Disclaimer: Inuyasha e c&a não pertencem à Beka Taishou! Sonhos de Princesa também não pertencem à ela, esta uma adaptação com fins meramente de diversão
Sonho de Princesa é um livro de LucyMonroe, o primeiro de uma trilogia, "Noivas Reais".
E aqui estamos nós, Beka Taishou e Naia Riedel, postando esta primeira parte, completa, da trilogia, para homenagear todas as ficwritters!
Esperamos que gostem e se divirtam, nos vemos no final da história ;D
Aviso: bem, o nome original do personagem principal é Tomasso, e é um príncipe, ao tomar a identidade secreta ele tem o nome de Tom Prince (que remete a príncipe em inglês), deixei o "Tom" como "Inu" e o "Prince" como "Ouji" que significa príncipe em japonês.
Vamos ao capítulo:
Capítulo 01
— Você a contratou?
O príncipe Inuyasha Taisho caminhava na suíte do Hotel Hong Kong falando no celular, aguardando com uma impaciência mal disfarçada para saber se sua presa havia mordido a isca.
— Ela veio ao palácio para a entrevista, como combinado, e me impressionou muito. — a voz de Rin era de aprovação. — Não sei como ficou sabendo sobre ela, mas é uma moça adorável e será boa para as crianças. Realmente é ideal, mas inicialmente não pensei que fosse aceitar a proposta.
— Por quê? — ele havia se assegurado de que Kagome Higurashi não tinha problemas de lealdade, e Tomou algumas medidas para que os empregadores atuais a demitissem, sugerindo, ao mesmo tempo, que ela considerasse ocupar o cargo na casa dele.
— Estava preocupada com o impacto que sua ausência, no prazo de dois anos, traria a Kanna e Hakudoushi, especialmente depois da morte de Kikyou.
— Dois anos? Ela planeja ir embora?
— Tem planos para abrir a própria creche depois que economizar o suficiente.
Ah, então ela ainda tinha os mesmos sonhos. Ele não ficava surpreso com isso. Kagome Higurashi era quase tão teimosa quanto ele.
— O que falou a ela?
— Segui seu conselho e a apresentei em primeiro lugar a Hashi e Kanna. Eles gostaram da Srta. Higurashi de imediato e ela logo se encantou por eles. Você sabe como a pequena Kanna é tímida e, mesmo assim no fim da entrevista, ela estava sentada no colo da Srta. Higurashi. Nunca vi nada assim.
Ela não precisou dizer o que os dois sabiam. A ligação entre as crianças e a mãe verdadeira nunca fora muito significativa. Kikyou não os educou.
— Que bom ouvir isso! Muito bom.
— Sim. Eu disse a ela que, caso se comprometesse com um contrato de dois anos, pagaríamos um bônus no final para ajudar os negócios dela.
— E isso a convenceu?
— Inicialmente, não. Ainda estava preocupada com as crianças, mas eu expliquei que, na contratação de ajuda doméstica, um contrato de dois anos era de longo prazo.
Ele não tinha planos de permitir que Kagome Higurashi partisse em dois anos, nem depois disso, mas Rin não precisava saber desse detalhe.
— Brilhante. E ela aceitou.
— Sim.
— Obrigado, Rin. Diga a Sesshoumaru que o verei quando voltar a Isole del Re.
— Você deve vê-lo antes de mim. — algo no Inu da cunhada o incomodou.
— Você está bem, Rin?
— Sim, claro. Como você sugeriu, a Srta. Higurashi aceitou começar imediatamente.
— Excelente.
— Sim, mas vou sentir falta das crianças.
— Sinto muito, Rin.
— Não seja bobo. Gosto da companhia deles, mas é importante que tenham uma pessoa mais constante para Tomar conta deles. Se você morasse aqui no palácio seria diferente, mas como mora em outra ilha, não posso suprir a falta da mãe deles.
Ela desligou.
Inuyasha desligou também e sorriu no quarto vazio. Tudo estava dando certo.
Aparentemente, seus filhos e Kagome se adoraram. Além disso, ela ainda era a mesma criatura doce da época da faculdade. Ele não esperava nada de diferente desde que leu o relatório que recebeu sobre ela.
Era eficiente, bem-humorada no ambiente doméstico e fácil de conviver. Na época da faculdade, ele não apreciava essas qualidades. Estava muito interessado na beleza externa para entender o quanto a presença dela significava para ele... Até que ela se foi.
Ele podia reconhecer o quanto sua vida caminhara suavemente enquanto Kagome foi sua governanta. Quatro anos em um casamento passageiro com Kikyou o curaram dessa complacência.
No primeiro ano depois da morte dela, Inuyasha se recusava a pensar em ter outra esposa, pois não tinha o desejo de se aventurar em outro casamento sem harmonia. Mas também não queria terminar como o pai e, nos últimos meses, começou a ansiar por um casamento pacífico como o que seu irmão mais velho tinha com a gentil e doce Rin.
Sempre que Inuyasha fantasiava com esse tipo de harmonia, só conseguia pensar em uma mulher: Kagome Higurashi. Podia ouvir sua suave voz o lembrando de Tomar café antes de sair, podia lembrar-se de suas mãos ocupadas se assegurando de que a vida dele transcorresse sem dificuldades.
Ele queria aquela harmonia novamente, mas, dessa vez, não cometeria o erro de mandá-la embora.
Ela se afastou dele uma vez, dizendo que a relação dos dois era puramente profissional, mas que não o queria mais como chefe. Ele aceitou a inverdade por duas razões.
A primeira foi que sabia que a havia ferido e, mesmo que não tivesse essa intenção, sentia que devia a ela a honra de respeitar seu desejo de cortá-lo de sua vida.
A segunda era que Kikyou sentia ciúmes da relação dele com Kagome. Esse sentimento infundado surpreendera na época. Ele o considerara parte do amor passional que Kikyou nutria por ele. A bobagem dessa crença ainda o amargurava.
Kikyou amou apenas uma pessoa... A si mesma.
Ele dava condições para que ela tivesse o estilo de vida que desejava. Nada mais. Casar com um príncipe, tornar-se uma princesa. Ele imaginava se o fato de Kagome saber de sua condição de príncipe mudaria sua atitude em relação a ele.
Todos mudavam. E essa foi a razão de ter feito faculdade com a identidade de Inu Ouji.
Ele queria ter relações com base em quem era, e não no que era. Queria provar que podia ser bem-sucedido por conta própria, e não por causa da força do nome de sua família. Pelo menos isso ele conseguiu provar. Formou-se com honras somente por seu mérito, mas as relações foram outra história.
Sem que soubesse, Kikyou sempre tivera ciência de sua condição nobre e Kagome fugiu do simples Inu Ouji muito facilmente.
Será que ela o desejaria como um dia Kikyou desejou, quando soube de seu sangue real?
Ele concordou que esta não era a questão. Ela era exatamente o que ele queria como mulher e mãe de seus filhos. A razão para ela ter escolhido se casar com ele não importava, pois ainda seria ela mesma, uma mulher que reunia todas as condições para fazer a vida dele mais tranqüila e dar a seus filhos a educação de que tanto precisavam.
Porém, ele não era bobo.
Não sustentaria um compromisso eterno em lembranças que já datavam de seis anos. Ao contratá-la para cuidar dos seus filhos, ele teria a oportunidade de observar Kagome e assegurar-se de que ela fosse tudo o que ele lembrava antes de informá-la sobre seu desejo de casar-se com ela. Também queria garantir que a paixão latente que havia entre ambos não tinha desaparecido e que era tão intensa quanto o encontro ardente que ele guardava na memória.
Não se sentiria confortável com uma mulher que não gostasse desse lado da natureza.
Recusava-se a ser como seu pai, que encontrava prazer sexual fora do casamento. Considerava este comportamento repreensível, assim como o próprio pai, que não se casou novamente, depois da morte da mulher.
O pai dele chamava isso de "a maldição dos Taisho". De acordo com o rei Inutaisho, os homens da família eram fadados a ter apenas um amor verdadeiro.
Inuyasha não se importava com seu suposto destino. Ele jamais quis amar como seu pai e terminar viúvo, sempre em busca de preencher um vazio que nunca seria satisfeito.
Sabia que era diferente do pai. Até mesmo uma paixão superficial seria suficiente para ele se manter fiel. Foi assim com Kikyou. Embora, quando se casaram, ele acreditasse que era amor verdadeiro, logo viu que não era bem assim.
Mesmo assim, manteve-se fiel, apesar dos problemas no casamento e a descoberta de que o que acreditava ser amor nada mais era do que encantamento pela beleza dela.
— O papai vem logo pra casa?
Kagome sorriu e aconchegou Kanna na pequena cama.
— Sim, querida. Só mais dois dias.
— Sinto saudades dele.
— Eu sei. — Kagome beijou sua testa. — Boa noite, Kanna.
— Boa noite, Kagome.
Ela apagou a luz e verificou mais uma vez Hakudoushi. Estava dormindo...
Certamente aquele emprego era diferente dos anteriores, mas agora trabalhava para a realeza. Eles certamente tinham uma forma particular de lidar com a vida doméstica. Parecia estranho, mas ela gostava do senso de respeito que tinha dos colegas de trabalho e da óbvia importância que o príncipe dera à sua função de cuidar das crianças.
Ela fechou o quarto de Hakudoushi, esperando que ele e a irmã dormissem bem naquela noite. O pai deles não ligou como de costume, e foi difícil colocá-los na cama. Seus pequenos fardos precisavam dela, mais ainda do que a família que acabara de deixar para trás.
Isso não era surpreendente, considerando que a mãe de Hashi e Kanna morrera quando eles ainda eram muito novos, mas era impressionante o quanto ela já se importava com os dois.
Ela os amava, de verdade.
Deveria ser cedo demais para ter tais sentimentos por crianças às quais não dera à luz, mas sentiu uma forte ligação com elas desde a entrevista. Estava muito inclinada a recusar a oferta do príncipe, mas então conheceu as crianças e sentiu que simplesmente não podia esquivar-se da necessidade que percebia nelas.
Ela concordou com o contrato de dois anos, mas seu coração já perguntava agora como conseguiria separar-se dos dois quando chegasse o momento. Era babá deles por apenas dez dias, mas sentia como se estivesse a vida toda.
Ela morou em mais de um orfanato quando era criança, teve várias colegas de quarto nos dois últimos anos de faculdade e foi babá em duas famílias diferentes, mas nunca se ligou tão rapidamente a ninguém como àqueles dois.
Exceto Inu Ouji.
E aquela relação terminou mal para ela, assim como o emprego.
De onde podia falar, tanto Kanna quanto o irmão mais velho sentiam muita falta do pai, que dedicava muito tempo ao trabalho. Eles precisavam tanto dela que se sentia incapaz de virar as costas. Viciado em trabalho ou não, o príncipe não devia ser de todo mau, pois tinha dois filhos adoráveis e uma cunhada muito dedicada.
Ele não era exatamente alguém negligente. Ligava para os filhos todos os dias, mais de uma vez, e conversava com eles em um nível que mostrava o quanto sabia lidar com crianças. Kagome não escutava às escondidas, mas não podia evitar ouvir a fala das crianças.
Ela acreditava que ele era um bom pai, apesar das preocupações com o trabalho.
Seu patrão anterior era do mesmo jeito. Parecia uma condição comum entre as pessoas ricas. Ela se manteve no último emprego por dois anos e podia contar nos dedos os feriados que os patrões passaram com os filhos. Não era o tipo de vida que invejava, ainda que significasse viver em meio ao luxo e a viagens constantes.
Nunca se interessou em ligar-se a nenhum dos homens que conheceu naquele mundo que passou a freqüentar desde que se formou. Se algum dia se casasse, seria com um homem que soubesse realmente ser parte de uma família, e não apenas um provedor.
Queria algo real, algo duradouro e afetuoso... O tipo de família com a qual sonhara por toda a infância
Ela suspirou e deixou-se afundar no elegante sofá em estilo vitoriano da sua sala de estar. Tinha 26 anos e começava a duvidar que fosse encontrar um homem com o qual desejasse compartilhar sua vida. Esse pensamento não doía tanto quanto a idéia de que, por causa disso, jamais teria filhos.
Ela pegou o controle remoto e ligou a televisão.
Certamente não encontraria ninguém naquele meio. Gostava da princesa Rin, mas seu marido, o príncipe herdeiro, era tão concentrado no trabalho quanto o irmão mais novo. Kagome duvidava que isso fosse mudar quando o casal tivesse filhos e imaginava se essa seria a razão para ainda não os terem tido.
Ela passou os canais até achar seu filme favorito, um romance dos anos 40. Ela adorava esse filme e sabia que ficaria acordada até de madrugada assistindo. O herói sempre a lembrava do homem que um dia fez seu coração bater forte e seu corpo arder como fogo.
Infelizmente, assim como o homem da televisão, Inu Ouji casou-se com outra mulher. Uma mulher linda, sofisticada e sensual. O tipo de mulher que virava a cabeça de todos os homens. O tipo de mulher que Kagome sabia que jamais seria.
Inu fora seu patrão e colega de quarto na faculdade e, mesmo que tivesse dito o contrário quando brigaram, seu amigo mais próximo. Ela vinha pensando muito nele ultimamente. Algo em Hashi e Kanna fazia com que se lembrasse dele e dos sentimentos que ele provocou.
Ela também vinha tendo outros tipos de sonhos... Os eróticos, nos quais aliviava as sensações que conhecera nos braços dele naquela noite, seis anos atrás. Ela não entendia a ligação e não gostava disso.
Fora muito ruim perdê-lo para Kikyou e ter de viver sem sua presença diária. Mas agora ela sentia que estava temendo novamente a perda, mas não compreendia o porquê.
Determinada a não pensar no passado e sofrer ela se concentrou no filme, mas, dessa vez, sua história de amor favorita não lhe prendeu a atenção, e logo ela se perdeu em lembranças que não conseguia esquecer, por mais que tentasse...
Kagome passava nervosamente as mãos sobre a saia. A carta dizia que o traje para a entrevista deveria ser casual, mas ela queria causar boa impressão.
Portanto, prendeu os cachos longos e negros em um rabo-de-cavalo e fez um coque, tentando aparentar mais que os 18 anos que tinha. Estava vestindo uma saia longa cor-de-creme e uma blusa clássica.
E limpou bem o par de sandálias brancas que ganhara da mãe adotiva dois anos antes, por ter cortado a grama.
Precisava daquele emprego. O salário não era excelente, mas o emprego possibilitaria manter os estudos sem que precisasse recorrer a outro emprego que pagasse pouco para complementar.
Ela tocou a campainha e entrou quando a porta foi aberta quase imediatamente por um homem que era bem mais novo do que esperava. Na realidade, não era muito mais velho que ela. Com os cabelos prata lisos, um rosto que podia ter sido esculpido por Michelângelo, olhos dourados angelicais e um corpo imponente e musculoso. Ele era lindo.
— Deve haver... Acho que deve haver um engano. — ela olhou para o corpo maravilhoso dele e analisou as outras casas ao redor.
— Está aqui por causa da vaga de governanta? — o homem alto, moreno e lindo perguntou com uma voz que revirou o estômago dela.
— Hum, sim.
Ele a olhou de cima a baixo, como se a examinasse.
— Pensei que fosse mais velha.
— Eu também.
— Pensou que você mesma fosse mais velha? — ele perguntou com certa ironia nos olhos.
— Pensei que você fosse mais velho — ela corrigiu, corando.
Ele deu um passo para trás e indicou que ela podia entrar.
— Então, a surpresa foi recíproca, certo?
— Creio que sim.
— Sou Inu Ouji e você deve ser Kagome Higurashi.
— Sim. É um prazer conhecê-lo, Sr. Ouji.
— Inu, por favor.
— Certo. — ela o acompanhou na sala.
— Já cuidou de uma casa? — perguntou, enquanto eles se sentavam em lados opostos de uma mesa.
Lembrando-se dos anos em que cuidou dos irmãos de criação e da mãe doente, ela assentiu.
— Muito.
Ao perceber que sua resposta não fora tão específica, ela começou a descrever as tarefas que fazia. A expressão dele era de surpresa.
— Você cuidou da casa, dos irmãos e da mãe doente enquanto ainda trabalhava em meio período?
— Sou multifuncional. — tomara que aquilo a ajudasse.
— Mas agora que fez 18 anos, saiu de casa?
— Quando fiz 18 anos, não era mais elegível a ser parte do sistema. Helen não conseguiu ajuda para me sustentar e precisou que eu saísse para que pudesse adotar outra criança.
Ao saber disso, Kagome percebeu que não havia significado mais que dinheiro para a velha mulher a quem se dedicara tanto, e isso lhe doeu. Mas essa parte ela não contou a Inu.
Entretanto, seus olhos muito observadores e compassivos demonstraram que ele havia lido as entrelinhas. Mas tudo o que perguntou foi:
— O salário baixo não é impedimento para você?
— Não. Para dizer a verdade, seria uma dádiva. Minha bolsa de estudos não cobre despesas pessoais.
— Você cursa a universidade com bolsa de estudos?
— Sim.
— Deve ser muito inteligente.
— Gosto de estudar.
Ele não riu como muitas pessoas faziam quando ela declarava isso. Por alguma razão, a idéia de se formar na faculdade para cuidar de crianças parecia estranha a muitas pessoas.
— O que quer fazer?
— Um dia, quero ter minha própria creche.
— Então, vai ter que estudar administração também.
— É o que planejo.
Ele concordou e a entrevista prosseguiu. Surpreendentemente, eles tinham muito em comum.
Ela pensou que ficaria inibida a seu lado, mas ele não agia como os outros homens lindos que conhecera, presunçosos por causa de sua beleza.
Ela estava indo embora quando ele falou:
— Preciso conversar mais uma coisa com você antes de tomar minha decisão.
— Pois não.
Pela primeira vez em quarenta e cinco minutos, ele mostrou-se pomposo.
— Acho que podemos ser amigos.
Ela assentiu firmemente.
— Gostei de você, Kagome.
— Eu também gostei de você — ela respondeu, com a respiração presa.
— O emprego é para dormir.
— Sim, eu sei. É perfeito para mim.
— Se eu contratá-la você deve me prometer que não passaremos da amizade. Pelo seu formulário, pensei que seria mais velha... Eu não namoro pessoas que trabalham para mim. Nunca.
Ela olhou para ele sem saber o que dizer. Ele parecia jovem demais para seguir essa política, mas certamente ela não esperava que ele a quebrasse com ela.
Como ela não respondeu nada, ele foi ainda mais implacável.
— Se eu acordar e encontrá-la nua no meu quarto, é demissão na certa.
Ela não conseguiu evitar uma gargalhada. Só de pensar em fazer algo tão audaz... Tão absurdo... Era mais do que podia suportar. Ela riu tanto que caiu pela parede, sacudindo a cabeça em negação ao comentário dele.
Percebendo que ele estava preocupado, ela se forçou a parar.
— Desculpe, eu não devia ter achado graça.
— Estou falando muito sério.
O modo como o discurso dele ficava formal às vezes era estranho, era como se a fala de um rapaz universitário não fosse natural a ele.
— Isso já aconteceu antes? — ela perguntou, incrédula.
— Sim — ele respondeu brevemente.
— Juro pelos meus pais mortos que não aparecerei no seu quarto, seja nua ou de qualquer outra forma.
— Seus pais morreram?
— Sim.
— Sinto muito.
— Eu também, obrigada.
— Nunca tentará me seduzir? — ele perguntou, como se ainda estivesse em dúvida.
Ela precisou de muito autocontrole para não rir novamente.
— Quando você me conhecer melhor, vai perceber que esse pensamento é ridículo, mas, por favor, acredite quando eu digo que não precisa se preocupar com isso.
— Por que, você não se interessa por homens?
Ela engasgou e fechou os olhos, tentando manter a compostura.
— Sim, eu me interesso. Mas não sou do tipo que tenta seduzir ninguém, seja homem ou mulher — ela respondeu.
Ele ainda parecia preocupado e ela suspirou.
— Olha, você disse que eu pareço inteligente. Bem, eu sou. Muito inteligente para perceber que somos muito diferentes. Não sei de onde você vem para ter mulheres caindo aos seus pés querendo fazer sexo, mas cresci educada a manter-me longe da cama dos homens até eu me casar, e é assim que pretendo que seja.
De repente, ele sorriu e ela quase caiu contra a parede novamente, dessa vez por causa do impacto que sentiu, mas conseguiu se segurar.
— Está contratada.
