Harry Potter e seus personagens não me pertencem...eu só pego emprestado pra me divertir um pouco.

Shipper: Harry/Draco
Classificação: PG13/Slash
Gênero: Romance
Spoilers: 6º livro
Status: Completa (Sim, eu já escrevi todinha, mas só posto se tiver reviews).

N/A : Essa é a minha primeira fic H/D em capítulos, foi uma novela escreve-la, o computador quebrou, o disquete com os capítulos gravados estava com vírus e meu pai me deixou de castigo sem PC durante um tempo. Bom , o resultado foi esse, não saiu do jeito que eu queria, mas tudo bem. Leiam e deixem comentários!

Escrito especialmente para o III Challenger 3V H/D.

Beta : Dana Norram


Capítulo 1 – Último Pedido.

Caminhava em passos largos, sentindo-se aflito, ainda que não quisesse demonstrar. Suas unhas estavam roídas, seu cabelo desleixado e tinha terríveis olheiras. Temia por este encontro.

Draco Malfoy era a visão do tormento.

Era guiado por um bruxo mal encarado em direção de uma cela escura e úmida, que mais se parecia com uma masmorra, igual aquelas onde ficava o salão comunal da sonserina.

"Menos mal... assim pelo menos ele se sente mais familiarizado..." Pensou com escárnio.

O bruxo foi até a cela, guardada por outros dois igualmente carrancudos. Ele conjurou vários feitiços diferentes, que o Sonserino nunca ouvira antes. E finalmente quando o portão de ferro foi aberto, ele pode ver a figura de seu pai.

Estava deitado na cama (se é que poderia ser chamado de cama). Um colchão ralo, meio metro acima do chão. O cheiro era desagradável e o ar frio. Seu pai parecia muito mais velho do que na última vez que fora vê-lo, seu cabelo loiro estava começando a ficar grisalho, sua aparência estava horrível, e possuía um semblante de dor, mesmo parecendo estar dormindo.

Draco não costuma ter compaixão de ninguém, a não ser sua por mãe, uma das poucas pessoas que respeitava e defendia. Mas tinha de admitir, sentiu uma pontada desagradável no peito ao ver o estado de seu pai.

Por um instante, desejou dar meia volta e deixá-lo dormir. Mas já que ele tinha insistido tanto para visitá-lo, o chamou.

— Pai... — Sua voz era rouca e baixa.

Lucius abriu os olhos, o que nada mudou a expressão de sua face. Apenas encarou seu filho. Havia crescido muito dês da última vez que havia visto , agora com 18 anos, Draco ainda tinha um rosto angelical, porém sempre frio.Seu cabelo estava mais comprido, e não tinha o costumeiro brilho. Sua face era amarelada, como se não comesse a muito tempo.

— Draco... — sua voz não passava de um sussurro. — Ajude seu pai a levantar. — Ele deu o braço para apoiar em seu filho. Draco ajudou-o sentar-se na cama.

Draco juntou-se a ele muito a contragosto. A cama fedia e parecia não ser limpa há semanas.

— Obrigado por ter atendido meu pedido tão rápido... preciso falar com você. – Lucius começou elevando sua voz.

— Pois então, pode começar. — Draco Cruzou os braços parecendo levemente impaciente.

Lucius limpou a garganta e continuou numa voz muito baixa, temendo que os bruxos que guardavam a porta de sua cela o ouvissem.

— Meu filho... eu gostaria de saber, se é verdade... sobre o fim da guerra...

Draco encarou seu pai desconcertado, teria ele o chamado apenas para saber sobre as últimas noticias do mundo mágico?

— Sim... não sei como descobriu, mas tem razão. Há pouco mais de uma semana, o Garoto de Ouro... derrotou o Lord das Trevas, ele está morto agora... — Sua última frase não passou de um sussurro.

Lucius deu um soco repentino na parede, assuntando Draco. O jovem passou um tempo em silêncio, examinando suas mãos.

Ele sabia o que isso significava para seu pai. Não havia mais a chance dele sair de Azkaban, com a morte de seu mestre. Draco por sinal sentiu-se muito feliz com a noticia de que Harry Potter teria matado o Lord das Trevas.Ele havia se negado a participar de seus planos em seu 7º ano em Hogwarts, e fugido com sua mãe para o exterior. Em troca de sua liberdade, ele teria dado informações preciosas sobre o Lord para Ordem da Fênix.

— O mundo mágico está em festa desde então — Continuou, evitando o silencio constrangedor — Tia Bella está presa aqui, em Azkaban, também.

— Eu soube através dos guardas... Eles estavam festejando dias atrás e esfregando na minha cara o desgosto de perder a guerra... — Sua face se contorceu em desprezo, ainda olhava para baixo.

Mais uma vez veio o silêncio incomodo.

— Você me deve... —Disse Lucius cheio de ódio.

— Como? — Perguntou Draco surpreso.

— Você me deve, Draco...Você me deu muito desgosto quando vacilou ao matar Dumbledore... — Agora Draco se sentia muito feliz ao se lembrar que seu pai não sabia sobre sua desistência como Comensal da Morte, nem a traição de fugir em meio à guerra.

— O que quer dizer com isso? — perguntou Draco não sabendo se queria mesmo receber a resposta.

— Meu filho... — Começou ele, parecendo terrivelmente cansado. — Eu estou morrendo...

Draco parou de respirar.

"Então é por isso que ele me chamou até aqui com tanta urgência." pensou.

Agora, mil pensamentos passavam em sua mente. Queria dizer algo reconfortante para acalentar seu moribundo pai, mas ele nunca fora muito bom nisso, tão pouco se importava para se esforçar...

— Eu sinto muito. — Disse após um longo momento de silêncio.

Lucius respirou profundamente, e continuou.

— Mesmo sem os Dementadores, Azkaban continua sendo um local de loucura ou morte eminente, temo achar que meus dias estão contados, já não sou forte, jovem e saudável como entrei aqui. — Suspirou e continuou. — Minha última chance era que o Lord das Trevas me perdoasse por ter falhado no Ministério, e viesse me resgatar para que eu possa servi-lo novamente.

Draco mais uma vez sentiu uma pontada muito desagradável no coração.

— Meu filho, como eu lhe disse. Você me deve. — Draco sentiu um horrível pressentimento ao ouvir as palavras frias de seu pai. Sabia que viria um pedido após isso.

— Diga-me. — Pediu sem certeza.

— Você mostrou ser fraco ao hesitar em matar Dumbledore, mas eu o perdôo, afinal ele era o maior de todos os bruxos depois do mestre, e você apenas tinha 16 anos... perdoável. — Ele fez uma pausa ao continuar, o sangue de Draco fervia a ansiedade, ele sabia que não viria nada de bom. — Eu quero que você vingue a minha morte, vingue a pessoa que colocou seu pai atrás dessas grades, quero que você limpe a honra dos Malfoy's, com o sangue da pessoa que eu mais odeio neste mundo, quero beber o sangue do maldito. Você é o único Comensal que sobrou meu filho, eu não pediria isso a mais ninguém... Pelo seu pai Draco... o último pedido de seu pai prestes a morrer...

Draco engoliu em seco, já sabia o que viria a seguir. E Lucius continuou mais frio e cheio de ódio.

— Quero que mate Harry Potter.

Draco caminhava de um lado para outro de seu enorme quarto. Estava assim há horas, pensando na estranha visita que fizera a seu pai.

"Matar Harry Potter".

Há alguns anos, ele atenderia esse pedido sem hesitar, ou melhor, ansiaria por ele, seu ódio pelo "Menino Maravilha" praticamente o cegava. Ainda podia lembrar da noite em que seu pai fora para Azkaban por culpa de Harry Potter. Os olhares inquisidores dos alunos de Hogwarts, o nome dos Malfoy's jogado na lama.

Naquela noite ele ameaçara Harry Potter jurando vingança.

"Seria o momento dele pagar?"

Porém, hoje seu ódio se dissipara, se sentia aliviado da guerra ter acabado, e poder ter uma vida normal, longe de magia negra, mortes e sofrimento. Estava na hora de cuidar de sua mãe, que adoecera de tristeza com a prisão de seu infame marido.

"Ela não merece isso". Pensou, Narcisa era a única pessoa que Draco amava. E ela não merecia sofrer pelo canalha. Era seu pai, mas sabia admitir o quão odioso ele era. "A Culpa é dele! Foi fraco e deixou-se capturar, eu fui mais esperto!"

Ainda sim, era seu sangue. E ele não poderia ignorar uma última súplica de seu pai.

"Eu certamente não hesitaria em matar Harry Potter, não é como tentar matar Dumbledore". Mas seu estômago parecia abrigar uma borboleta que se debatia. "Eu poderia provar que não sou um covarde enfim..."


Sem reviews...nada feito...