Como gelo
Ela, uma mulher em seus vinte anos e rosto na forma de coração. Ele, homem pouco mais velho e cabelos negros como a noite sem lua. Ambos sentados no chão da sala, de frente um para o outro.
- Quando irá se cansar disso? – perguntou ela com um sorriso debochado.
- Assim que se cansar de brincar. – ele rebateu sério – Admita que você amou-me e liberto-a.
Kikyou, melhor e mais perigosa caçadora de recompensa do estado, simplesmente riu de Inuyasha, seu ex-marido e dono de metade da maior indústria brasileira.
- É impossível que tenha se casado comigo apenas por dinheiro! – falou ele exasperado.
- Improvável sim, impossível não. Continue defendendo sua teoria ridícula depois de olhar em meus olhos, tenho certeza de que não terá coragem.
O caso era: em meio a seu trabalho, Kikyou teve de casar-se com Inuyasha, assim tomando posse da outra metade da indústria e vendendo 10% para seu cliente. Quando terminou a transação, divorciou-se e tentou seguir sua vida. Cheio de ódio e rancor, Inuyasha mandou encontrarem-na e a prendeu em sua casa.
Depois de cair no golpe do casamento daquela mulher ele havia se convencido de que ela sentia algo por ele, mesmo abandonando-o. Em meio à sua loucura desejou que ela admitisse seu amor, mas Kikyou dizia-se livre do Cupido. Não tendo amado em sua vida, ela pensava estar livre desse mal e adorava tal fato.
- Eu sei que você já gostou de mim. – Inuyasha disse.
O problema era o cinismo de Kikyou. Aquela mulher não deixava suas emoções chegarem ao seu exterior, era perfeitamente controlada, parecia um robô. Seria impossível dizer se ela estava mentindo, seu rosto era metal com olhos de gelo. Suas feições despreocupadas e irônicas.
Inuyasha seria seu oposto, demonstrando tudo o que sentia. Estava aflito e raivoso. Havia amado-a, tudo o que queria era que tivesse sido recíproco. Mas ela não tornaria isso fácil. E ele não desistiria.
