O CÉU AINDA É AZUL

Cinco anos.

Winry olha para fora de sua janela larga e fita o longo caminho marcado naturalmente pelo andar. Pés que o percorreram foram marcando, lenta e profundamente o solo, onde hoje, já não nasce grama. As mesmas colinas baixas mais a frente, e ao seu lado uma lanterna, que já não é acendida, quiçá pisca, há muito tempo.

A cor da varanda hoje é outra: lilás. Ela ficou em dúvida entre lilás e roxo, e acabou deixando a decisão nas mãos de Al. Sua caixa de ferramentas está fechada. As fotos de seu mural foram trocadas, umas outras, habilmente posicionadas bem em cima de outras. Fotos recentes de seu filho correndo; fotos da Vovó segurando o Ed, mas falhando, devido ao péssimo temperamento do bisneto; e uma foto bem bonita, a sua favorita: Alphonse a abraçando e sorrindo, enquanto ela exibia um barrigão. Sua maior invenção.

A temperatura começou a esquentar novamente. Era quase hora do almoço, e os "homens da casa" já estavam entrando, já tomados banho e ao som de risadas abafadas pelos suspiros de chateação da Vovó.

O céu começa a brilhar novamente. Os dias nublados a deixam de mal humor e pensativa demais, uma combinação perigosa para alguém tão temperamental. Colocou a foto sobre seu travesseiro e sentou na cama. Não pôde sequer pensar em descansar seu corpo em sua cama de casal, pois seu filho já entrava pela porta entreaberta, a chamando para almoçar.

Já faziam cinco anos, já não era sem tempo o sol começar a brilhar em seu céu azul.

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N/A: Sim, sim, primeira no universo FMA, e espero não fazer tão feio, não me perdoarei se o fizer. E ah, sobre o título... a verdade é que eu não tinha/tenho nenhum que expresse bem o que eu penso, talvez, e com sorte, seja esse apenas provisoriamente. Tenham um bom dia!