Título – Sinners

Resumo: Ele se foi, e agora? O que será dela? Heero & Relena

Música Tema – "Aus Den Ruinen"

Música Especial – "Snow White Queen" – Evanescence

Disclaimer: Gundam Wing não me pertence...

Mas um dia irei superar! Até lá, espero que minha psiquiatra que me agüente!

Ah sim, e, eu não ganho nada ao escrever isto, apenas o mero prazer de escrever...

Prólogo

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"Eu te sinto em meus sonhos e não consigo dormir

Você pertence a mim
Minha rainha, branca de neve"

Caminhava. Era noite e chovia. Ventava muito, mas não me importava. Estava em meu gigantesco jardim, a sua espera. Ainda tinha esperanças de que um dia voltaria para mim, para meus braços, que me amaria como antes e me diria que estava tudo bem.

Iludi-me no amor e me arrependi por isso, até hoje pago um castigo que não deveria, sinto lágrimas esquentarem o meu rosto, já molhado de gotas da chuva forte.

Vou até a fonte e me olho. Pálida e branca, uma aparência doente, os vestidos longos e pretos contrastando com a minha pele. Os olhos claros, já não tão vívidos como antigamente, os cabelos, já não tão sedosos.

Uma beleza cansada de um amor falecido.

Jogo-me no chão e me ponho a chorar com mais desespero, como se assim, ouvisse minha reza e voltasse para me ver.

Suas promessas? Trancafiei dentro de mim a sete chaves, na esperança de nunca mais encontrá-las...

O seu rosto, tão guardado na minha memória, tão vívido em minhas lembranças, tão morto em meu pensamento.

Quero acreditar que você voltará, mas já não tenho mais certeza de que cumprirá sua palavra...

Tiro o colar que me deste e fico a observá-lo, como se deste, pudesse voltar no tempo e te trazer de volta.

Ainda me lembro, de suas mãos tocando o meu rosto e acariciando meus cabelos, sua voz rouca no meu ouvido, dizendo que me amava...

Realmente me amavas? Ou dizia da boca para fora?

Será que um dia se lembrará da sua dama, sofrendo, a sua espera e voltará?

Perguntas que assolam meu coração todos os dias. Aprendi a amar, mas queria esquecer e recomeçar. Quem sabe assim, não seria menos doloroso...

Seus olhos representavam toda a profundeza do oceano. Mas ainda me lembro, da sua distância, tão impossível alcançar quanto o céu as nossas cabeças.

Minhas memórias voam, e por lá fico, horas e horas. Sinto a noite fria batendo contra a minha roupa molhada.

Não me importo, já estou morta, e enquanto permanecer longe de ti, assim ficarei! Poderia adoecer se já não estivesse tão mórbida...

Ouço o meu nome ser chamado e me levam para dentro daquela mansão. Mansão de fantasmas e espíritos do passado. Carregada de assombrosas lembranças que não sou capaz de suportar.

Estou aqui novamente, onde tudo começou, e onde tudo quase acabou, onde me senti, diversas vezes, feliz e triste. Onde fui amaldiçoada e abençoada. Onde aprendi a amar e aprendi a sofrer. Trancafiada neste quarto de lembranças.

Aproximo-me da janela, e apenas vejo a chuva aumentar, batendo forte contra os vidros, ainda com o meu vestido molhado, fico a observar, durante horas, o maldito jardim a minha frente.

Sinto as minhas lágrimas secarem. Mas, infelizmente sei que voltarão amanhã...

Ponho-me a andar pela casa, sabendo que meu sono não chegará, e quando chegar, será atormentado por pesadelos e imagens grotescas.

Ando como uma alma penada, aclamando por misericórdia.

A noite passa, e assim como ela, vem o dia.

Ao contrário das pessoas normais, não me sinto feliz com isso. Novamente, aqui estou eu, com mais um luto, aguardando você em tão aclamado jardim, a olhar, novamente, minha imagem refletida no espelho de água. Na verdade, olhando para a minha alma que clama por sair daqui.

Por tempos a ignorei, mas sinto que não terei forças para fazer isso por muito mais tempo...

Sinto-me fraca e, mais uma vez, desfaleço...

Acordo em minha fina prisão, disfarçada de um aposento rico. Novamente, sinto as lágrimas preenchendo meus olhos e novamente, me sinto traída.

Levanto-me, e volto a olhar pela janela, onde novamente, pingos começavam a cobrir os céus.

Me abraço e me sento ao peitoril, esperando que mais um amaldiçoado dia acabasse...

Minhas lágrimas não são de tristeza, minha morte não será em vão...

E esta, é a minha história...