? – ela perguntou, correndo os últimos passos até ele e se ajoelhando ao seu lado. – Você está bem? – sua voz estava trêmula assim como suas mãos, enquanto ela, ansiosamente, tentava ajudá-lo a se sentar. Ele gemeu novamente e segurou suas costelas, antes de voltar a se deitar. Ela puxou a cabeça dele para seu colo, de modo que ele não a estivesse apoiando no chão gelado de pedras, e tentou avaliar sua aparência.

Ele estava sangrando... Bastante. Seu lábio estava estourado e havia dois pequenos cortes sobre seu olho esquerdo e na ponte do nariz. Ele também parecia ter sido jogado no chão em algum momento, por que tinha sangue em seu cabelo.

- Nunca estive melhor. – ele falou com uma careta. Ele tentou sorrir para ela, mas estremeceu quando o movimento forçou seu lábio machucado. Ela girou os olhos.

- Por favor, não tente ser valente. – falou, quando ele tentou se sentar novamente, dessa vez conseguindo com a ajuda dela, embora a expressão de dor em seu rosto não a fez se sentir melhor. – O que aconteceu?

- Eu estava andando, sem prestar atenção, e um deles veio por trás e segurou meus braços, e os outros dois começaram a me bater para caramba. Aparentemente, eu fiz algo que irritou um desses caras... Geralmente, eu considero bastante pessoal quando alguém me soca, ao invés de lançar um feitiço.

- Isso é algo que acontece bastante com você? – Lily perguntou, tentando parecer casual, mas não conseguindo. Ele deu uma breve risada, mas estremeceu e segurou sua lateral novamente.

- Acho que quebrei uma costela. – ele falou entre dentes cerrados.

- Você viu quem foi?

- Snape, Avery e Mulciber... Quem mais?

Depois de um momento de silêncio, Lily se levantou e foi para trás de James.

-Vem, vamos para a enfermaria. – falou, pondo as mãos sob os braços dele e tentando ajudá-lo a se levantar. Ele se ergueu e gemeu, segurando seu lado direito. Lily passou o braço esquerdo dele por sobre seus ombros, para ajudá-lo a se portar, embora ela soubesse que se ele caísse, ela não conseguiria fazer nada sobre isso.

- Eu não preciso ir para a enfermaria, eu vou ficar bem. Apenas me leve de volta para o Salão Comunal.

- James, você está com uma costela quebrada! Você precisa que a Madame Pomfrey te conserte. – Lily protestou.

- Eu posso me consertar. – James respondeu teimosamente.

- Eu sei como emendar ossos, também, mas Madame Pomfrey é melhor nisso do qualquer um de nós dois e...

- Não insulte minhas habilidades. Eu aconteço de ser ótimo quando se trata de emendar ossos. Eu tenho um monte de prática. – ele interrompeu, dando um meio sorriso para ela. Ela suspirou e olhou para ele.

- Agora não é hora de brincadeiras... Você pode estar seriamente machucado. Você pode ter uma concussão ou um órgão perfurado ou...

- Lily, eu não vou dar à esses caras o prazer de saber que eles me mandaram para a enfermaria... Isso é humilhante do jeito que é. – Lily suspirou novamente, claramente exasperada.

- É sobre isso que se trata? Você está mais preocupado com a sua reputação do que com seu bem estar físico? – ela soou frustrada e permaneceu em silêncio por alguns momentos, enquanto eles davam alguns passos pelo corredor. – James, por favor, por favor, você pode estar seriamente ferido. Se você se importa com a minha sanidade, você vai para a enfermaria e, ao menos, vai deixar Madame Pomfrey te checar. – ela implorou.

Ele parou de andar e olhou para seus olhos verdes pidões e considerou por um momento. Ela parecia genuinamente preocupada, e ele se preocupava com a sanidade dela. Para não mencionar que a costela realmente o estava incomodando.

- Ótimo, vamos. – falou, arrastando-a para a enfermaria agora.

- Obrigada. – Lily sussurrou.

- MmmHmm – ele murmurou. – E só para constar, eu não estava tentando salvar minha reputação. Eu não podia me importar menos sobre o que todo mundo nessa escola pensa de mim. Eu só não quero dar àqueles três caras a satisfação de saber que eles me machucaram o bastante para me mandar para a enfermaria. – ele ficou quieto por um momento. – Isso os faz pensar que eles ganharam. – Lily considerou isso por um momento.

- Acho que isso é aceitável. – ela sorriu gentilmente para ele e o ajudou a descer as escadas. – Por que você não se defendeu? Onde está sua varinha? – Lily nunca soube que James podia ser pego com a guarda baixa.

-No meu bolso... Eu acho que realmente não estava prestando atenção.

Eles chegaram às largas portas da enfermaria e Lily as abriu, e então ajudou James a entrar, antes de Madame Pomfrey assumir e mandar Lily se sentar em uma cadeira no canto. James colocou o pijama da enfermaria, e então foi até a cama próxima aonde Lily estava esperando. Madame Pomfrey tocou gentilmente sua varinha no peito e tornozelo dele para reparar duas costelas quebradas e um tornozelo torcido. Então ela disse a James que ele teve uma pequena concussão e um sangramento interno localizado, que precisaria de uma noite na enfermaria para sarar. Lily tentou não parecer muito convencida quando ouviu isso, mas não conseguiu evitar enviar um olhar de 'eu te disse'.

- Senhorita Evans, você pode voltar aos seus afazeres. Ele precisa descansar. – Madame Pomfrey falou severamente. Lily estava prestes a se levantar completamente quando James interrompeu.

- Aw, qual é, Madame Pomfrey, a deixe ficar um pouco mais.

- Absolutamente não!

- Por favor, o toque de recolher é em vinte minutos mesmo. – James implorou.

- Ótimo. – ela disse friamente. – Mas falem baixo. Eu sei como você é com seus amigos, senhor Potter. Eu não quero vocês dois acordando outro paciente. – Lily sorriu serenamente para ela, enquanto Madame Pomfrey lhe oferecia uma toalha e uma tigela de água. – O mínimo que você pode fazer é ser útil. Limpe o sangue seco do rosto dele. Você tem dez minutos. – e, com isso, ela lançou um olhar severo para eles e foi atender outro paciente.

James lutou contra um sorriso, enquanto Lily puxava sua cadeira para mais perto da cama e começou a limpar cuidadosamente a testa dele.

- Você não precisa fazer isso. – James disse em voz baixa. – Eu vou lavar, antes de dormir.

- Eu não me importo. – Lily disse, tirando a toalha do alcance dele, antes de molhá-la na tigela e passá-la pelo rosto dele. – Além do mais, eu vou ser mais gentil do que você. Vai doer menos se você me deixar fazer isso. – ele não discutiu, mas a observou, enquanto ela olhava atentamente para os ferimentos em seu rosto. – Agora, você não está feliz que eu te convenci a vir aqui? – perguntou, encontrando seus olhos marrons momentaneamente, antes de voltar a trabalhar no sangue que escorrera pelo nariz dele.

- Sou eternamente grato. – ele sorriu para ela, que retribuiu.

- Eu me sinto mal, entretanto. – ela falou quietamente, evitando seus olhos.

- Pelo quê?

- Eu sinto que se nós não tivéssemos nos separado, talvez você não tivesse sido atacado.

- Não seja ridícula. Você estar lá poderia ter feito ser pior. – vendo a expressão confusa dela, ele esclareceu hesitantemente. – Quero dizer, por você é nascida trouxa. Eles provavelmente teriam te atacado ao invés de me atacar, e isso teria sido infinitamente pior. – ele estremeceu perante a idéia.

- Talvez... Mas, também, teria te dado tempo o bastante para pegar sua varinha. – ele girou os olhos, tentando não visualizar o que poderia ter acontecido com Lily, se ela estivesse com ele. – Além do mais, eu ainda não estou completamente convencida de que Severus tem coragem de me atacar. – ela falou mais calmamente, por que ela sabia que isso iria irritar James, e ela estava certa. Seus olhos marrons instantaneamente escureceram e se cerraram, e ela podia ver seus punhos fechando e abrindo.

- Eu acho que você dá muito crédito ao seu velho amigo. – falou ferozmente. – Ele não parecia muito piedoso comigo.

- É, mas isso é por que ele te odeia. – Lily disse obviamente. As juntas de James estavam ficando brancas, enquanto ele fechava os punhos. – Mas, também, talvez você esteja certo. Ele não está sob as melhores das influências no momento... Talvez ele tenha mudado o bastante, a ponto de ser capaz de me machucar, como te machucou.

Eles ficaram em silêncio por um momento.

- Você pode me fazer um favor? – ela finalmente disse, quebrando o silêncio e abaixando a toalha, de modo que pudesse olhá-lo nos olhos. – Pega leve com Snape. – os olhos de James se arregalaram em horror.

- Você não está falando sério!

- É, estou sim. Você não entende, é difícil para ele estar perto de você.

- É, bem, vai ser difícil pra eu estar perto dele se eu apenas ficar lá e deixá-lo fazer o que quiser comigo. Você acha que isso é ruim? – ele perguntou, gesticulando largamente para seu corpo. – Apenas espere até ele decidir usar a varinha. Eu vou ter sorte se eu não morrer! – a voz de James estava se erguendo perigosamente e Lily temia que Madame Pomfrey fosse voltar e expulsá-la se ele começasse a gritar.

- Eu não estou falando para você tentar ser o melhor amigo dele. Só estou falando, se você tiver a oportunidade de ser melhor, e se afastar, faça isso... Por favor. É difícil para ele. Ele tem ciúmes de você. – James parecia pronto para retrucar quando a última frase o atingiu.

- Por que, diabos, ele teria ciúmes? – a voz de James estava fria e descrente.

- Você, honestamente, não sabe? – ela o olhou ceticamente, mas ele apenas olhou para ela. – James, você tem tudo. Você é popular, tem as melhores notas sem nem tentar, é o capitão do time de Quadribol, é o Monitor Chefe, você tem pais que te amam e te adoram, o que é algo que Severus nunca experimentou. – quando James não pareceu convencido, ela engoliu e continuou. – E... Bem, você tem a mim. – ela deu de ombros e olhou para suas mãos brevemente, antes de encontrar seu olhar novamente.

- Eu não tenho você. – James murmurou, um olhar levemente machucado passando brevemente por seu rosto novamente. – Não da maneira que ele queria que ele te tivesse. – James tentou reprimir um tremor quando os imaginou juntos.

- Verdade, mas eu sou sua amiga. E isso ainda é mais do que Snape tem. – ela sorriu gentilmente para ele. Quando ele ainda pareceu relutante, ela adicionou. – Tudo o que estou pedindo, é que você não procure uma briga de propósito. Não coloque sal na ferida. – James ainda não disse nada, mas contemplou as palavras dela. – Além do mais... Com os caras que ele tem andado, eles não vão apenas te atacar com uma maldição de pernas bambas. Você pode ser acertado com algum tipo de magia das trevas.

- Eu não tenho medo disso. Sirius e eu poderíamos acabar com todos eles sem nem suarmos.

- Eu sei... Mas ainda assim, eu me preocupo. – James olhou nos olhos dela e sentiu que, pela segunda vez naquela noite, ia lhe dar algo que ela queria, apesar do fato de que isso ia contra seus instintos.

- Ótimo. – falou, jogando as mãos no ar. – Ótimo, eu prometo que eu não vou procurar por briga. – ela lhe lançou um sorriso enorme e agradecido, mas ele ergueu o dedo. – Mas eu não prometo que eu não vou brigar com ele. Se ele vier atrás de mim, eu não ficar quieto e aceitar. Eu vou revidar. – e havia uma finalidade e certeza na voz dele que disse a Lily que não havia mais argumentos.

- Eu sei... E obrigada.

- Senhorita Evans! – Madame Pomfrey sibilou, andando apressada até a cama de James. – Seu tempo acabou há sete minutos! Vá para seu dormitório. Você pode visitar o senhor Potter amanhã de manhã.

- Certo, desculpe. – Lily murmurou, afastando sua cadeira e depositando a tigela de água na mesa de cabeceira dele. – Te vejo amanhã. E melhore! – ela murmurou, enquanto saia da enfermaria e ia para a Torre de Grifinória.