Feitiço de Amor – Patty Black Potter
Meia-noite, 31 de outubro de 1970
Uma pequena bruxa nasceu.
— O nome dela será Ginevra — Merriwether disse com firmeza, olhando para a criança deitada no ber ço que acabara de comprar. A sobrinha dela e mãe do bebê, Molly, jamais aceitou o fato de ser uma bruxa. Rejeitou sua origem, dando as costas para tudo aquilo que a mági ca representava. Chegou até a afirmar que não acreditava em nada daquilo. Então, fugiu de casa em uma motocicle ta, gritando para quem quisesse ouvir que as três tias eram loucas e deviam ser internadas em um hospício, pois todos sabiam que bruxas não existiam. Depois, pensando melhor, pediu que as tias não recorressem a feitiço algum para que ela voltasse para casa, pois do contrário, passaria a odiá-las para sempre.
Nove meses depois, Molly teve o bom senso de enviar para as tias a filha recém-nascida, entregue por uma assis tente social com a mensagem de que ela não "tinha nascido para ser mãe".
Merriwether sempre soube que a criança acabaria sob seus cuidados, pois as estrelas lhe haviam antecipado o fato. Ginevra era uma criança especial, uma criança do destino. E suas tias estavam ali para que ela crescesse e desenvolvesse todo seu potencial para a magia.
— Ginevra é o nome perfeito! — Fauna bateu palmas sem tirar os olhos do bebê. — Isso nos leva de volta ao nosso clás sico conto de fadas, não é?
— Nossa querida mãe sabia o que estava fazendo quando se inspirou nesse conto e nos deu o nome das três fadas que cuidavam de uma princesinha — Merriwether observou, fran zindo a testa diante da risada da irmã mais nova. Esse era um assunto sério, uma grande responsabilidade que havia sido entregue a elas três. Mas, olhando para o bebê mais uma vez, até mesmo sua expressão séria se suavizou. — Mamãe tinha de fato o dom da premonição.
— E somos assim também. — Fauna sorriu. — Nossa Ginevra será abençoada com uma abundância de mágica.
— Uma mágica até mais poderosa do que a nossa — Flora acrescentou com sua voz tímida e gentil. Inclinou-se sobre o berço e o balançou suavemente. — E um poder de cura incomensurável.
— Oh, sim, isso é verdade — Merri concordou. — Apesar de não tão poderoso quanto aquele que a filha dela terá.
— Apenas se formos bem-sucedidas. — Flora olhou para as duas irmãs e, em seguida, caminhou até a bola de cristal, que refletiu seu rosto e seus cabelos brancos como a neve. — Oh, há tantas condições a serem atendidas! E se falharmos?
— Não falharemos — Merri assegurou à irmã mais nova em um tom de voz bem firme. — Não podemos falhar. Todas nós vimos à profecia ao mesmo tempo. Você na bola de cristal, eu nas estrelas, e Fauna nas cartas sagradas do taro. Nossos ancestrais nos confiaram essa responsabilidade irmãs, e não podemos falhar. Ginevra vai se tornar a mãe da maior das bruxas que a nossa família já gerou. Mas isso só acontecerá se seguirmos as instruções que recebemos.
— Sim — Fauna concordou. Ela estava junto à mesa e pegava seu baralho de taro. Sentia-se um pouco nervosa. — A criança tem de ser filha de Harry Potter, o filho de Tiago, da Rua Mulberry. E você tem sorte, pequena Ginevra, porque o menino vai ser um rapagão. — Riu. Depois, franziu a testa. — Como vamos conseguir isso, não sei dizer. Oh, deusa misericordiosa, os Potter nem mesmo conhecem os poderes de seus ancestrais, ou o poder que eles próprios pos suem e que seus descendentes perpetuarão. Não praticam nada místico. Vivem como... como pessoas normais.
— Mas não basta que Harry Potter seja o pai — Flora acrescentou. — Ele terá de ser... virgem quando... Bem, vocês sabem a que estou me referindo. — Abaixou os olhos e seu rosto ruborizou.
— Não há como mudar as regras — disse Merri. — Temos de dar um jeito para que tudo aconteça como está planejado.
— Olhou para a janela que havia acima do berço e observou por alguns instantes as estrelas que começavam a brilhar na noite clara. — Decidi que devemos fazer com que tudo acon teça sem que Ginevra saiba do nosso plano. — Voltou o olhar para o bebê. — Porque se ela tiver metade da rebeldia de sua mãe... bem, fará exatamente o contrário do que lhe pedirmos.
— Tem razão — Flora concordou. — Apesar de ser uma vergonha não podermos contar a ela a verdade sobre seu pró prio destino. Mas eventualmente esclareceremos tudo, não?
Merri assentiu, e a preocupação sumiu do olhar de Flora.
— O que quero saber é como poderemos manter o rapaz Potter sem... — Fauna riu. — Como conseguiremos que o rapaz não dirija sua atenção a alguma outra menina? — Sacudiu a cabeça, e os cachos cor de laranja se agitaram.
— Ora, Fauna, ele tem apenas dois anos de idade!— Merri olhou-a com uma expressão crítica.
— Isso é verdade. Mas já olhou com atenção para o garotinho? Ele vai crescer e, com certeza, manterá aqueles olhos claros e os cabelos lisos... Bem, vamos ver o que as car tas dizem. — Virou uma carta. — Cavaleiro das Espadas.
— Oh, Deus! — as outras duas exclamaram juntas.
— Acho que teremos bastante trabalho pela frente, irmãs — disse Flora.
Merri suspirou profundamente.
— Não seja ridícula. Mesmo que Harry Potter se torne a reencarnação de Don Juan, não terá chance alguma contra três bruxas poderosas como nós.
— Então está decidido!— Fauna exclamou. — Manteremos Harry sempre puro. — Ela riu. — Ainda que isso acabe por deixar o rapaz meio louco. E faremos tudo isso por Ginevra.
As três bruxas sorriram, enquanto o bebê parecia ter franzido a testa em sinal de preocupação.
* * *
31 de outubro de 1973
O pequeno Harry Potter olhou com raiva para a menininha de cabelos avermelhados. Ele já estava no jardim de infância e mal podia esperar para aprender a ler. Amava os livros e se sentia frustrado por não conseguir decifrar as palavras escritas em suas páginas.
E agora, ali estavam às estranhas senhoras da Rua Raven, com a menina que não podia ter mais do que três anos, e a garotinha estava lendo. Não sentenças inteiras, naturalmen te, mas palavras. A mais alta das tias, a de cabelos grisalhos, levantava cartões com letras, e a menina dizia "gato" ou "ca chorro" ou "passarinho". E então todos na festa do Dia das Bruxas aplaudiam. Como se ela fosse uma espécie de gênio ou coisa assim.
Ginevra. Quem já ouvira dizer que alguém se chamava Ginevra?
Todos estavam tão ocupados em volta da menina que nem sequer haviam notado a fantasia de Batman que ele usava. Estavam concentrados em aplaudir a menina de estranhos olhos negros.
Harry odiava Ginevra Weasley. E jurou que sempre a odiaria.
* * *
31 de outubro de 1980
Era o Dia das Bruxas. E, mais do que isso, era o décimo aniversário de Gina. E muito mais do que isso. Mal acredi tava no que ouvia!
— O Sr. Potter a convidou para acompanhar Harry nas brincadeiras de hoje. Gostaria de aceitar o convite?
Merri parecia excitada, assim como as outras duas tias, Gina percebeu imediatamente.
— Oh, sim! Eu quero!
Estava apaixonada por Harry Potter havia semanas, mas ele era mais velho e mal a notava. Porém naquela noite, ele a notaria. Talvez até gostasse dela.
— Não quero perder a nossa celebração, tia Merri — confes sou apesar do passeio com Harry significar muito para ela.
— Você vai chegar a tempo, querida. Esperaremos que volte. Agora vá e se divirta com o jovem Harry.
— Se acha que devo...
— Está tudo certo, querida.
E assim Gina saiu de casa usando seu traje de princesa egípcia. Percorreu toda a Rua Raven, virou para a direita na esquina com a Rua Mulberry e se sentiu nervosa quando avis tou a casa de Harry. Era uma bela casa. A dela era muito velha em comparação. O pai dele era uma pessoa importante na pequena cidade. Possuía uma drogaria ali e mais duas em outras cidades nos arredores. E ela era apenas... Ginevra. Mordeu os lábios.
Fez uma pequena invocação pedindo por coragem aos deuses, subiu as escadas da varanda e bateu na porta.
Harry a abriu. Usava jeans e uma camiseta. Seus cabe los caíam nos ombros, seguindo a moda. E estava tão bonito que ela quase perdeu a fala.
— Onde está a sua fantasia? — perguntou por fim.
— Que gracinha... Sabe que tenho quase treze anos, não?
— Não vai se fantasiar?
— Claro que não.
De repente, ela sentiu-se ridícula com aquela fantasia de princesa.
— Mas como vai participar das brincadeiras sem uma fan tasia?
Harry saiu e fechou a porta.
— Não vou participar da brincadeira. Serei sua babá en quanto você brinca.
Gina sentiu como se uma faca tivesse sido enfiada em seu coração.
— Vai ser minha babá?
— Não foi minha idéia, mas sim das suas tias malucas, que convenceram meu pai de que eu devia ir junto com você. Suas tias são mesmo bruxas, como todo mundo diz?
Gina abriu a boca, porém não conseguiu pronunciar as palavras. Estava tão surpresa e magoada com a grosseria de Harry que mal conseguia respirar.
— E você também é uma bruxa? — Ele tocou no vestido de princesa egípcia. — Não devia usar aquele chapéu pontudo e carregar uma vassoura? Será que vão nascer verrugas no seu nariz quando ficar mais velha? Ouvi dizer que todas as bruxas têm essas verrugas horríveis no nariz.
Gina saiu correndo de lá, chorando.
— Gina! Espere! Eu estava apenas brincando.
— Eu odeio você, Harry Potter! — Ela não diminuiu o passo até chegar em casa. Conseguiu enxugar as lágrimas antes de encontrar as tias. Mentiu para elas pela primeira vez na vida. Disse que não estava se sentindo bem. E naquele ano também faltou à celebração do Dia das Bruxas que elas realizavam.
* * *
31 de outubro de 1986
Era o décimo sexto aniversário de Ginevra Weasley, e suas tias malucas estavam lhe oferecendo uma festa.
Harry e Gina nunca tinham se tornado amigos. Evi tavam-se como se o outro estivesse contaminado com alguma doença grave. Na escola, eram forçados a se encontrar e a se cumprimentar. Ele não se importava que fosse assim. Vivia rodeado de amigos, o que não acontecia com Gina. Em parte porque todos sabiam que suas tias se consideravam bruxas, o que deixava muitos pais nervosos. Alguns pensavam que as três senhoras deviam ser malucas, e outros tinham certeza de que em noites de lua cheia elas sacrificavam crianças em rituais de adoração ao diabo.
Harry tinha lido sobre o assunto, apenas por curiosidade, e sabia que nada daquilo era verdade. Não acreditava que bruxas existissem. Mesmo assim, continuava a não gostar de Gina.
A questão da bruxaria era apenas parte da razão de ela não ser popular. O principal motivo era seu brilhantismo nos estudos. Ela estava se formando naquele ano, o mesmo que ele, apesar de ser dois anos mais nova. E queria ser médica.
Reconhecia que ela levava jeito para a medicina. Lembrava-se bem de um episódio em que seu carro batera em um enorme falcão, e a ave caíra como se estivesse morta.
Gina havia surgido naquele momento e gritado com ele por ser descuidado, estúpido e mais umas mil coisas. Mas então se ajoelhara na estrada, com lágrimas nos olhos. Ele ficou pa rado, observando-a, sem saber o que fazer. Ela pegou o pássaro nas mãos, fechou os olhos e, de repente, o falcão estava vivo de novo. Bateu as asas como se tivesse ganhado uma nova vida e se acomodou em um galho de árvore. Antes de se afastar, olhou para sua salvadora e soltou um grasnado estridente.
Harry jamais se esqueceria daquele momento. Mesmo assim, não acreditava em bruxas. E, se Gina fosse mesmo tão inteligente como todos acreditavam, ela tampouco devia acreditar. De qualquer forma, alguma coisa acontecera entre ela e o pássaro, não podia negar.
Diabos, naquele momento estava indo para a festa de ani versário de Gina, não porque tivesse vontade, mas porque sabia que ninguém da escola iria comparecer e sentia pena dela. Assim, comprara um par de brincos com esmeraldas. Pequenas esmeraldas, porém haviam lhe custado caro. E ele ganhava pouco em seu emprego de meio período.
Quando se viu diante da casa, notou que Gina estava sentada nos degraus da escada da varanda e chorava.
— O que aconteceu, Gina?
Ela ergueu a cabeça e fixou os olhos nele.
— Você sabe o que é. Posso ver que sabe.
Ele sacudiu a cabeça em uma negativa.
— Ninguém virá à minha festa, é por isso que estou cho rando. E você sabia disso, Harry. Por que não me disse?
Ele olhou nervosamente para o relógio. Faltavam ainda dez minutos para a hora marcada para a festa começar. Como Gina sabia que ninguém viria? A não ser que alguém lhe tivesse dito alguma coisa.
— Mas ainda é cedo. O que a faz pensar que...
Ela lhe dirigiu um olhar exasperado.
— Eu sei das coisas, Harry. Isso não é segredo para nin guém.
Ele abaixou a cabeça, sem ter certeza do que deveria dizer. Talvez ela realmente tivesse uma espécie de dom... Não, não. Porém, quando a olhou com atenção, notou pela primeira vez que ela havia se transformado em uma moça muito bonita. E ficou se perguntando a razão de nunca ter notado aquilo antes. Gina nunca cortara os cabelos, pelo que sabia. Eles chegavam à sua cintura e pareciam feitos de cetim. E os olhos dela eram levemente puxados, o que lhe dava um ar exótico. Cor de ônix. E os cílios eram enormes. E quanto à boca...
Subitamente, percebeu que aquela garota, que ele detesta ra durante boa parte de sua vida, era incrivelmente bonita.
Mas será que gostava dela?
Pensou nessa possibilidade com cuidado. Talvez o que sentia fosse mais do que apenas gostar. Quanto mais pensa va, mais reconhecia que isso era verdade. Ergueu o queixo e olhou para Gina, ali tão desconsolada. Decidiu propor um passeio para a pequena bruxa.
Sorriu para si mesmo, pois sabia que ela sempre tive ra uma queda por ele. E assim seu convite salvaria o dia. Compensaria o fiasco da festa de aniversário e tudo o mais.
Gina continuou a se lamentar:
— Nem posso acreditar que perdi tempo me enfeitando. Um trabalho inútil.
E ela, de fato, se enfeitara. E não tinha sido um trabalho inútil. Estava linda naquela saia curtinha e blusa de seda sem mangas. Linda. Feminina. Delicada.
— Talvez não tenha sido um trabalho inútil — Harry disse.
Gina olhou para ele como se o estivesse vendo pela pri meira vez.
— Por quê? Ouviu alguma coisa por acaso?
Ouviu alguma coisa?
— O que pensaria se um rapaz bonitão a convidasse para ir a um drive - in? — ele perguntou, tão suavemente quanto conseguiu. E então esperou que os olhos de Gina brilhas sem de alegria.
Eles brilharam, e ela começou a sorrir.
— Então ouviu alguma coisa, não foi? Oh, veja! É Draco Malfoy? Ele veio mesmo me convidar para sair? Eu tinha impressão de que viria, mas não acreditei que pudesse ser ver dade... Oh, meu Deus, ele veio!
Harry sentiu-se como se estivesse no palco e se esque cesse das falas. Pois ali estava Draco Malfoy, o maior idio ta da escola e, até um minuto antes, um de seus melhores amigos, parado diante da casa de Gina, sentado à direção do carro do pai dele e buzinando.
— Olá, Draco! — Gina acenou com entusiasmo. E em segundos estava dentro do Ford... rindo.
Bem, aparentemente Draco também notara que Ginevra Weasley não apenas tinha um cérebro desenvolvido e era membro da Família Adams, mas que havia se transformado em uma moça muito atraente.
A porta da frente se abriu e Fauna, a tia de cabelos cor de laranja, surgiu. Ao ver o que acontecia, pareceu pesarosa.
— Oh, Harry. Sinto muito.
Ele procurou não demonstrar sua decepção.
— Ora, devia estar feliz. Sua sobrinha finalmente vai sair com alguém. Estava começando a pensar que isso jamais aconteceria. — Virou-se para ir embora, mas se lembrou do presente, e o entregou a Fauna. — Dê isto para Gina quan do ela voltar, está bem?
— Claro que entregarei. Obrigada, Harry. Foi muito gen til de sua parte.
Ele deu de ombros. Era apenas um presentinho. E nem gostava de Gina. Nunca gostara. E nunca gostaria.
* * *
Junho de 1987
Gina seria a oradora de sua turma na festa de forma tura. Sentia-se um pouco desconfortável com isso, o que era de se esperar. Afinal, tinha apenas dezesseis anos, estava se formando antes do tempo normal, e as outras jovens eram mais velhas e deviam considerar merecedoras dessa hon ra. E havia algo mais a se levar em conta: ela jamais conse guira se enturmar. Era como se não pertencesse ao grupo.
Nunca tinha pertencido a grupo algum.
Contudo se recusava a se sentir culpada por ter sido es colhida. Se não tivesse aceitado, o orador teria sido Harry Potter. E ele se comportara de forma péssima em relação a ela o ano inteiro. Mais precisamente depois que começara a sair com Draco Malfoy.
Chegou a pensar que Draco e Harry fossem amigos!
Bem, aparentemente, não. Mas não sabia por que Harry parecia implicar com ela. O namoro com Draco terminara, de qualquer modo. Ele distendera um músculo da perna e não po deria participar de um importante jogo de futebol. Acreditando que estava ligada ao juramento de ajudar os outros sempre que possível, ela tinha se oferecido para dar um jeito no músculo.
Draco agira como se ela tivesse duas cabeças. Dissera nunca ter acreditado nos mexericos de que ela era uma bru xa, caso contrário, nunca a teria convidado para sair. Mas mudara de idéia e estava pondo um fim no namoro. Ele, en tão, passou a espalhar pela escola que ela acreditava de fato ser uma bruxa.
E Hermione tentara ajudar. Era ela uma garota nova na ci dade e também se sentia excluída. Sendo como era, Gina quisera fazê-la sentir-se bem-vinda enquanto todos simples mente a ignoravam. Haviam se tornado amigas e, mesmo quando Hermione começou a ouvir os comentários, a amizade entre as duas continuou.
Um dia, Hermione escutou alguém caçoar de Gina e partiu em sua defesa. Contou a todos como ela havia curado sua per na quebrada no ano anterior, possibilitando que voltasse a jogar futebol, contrariando as previsões médicas. Porém, em vez de a história ajudar, piorou ainda mais as coisas. Todos sabiam que Hermione machucara a perna e que a cura tinha sido rápida demais, mas não conheciam o motivo. Ninguém nunca dera muito crédito ao fato de Gina ser uma bruxa, porém, após o episódio, todos passaram a acreditar naquilo.
Assim, cada vez que ela se aproximava de um grupo, as pessoas paravam subitamente de falar. Os estudantes, e até alguns professores, abriam caminho para ela passar, como se a temessem.
Exceto Hermione, é claro.
E aquele desagradável Harry Potter. Ele não a temia, nem acreditava em mágica. Ria dos outros garotos e ain da procurava chamar a atenção, demonstrando sua falta de medo. Quando ela passava, ele a provocava, e depois se vira va para os colegas:
— Viram? Ainda estou inteiro. Eu disse a vocês que nada me aconteceria.
Ela odiava aquele garoto, e às vezes sentia-se tentada a oferecer-lhe uma prova de bruxaria bastante dolorida. Porém, não podia fazer isso. Usaria seus dons para curar, nunca para causar dano a alguém.
Seu discurso na cerimônia de formatura foi bem curto, falando sobre bondade e tolerância, mentes abertas e liber dade. Algo que ninguém queria ouvir. E ela usava o par de brincos de esmeraldas.
Quando o discurso acabou, e todos jogaram seus chapéus para o alto, alguém se virou impulsivamente para abraçá-la, e ela, também por impulso, retribuiu o abraço. Quando per cebeu que era Harry, deu um passo para trás.
Ele pareceu tão surpreso quanto ela.
— Você está usando os brincos — ele disse, sorrindo.
A multidão os rodeou e os separou. Gina se viu abraçada pelas tias, e ele por seu pai e por uma porção de parentes.
E essa foi à última vez que ela viu Harry Potter por um longo tempo.
(...)
Mais uma fic! õ/ Espero que gostem :D Capítulos só com comentários.
Um grande beijo ;**
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Feitiço de Amor – Patty Black Potter
