Título: A Gueixa e O Último Samurai
Classificação: Livre
Categoria: Shipper
Os personagens aqui citados não pertencem a mim, mas a Cris Carter 1013 FOX.
Qualquer semelhança com nomes, pessoas ou acontecimentos terá sido mera coincidência. 02:04 pm.
Georgetown 12:30 pm.
Telefone toca. Scully está sentada na sala de pernas cruzadas fazendo Ioga. Nada anormal, a não ser pela colant ligada e pelos dois palitinhos janopenses prendendo o seu cabelo ruivo.
Sem dificuldade, abre os olhos, descruza as pernas e se estica para atender.
-Scully.
-Sou eu!
-Ah, Mulder!
-Por que esse: "Ah, Mulder"? Assim você me tira todo o entusiasmo.
Secretamente ela dá um sorriso.
-Fala de uma vez, Mulder. O que foi? Está precisando de mim para algum caso novo? Aproveite que estou em minha hora de folga.
-Cuidando do cabelo?
-Não.
-Fazendo as unhas!
-Hmm... Também não.
-Deixe ver... Depilação íntima com cera quente, acertei?
-Mulder! – reprovou ficando corada.
Ele fez um momento de silêncio e depois insistiu:
-O que estou ouvindo é Canto Gregoriano? Ficou tão empolgada com aquele caso do Mosteiro que comprou o CD do pessoal de lá, não foi?
-Frio! Frio, muito frio! Você ultimamente não acerta uma! Estou ouvindo Ratnabali, Cosmic Dance. Um CD de relaxamento, e para sua informação, estou aprendendo Ioga.
Ele gargalhou do outro lado. O que deixou Scully realmente furiosa.
-Certo, espertinho. Vou desligar e...
-Espere!
Scully se deteve com o telefone a meio caminho do gancho. O grito dele foi tão alto que ela ouviu longe.
-Sabe, Scully... Eu também estou de folga e como você sabe... Não preciso de depilação e nem fazer o cabelo... Er... Pensei em te convidar para a gente ver um filme. Que tal?
Ela considerou o convite dele sorrindo de lado e ficou tanto tempo em silêncio que Mulder arriscou:
-Scully?
-No seu apartamento ou no meu?
Ele se sentiu nas nuvens. Inflou o peito e disse apressado:
-No meu é claro! Já comprei refrigerantes e pipocas. Ah, venha de táxi. Depois eu te levo de carro, está bem assim?
-Estou estranhando, Mulder. Você parece tão comportadinho!
-Não estou armando nada! Se vier, venha em paz!
Scully desligou primeiro. Ficou alguns instantes pensando, depois se levantou e foi se preparar.
Arlington, 02:19 pm.
Mulder parecia impaciente com a demora dela. Mas nem se passara quinze minutos desde que ela desligara.
Contendo a ansiedade, ele também se preparou para sua chegada. Foi cuidar das pipocas, deixou o filme no ponto e gelou bem os refrigerantes. Teria que aproveitar, uma vez que Scully pouco bebia refrigerante. Para não perder a forma, dizia ela.
Pareceu uma eternidade até que ele ouviu o toc toc na porta. Os nós dos dedos dela estavam doendo e assim que ele abriu, Scully foi logo reclamando:
-Quando é que você vai pôr uma campainha?
-Assim é mais romântico. – replicou ele se inclinando para beija-la fervorosamente nos lábios. – Uh...! Diga que estava com saudade.
-Sabe que não.
-Mentira!
Scully passou por ele sorrindo. No meio da sala Mulder não resistiu e a pegou pelo meio por trás e cheirou seu cabelo.
-O que tem nesta sacola?
-Minha lingerie. Não vamos passar a noite aqui?
O corpo todo dele se acendeu diante da provocação. Com um risinho sedutor, Scully foi livremente ao quarto onde deixou tudo e voltou até a sala.
Mulder já colocava as almofadas no sofá e parecia estranhamente inquieto.
-O que vamos assistir?
-O Ùltimo Samurai.
Scully começou a rir. Ele não entendeu e lhe atirou uma almofada.
-O que é engraçado?
-Depois... Depois eu te conto. Vamos ao filme, Mulder.
Ainda desconfiado ele apertou o play do controle remoto. Como já estava no ponto, o filme começou sem os créditos do início. Japão, século dezoito. O Capitão Nathan Algren, um veterano da guerra civil americana é contratado pelo Imperador japonês para treinar suas tropas com armas de fogo e enfrentar a resistência contra as novas regras do Império. O astro do filme: Tom Cruise.
-Está gostando? – Mulder perguntou a uma certa altura enquanto ela mordiscava os lábios concentrada no filme.
-Uhum!
Com seu jeitinho matreiro, Mulder foi chegando junto, passando o braço em torno dela e de repente a estava abraçando. Scully aceitou o contato do corpo dele. Gostava do seu cheiro, da almofada que o peito dele fazia em sua face. Ele ofereceu pipocas e ela mastigou realmente absorta na estória.
A mão macia escorregou pela sua cintura e refez o caminho tortuoso dos quadris até seu braço. Olharam-se e bem no finalzinho do filme, se beijaram.
Quando Scully voltou a si, os créditos finais e a música oriental já estavam passando na tela da tv.
-Gostou do filme? – Mulder perguntou rouco, com os lábios cumprimidos na pele de seu pescoço.
Ela já estava acesa de paixão. A junção das coxas latejando, os seios intumescidos, os lábios arqueados. Mulder nunca a viu mais sedutora.
-Fica aí Mulder... – sussurrou saindo do abraço dele aos poucos.
-Se você for embora agora eu...
-Shiii!...
Mulder se esticou no sofá como se seu corpo estivesse encolhido.
-Oh meu Deus!... Que mulher é essa? – gemeu soprando o ar ao mesmo tempo com todos os hormônios a flor da pele.
Tentou ocupar as mãos com alguma coisa. Foi recolher o refrigerante, as pipocas, deu um stop no filme que já havia assistido previamente três vezes só para comentar com ela, caso perguntasse alguma coisa.
-Mulder... – ela chamou fazendo com que um monte de pipocas voasse para o tapete.
Ele quase correu para o quarto. Mas de repente parou na porta vendo-a naquele kimono decotado, com o cabelo preso acima da cabeça por dois palitinhos, lábios feericamente pintados de baton, olhos realçados pelo contorno do lápis preto e chinelos de madeira, como uma verdadeira Gueixa.
-Scully...!
-Parece que você gostou.
-Oh!
Antes que ele se aproximasse, Scully arrodeou a cama dando passinhos miúdos para não cair e se sentou nela, esticando o braço para alisar o lençol.
-Seja um bom menino ou não ganha a sobremesa. – disse provocante fazendo beicinho.
-O ... que tenho de fazer?
-Não imagina? – ela apontou para a outra sacola e ele negou veemente.
-Nem quero pensar no que tem ali.
-Você me pediu uma fantasia de monge, lembra? Mas como não foi possível, aluguei uma de Samurai.
Mulder levou alguns segundos para entender e por fim, começou a rir. Scully também riu da expressão assustada dele ao abrir a sacola e ver o que tinha dentro.
-Vou ter mesmo que vestir isso?
-Tom Cruise não ficou lindo?
Ele inflou o peito se animando.
-Ah... Scully, você só esqueceu um detalhe... – lembrou enquanto ia para o banheiro com a sacola.
-Sim? O quê?
-Todo Samurai possui uma espada grande...
Marota, ela desviou os olhos sugestivamente para a braguilha dele e suspirou virando os olhos para completar:
-Eu sei, Mulder. Por isso não trouxe outra.
-Ah, Scully...! Você às vezes...!
-Depressa! Sua Gueixa não pode esperar muito.
Com um sorriso de orelha a orelha, ele fez um gesto pedindo para ela esperar. Fechou a porta do banheiro e se preparou para sua mais louca noite de aventura.
Fim.
