Capítulo 1
Acordei com a minha coruja dando beliscões carinhosos em minha mão e com uma carta amarrada em sua pata esquerda. Me animei e desamarrei-a, até que enfim eles tinham me respondido!
Julie,
George e eu estamos animados com a sua vinda à Toca para a Copa Mundial de Quadribol, só pra confirmar, você chega aqui amanhã certo? É preciso que a gente vá te buscar? Bem, se não for preciso você é bem-vinda à nossa lareira.
p.s. Estamos tentando nos controlar para não inventarmos nada novo sem a sua presença, qualquer boatos de barulhos de explosões vindas do nosso quarto é mentira.
F & G
Não pude deixar de sorrir. O que eu seria sem esses gêmeos? Botei um casaco por cima da minha camisola e desci para tomar café; Cheguei no andar de baixo e papai e mamãe estavam dando uns amassos na cozinha.
- Que merda é essa? – eu disse rindo da cara de espanto dos dois quando me viram
- Eu e seu pai hm..
- Estavam dando uns amassos. – eu disse com simplicidade pegando uma torrada e sentando na mesa. Eles continuaram a me olhar com o constrangimento claro. Estalei os dedos e disse- pronto, esqueci. Podem sentar agora.
Os dois sentaram ainda meio sem-jeito, eu ignorei.
-Então como está o pequeno Marvim?
- Ele está bem, ontem de noite ele deu uns chutes bem fortes – minha mãe disse passando a mão livre do Profeta Diário em sua barriga de 8 meses.
- Aposto que ele vai ser um grande bruxo quando crescer, não vai? – eu disse com aquela voz ridícula de quando a gente fala com bebês/cachorros. – Ah, acabei de me lembrar, Fred e George mandaram uma carta perguntando se a gente vai de pó de flu ou eles precisam nos buscar.
- Acho que Pó de Flu, para poupar o trabalho dos Weasley's. – disse meu pai se manifestando pela primeira vez na manhã. Pelo menos comigo, porque ele estava se " manifestando" muito bem com a minha mãe antes de chegar.
Me levantei indo pro meu quarto pra responder os gêmeos.
F & G,
Meus pais disse que é melhor Pó de Flu para poupar trabalho e blá blá blá. Que horas mais ou menos seria o ideal pra chegar aí?
Não se preocupem, eu sei que vocês não estão inventando nada, vocês não tomariam esse risco.
Jul
Amarrei a carta na pata de "Plug" ( minha coruja) , dei um biscoito que estava em cima da mesa do meu quarto e botei ele cuidadosamente no peitoril da janela. Fiquei observando-o se distanciar até que Plug desapareceu no meio das nuvens que cobriam o céu naquela manhã.
- JULIE! DESCE AQUI – ouvi a voz de minha mãe vindo do andar de baixo
-JÁ VOU!
Desci as escadas e encontrei a minha mãe arrumando sua bolsa
- Vamos fazer as compras no Beco Diagonal hoje?
- Tem que ser né, amanhã eu não vou estar mais aqui
- Dá pra ser menos sarcástica?
-Nop! – eu disse gritando enquanto subia as escadas pra me arrumar
Depois de fazer as compras encontrei Plug na mesa da sala dormindo. A resposta da carta em sua pata. Fiquei parada observando-a indecisa do meu próximo ato. Se iria acordá-la e tirar a carta ou veria depois. Decido por uma outra quase impossível: pegar a corta sem acordá-la. " Challenge acepted*." Disse pra mim mesma. Peguei um clipe e fui deformando-o até desenrola-lo todo, tentei desamarrar o laço com ele. Por mais impossível que pareça, eu consegui tirar a carta ( furando-a e depois puxando-a, sem contar com o clipe) sem acordar minha coruja.
Jul,
Chega aqui por volta das 4,Hermione já vai ter chegado e Harry chegará amanhã, teremos bastante tempo pra fazer explosões. Espero que Percy na hora de reclamar com a gente veja você no nosso quarto, ele vai ficar super confuso e com certeza vai ficar vermelho. Fiz uma aposta com Fred que ele vai entrar e sair sem dizer nada, ele diz que Percy vai gaguejar e dizer alguma coisa.O que você acha?
F & G
Mordi meu lábio inferior contendo uma risada, Fred e George dizem que Perdy tem um xodó por mim mesmo tendo uma namorada. Uma tal de Penélope, uma coisa assim. Eu duvido muito.
Deitei na cama pegando meu caderno de ideias e de poções. Meu objetivo era conseguir fazer uma poção de amor perfeita e entregar já pronta para os gêmeos. Reli todas as minha anotações e decidi tentar mais uma vez. Levantei-me e peguei meu caldeirão e alguns frascos com certos ingredientes. Fui botando as quantidades que mandava no livro:
- Ovos congelados de Cinzácaro
-Torta de Melaço
- Madeira de cabo de vassoura
- Algo floral ( que no meu caso foi uma flor de meu jardim)
- grama recém-cortada
- pergaminho novo
- um fio de cabelo da pessoa por qual terão que se apaixonar.
Faltava só esse último ingrediente. Tenho que admitir. Já tentei muitas vezes e todas deram errado,quer dizer, não é que eu use " cobaias" para testar ou coisa do tipo. Tenho meus próprios meios. Um deles é o cheiro.O cheiro da poção Amortentia era de acordo com o que mais gostamos; cheirei-a e senti uma fragrância de terra molhada, livro novo e...não, não podia a cabeça fortemente me livrando do pensamento. Em seguido peguei um pequeno pedaço de papel e joguei-o no caldeirão. Ele se dissolveu lentamente começando pelas pontas. O último teste era verificara textura. Estava bem líquido e de um tom bem rosa. Acho que tinha finalmente dado certo! Botei uma quantidade mediana em um copo e desci.
- Mãe... Você sabe que eu te amo né? – eu disse com as mãos atrás de mim num tom meigo
- O que você quer? – ele disse sem tirar os olhos do livro o qual estava lendo
- Então – eu disse sentando no sofá bruscamente fazendo o livro cair de modo que ela pudesse me olhar – você sabe que eu e os gêmeos estamos fazendo uns... produtinhos pra vender não sabe? Coisas inocentes como varinha falsas, poções do amor...
- E...
- E, eu acabei de fazer uma poção amor lá em cima – eu disse tirando as mãos de minhas costas – e eu queria ver se funcionava
- e você quer que eu a tome?! Você endoidou?! E o pequeno Marvin e..
- Nãããão, não você, o papai!
- A ta. O que você precisa – ela disse com um sorriso malicioso
- Só de um fio de cabelo seu
Ela arrancou-o e me deu. Joguei no copo e diferentemente do papel, o fio afundou e no final a poção tinha tomado um tom rosa mais chamativo.
- E filha, você tem certeza que isso é seguro?
- Absoluta, eu fiz um monte de testes.
Minha mãe se levantou, pegou o copo e foi pra cozinha. Pude ouvir a voz de minha mãe:
- Querido, olha o suco que preparei pra você, é de framboesa, vê se está bom.
Corri pra sala com o meu caderno pra ver os efeitos e anotar.
- Ahn?Daqui a pouco Giselle
Minha mãe começou a fingir que estava chorando. Com os hormônios da gravidez ela tem tido emoções muito extremas, então meu pai não estranhou
- Mas...Mas eu preparei com tanto carinhooo, não acredito que você não vai tomaaaar- ela disse " chorando" compulsivamente
- Ah claro, claro ! Eu vou tomar agora mesmo querida! Olha! –ele disse levando o copo à boca – Hmm que delícia e- ele parou a fala bruscamente.- Gil, eu já disse que você está deslumbrante hoje? Vem cá- ele disse puxando mamãe pela cintura e beijando-a loucamente.
- Mãe, não se preocupe, de acordo com as minhas fontes o efeito vai diminuindo em mais ou menos uma hora. – eu disse anotando freneticamente em meu caderninho
- Quem disse que quero que acabe? Seu pai não está ativo assim desde que fiquei grávida de você! – ela disse rapidamente conseguindo se livrar um pouco da boca de papai
- UGH – eu disse correndo pro quarto.
Peguei um frasco e botei um pouco de poção nele, para que eu possa levar amanhã para os gêmeos. Limpei toda a bagunça do meu quarto e deitei na cama. Em pouco tempo ouvi um barulho daquelas molas da cama vindo do quarto ao meu lado. " puta merda" pensei. Liguei o som com o CD de " As Esquisitonas" no máximo e comecei a cantar também tentando minimizar os gritos de prazer ao meu lado.
