A Porta Bateu

Fanfiction de Shiryuforever94

Anime: Saint Seiya

Gênero: Yaoi (Relacionamento homossexual entre homens)/POV

ATENÇÃO: Esta é uma fic yaoi, ou seja, com relacionamento homossexual, sendo bem clara, amor entre dois homens! Se não é sua praia, por favor não leia, não me mande ameaças, não me xingue, cada um na sua. Seja produtivo e arranje outra coisa para ler que tem um montão de histórias por aqui.

DISCLAIMER: Saint Seiya não me pertence, Toei, Kurumada e Shueisha é que ganham horrores com os rapazinhos fofos. Minha intenção é apenas divertir os leitores e dar vazão aos meus sonhos nem um pouco inocentes com esse bando de homens lindos. Gostou de alguma idéia minha? Que bom! Mas sejam bonzinhos e me citem se for o caso. Faço o maior esforço para valorizar as doces autoras que conheço quando uso alguma idéia delas.

LOCALIZAÇÃO TEMPORAL: Esta história se passa logo após a Saga de Hades, todos estão vivos, bronzeados, prateados e dourados. Ressuscitaram por honra e glória de Atena. Explicações dadas? Boa leitura.

Camus POV

A porta bateu. Outra vez.

Não sei mais quantas vezes ele bateu a porta ao não obter de mim o que esperava. Não sou bom em deduzir o que exatamente o faz feliz. Às vezes tenho a certeza de que este relacionamento é um engano.

Ou uma piada.

Os amigos nos dizem que eu o fiz sossegar um tanto. Que o fiz se importar em criar laços e em não se dedicar exclusivamente a matar e destruir.

Ah, e ele é muito bom em matar e destruir. É capaz de reduzir a nada o conceito de "construção sólida"e também de fazer duvidar sobre sua sanidade quando está numa missão qualquer.

Sem falar que é muito bom em tirar-me do sério e até mesmo me faz rir. E não sou do tipo que solta gargalhadas por aí. E nem que se emociona. Só que ele consegue essas proezas todas. Já deveria lhe valer algum título especial...

Os amigos também dizem que eu deixei de ser insensível depois que passei a me relacionar com ele. Só que eu nunca fui insensível. Apenas não gosto de parecer mudar de humor a cada passar de minutos. E não gosto de ser analisado como se fosse um bichinho com reações iguais às de qualquer um.

Não sou qualquer um.

Aliás, nenhum de nós nesse Santuário o é.

Dou um longo suspiro e reviro os olhos. Será que vou atrás daquele maldito escorpião sem juízo ou simplesmente espero que ele se acalme e volte, outra vez, querendo me explicar de que maneira eu deveria ser para fazê-lo feliz?

Engraçado que ele nunca me perguntou de que maneira ele deveria ser para que eu fosse feliz. Simplesmente porque sou feliz com ele do jeito que ele é.

Por que ele não pode simplesmente aceitar que somos do jeito que somos e que deve haver algum motivo especial para que gostemos tanto um do outro?

Aliás, estou curioso. Por que será que Milo gosta tanto de mim? Ele me acha frio, inexpugnável e um tanto indiferente. Vai ver porque sou um desafio ao seu domínio e ele queira me decifrar como se faz com um quebra-cabeças.

Irritante. Abusado. Genioso. Dono de todas as respostas. Adora ter a última palavra. Senhor da Guerra. Máquina de destruição.

Milo de Escorpião.

Milo POV

A porta bateu. Outra vez.

Não sei mais quantas vezes eu já quase destruí essa porcaria de porta inútil. Eu não agüento o olhar sem sentimentos dele. Eu não suporto o jeito dele sorrir sem muito ânimo quando proponho alguma coisa em que ele ainda não havia pensado.

Mas eu pensei que com tanto tempo juntos ele já teria se acostumado comigo! Eu sou inteligente, forte e guerreiro e tenho meu próprio caminho. Por que ele precisa estar no caminho comigo se nem sabe por onde estamos indo? Aliás, eu acho que ele vai por qualquer canto que lhe dê vontade.

Às vezes tenho a certeza de que este relacionamento é um engano.

Ou uma ironia muito grande comigo.

Que opções eu tenho?

Aioria tem um tanto mais de vigor que Camus. Pena que é quase casado com a Marin. E adora chamar a atenção. Decididamente, prefiro ser um pouco mais discreto que ele poderia suportar. Chamo a atenção naturalmente, não preciso de holofotes, brilho muito bem sozinho.

Talvez o Shaka? Talvez morrer de tédio com tanta meditação... E se ele desarrumar meu armário, meu código de cores e gêneros, eu o capo! Se puser defeito em um cacho sequer do meu cabelo, acho que eu destruo aquele templo budista disfarçado de moradia...

Não adianta, não vejo como mais alguém possa saciar meu coração.

Saga é um homem que me deixaria louco com seu jeito de jogar charme a torto e a direito, embora ele nem mesmo perceba que o faz. E, casa cheia de gente? Casa com mudanças todo santo dia? E o tanto de pessoas que ele convida para ver filmes? Na minha casa mando eu! O primeiro dia que ele levar um estranho para MINHA casa, seria o último de nosso relacionamento.

Mu me irrita com sua mania de achar que tem razão. Ora, quem sempre tem razão sou eu. E ponto.

Aldebaran? Ele é muito caseiro e calmo, talvez déssemos certo. Se eu não preferisse alguém ruivo... E sei lá se ele gostaria.

Máscara da Morte? Sei. Mataríamos todo mundo trocando farpas sobre como ele é insuportável e como eu sou o único ser mais poderoso do mundo. Ou discutindo sobre justiça, dever, poder. Melhor ainda. Eu ia querer saber nome de todas as cabeças naquela casa, idade, onde nasceu, inventário completo. Gosto de dominar todas as situações.

Dohko me entediaria por duzentos anos com suas histórias e contos de antigamente. Ou quereria me ensinar a placidez da meditação e da dedicação a um único objetivo. Ou talvez falaria sobre a justiça, não haver brigas, paz na terra... NÃO!

Shura? Er, não creio que trocar uma parede de gelo por uma parede chifruda mal humorada e que adora tudo que tiver seiscentos mil anos pendurado como obra de arte em sua casa seja boa idéia. E a noção dele de justiça a qualquer preço? Ora, justiça é o que eu penso. Simples.

Aioros nem a tapas! Ele não pára nunca. Vive querendo viajar, enche a casa de gente, enche a casa de amigos em duzentas festas. Como pode chamar de amigo a tanta gente? Eu hein... Nem pensar.

Afrodite seria meu pior inferno. Eu sou ciumento demais para aturar o homem mais bonito do mundo. Mataria qualquer um que olhasse demais para ele, o que quer dizer que dizimaria a humanidade em pouco tempo... Melhor nem tentar.

Suspiro longamente, sento na beirada do piso do meu templo.

Camus deveria saber que quando chego todo feliz na casa dele, espero que ele me abrace e beije, e diga que sentiu minha falta, e não que me olhe parecendo que seu cachorrinho babão retornou e quer um cafuné.

Os amigos dizem que eu deveria valorizar o jeito calmo dele, pois é o que eu preciso para ser feliz.

Como se eu desse a mais mínima bola para o que os outros pensam! Eu sou da minha própria opinião e os outros podem ir todos para qualquer lugar!

Dou outro longo suspiro e reviro os olhos. Será que volto e me atiro naquela boca que eu adoro, me jogo nos braços daquele homem arisco ou simplesmente espero que ele um dia se irrite o suficiente para nunca mais querer me ver?

Talvez eu devesse explicar de que maneira ele deveria ser para ficarmos em paz. Só que não seria justo.

Ele nunca me pediu para ser diferente. E olha que não sou nada fácil.

Por que mesmo estou zangado dessa vez?

Irritante. Calado. Distante. Enigmático. Não faz questão de demonstrar o que sente. Senhor do Gelo. E um coração em ebulição que só eu consigo alcançar.

Camus de Aquário.


Nota da Autora: Acabou. Assim? Sem solução? Ora, claro que não... Usem a imaginação. Querendo, comentem, critiquem, fiquem à vontade. A maior alegria de um ficwriter (senão a única recompensa) é receber reviews, mesmo com críticas, pois são as tais críticas que fazem a gente melhorar.