Eu senti a mão daquele ser passear por minhas costas. Mãos quentes e macias acariciando-me, tocando-me, conhecendo-me. Ele fez-me virar para que seus olhos incrivelmente azuis encontrassem os meus e eu suspirei com a intensidade daquele olhar.
_Miguel.
Ele passou os dedos por meus lábios, sorrindo.
_Lúcifer.
Fechei os olhos ao ouvir meu nome ser chamado por ele, a voz inocente, um ser que era inocente e puro até eu o corromper.
Senti sua respiração mais perto.
Todo meu arrependimento foi embora. Não tinha como eu negar. Eu me sentia extremamente feliz em sentir aqueles lábios macios nos meus, e que Deus perdoe-me, mas eu jamais deixaria de desejá-lo.
Suas mãos levantaram graciosamente meu queixo, e eu abri os olhos para poder ver a feição dele enquanto nos beijávamos.
Quando separamos as bocas eu sorri, ele fechou os olhos novamente.
_Irmão... Está tudo bem?
Ele abriu os olhos, aquele azul intenso brilhando me fazendo ficar perdido.
_Eu estava memorizando seu sorriso. Eu amo quando você sorri pra mim, Lúcifer.
Disse tocando minha face.
_E eu amo quando você me olha assim. Eu amo seus olhos, eles são... Uma das coisas mais lindas que já pude ver.
Eu lhe disse e ele corou enquanto eu pegava sua mão e entrelaçava-a com a minha. O senti estremecer.
Seus lábios vieram novamente de encontro aos meus e senti a língua quente pedir passagem pra dentro de minha boca.
Eu lhe retribuía com a mesma intensidade, o beijo era urgente. Eu precisava dele, do calor que ele emanava, e eu sabia, ele também precisava de mim.
E aquela sensação que era antes desconhecida tomou conta de meu corpo. Eu o tocava em todos os lugares, o puxava para mim, querendo que nossos corpos celestes se fundissem.
Abraços, puxões, beijos, gemidos e urros. E em meio aquele momento sua voz levantou-se.
_Quem você ama Irmão?
_Você.
As unhas dele arranhando minha pele.
_Você me ama e me quer Lúcifer?
Sua mão tocando agora levemente meu rosto, seus olhos atentos, esperando a resposta que ele sabia verdadeira.
Sorri, passando minha mão em seu peito onde se encontrava o coração, nos humanos.
_Sim, só você, Miguel.
