Eu sempre tentei me imaginar como humano de novo, não ter que matar pessoas, seria ótimo, não que eu esteja me matando por isso, eu seria um monstro se matasse por prazer, mas eu mato por necessidade, ser um vampiro nunca foi e nunca será fácil, ter que conviver e ser rejeitado , não ter uma alma ,nem um coração, não ter um motivo para continuar respirando, não uma família, e simplesmente, não ter alguém que daria a vida pela sua felicidade, que trocaria tudo pela sua vida.

As lembranças da minha transformação passavam pela minha mente enquanto eu corria pela floresta.

Flashback on

Eu corria pelas calçadas de Londres, ao mesmo tempo em que me sentia sendo seguido, eu precisava chegar logo em casa.

Parei apoiando as mãos no joelho, e tentando pegar fôlego pra encarar poder encarar mais quatro quarteirões, eu estava com a respiração ofegante, quando senti um par de mãos prensando o meu pescoço contra a parede de um dos mais medonhos becos de Londres.

Enquanto eu tentava sugar o ar úmido do lugar, a pessoa que estava me segurando pelo pescoço ,saiu das sombras, e eu dei de cara com uma linda mulher, mas que tinha os olhos em um tom de vermelho vivo, ela se aproximou como um vulto do meu pescoço e eu senti o mesmo sendo perfurado, e uma dor cortante me consumindo.

Eu me sentia sendo queimado vivo, e em um movimento rápido a ruiva dos olhos vermelhos sumiu, e com a dor eu senti meus olhos se revirarem enquanto soltava um grito ensurdecedor.

Flashback off

Enquanto eu lembrava, sentia o vento bagunçando cada vez mais o meu cabelo, comecei a ouvir um coração batendo, um cheiro doce, e uma mente silenciosa. Corri de encontro ao aroma, que de certa forma me atraia, passei com rapidez entre as arvores, e me encontrei em uma clareira, o aroma vinha de alguma coisa que estava embrulhada por panos em um cestinho.

Me aproximei, me preparando para atacar, tirei o embrulho do cestinho e desisti , os olhos verdes me prenderam e eu senti a minha respiração falhar, eu posso não ser um monstro ,mas não sou tão ... eu simplesmente não posso.

Como ela veio parar aqui? No meio da floresta, sozinha, a apoiei em um dos braços e me aproximei da cesta, onde encontrei um envelope, abri com cuidado e tirei de lá uma carta, comecei a ler.

"Olá, eu queria pedir para que cuidasse da minha doce Bella, seu nome é Isabella, boa de mais pra ficar com alguém como eu, os jogos destruíram a minha vida, e não farão o mesmo com a dela..."

O que era pra ser uma carta ,se transformou em um trecho, eu não tive coragem de ler o resto, as palavras de repetiam inúmeras vezes, e isso só parou quando eu ouvi um gemido da linda menina de olhos verdes nos meus braços.

O.M. G, o que eu fiz?Eu machuquei a Bells?Opa, olha a intimidade Edward.

-Bells, você ta bem? – eu perguntei em um tom suave, ela resmungou e se encolhei nos meus braços. Eu não poderia deixar esse ser tão indefeso e maravilhoso, solto por um mundo, onde os melhores se igualam facilmente aos piores.

Peguei a cesta e a coloquei pendurada em um dos braços, enquanto ela fechava os olhos e soltava um bocejo, coloquei delicadamente a sua cabecinha no meu ombro. E comecei a fazer as contas, com o tamanho que ela estava, devia ter os seus quatro meses.

Depois que senti que ela tinha adormecido, comecei a correr em direção a minha casa, morar sozinho nunca foi um problema.