Título: Caminho à Escuridão
Autor: mordred / paladium
Gênero: Drama, Romance
Classificação: NC-17
Advertências: Mpreg=Gravidez Masculina, Tortura, Violacion/Non-Com, Violência
Resumo: Quando Severus Snape subiu à torre de Astronomia guiado por impulsos, o último que esperava sacar da experiência era o arrependimento de seu inimigo mas acérrimo.
E se para valer estivesse arrependido? E se por uma vez não se estivesse rindo dele? Que faria quando te apaixonas da pessoa equivocada, e teus amigos, seus inimigos, se inteiram? A quem elegerias; teus amigos ou teu casal?
Chapter 1: À beira do precipício.
As altas torres de Hogwarts se erguiam orgulhosas, mostrando ao fantasmal resplendor da Lua sua superfície pedregosa. Sobre o grande lago de enturvadas águas escuras projetava-se o débil reflexo do astro em quarto minguante, titilando quando o liquido da superfície se movia pela ação do vento. Os jardins, amplos e com arvores frondosas, se veiam nessa noite de vinte e quatro de Dezembro nevados e de um alvo impoluto, virgem. Parecia ter uma paz intensa que se respirava no ambiente, enquanto o silêncio inundava o castelo antigo, espalhando por todos os lados seu espirito tranquilizante.
Ou ao menos, isso veia o garoto de cabelos negros e figura encurvada que olhava a estampa da noite de Natal desde a torre de Astronomia. Tinha dezessete anos, olhos escuros ao igual que seu cabelo grasso, umas facções marcadas com dureza e um nariz aquilina. Tinha dezessete anos, uma vida por diante e em seus olhos escrita a amargura. Odiava o Natal, ao igual que odiava a cada dia de sua asquerosa e maldita existência, e odiava todo o que lhe rodeava.
Estranhamente, nunca havia conseguido encaixar de tudo em nenhum lugar; já não sábia se se devia por sua aparência semelhante à de um grande morcego, ou por sua atitude tão fria. Ainda que, desde para um tempo, a Severus dava-lhe igual. Realmente, desde para um tempo a esta parte, mas concretamente desde verão, sentia que talvez o problema não estava fora de se mesmo, senão em seu interior. Não eram os demais os que não conveniavam com ele se não ao revés, ele não conseguia se acercar a ninguém, e desde que Lily não estava a seu lado se sentia sozinho.
E só estava. Ainda a recordava como em uma vadia ilusão: seus cabelos de cor vermelho fogo ondeando ao vento, suas bochechas ligeiramente coradas pela carreira, e sobretudo, seus olhos verdes esmeralda, tão vivaces que pareciam capazes de levantar o animo a qualquer pessoa. Mas ela já não estava; não desde que seus lábios falassem sem pensar, não desde que seu ódio e desejo de vingança superassem a sua parte racional. Lily se havia enfadado, e eles, só haviam sorrido para ela; sem lugar a dúvidas, haviam conseguido finalmente seu objetivo.
Eles eram os chamados e aclamados Marotos: quatro garotos idiotas e arrogantes que tentavam lhe amargurar a existência. Pois bem; eles haviam conseguido. - penso com resignação. Levavam dois anos gastando-lhe bromas cruéis, ainda mais se se podia dizer, insultando e acossando. Bem poderia se ter queixado a Dumbledore, lhes ter denunciado e milhares de outras ações que haviam passado por sua cabeça durante esses setecentos trinta dias que formavam os dois anos, mas sábia que, como sempre, o idoso decrepito se fiaria dantes da palavra dos Gryffindors que da sua.
Se, certamente para tempo que havia perdido a fé na justiça, e mas concretamente, em Albus Dumbledore, que tão justo e imparcial se creia. Desde finais de quinto curso, quando Sirius Black, ou padfood para os amigos, havia decidido lhe gastar uma ultima broma de final de curso. Lhe havia incitado a ir à casa dos gritos pela passagem baixo o Salgueiro Boxeador, e, ao final do percurso, se havia encontrado a Lupin. Bem, se somente tivesse ocorrido isso poderia dizer que era uma péssima broma, mas Lupin não era Lupin, se é que a essa besta imunda que o havia olhado com os olhos amarelentos injetados em sangue servia como descrição.
Havia falado com Dumbledore, depois de que o garoto Potter, em um alarde de valentia Gryffindor, lhe salvasse. Não poderia o chamar de jeito nenhum menos estupido: ao que parece o era o encarregado de fazer o trabalho sujo de seu amiguinho da alma, e para salvar sua própria pele, e o de seus amigos, lhe havia salvado do lobo sarnoso. E por isso lhe odiava mais ainda: o idoso diretor havia decidido que, a seus olhos, era uma muito louvável ação salvar a vida de um colega, e por isso, os pontos que havia ganhado Gryffindor anulavam os que tinham perdido por culpa de Black. Para Severus, não obstante, só teve uma ameaça de expulsão se dizia o segredo de Lupin.
Portanto, aos olhos do afetado, sua vida equivalia a… menos zero pontos para Gryffindor e uma proibição. Isto é, nada, ou inclusive menos que nada. E isso lhe havia destroçado por dentro, ainda que se negasse ao aceitar. Sem o incondicional apoio de Lily, se havia ido afundando em silêncio, deixando-se arrastar a cada vez mas por seus colegas slytherins sangue-puro. Eles não o queriam como um amigo, mas bem precisavam de seus conhecimentos, mas para ele era um consolo mínimo saber que se morria, alguém lhe recordaria, ou ao menos, lhe jogaria em falta.
E, com esses pensamentos lúgubres, havia começado seu verão para sexto curso, em um lar rompido, com uma família disfuncional, um pai bêbado e violento, e uma mãe alienada. Os três meses de férias se haviam feito eternos para o rapaz de cabelos grassos, e ao não ter a ninguém com quem compartilhar os dias, havia sido pior.
E o começo de seu sexto ano em Hogwarts sozinho havia ido a pior: aparentemente, a eles lhes havia gostado o joguinho de lhe intimidar, e não queriam deixar essas praticas estacionadas a um lado. Lily seguia sem falar com ele, e a seu ao redor não veia a ninguém em quem se apoiar, ou ao menos, confiar. E, no final de Março, para jogar-lhe mais lenha ao fogo, sua mãe havia morrido. Por um lado se havia sentido muito mais sozinho e triste, ninguém lhe havia dado o pêsame nem se tinha interessado por saber como estava, mas por outro, não podia evitar alegrar por sua mãe, que finalmente, havia conseguido encontrar a paz que tanto ansiava.
Havia passado o verão entre constantes golpes cujo executor não era mas que seu pai, e havia voltado a Hogwarts com a esperança de que nesse ano lhe deixassem em paz. Por suposto, esse desejo não se havia feito realidade, eles seguiam molestando, mas, no entanto, com o amor de Lily e sua influência em Potter, havia conseguido que o nível de bromas se reduzisse quase imperceptivelmente. E tentava com todas suas forças se mostrar otimista com respeito a esse tema, mas lhe resultava impossível.
Assim que, esse dia de Natal, se encontrava só na torre mas alta de todo o castelo. Ninguém lhe esperava no Grande Comedor, e também não queria baixar; nesse ano, como comemoração ao ano de saída e graduação, a maioria de seus colegas se haviam ficado no Colégio de Magia e Feiticeira, o que implicava umas férias cheias de bromas e bom humor, para todos menos para ele. Por razões que não chegava a compreender, havia sentido o irracional impulso de subir a essa torre, e sem vontades de jantar, havia seguido seus instintos por uma vez.
Quando havia chegado a sala de astronomia, se tinha acercado à varanda metálica de segurança, e apoiando suas antebraços sobre a superfície redondeada e fria, se havia assomado a ver os terrenos de Hogwarts. Por um momento, se atrevia a olhar para abaixo, com a conseguinte sensação de irrealidade e o mareio, todo produto de seu vertigo, mas ou menos superado com dificuldade. Sempre havia sido assim; sua aversão para as vassouras havia começado a raiz de seu problema com as alturas, e em consequência disso, odiava ver a todos sorridentes nesses paus de madeira, subindo no ar duzentos metros sem perder a respiração sequer, sem começar a tremer como uma folha de papel, algo que lhe sucedia ao continuamente.
Por um momento, considero a opção de atirar-se ao vazio: ninguém lhe acharia de menos, e, tal e como Black lhe havia dito em mais de uma ocasião, lhes faria um grande favor a todos. Sua mirada, perdida na esfera que irradiava uma cor esbranquiçado fantasmal, se dirigiu ao Lago: só se refletia o astro rei da noite, já que o céu, ainda que despejado, conformava um manto escuro e impenetrável pela ausência de estrelas. A atração para o vazio a cada vez se para mais forte em seu interior, apaziguando a dor que levava instalado no peito desde que subisse à torre pelas escadas de pedra.
Sem razão alguma, seus olhos escuros se umedeceram ligeiramente: nunca em sua vida se havia proposto o suicido como via de escape. Isso sempre lhe havia dado uma ideia de covardia, de não saber lutar pelo que se tem… mas agora: Que tinha ele? Não havia ido a Gryffindor precisamente por isso: nunca se havia considerado uma pessoa valente nem nobre, mas bem todo o contrário: o creia que era ruim e falta de nobreza, características que se refletiam em seu comentário ácidos. E, no entanto, agora a opção de se suicidar não se veia tão longínqua como dantes: praticamente sua vida era uma merda absoluta, rodeado de pessoas que lhe odiavam ou mostravam uma indiferença digna de passar aos anais da história. E não é como se Severus fosse tão ingênuo como para pensar que esses comportamentos mudariam quando encontrasse um trabalho.
Suspirou com macieza, forricou os olhos, não disposto a deixar que as lagrimas que tinha ataganhadas desde verão saltassem essa noite. Sua vida podia ser miserável, mas havia quem passava-o pior, estava seguro disso. Ainda que para consolar-se precisasse saber que alguém o passava pior que ele; era um consolo mesquinho e citrino, mas afinal de contas, um consolo.
Estava seguro de que essa noite, tal como as anteriores, não dormiria bem. Desde que voltasse a sua casa e as surras fizessem-se mais frequentes, não havia podido fechar os olhos nem um momento, esperando que seu pai viesse a por ele em qualquer momento. Havia acabado paranoico, e não havia sido capaz de relegar pesadelos e paranoias a um lado, agora que volvia a Hogwarts, a um lugar seguro, onde podia estar tranquilo. Ainda que só se enganava; Potter e seus amigos não lhe haviam dado um minuto de tranquilidade desde quinto ano, e a segurança que se suporia devia ter o castelo havia resultado ser um fiasco, porque a ameaça precisamente estava dentro, em forma de menino inocente, mas dentro, afinal de contas.
Por uns instantes sentiu seu sangue ferver dentro de suas veias; sua mente se havia voltado a encher dessas lembranças, todos humilhantes, todos violentos. Não deixavam de passar por adiante de seus olhos, como se se tratasse de um filme muggle, um depois de outro, dando-lhe o tempo suficiente para escutar em sua cabeça os gritos de seu pai, as debochas dos marotos, as palavras de Dumbledore, os sussurros dos gryffindors quando lhe ameaçavam… Se martirizava a si mesmo recordando-se todos esses momentos, esses maus tragos que não desejava voltar a passar, mas em certa parte se sentia reconfortado. Talvez era masoquista, isso não o sábia pelo momento, mas a possibilidade chego a sua mente com clareza.
Ressopro, tentando afastar a probabilidade remota que havia surgido desde suas entranhas. O masoquismo era o último que precisava nesses momentos: sentir-se mais fora de lugar que de costume. As humilhações que lhe ocasionavam nunca a haviam produzido prazer, nem sequer lhe haviam agradado minimamente. Volvia a olhar para baixo, desta vez com lentidão para não marear-se. Do Grande Comedor, pelos amplos janelas de cristal, se desprendia uma luz cálida, produzida pela luz das vai-as flutuantes, dentro da estância. Não precisava imaginar nada; sábia que, na calidez e comodidade do Comedor, todos os ali presentes estariam passa-lo bem.
Ao olhar essa luz débil projetada sobre a fria neve, a ideia do suicido volveu mais clara à mente do moreno: o único que impedia sua caída era um corrimão de metal fácil de saltar. Séria verdadeiramente singelo sorteá-la e posar-se no peitoril da torre, e uma vez ali, simplesmente deixar-se cair e esquecer suas preocupações. Singelo, indolor, e mortal. Algo que lhe deixaria horrivelmente satisfeito.
Suas mãos, pálidas e com finos e longos dedos, sobro sua cara, tentando tranquilizar-se em vão. Em momentos como esse, nos que o suicídio vinha a sua cabeça e o vazio lhe chamava com força, uma lembrança minimamente feliz lhe para desistir de suas tentativas, para que seu estado de animo subisse o suficiente como para se sentir mortalmente deprimido, e não encontrar à beira do suicídio. Mas, nesse instante em que o vazio o chamava com força, não encontrava nenhuma lembrança que valesse a pena reviver.
Relativamente cedo, sentiu como as lagrimas, salgadas e úmidas, caiam por suas bochechas, demasiado frias. Nem sequer sábia o tempo que levava na torre, à intempérie, sem mais abrigo que um suéter cinza de teia fina. Ao não ser dia letivo, não levava posto o uniforme do colégio, e essas roupas demasiado grandes para o lhe saciam se sentir incomodo. Respiro fundo várias vezes; devia tranquilizar-se dantes de realizar qualquer ação estupida como tentar se tirar a vida, pior não o conseguiu em nenhum momento.
No interior de sua pessoa, a atração para o vazio se para a cada vez mas intensa, mas potente, e, depois de uns segundos de vacilação, termino cedendo. Pouco a pouco, se desprezo e empezo a mover-se: seus braços, que durante longo tempo se haviam apoiado na superfície metálica, se encontravam entumecidos, pelo que lhe custo um esforço considerável começar a mover os músculos. Sem ver bem devido às desbordantes lágrimas, suas mãos se apoiaram e sujeitaram firmemente o corrimão, e, com um movimento torpe, conseguiu sorteá-la, pondo com lentidão seus pés sobre o peitoril.
A neve baixo suas sapatilhas empezo a congelar rapidamente, molhando costume-a de borracha desgastada, e por momentos, penso que se cairia. A superfície era instável e, a seu parecer, se movia demasiado. Ainda que talvez era todo uma consequência do repentino mareio que tinha sofrido ao se ver tão cerca do precipício. Seu fôlego, agitado, formava nuvens fumaça branca em frente a sua cara, que ascendiam graciosamente para o céu, fazendo formas semelhantes às dos furacões.
Seus cabelos negros como o carvão e graxentos se aderiam a seu crâneo de uma forma pegajosa, fazendo-lhe sentir incomodo. Suas facções, alongadas, apreciavam-se aparentemente deformadas pelo cabelo, ressaltando assim sua forma prolongada e esguia. Apesar de sentir-se quase morto por dentro, em uma constante agonia, empezo a sentir-se vivo no plano físico, a começar a perceber a umidade do ar ou o frio que inundava o ambiente.
Assim, pôde sentir claramente o frio colando-se entre suas roupas, atenazando sua pele e fazendo-lhe tremer inconscientemente, provocando que sua mão direita, a qual ainda se encontrava agarrada à varanda metálica como uma garra, se agarrotara. A sua vez, sua pobre roupa de abrigo, muito escassa, encontrava-se empapada, apesar de que para longo momento que havia deixado de nevar, ainda que nesse momento, parecesse ameaçar com seguir expulsando copos de neve.
Severus inspiro profundamente: o nodo em sua garganta, com o conseguinte dor em seu peito, ia em aumento, enquanto sua mente, obnubilada, revivia um depois de outro, as lembranças de sua vida, desde o menos infeliz ao mais amargo. Com o dorso de sua mão esquerda, tento limpar-se como pôde as lagrimas que escorregavam por suas bochechas até seu queixo, e que não deixavam de brotar de seus olhos. Por um momento os cerro; a sensação de mareio e irrealidade aumentava a cada vez mas.
Ensimesmado como estava, o rapaz de cabelos azabache não percebeu como a pequena porta de madeira que dava à torre de astronomia se abria com cuidado. Simplesmente, sua mão desfez-se do forte agarre, e sem olhar sequer para abaixo, consciente do pânico que sentiria ao ver o solo tão longe de seus pés, se deixo cair.
No ultimo instante dantes de sua completa caída, sentiu uns poderosos braços cálidos ao redor de seu corpo, abraçando-o. E não pôde evitar sentir em certa parte triste, e por outra parte humilhado. Tênia a estranha premonição de que, uma vez o estranho que lhe havia salvado soubesse de suas intenções, usaria sua debilidade contra ele. Como sempre havia sido com os Marotos; pesquisar a Snivellus, sacar-lhe seus sujos segredos e prodiga-los pelo Colégio para satisfação pública.
O desejo de atirar-se ao vazio incrementou-se em seu interior, e com a mente e olhos nublados pela dor e as lagrimas, se revolveu não aceitando seu falhanço. Como pôde agarro com seus dedos longos as mãos grandes e ásperas de seu salvador, e tentava fazer que se soltassem com força e insistência, em vão. Seus pés, até para uns segundos no peitoril, encontravam-se nesse momento descansando livremente no ar, e ao notá-lo, seu corpo ficou-se rígido e tenso, preso do pânico.
- Deixa de mover-te…- sussurro uma voz grave e varonil em seu ouvido, tentando tranquilizar lhe. Apesar de que não podia lhe ver, sábia perfeitamente quem era, já que era a mesma pessoa que murmurava ameaças em seu ouvido a cada dia, a mesma pessoa que lhe atormentava e lhe humilhava cruelmente, só pelo mero fato de que existia: James Potter.
Nota tradutor:
Nossa essa é a primeira vez que eu vejo que Severus quer se matar, desejos suicidas acredito que todo mundo tem, mas sinceramente é difícil ver seu personagem favorito querer se matar não acha?
O que será que James vai aprontar com isso para cima de Severus? O que realmente ele pretende salvando a vida do outro. E mais importante como é que Severus vai lidar com isso.
Vejo vocês no próximo capitulo, bora comentar?
Ate a próxima...
