* Essa história se passa após Episódio G e antes da Saga de Saint Seiya.

* Estou ignorando as idades oficiais dos personagens. Considerem a Marin com 17 e Aioria com 19.

* Saint Seiya, logicamente, não é meu, e os direitos pertencem a Kurumada, Toei etc ...


Capítulo I - Reencontro

Uma gota de suor escorreu em seu pescoço e ela levou a mão ao queixo, tocando os contornos metálicos que cobriam seu rosto. Sentia a testa, bochechas e nariz arderem com o crescente calor do Sol escaldante. Normalmente, Marin conseguia lidar bem com as limitações da máscara imposta às amazonas, mas era difícil não odiar o objeto em dias tão quentes como hoje. Antes de sair do Santuário, fez questão de tirar todas as partes de proteção que usava nos treinos e apenas colocou uma calça larga sobre o collant azul. Apesar de escuras, as vestimentas escolhidas eram frescas e não a incomodavam nessa temperatura. Tinha a liberdade para vestir algo mais leve em seus momentos de folga, mas, mesmo fora do lugar sagrado, não podia tirar a máscara.

Estreitou os olhos observando a pequena cidade surgindo no horizonte montanhoso. Algumas vezes ao mês conseguia momentos de descanso e tentava visitar os vilarejos próximos ao Santuário. Em uma dessas visitas, descobriu uma feira repleta de frutas diversas, peixes frescos e pessoas calorosas. Não sabia se era a proximidade com o mar, mas havia um clima diferente ali que a conquistou. Os habitantes não esboçavam nenhuma estranheza ao ver sua máscara, notou que tratavam os guerreiros do Santuário com respeito, contudo sem o temor que via em outras vilas. Simpatizara tanto com o lugar que não se importava em andar quase uma hora por um caminho que desafiava seu físico de guerreira. A floresta naquela região variava de muitas árvores a praticamente nenhuma, mais que a metade do trajeto era percorrido diretamente no Sol. Buscara algumas rotas alternativas, mas, no fim, chegou a conclusão de que ia mais rápido caminhando próxima a estrada que interligava os vilarejos; sentia-se mais segura caminhando em um solo reto, sem riscos de escorregar em alguma pedra. Já era desafio o suficiente escalar os pedregulhos que ocultavam o Santuário sem se machucar; podia se forçar a aguentar a exposição solar no restante do caminho.

A amazona estranhou quando ouviu um motor barulhento cortando o ar. Poucos carros usavam aquela rota, e aquele som não se igualava aos veículos de passeio ou aos pequenos caminhões que normalmente trafegavam por ali. Observou o veículo que passou por ela a altíssima velocidade. Era uma moto enorme, um modelo antigo, cujo assento permitia que seu condutor mantivesse a coluna ereta para manipular o guidão com os braços esticados. Não sabia que tipo era aquele, não era uma conhecedora de carros ou motos, mas admirou o modelo imponente cuja superfície envelhecida brilhava sob o Sol. O som ficou mais suave e percebeu que metros a frente o condutor guiou a motocicleta para o acostamento e parou, ficando justamente na rota que Marin pretendia seguir.

Desconfiada, observou o rapaz. Vestia uma camisa azul e jeans, o único artifício "típico de um motoqueiro" era o capacete redondo e as luvas de couro com os dedos a mostra. Não parecia que lhe causaria problemas, mas ela desacelerou seus passos aguardando qual seria sua próxima ação. O garoto poderia simplesmente estar precisando de alguma informação, contudo preparava-se para o pior. Era uma guerreira, fora treinada para manter sua atenção sempre alerta e era muito difícil baixar a guarda, mesmo em uma situação tão banal como essa. Naturalmente estranhava qualquer tipo de aproximação fora do Santuário. Ele pousou os braços volumosos sobre as pernas, contraindo as mãos antes de virar seu rosto. O capacete não tinha visor e seus olhos estavam ocultos sob as lentes redondas do óculos de sol, porém só percebeu porque achara seus traços familiares quando ouviu sua voz:

- Ei, Marin! Como você está aguentando esse calor? - o sorriso de Aioria a fez parar.

Sentiu os ombros tensos, não esperava que seria um conhecido, especialmente ele. Havia algum tempo que não via o Cavaleiro de Leão. Marin começou a auxiliar mais os treinos das aspirantes a amazonas nos últimos meses e raramente conseguiu vê-lo quando ia treinar na arena. Não se lembrava que tinha ombros tão largos assim, parecia que o garoto havia ganho volume e estatura nesse período de desencontros. Ou talvez era a postura da moto que provocara essa impressão. Ele se levantou, tirando o capacete e o óculos.

"Não... não é a moto" ela concluiu sem conseguir ignorar os olhos verdes que a encaravam intensamente. Era maturidade o que via em seu olhar. De alguma maneira o garoto dedicado a esconder seu passado virara um homem. Seu cabelo estava mais curto e ... loiro... Admirou os fios claros que brilhavam ao Sol, combinavam muito mais com seu rosto do que o pigmento vermelho que ele usou por tanto tempo para esconder seu passado. Agora, toda sua postura impunha naturalmente respeito. Parecia que ele descobrira quem realmente era independente do histórico vergonhoso de ter um irmão traidor:

- Oi - disse simplesmente, um pouco desconfortável por não saber muito bem o que falar.

Ela já o salvara uma vez. Ele a salvara em outra. Passaram a treinar juntos e sabia que a conversa fluía bem quando discutiam os próprios métodos de luta e coisas a se melhorar na batalha. Mas conversas triviais não eram seu forte, e Marin desconfiava que não era o forte dele também. Apesar da expressão extrovertida, o Cavaleiro de Leão parecia agora escolher cautelosamente suas próximas palavras. A ruiva se esforçou para deixá-lo mais a vontade:

- Demorei a te reconhecer... - disse colocando as mãos nos quadris volumosos e se aproximou - achei que era uma ilusão do calor ou algo assim. Faz um tempo que não conseguimos praticar não é?

Aioria riu:

- Sim... eu precisei viajar em missão algumas vezes e acho que nosso horário não coincidiu mais. - apontou para o capacete extra amarrado na garupa da moto - Eu também estou indo a Fyliphi, não quer uma carona?

- Como sabe que estou indo justamente para lá? - perguntou desconfiada. Havia outro vilarejo vizinho a Fyliphi e que também seguia por essa estrada.

Aioria desviou o olhar e pegou uma valise que também estava amarrada com o capacete extra:

- Bem... a Lithos escutou esses dias que você vai lá de vez em quando para comprar umas frutas. - ele abriu a garrafa e bebeu alguns goles de água. - Você quer?

Antes que ela respondesse, Aioria lhe jogou a valise e se voltou para a moto, ocupando-se em desenlaçar o outro capacete:

- Pode matar, eu encho na vila...

Marin observou as costas do rapaz e reconheceu o ato. Não era a primeira vez que ele se virara assim para demonstrar que não a observaria enquanto ela bebesse água. A ruiva deu alguns passos se afastando da estrada e retirou a máscara. Apreciou o contato do vento em seu rosto quente e levou a garrafa a boca, deixando escapar um pouco do líquido para que as gotas refrescassem seu pescoço. Colocou o restante nas mãos e limpou o suor da face antes de cobri-lo novamente com a máscara.

Aproximou-se da moto. Aioria já havia colocado novamente seu próprio capacete, mas mantinha-se de costas para ela, contemplava as casas do vilarejo no horizonte:

- Obrigada, pela água, Aioria. - disse entregando-lhe o invólucro escuro sem encará-lo, observou o capacete extra que ele segurava e depois a garupa da motocicleta falando em um tom baixo - Mas não sei se vou aceitar sua carona... Gosto de andar até lá, esticar as pernas, sabe?

O leonino sentou na moto, justamente no local que a ruiva encarava, e ficou de frente para ela. Nessa posição, ficava mais próximo e um pouco mais baixo que Marin, e ela se viu obrigada a encará-lo:

- Falta tão pouco, acho que perder 20 minutos de caminhada não vai fazer diferença para o seu condicionamento, vai? - Os olhos verdes a observavam intensamente. Ele abriu um sorriso largo e fez mais uma pergunta - Deixa eu adivinhar, você nunca andou de moto antes?

- Ora, eu... Como você é implicante... - Marin cruzou os braços e levou os dedos ao queixo. O toque metálico a lembrou que ele não tinha ideia de qual era sua real expressão, mas a sensação que seu olhar lhe provocava era de que ela não conseguiria ocultar seu embaraço em relação ao veículo. Gostava de Aioria, ele era um rapaz agradável, quase um amigo, e não tinha motivo para disfarçar seu desconforto em relação a moto, certo? Bem, mesmo racionalizando como deveria reagir, conteve-se em pegar o capacete e não confessar o quanto temia andar naquela garupa - Se eu recusar você vai continuar insistindo, não é? Então vamos lá, Leão, vou aceitar sua carona.

Ele sorriu e manteve a expressão satisfeita enquanto a observava colocar a proteção. Quando a ruiva terminou de encaixar os lacres, Aioria colocou os óculos escuros e girou o corpo para se posicionar mais a frente na moto. Percebeu que ia oferecer-lhe a mão para que ela montasse o veículo, mas a amazona o ignorou e montou sem sua ajuda. Marin alocou-se na motocicleta por instinto, apoiando os pés em alguma engrenagem e levando as mãos ao assento da garupa em si. Fitou o rosto de Aioria no reflexo do espelho redondo. Apesar de não conseguir ver seus olhos, tinha certeza que a analisava. Ligou a moto e Marin desequilibrou-se um pouco com o impulso do motor:

- É mais seguro se você se segurar em mim - ele disse, ainda sem deixar a moto sair do lugar, apertando as manoplas e fazendo o motor rugir.

Cautelosa, Marin aproximou-se um pouco mais das costas dele e encostou na curva do quadril. Escorregou as mãos até que seus dedos encostaram na barriga do cavaleiro e ele lhe virou o rosto, perguntando:

- Pronta?

Ela murmurou um sim e a moto acelerou. Acreditava que nessa posição conseguiria manter-se mais estável durante os movimentos do veículo, mas nos primeiros metros temeu que poderia cair quando Aioria fizesse alguma curva. Era terrível admitir, mas estava com mais medo daquela corrida do que do Titã que uma vez enfrentou no Santuário. Sentiu o corpo gelar e percebeu que seus dedos agora apertavam com força a barriga do Cavaleiro. Era possível perceber a rigidez dos músculos bem definidos de Aioria e duvidou que o aperto o machucara. Ainda assim, afrouxou um pouco as mãos e escorregou o corpo instintivamente para se aproximar mais das costas do condutor e diminuir o atrito do ar em seus ombros e braços desnudos:

Ele apertou uma das mãos, chamando sua atenção, e gritou em meio ao vento e rugido do motor:

- Está tudo bem aí?

- Sim! Tudo ótimo! - Marin desconfiou que sua voz não foi tão audível quanto a dele e apertou os dedos que ele mantivera sobre os seus para assegurá-lo de que estava tudo bem.

Ele assentiu com a cabeça e desenlaçou do toque voltando a conduzir a moto com as duas mãos nas manoplas.

A medida que os minutos passavam, o nervosismo de Marin diminuía. Começou a curtir a paisagem mediterrânea e o vento constante que lhe refrescava o corpo e trazia o cheiro de maresia misturado com uma outra essência. Era uma fragrância seca, que lhe lembrava cedro, e um leve suor. Inclinou o rosto quase repousando sobre as costas do loiro e confirmou que o cheiro vinha de seu corpo. Aquela fragrância pareceu despertar sua atenção para a proximidade do rapaz. As mãos e braços em constante contato com seu tórax bem definido, os seios ocasionalmente roçando em suas costas, as coxas e joelho atritando nos jeans apertado. Movimentou os dedos propositalmente sentindo o tecido da blusa roçar nos músculos do abdômen definido. Uma estranha sensação percorreu seu corpo.

Eles já travaram muitas lutas nas arenas, todas com o mínimo de cosmo possível e concentrando-se mais nas suas habilidades físicas. Seja em uma imobilização ou simplesmente em uma queda de braço, o contato era algo constante em seus treinamentos, como o era com qualquer um do Santuário. Nunca desejara sentir a pele de outra pessoa como almejava agora. Sempre achou Aioria bonito, como achava muitos que cruzavam o seu caminho, contudo, era a primeira vez que realmente se sentia atraída por ele assim.

Uma caminhote passou bem próxima a moto e a fez voltar sua atenção para a estrada. Já estavam nos arredores do vilarejo e Aioria reduziu a velocidade. Seguiu o fluxo de alguns carros que se dirigiam para a praia e estacionou em frente a um pequeno estabelecimento próximo ao mar.

Rapidamente, Marin se levantou. Ao retirar o capacete, notou como os músculos de seus braços estavam doloridos pela tensão de manter o corpo equilibrado na moto. Talvez, se tivesse abraçado melhor o tórax de Aioria, seu esforço seria menor e seus membros não estariam assim. Talvez, poderia fazer isso na volta? Isso é, se ele lhe oferecesse uma carona para voltar ao Santuário... Observou-o acenar para um homem rechonchudo do restaurante antes de se virar para ela e pegar o capacete em suas mãos:

- Esse senhor que me deu essa moto... - Aioria murmurou enquanto prendia na moto os capacete dela junto ao seu.

- Mesmo? Mas como?

- Eu estava correndo na praia e avistei um menino sendo levado pela maré. Era o filho dele...

- E claro, você o salvou, Cavaleiro de Leão?

Aioria deu de ombros e colocou os óculos escuros no topo da cabeça. Fitou-a esboçando uma expressão orgulhosa, mas nem um pouco arrogante. Julgava-o impulsivo e orgulhoso, mas jamais arrogante.

- Você não a salvaria? - o loiro lhe questionou.

- Claro - Marin assentiu com a cabeça e começou a andar no sentido oposto a praia. Ele a acompanhou. - E então ele te comprou uma moto em agradecimento?

- Não, era dele e não estava funcionando, ele sugeriu em me dar e um outro sujeito apareceu e se ofereceu para consertá-la e..

- E você virou o herói da vila? Hahaha, uau...

- Na verdade, eles já me conheciam... eu nasci bem perto daqui, minha família tem raízes fortes nessa região.

Marin notou uma leve tristeza em seus olhos e soube que estava pensando em seu irmão Aioros, acusado de tentar matar a deusa Athena. Queria saber mais das lembranças dele nesse lugar, mas seria muito dolorido para ele. Já foi um grande passo falar a última frase sem demonstrar sinal algum de raiva na voz.

- Pois bem, herói, confesso que de todos os lugares que eu conheci na Grécia, eu gostei mais desse seu vilarejo. As pessoas são muito amáveis. - A ruiva apontou para a feira logo a frente dos dois. Apesar de não terem falado nada sobre aonde ir, eles haviam caminhado lado a lado em direção aquela rua que Marin sempre visitava.

- Eu adoro o clima dessa feira também - ele confessou, a expressão recuperava o ânimo que perdera graças aos pensamentos sombrios que deviam tê-lo assombrado nos últimos segundos.

Os dois exploraram juntos as barracas, Marin sempre cheirando as frutas que lhe apeteciam antes de levar, Aioria sempre aceitando os pequenos pedaços que os vendedores lhe ofereciam e nunca comprando nada. Na barraca de castanhas, ele aceitou o punhado que lhe ofereceram e passou a mastigar o fruto observando-a escolher algumas para colocar em uma sacola. Era impossível ignorar a seriedade de seus olhos verdes, parecia analisá-la e Marin se viu obrigada a perguntar:

- O que foi?

Acho uma merda que você não possa experimentar as coisas - disse simplesmente antes dar uma nova mordida na castanha.

A declaração a pegou de surpresa e ela deu um risinho balançando a cabeça em negação e recusou a olhá-lo novamente. Fingir que a imposição da máscara não a incomodava aliviava sua condição, não via motivo para discutir sobre isso com outra amazona, quanto mais com outros cavaleiros. Sabia das regras quando escolheu ser uma guerreira. Era incômodo, mas suportável. Colocou mais algumas castanhas na sacola e estava prestes a fechá-la quando ouviu Aioria ao seu lado, falando em um tom baixo:

- Desculpa, mas... é que elas estão ótimas. - o rapaz parecia tentar se redimir pelo comentário anterior. Tomou a sacola de suas mãos e disse em um tom mais animado - Eu vou pagar essas para você, ok?

Marin o deixou pagar sem dizer nada. Não ficara ofendida, mas assim como Aioros era um assunto desagradável para ele, hoje ela se sentia mais sensível em relação a máscara. O objeto parecia pesar mais em seu rosto que o normal e acabou ficando um pouco mais lacônica no restante da feira.

Enquanto ela escolhia alguns legumes que cozinharia à noite, Aioria se afastou um pouco e foi comer vários quitudes gordurosos das barracas ao redor. A hora passou rapidamente e a ruiva sentiu um pouco de tristeza ao pensar que precisava ir embora e poderia ficar muito tempo sem vê-lo novamente. Procurou-o e o viu com uma caixa repleta de doces em mãos, procurando sua carteira. Tocou em seu ombro e murmurou:

- Eu preciso ir..

- Eu também! Só preciso comprar isso para a Lithos e podemos voltar. - Aioria aguardava o troco do vendedor, mas se virou para ela. Apesar de sorrir, claramente ainda estava sem graça pela declaração sincera que dera anteriormente. - Você volta comigo, certo?

Marin não queria que o rapaz ficasse desconcertado. Tocou em seu braço como se assegurasse que estava tudo bem.

- Ahm, posso ir sim, mas... você já vai agora mesmo?

- Sim, só precisava dar uma volta para espairecer um pouco. E também... - mostrou a caixa de doces - precisava agradecer o pequeno monstro da minha casa por ter descoberto o que você andava fazendo nas minhas folgas.

Marin sorriu ao perceber que ele também sentira falta de suas lutas. Tinha certeza que corava intensamente abaixo da superfície metálica. Bendita máscara que ocultava a expressão meiga que deveria estar se formando em sua face agora. Tirou a mão de seu braço e declarou:

- Podemos marcar um treino mais para o fim dessa semana se voc

- Eu quero! - ele a interrompeu, sorrindo - Eu posso! Vamos sim!

Caminharam juntos até a motocicleta acertando o dia e a hora, não apenas dessa semana, mas das próximas. A amazona sentiu-se feliz com a possibilidade de encontrá-lo em breve. Dessa vez, quando montou na moto, permitiu que seu corpo relaxasse um pouco mais, tanto por confiar no condutor, como por saber que não havia nada demais em se aproximar de Aioria em uma situação como essa. Eles eram amigos, afinal. A última hora pareceu quebrar o gelo de quando o reencontrou e se sentiu mais à vontade para colocar as mãos na sua cintura dessa vez. Observou os fios loiros que escapavam do capacete e, antes que o cavaleiro ligasse o motor, ousou dizer:

- Aioria... - ele se virou e ela se aproximou um pouco mais de suas costas para que somente ele ouvisse e mais ninguém do estabelecimento logo a frente. - Gosto muito mais do seu cabelo assim.

Aioria sorriu e Marin pôde ver que ele manteve o sorriso largo enquanto ligava a moto e murmurava:

- Eu também, Marin.

Continua...


* Fyliphi é um vilarejo qualquer que eu inventei mesmo. Queria mais escrever sobre o casal do que fazer uma árdua pesquisa geográfica da suposta posição real do Santuário.