A Herdeira dos Lestrange

Capítulo 1: Surgindo mistérios

" O senhor não pode privar minha filha de nascer. E eu não serei um peso morto enquanto estiver perto da data dela nascer.

- Errado minha querida Bellatrix, ela pode vir a ser um empecilho nos meus planos futuros.

- Ela não será empecilho nenhum, além do que, ela tem meu sangue nas veias, ela ha de ser como eu. Um dia ela também irá servir ao senhor, Lord.

- Você tem razão, em partes. Por isso façamos um acordo. Quando a pequena Lestrange nascer você deve achar uma família que tome conta dela, você não poderá cuidar dela, e quando chegar a hora, você surgirá na vida dela, de forma que essa hora quem dirá sou eu.

- Mas Lord...

- Não tem nada de mais Bellatrix; ou obedece ou morre com um Avada-Kedavra na testa agora mesmo."

Em um quarto escuro dentro de uma bela mansão no centro de Londres, uma jovem de longos cabelos negros e olhos profundamente cinzas (realmente eram cinzas e não de um azul claro como os de Draco), acorda assustada. Põe-se sentada na cama e passa rapidamente as mãos pelos cabelos.

- Que droga! Porque eu tenho que sonhar com a minha mãe toda a noite. E o pior é que os sonhos estão se intensificando, queria que isso parasse afinal eu nem a conheço. E até onde eu sei sonhar com Voldemort nunca foi bom para ninguém. – ainda sentada na cama, Angelina, ou simplesmente Angie para os amigos, esfregava as mãos freneticamente para ver se continha o frio. Setembro estava praticamente começando e o frio parecia vir também. Não que não estivesse quente naquele quarto, mas parecia que não tinha jeito de não sentir um pouco de frio.

Resolveu levantar e ir até a cozinha beber alguma coisa, ao passar pelo corredor que levava até a escada, seus olhos a levaram até um retrato que dormia em paz. Um homem de cabelos negros até o queixo, traços fortes. Em baixo do retrato estava escrito: "Em memória a Sirius Black". Angie deixou-se levar pela curiosidade e aproximou-se mais para ver o que estava escrito nas letras miúdas sob a inscrição maior: "Grande amigo, desaparecido, porém nunca esquecido". Quando terminou de ler voltou a posição inicial e voltou a observar o quadro. "Black? Aonde foi que eu já ouvi esse nome? Lembro-me de quando estava na biblioteca lá embaixo a alguns anos atrás, descobri uma tapeçaria que tinha uma árvore genealógica que tinha esse nome. Mas não faz sentido, não me lembro ao certo, talvez se eu voltasse lá. É isso, farei isso pela manhã" – concluiu em pensamento e voltou a caminhar rumo a cozinha.

Sorrateiramente tomou um copo d'água e subiu de volta ao dormitório, aconchegou-se sob as cobertas e tirou de dentro da mesinha de cabeceira um frasco com um líquido incolor:

- Não queria, mas vou ter que beber essa poção. Assim pelo menos eu não terei sonhos e terei uma noite mais tranqüila.

Amanhecera em Londres, e a mansão começava se iluminar pelos raios de sol, embora houvesse sol, esse não esquentava nada. Angie esfregou os olhos preguiçosamente e levantou rumo ao banheiro. Nada como um banho pela manhã pra despertar de vez. Cerca de meia hora depois, descia as escadas rumo a cozinha para tomar o café da manhã.

-Bom dia Angie querida. – disse uma mulher que parecia ser a dona da casa e no caso, mãe adotiva de Angie.

- Bom dia Marie. Não esperava alguém acordado a essa hora da manhã – respondeu sorridente.

- Eu também não queria acordar a essa hora, mas tenho algumas coisas para tratar no Ministério então logo depois poderemos ir ao Beco Diagonal fazer suas compras para a escola. Tudo bem para você?

- Claro, sem problema algum. Encontro-me com você nO' Caldeirão Furado então. A que horas?

- As 11 está ótimo. Agora chega de papo e beba seu café antes que esfrie. – não houve mais nenhum comentário, era praticamente proibido conversar durante as refeições naquela casa, embora Angie não gostasse muito disso sempre respeitava a lição de etiqueta.

Ao término do café, a sujeira sumiu da mesa como num passe de mágica (talvez foi isso mesmo), e Angie já se levantara da cadeira, antes de sair da cozinha perguntou:

- E o Nicholas aonde está?

- Ele já saiu. Ela também vai ao Ministério, vamos nos encontrar lá, depois nós dois a encontraremos no Beco Diagonal.

- Tudo bem então. Vou subir agora e terminar de arrumar algumas coisas. – girou nos calcanhares e saiu. Não subiu de fato, mas sentou-se no último degrau de modo que pudesse ouvir a hora que Marie saísse para poder ir à biblioteca e mexer sem ser perturbada.

- Droga, mil vezes droga. Eu não consigo me lembrar aonde foi que eu achei aquela tapeçaria. Eu só lembro que estava fuçando nos livros e de repente ela caiu de dentro de um dos maiores livros. Será que o Nicholas a tirou daqui? Quer dizer, vai ver ele não queria que eu a visse, afinal das contas ele quase me colocou de castigo quando me pegou com ela nas mãos. O que ela tem de tão especial afinal?

Angie continuava procurando, sem sucesso. Já tinha revirado boa parte dos livros e nada de achar a tal da tapeçaria. Já tinha mexido em tantos livros que a névoa de poeira que estava se formando parecia mais grossa do que um dia com neblina.

- Atchim!! "timo, era só o que me faltava, pegar uma alergia por estar mexendo nas coisas velhas. Já sei! Quem sabe se eu fizer um feitiço um feitiço convocatório? Pode dar certo. – Angie tirou sua varinha de dentro do bolso interno do seu casaco e disse – Accio tapeçaria. – mas ao contrário do que desejava a única coisa que veio parar em sua mão foi um livro muito antigo, com a capa toda rasgada. Decepcionada guardou a varinha e se pos a examinar o livro.

Era realmente muito velho. Virou o livro e este estava datado a 50 anos atrás, pensou em como Nicholas podia guardar coisas tão velhas naquela biblioteca. Sem contar o porão, este então não era nem digno de comentários. A quantidade de itens velhos e sem uso (pelo menos na opinião da garota) era tremenda. Poucos eram os artefatos que realmente tinham alguma utilidade, mas Nicholas se negava a jogar qualquer uma daquelas peças fora, sempre com a mesma desculpa "Quem guarda tem!".

Angie retomou sua atenção ao livro em suas mãos, não tinha nada de especial nele e também não era nada parecido com uma tapeçaria pra ter ido parar em suas mãos depois do feitiço convocatório. "Eu nunca fui mal em feitiços, será que eu fiz algo errado, ou aconteceu alguma coisa que eu ainda não percebi?" pensou. Enquanto isso abriu o livro lentamente e antes mesmo que percebesse sentiu uma forte luz preenchendo todo o seu corpo e sentia-se como se estivesse levitando por entre um túnel. Quando finalmente "parou" abriu os olhos lentamente e deparou-se com uma sala, muito escura, um breu só. O ar ali era pesado e era difícil respirar, o que fez Angie sentir-se um tanto quanto afogada. A única coisa que pensava era onde estava, porque estava claro que na biblioteca de sua casa é que não era. Fora transportada e aquele livro era uma Chave de Portal.