Disclaimer: Saint Seiya não me pertence. Escrevi a fic por diversão, não ganho nada com isso, além dos comentários de vocês.
Aviso: Essa fic contém yaoi (relacionamento entre homens) e lemon (cenas sexuais), se você não gosta, não leia. O casal é Mu e Aioria, se você não gosta deles, mas não se importa com isso, vá em frente.
Agradecimentos: o crédito da beta, que não me deixou esquecer esse ponto importantíssimo, Ilía Verseau, que betou este capítulo com muito carinho e amor e me incentivou a escrever a fic. Amiga, muito obrigada pelo apoio e pela paciência de sempre. Te amo muito.
Nota da autora: Essa fic foi escrita como uma continuação para a fic "Time of your Life" e segue a mesma ordem de pensamento, com mesmos casais e situações inusitadas. A única diferença básica é que nesta aqui eu tentei colocar Aioria e Mu como principais, contudo, Kamus e Milo aparecem muito mais, talvez.
Espero que apreciem esta tanto quanto a outra fic e se quiserem dar a opinião de vocês ficarei muito agradecida, podem mandar e-mail ou review que eu respondo cada um deles. Obrigada e boa leitura!
Falling
in Love
Capítulo 1: Durante a Viagem
Vocês acreditam em cupido? Deveriam... Tenho dois amigos que são a prova viva de que este gorducho e simpático anjinho existe.
E bem como reza a lenda, esse traiçoeiro Deus sabe exatamente como acabar com a monotonia organizada de qualquer vida humana, apenas jogando-a em meio a uma tempestade enfurecida e selvagem – vulgarmente chamada de "amor".
Eu não falei sobre a viagem à Itália? Pois bem, ela realmente aconteceu e antes que alguém possa dizer qualquer coisa eu aviso: nossas intenções nunca foram boas e sim, nós formamos um complô perfeitamente estruturado para juntar Mu e Aioria. Dois grandes amigos meus que coloquei na mira da flecha do Cupido, no exato lugar em que eu estivera na última "temporada" de ocorrência de grandes paixões.
Que foi? Eles também não armaram um para mim e Kamus? Olho por olho, dente por dente.
A única diferença é que nenhuma das duas partes sabia sobre o complô ou do fato de que eles já se amavam antes mesmo de pisarem em solo italiano. Além disso, a história deles é marcada por outra trilha sonora, afinal "Time of your Life" é minha – não troco, não vendo e não empresto (atenção: escorpiano ciumento, favor não ultrapassar o limite)!
Ah sim... Foi uma ótima semana. Eu e Kamus nos divertimos como nunca rindo daqueles dois malucos. Foi ótimo poder sair da Grécia por sete dias com mais quatro amigos que só aprontaram confusão.
Tenho que dizer que a Itália tem uma atmosfera bastante sensual no inverno e aquele chalé não perdeu em nada para a tão badalada Paris. Kamus que não leia isso! Mas para o caso de ele estar lendo: Kyu, Paris é a cidade mais romântica do mundo!
Voltando.
Nós não fazíamos idéia do que nos esperava quando entramos naquele carro para a viagem mais divertida de toda a nossa vida. Foi tão perfeitamente louco que me lembro de cada detalhe como se tivesse acabado de acontecer.
Então, vou parar de tagarelar e levar remédio para o meu namoradinho. Não dá pra acreditar que ele ficou doente de novo e eu tenho que fazê-lo beber água! Ai que francês difícil! Mas eu o amo mesmo assim.
OoOoO
O dia mal começara em Athenas, fazia um frio gostoso de início de inverno, mas isso não parecia incomodar um rapaz ruivo. Ele usava somente uma camisa de mangas curtas, calças jeans e tênis. Sua pele branca estava queimada de frio, contudo, ele não dava sinais de que precisava de um casaco.
Um rapaz loiro o ajudava a colocar algumas malas dentro de um carro. Suas mãos estavam protegidas por luvas de couro e ele usava um casaco grosso, que não condizia muito bem com a temperatura. Quem conhece a Grécia sabe que a temperatura não é abaixo de zero no inverno – não se faz necessário usar casacos de neve, na verdade, é um país bem quente, no verão.
O clima não era de grande importância, não quando se vai viajar nas férias. Então, não importa muito que um espere uma nevasca – que nunca iria acontecer – e o outro um calor de quarenta graus – que também estava longe da verdade. O que realmente fazia toda a diferença era o tamanho das malas que agora chegavam.
Como ele podia carregar tanta tranqueira? Mu tinha uma mochila daquelas grandes de acampar e mais uma bagagem em mãos. Isso porque eles não estavam contando com o violão que ele também carregava.
– Pra que tudo isso? – Milo, debaixo do casaco de neve, apontou as malas que teria que enfiar no carro.
– Não vou ficar sem meu violão. – Mu agarrou o instrumento e jogou as bolsas para Milo.
– Uma semana é muito tempo. – respondeu Afrodite encaixando as malas do tibetano no veículo, aproveitando para re-arrumar tudo.
Kamus o olhou com desgosto, tinha demorado a colocar toda aquela bagagem ali dentro e o sueco vinha desarrumar tudo. Ainda tinha dúvidas de que mais alguma coisa caberia ali dentro, mas já que o pisciano não conseguia manter as mãos afastadas do bagageiro, era melhor não contrariar.
Então todas aquelas tranqueiras foram socadas para dentro do pobre automóvel. Assim que Afrodite terminou tudo, Aioria apareceu com sua humilde mala, que foi categoricamente enfiada, de qualquer jeito, em um buraco qualquer – sem que o sueco visse.
– Mu, seu violão não vai caber aí. – Kamus comentou, vendo o bagageiro totalmente entupido já.
– Então eu levo na mão! – o tibetano nem sequer esperou por resposta, entrou no banco traseiro do carro com o violão e dali não sairia nem por um decreto.
– Kamus, deixe ele... – Milo sorriu amarelo, conhecendo muito bem o gênio difícil de seu ruivo e daquele guitarrista, iriam passar a semana toda brigando.
Máscara da Morte veio andando com uma enorme bagagem de rodinhas, mais uma mochila pendurada nos ombros e uma bolsa em mãos. Ele mal respirava com tanto peso. Caminhou apressado até seu carro – o qual se encontrava bem ao lado do entupido carro de Kamus – e largou todas as malas no chão mesmo, suspirando. Abriu o porta-malas e lançou um olhar de profundo significado a Afrodite.
– Arrume. – murmurou taxativamente, enquanto voltava ao elevador. Aparentemente haveria mais malas.
O sueco deu um sorrisinho sem graça e arrumou rapidamente suas bagagens no carro. Assim que terminou o italiano já havia descido com sua única e compacta bagagem e algumas bolsas térmicas com comida. Tudo perfeitamente arrumado. Era hora de partir.
O francês entrou no carro, procurando se manter relaxado, afinal dirigiria por algumas muitas horas. Aioria entrou também, no banco de trás, sentando-se ao lado de Mu. Milo foi no banco do carona, com um mapa em mãos, sinal de perigo.
Máscara da Morte e Afrodite foram sozinhos no carro do italiano, junto com todas as compras e biscoitos gostosos e eram os únicos a conhecerem a estrada. Que sorte, hein?
– Muito bem, está tudo aí? – o ruivo esperava sinceramente que aqueles malucos não inventassem de ter esquecido nada, o carro já estava com excesso de peso.
– Não! Droga! Eu deixei meu leão de pelúcia em casa! – Mu revirou os olhos ao ouvir a voz chorosa do grego, que já fazia menção de abrir a porta traseira para sair do carro.
– Ursinho? Mon Dieu! Aioria, deixe ele em casa mesmo... Vai ser melhor pra você. – Kamus arrancou com o carro, ouvindo reclamações sobre o bichinho de pelúcia que ficara para trás.
Convenhamos, um homem daquele tamanho dormindo com um urso de pelúcia seria ridículo. Já bastavam todas aquelas malas com roupas de frio e o diabo amassado!
O carro andava com certa dificuldade devido à quantidade de coisa e gente enfiada ali dentro. Ainda por cima, com Aioria e Mu brigando no banco de trás, o que não ajudava muita coisa.
O tibetano cismava com alguma coisa relacionada ao fato de Aioria ser espaçoso. Na realidade ele estava todo esparramado, com aquele violão entre as pernas, enquanto que Aioria se encontrava espremido do outro lado. Milo obviamente não ouvia uma palavra do que eles diziam, tinha colocado um som tão alto, que dava para ouvir do lado de fora, mesmo com as janelas fechadas.
O único que tinha algum juízo ali dentro daquele inferno com rodas era o francês, que estava bem a ponto de se tornar tão louco quanto os outros três ocupantes do veículo.
Para não perder de vez a pouca calma que ainda lhe restava, o aquariano diminuiu o volume da música, assim que parou no sinal de trânsito. Agora estava muito melhor, só faltava os dois bonitinhos do banco traseiro caírem na real e pararem de falar.
– Crianças! – o ruivo disse com um sorrisinho, olhando pelo retrovisor. – Parem de brigar ou ambos irão andando para lá. Não estou brincando... – ainda acrescentou ao ver a cara descrente que Mu fazia.
Milo riu baixinho, tentando não transparecer sua alegria em ver os dois se dando mal. Contudo, um pouco da irritação matinal do francês tinha sobrado para si.
– E você, Mi... Música alta atrapalha o funcionamento do cérebro e eu estou dirigindo. Se não se importa, amor, eu prefiro o som assim mais baixo.
O loiro concordou com a cabeça e em questão de segundos o carro estava silencioso e o sinal verde. Kamus estava pronto para a cansativa viagem até a singela cidadezinha próxima aos Alpes italianos.
OoOoO
Não se deixem enganar pelo mau humor de Kamus. Normalmente ele é muito gentil, mas nem tanto quando tem que acordar cedo para dirigir. Eu dirigiria se ele deixasse, mas isso implicava em ter que me deixar tocar no volante de seu precioso carro francês – não sei como pode amar tanto um carro!
Às vezes até chego a pensar que aquele Renault maldito é mais importante pra ele do que eu...
Bem, não era apenas o fato de ter que dirigir e acordar cedo que estava deixando meu namorado com aquele ar irritado. Aioria e Mu não colaboravam em nada para uma saudável viagem de férias. Tudo era motivo para brigarem, o que nos leva a outro ponto importante além da paixão de Kamus pelo carro!
O outro ponto: começava a pensar que nossa idéia de juntar dois temperamentos explosivos como o daqueles dois não era uma tarefa fácil, nem tampouco segura. Porém, era cedo para desistir.
Já contei como o cupido reserva truques e jogadas arriscadas para último caso? Tínhamos algumas cartas na manga e não iríamos ceder para aquele par de cabeças-duras!
Sim, sim, tudo da certo desde que você acredite nisso. Então é melhor começar a acreditar na intuição de Kamus para essa nossa "missão impossível".
Falando em missão impossível, qual o problema dele com o volume das minhas músicas? Por que ELE pode ouvir as dele no volume máximo, mas eu não?... Isso não é justo.
OoOoO
Se por um lado o singelo Megane de Kamus estava totalmente entupido – se me desculpam a expressão – por outro o Marea de Máscara da Morte estava tranqüilamente leve. Somente ele, Afrodite, algumas malas e as compras que haviam feito anteriormente. O carrinho azul escuro voava pelas ruas de Athenas. (1)
Não que o francês ficasse muito para trás, mas convenhamos, é difícil se concentrar com três malucos em um carro.
Contudo, a viagem estava sendo muito perfeita para os dois pombinhos no Fiat. Afrodite colocara um CD com as músicas favoritas deles e vinham conversando no caminho sobre como seria maravilhosa essa semana na Itália.
Tudo caminhava na mais perfeita calma, estavam quase alcançando os limites de Athenas quando, por uma brincadeira de mau gosto do destino, o celular de Máscara da Morte toca. Um pequeno imprevisto, ele tinha esquecido que deixara a chave de sua casa nas mãos de ninguém mais, ninguém menos do que Aioros. Brincadeira de MUITO mau gosto.
Aquele grego hiper-ativo estava cuidando do apartamento e infelizmente tinha tentado cozinhar. Se fosse qualquer pessoa normal nada de mais teria acontecido, mas com Aioros as coisas não funcionavam dessa forma – ele não sabia preparar nem um miojo.
– VOCÊ O QUÊ?! – o Marea cantou pneus quando Máscara da Morte freou bruscamente ao avistar o sinal vermelho.
Afrodite olhou-o assustado com a manobra arriscada. O que quer que tenha acontecido do outro lado daquele celular não podia ser nada bom.
– Eu meio que coloquei fogo em duas de suas panelas, quebrei dois copos e queimei um pano de prato. – respondeu, insensatamente, Aioros.
O italiano bufava de raiva com o aparelho telefônico na mão esquerda, enquanto apertava mais do que devia a marcha do carro com a direita. O pisciano ficou preocupado e tentou consertar as coisas, pedindo o celular para o namorado, mas ele não estava ouvindo.
– Aioros... Eu vou te matar quando voltar pra casa... SE É QUE EU AINDA TEREI UMA!!! – ele esbravejou no telefone, gritando xingamentos e juras de morte, que envolviam a cabeça de Aioros pendurada na parede da sala.
– Amorzinho, querido, pare de dizer essas coisas... Deixe que eu fale com o Oros, sim? – Afrodite tentou puxar o telefone das mãos do canceriano, sem muito sucesso, ele estava determinado a matar o grego por palavras.
Enquanto isso, o sinal de trânsito já tinha aberto e os carros buzinavam, inclusive um certo Renault prata, com um ruivo de cabelos trançados dentro. Fosse o barulho que fizessem, Máscara da Morte só tinha ouvidos para o sagitariano que contava como tinha causado toda aquela desgraça em sua cozinha.
– Foi mal, Mask... Mas é que...
– Você é um incompetente, Aioros! Eu não passei nem trinta minutos fora de casa e você provoca um caos? Fique longe da minha cozinha ou eu vou cortar sua cabeça e... – mas ele felizmente não terminou aquela frase, Afrodite conseguiu – sabe Zeus como – retirar o celular de suas mãos.
– Oros, querido, é o Afrodite.
O grego pareceu mais aliviado ao ouvir a voz doce e calma do sueco e não a gritaria daquele italiano nervoso. Agora poderia explicar o que de fato tinha acontecido naquela fatídica manhã.
– Máscara da Morte, dirija! – o canceriano de repente pareceu notar que atravancava o trânsito todo da estreita rua e arrancou com o carro. – Aioros, escute, pare de falar! O Shura está do seu lado?
– Sim... Sim... – ele respondeu, parando de falar por um milagre.
– Chame ele, sim?
O italiano estava incrédulo com a calma que o namorado tinha. Apenas tentou se concentrar na direção, mas estava dirigindo tão mal que agora era o celular de Afrodite que tocava. Milo do outro lado da linha mandou que ele prestasse atenção na rua e todo aquele bla bla bla chato. Tudo para sua raiva aumentar ainda mais.
– Shurinha, é melhor que você conserte as coisas, porque quando a gente voltar o Mask vai capar esse seu namoradinho e você não ia gostar disso. Beijinhos, querido. – e desligou o celular na cara do espanhol.
Afrodite largou o aparelho a ponto de ver Máscara da Morte xingando Milo aos berros em seu precioso celular, enquanto quase atropelava uma pobre velhinha. O sueco novamente retirou o telefone das mãos do namorado e contou a Milo o que tinha acontecido com Aioros, o que causou algumas boas risadas dentro do carro de Kamus.
– Muito bem, querido, agora esqueça Aioros. Lembre-se que estamos indo à Itália. Lá aquele maluco não pode te perturbar. – o sueco sorriu com seus dentes perfeitos e brilhantes, fazendo um carinho nos cabelos rebeldes do namorado.
– Está certo. Nada de estranho vai acontecer agora.
Bom, nada de estranho seria pedir demais, já que a versão mais recente do maluco estava no carro de trás indo para o mesmo destino que eles. Não que Aioria causasse muitos problemas, mas a genética não tinha ajudado muito àqueles irmãos e eles eram o desastre em forma de gente. Afrodite rezava a Zeus que nada de muito estranho acontecesse com Aioria por lá.
Coitado era do Shura que tinha ficado com o problema na mão, ou melhor, os problemas. Tinha que arrumar a bagunça e ainda tentar manter Aioros fora de perigo por uma semana, o que não era uma tarefa fácil. Ainda tinha traumas desde a vez que eles tentaram viajar com a banda e o grego quase o derrubara de um barco para dentro de um mar nada convidativo – lê-se cheio de tubarões.
A única coisa que tinha aliviado os nervos do espanhol era a lembrança de outro grego no chalé de Máscara da Morte. Aioria ia contribuir para uma divertida semana na Itália e se Zeus fosse ainda mais bonzinho Mu ia transformar a vida de todos em um inferno em pouco tempo.
Isso mesmo, o desastrado do Aioria e o esquentadinho do Mu, juntos, seria loucura na certa. O ariano tinha um gênio que era fogo, literalmente. Pobre daqueles que se metessem entre esses dois.
– Espera um pouco... Não era por isso mesmo que esses caras viajaram? – Shura se pegou rindo sozinho.
Era. E provavelmente se arrependeriam de terem pensado nessa estratégia nada segura para juntar duas pessoas que não combinavam. Mas quem se importa? O divertido é rir da desgraça alheia, certo?
Continua...
(1) Marea é um carro da Fiat, italiana, pra quem não sabe e Megane é da Renault, francesa (comentário idiota, mas tudo bem).
Observações: Mudei de nick aqui no site, eu era a Anushka-chan... Ah!As notas ficaram no início, mas nos próximos capítulos, juro que escrevo menos antes do capítulo começar, ok? Espero que tenham gostado. Beijos.
