Essa é minha primeira fanfic de FMA e a primeira que eu publico em algum lugar. Então, foi mal qualquer erro de coerência, eu não me baseei tanto na "linha do tempo" do anime, porque se não ia meio que atrapalhar a idéia que eu tinha... Me perdoem qualquer coisa do tipo, porque eu acabo sempre escrevendo tudo do meu jeito x_x
A história é pequena, mas dividi porque quando escrevi ela ficou meio grandinha. Boa leitura. (:
1/A Rua sem vida
"Já está chovendo." Murmurou sem alterações na voz, braços cruzados e o rosto tão fechado quanto o céu. O céu, há dias cinzento e anunciando a tempestade que vinha agora para os dois. Os pingos gelados vinham como balas do céu, pareciam machucar a pele da adolescente, ferir seu rosto relutante. O frio já fazia seu corpo tremer.
Não dirigiria palavra nem olhar ao aprendiz, porque ele já havia se tornado uma sina. Fazia um esforço hercúleo para não virar a cabeça, nem reagir ao toque da mão dele na sua. Continuou a olhar a rua e do outro lado as árvores, sendo açoitadas pelo vento.
"Vamos voltar. Mas, antes..." Disse o aprendiz. Notou que ele se mexia, mas não deu importância. Até sentir o sobretudo se pôr sobre seus ombros, e o corpo dele perto do seu. Quis se livrar dele, mas em algum lugar, quis que ele a aquecesse. Já chovia. Seu pai já morrera, e em suas costas, já havia sido marcado com brasa o segredo. Que mal faria a gentileza do aprendiz...?
Os braços dele envolviam seu pescoço, mas o propósito era de abotoar a roupa que lhe era cedida. Deveria ser. O abraço do aprendiz lhe agradava, os cabelos lisos e negros dele lhe roçando as bochechas. Ele deve ter sentido seu momento de fraqueza, pois, naquela hora, as mãos do moreno abandonaram os botões do casaco e seguraram as mãos trêmulas e geladas da loira.
As pernas também tremiam, mas não a deixariam cair. Apertava as mãos do alquimista, que não mostrava pressa de sair dali.
Ele estaria o quanto ela precisasse, na porta daquele cemitério. Roy a levaria para casa.
Andavam devagar, ela abrigada, cabisbaixa e silenciosa dentro do sobretudo. O queixo de Riza tremia, e ocasionalmente ela tossia, até não conseguir mais andar. O aprendiz, pacientemente, acomodava novamente o agasalho, esperava que ela se recuperasse, e continuavam a andar sobre a chuva torrencial que caía sobre a cidade. Não havia uma alma viva sequer caminhando por aquelas ruas, ou janelas abertas. A rua parecia morta, mas Roy e Riza andavam sem pressa de volta até a casa dos Hawkeye. Não só a rua parecia sem vida.
A vida parecia se esvair, escapar, do corpo de Elizabeth. Não sabia se pelo corpo físico, ou pela alma. Os dois falhavam. Os dois doíam como nunca doeram antes. As costas latejavam, a garganta arranhava e a respiração estava entrecortada.
Na mesma intensidade, a alma doía, vazia, e sentia o frio das gotas de chuva, amenizado pelo som próximo da respiração do aprendiz.
No meio de uma rua sem vida, uma alma querendo se apagar, podia se ver e até sentir o calor de uma tímida chama. Não era o bastante para aquecer, mas podia-se chamar de esperança. Sendo um pouco otimista.
