Well, well, he's got stories to tell of love that is long overdue.

Eu estava jogado no sofá e apertava com vontade a bunda da menina que estava sentada no meu colo, beijando meu pescoço, com cada uma das pernas ao lado da minha cintura. Joguei minha cabeça para trás, deixando uma de minhas mãos passarem pelas coxas dela enquanto reparava que a música alta fazia as vidraças daquela casa tremerem.

Agarrei com força os cabelos da menina, forçando-a a levantar o rosto para que eu pudesse beijá-la, enquanto que com minha outra mão puxei seu quadril para que ficasse mais junto de mim. Fiz com que nosso beijo se tornasse quase feroz e eu acho que esse foi meu erro, porque quando fechei os olhos e colei meus lábios aos dela, o gosto que eu senti não era o que eu queria. O cheiro que entrava pelas minhas narinas não era o que eu mais gostava. O cabelo que eu puxava não era da cor do fogo.

Tentei ignorar esses pensamentos e quebrei o beijo, prendendo o lábio inferior da menina entre meus dentes. Nesse momento, ela abriu seus olhos e só um idiota não veria que ela estava totalmente entregue. Eu poderia fazer o que eu quisesse com ela, mas, olhando naqueles olhos que não eram castanhos, isso era exatamente o que eu não queria.

Soltei seu lábio e foi nesse momento que vi o que eu realmente queria. Senti a menina voltar a distribuir beijos e carícias pelo meu pescoço, mas eu já não me importava. Meus olhos agora estavam presos no lugar exato onde ela se encontrava. Meu coração começou a bater mais forte, meu sangue começou a circular rápido. Ginny estava em cima da mesa de centro usando apenas uma espécie de biquíni. Seu corpo estava molhado da recém excursão até a piscina e, ajoelhada em cima da mesa, conforme ela mexia seu corpo no ritmo da música, eu podia ver com espantosa clareza as gotas descendo pelo seu corpo, fazendo caminhos na perfeição e na contradição daquela garota.

Tentando desviar meus olhos dela, me esforçando ao máximo para não parecer patético, olhei em volta e, quando tive noção do número de babacas que olhavam para a minha garota, senti a ira fazer meu sangue borbulhar. Antes que me desse conta do que estava fazendo, empurrei com mãos pesadas a garota que estava em meu colo e me dirigi até Ginny.

Um dos caras babacas que haviam criado uma espécie de roda a sua volta havia lhe dado uma garrafa de qualquer coisa e, agora, ela dançava enquanto levava com maestria a garrafa até a boca, num gesto estupidamente sexy. Eu não pude deixar de notar que, cada vez que ela mexia seu quadril no ritmo da música, a pouca luz do ambiente iluminava de forma maestral suas curvas, como se ela já não ficasse gostosa o suficiente sem aquilo.

Quando ela afastou a garrafa de seus lábios, eu já estava exatamente em sua frente. Observei-a por breves segundos e, na hora, senti uma excitação tomar conta de mim, mas isso não me impediu de fazer o que fiz. Agarrei seu braço direito e lhe puxei de cima da mesa. Ginny abriu os olhos alarmada e, quando eu a segurei, senti que ela resistia.

"Me larga, Potter." Ela disse, naquele tom que eu tinha certeza que ela criara apenas para usar comigo em momentos como esse.

Puxei-a para perto, praticamente colando nossos rostos e olhei fundo naqueles olhos castanhos que atormentavam meus sonhos. "O que você pensa que está fazendo?" Perguntei, com a voz baixa por causa de toda a raiva que estava sentindo. Ela tinha noção que metade dos homens daquela festa tinha parado de fazer o que quer que estivesse fazendo apenas para observá-la, certo?

"Não te interessa o que eu estou fazendo." Disse e, com um movimento de corpo, tentou se soltar. Olhando rapidamente em volta, tive uma boa noção que era só Ginny olhar para um daqueles homens que, em questão de segundos, metade deles cairia em cima de mim.

"Você vem comigo." Disse, começando a andar, puxando-a junto.

Ela só me acompanhou porque eu era muito mais forte que ela, o que não significa que ela não tenha tentado resistir. "Você não é ninguém para me dizer o que fazer." E, nesse momento, ela tropeçou. Sim, Ginny estava terrivelmente bêbada. Eu não precisaria olhar para o seu showzinho ou para seus passos incertos para saber disso. Era só olhar para os olhos dela. Eles sempre ficavam assim quando ela estava em seu limite e, sabia, a probabilidade dela apagar a qualquer minuto era imensa. Eu simplesmente não podia deixá-la aqui, ainda mais usando um nada para cobrir o que metade dos homens daquela faculdade pensava na hora de tocar uma.

Apressei-me para fora da casa, passando rápido pelo jardim onde alguns caras encararam Ginny como se nunca tivessem visto uma mulher na vida. Tirei minha jaqueta – soltando-a no processo – e dei a ela. "Veste isso." Disse e a vi olhar para o blazer que eu oferecia com desdém.

"Vá se foder, Potter." Dizendo isso, deu-me as costas, começando a fazer o mesmo caminho pelo qual nós viemos.

Eu não dei tempo para que ela se afastasse e, caminhando atrás dela, coloquei minha jaqueta em seus ombros. Ficava tão grande nela que parecia que ela poderia estar usando um shortinho e eu não o veria.

Ainda de costas para mim, vi-a tirar o blazer dos ombros, apenas para colocá-lo como se deve e, virando-se lentamente, ela me olhou por alguns segundos nos olhos, antes de dar alguns passos e caminhar até a calçada. Muito devagar e com pouco equilíbrio, ela se sentou no meio-fio e eu me detive uns instantes antes de fazer o mesmo.

Olhei para o seu rosto, levemente levantado, como se ela quisesse tomar um banho de lua e vi seus ombros relaxarem novamente. "Eu só vou deitar um pouquinho." Falou, numa voz quase infantil e fez menção de jogar as costas para trás, para se deitar na calçada, mas, sabendo que era a bebida que a fazia agir assim, puxei-a para mim e ela acabou deitando em meu colo.

Eu definitivamente não estava preparado para o estúpido frio em minha barriga e, por isso, fiquei uns minutos apenas parado ali, acariciando os cabelos da menina, aproveitando-me do fato de que ela não se lembraria disso amanhã.

Com cuidado, levantei-me da calçada apenas para pegá-la no colo e a levar até meu carro, onde a pus no banco traseiro.

Eu tentei ao máximo não olhar seguidas vezes para o espelho retrovisor e me perder na imagem que nunca saia de minha cabeça, mas, quando eu parei num sinal vermelho, não fui senhor dos meus olhos. Ginny parecia simplesmente tão tranqüila, tão correta, dormindo daquela forma. Bem, talvez correta não seja o melhor adjetivo, porque uma garota correta não estaria naquela situação. Deitada de barriga para cima, tinha uma das mãos logo abaixo de onde terminava o osso externo, fazendo suas unhas escalarte contrastassem com a pele que estava bem mais morena do que eu me lembrava. Suas cochas torneadas estavam totalmente a mostra, posto que meu blazer abrira todo quando ela deitara. Com os olhos ainda devorando suas cochas, vi uma pequena marca logo acima do joelho. Estreitando os olhos foi fácil perceber que se tratava de uma mordida. Apertei o volante com força e olhei irritado para o sinal que ainda estava vermelho.

Que se dane.

Pisei fundo no acelerador e em alta velocidade percorri as milhas que me separavam do meu apartamento, tentando não pensar aquela mordida.

Puta que pariu.

Não pense, não pense. Antes me de dar conta, já tinha estacionado o carro. Com as mãos ainda no volante, fiquei olhando para a parede a minha frente, com os pensamentos voando rápidos. Passei a mão pelo rosto irritado, porque aonde meus pensamentos me levavam, Ginny ia comigo.

Soltei o cinto e sai do carro, dando a volta e tirando Ginny de lá. Encostei-a contra minha Sportage e, para que ela não caísse, prendi-a com meu corpo. Senti um arrepio percorrer minha espinha.

"Hei." Soprei, passando a mão pela bochecha dela, para logo depois prender seu rosto entre minhas mãos. Um frio ainda maior tomou conta da minha barriga; tinha me esquecido o quão frágil Ginny era.

Ela abriu levemente os olhos e deu um pequeno sorriso. "Harry." Escutei meu nome rolar de seus lábios depois de tanto tempo e sorri, mas ela fechou os olhos novamente e eu a balancei suave, fazendo com que me olhasse.

"Pequena, preciso que você caminhe comigo por alguns instantes, consegue fazer isso?"

"Claro que eu consigo." Ela me disse. Claro, Ginny nunca diria que não conseguiria fazer alguma coisa.

Enlacei-a com um dos meus braços e nós chegamos a dar alguns passos, mas, logo, Ginny já havia apagado novamente. Decidi pegá-la no colo e em pouco tempo já abria a porta do meu apartamento. Quando fui fazer o caminho até meu quarto, diminui um pouco o passo, porque estava bom demais sentir a respiração quente dela batendo no meu pescoço, estava bom sentir seus braços em mim e eu não sabia se estava pronto ainda para me distanciar disso novamente.

Quando parei junto à cama, não soube bem o que fazer, porque o biquíni que Ginny usava estava obviamente molhado. Eu deveria tirá-lo...

Engoli em seco.

Ela iria me matar.

Mas era por uma boa causa, quer dizer, ficar com roupa molhada nunca é boa coisa.

E, outra, não é como seu eu não conhecesse cada curva daquele corpo.

Com o coração batendo forte, deitei-a na cama e fui até meu guarda-roupa. Sim, eu ainda guardava a minha boxer e a minha camiseta do Pink Floyd (minhas entre aspas, porque depois que Ginny as monopolizou, apenas ela as usava). Não, eu não as havia jogado fora. Sim, eu era meio gay quando se tratava de Ginny e, não, não quero saber sua opinião.

Andei até Ginny com a respiração ofegante e a fiz se sentar, sentando-me ao seu lado. Passei a mão por seu rosto de novo e ela abriu os olhos levemente. "Consegue se trocar?" Perguntei.

Ginny fez um biquinho. "Estou com sono, não quero saber de roupas."

Resolvi ser correto. Ginny me mataria se eu trocasse a roupa dela. "Ginn, linda, eu preciso que você tire essas suas roupas molhadas e coloque estas." Disse, levantando a mão que segurava a boxer e a camiseta.

Ginny rolou os olhos e se levantou da cama. "Tá bom." Ela disse e eu ai levantar para levá-la ao banheiro quando a vi tirar a parte de cima do biquíni, bem na minha frente, como se eu tivesse algum autocontrole, mas, antes que eu pudesse fazer outra coisa que não olhar para aqueles seios fartos na medida exata, ela se inclinou o tirou a calcinha, ficando totalmente nua na minha frente. Então ela pegou a boxer que eu havia deixado em cima da cama e a colocou, espichando-se para fazer o mesmo com a camiseta, mas, ao contrário da boxer, Ginny cobriu seu corpo com uma vagareza extremamente sexy, levantando os braços para por a camiseta e esticando cada músculo da sua barriga sarada, dos seus seios. Quando ela terminou, minha calça começou a parecer apertada de mais, incômoda de mais. "Posso dormir agora?" Perguntou, com a língua ainda um pouco presa, fazendo beicinho.

Fiz que sim e a vi engatinhar até o lado oposto da cama, onde ela sempre dormira. Ela se enganchou no travesseiro e quando eu ia levantar para tomar um banho gelado, escutei meu nome ser chamado, baixinho. Virei-me. Seus olhos pareceram mais lúcidos por um momento.

"Lembre-se o qu que nunca deveria ser." Ela disse e, por um momento, eu fiquei paralisado, mas, então, quando ela virou na cama, de modo a ficar de costas para mim, corri até o banheiro e liguei a água de modo que ele estivesse a mais fria possível.

Quem não conhecesse Ginny não daria muita bola para uma frase aleatória dessas, mas eu sabia melhor. Conhecia bem aquela frase. Ela meio que ficou obcecada por ela no tempo em que sua mãe havia saído de casa, deixando-a sem nem ao menos se despedir. Ao contrário do que até hoje ela fizera questão de me mostrar, eu havia sim, então, penetrado aquela muralha que a envolvia e, Deus que me perdoe, eu havia fodido com tudo.

Puta que pariu.

O lobo errado foi alimentado dentro de mim.

Soquei o azulejo do banheiro com força, querendo me machucar por tê-la machucado. Soquei uma, duas, três vezes, mas isso só me fez sentir mais derrotado do que já estava. Com raiva, desliguei o chuveiro e me sequei, colocando uma boxer qualquer.

Estava na hora de tentar dormir.