Summary: Draco Malfoy e Gina Weasley sempre se odiaram. Mas o que acontece quando eles são acidentalmente transportados para a Verona do século XIV, onde todos pensam que eles são Romeu e Julieta?
N/A: Se gostarem, por favor deixem reviews!
Capítulo I: A detenção
O professor Snape caminhava lentamente por entre as fileiras de carteiras da sua sala de aula nas masmorras. Com um sorriso de prazer, ele criticava as poções dos seus alunos do quarto ano.
Gina esperava apreensiva o professor passar por sua carteira, rezando para que ele não dissesse nada de sua poção.
– Tsc, tsc. Você chama isso de poção, Weasley? – Snape disse, parando ao lado do seu caldeirão. – Vai ganhar um D, de Desprezível – ele concluiu.
Gina não podia acreditar naquilo. Depois de tanto esforço para preparar a poção, ela ia ganhar um D? Ela tinha certeza de que fizera a poção exatamente como dizia a receita. Talvez tivesse mexido em sentido horário ao invés de anti-horário, ou talvez tivesse moído ao invés de picado a pele de ararambóia, mas sua poção não podia estar tão ruim assim. Se suas notas em Poções não melhorassem logo, ela ia acabar sendo reprovada.
O professor Snape continuou a caminhar pela sala, a barra rota de suas vestes farfalhando aos seus pés. Gina reparou que ele não reclamou sequer uma vez das poções dos sonserinos, o que era uma grande injustiça.
Snape finalmente terminou sua vistoria pela sala e, parando defronte os alunos, disse com um leve tom de sarcasmo na voz:
– Eu sinceramente espero que vocês estudem para o teste de amanhã, ou teremos surpresas desagradáveis. – Seus lábios crisparam-se em um sorriso malicioso. – Agora podem ir – ele disse, dispensando a turma.
Gina saiu correndo da sala, não aguentava mais um segundo daquela tortura. Estava tão preocupada com suas notas em Poções e com tanta raiva de Snape que nem percebeu aonde seus pés a levavam.
De repente, ela sentiu seu corpo chocar-se contra algo. Ou melhor, contra alguém. Alguém loiro e de olhos acinzentados: Draco Malfoy. Ele era, de longe, a última pessoa que Gina gostaria de encontrar naquele dia.
– Weasley! Será que você não olha por onde anda? – Draco disse no seu habitual tom arrogante.
Se estivesse num dia melhor, Gina teria simplesmente ignorado-o e seguido o seu caminho.
Mas ela definitivamente não estava num bom dia.
– Olhe você por onde anda, Malfoy! – ela falou algumas notas acima de seu tom de voz normal.
Draco não admitia que falassem com ele daquela maneira, lhe dando ordens. "Quem essa Weasley pensa que é?" – ele pensou.
Ele postou-se no meio do corredor vazio, bloqueando a passagem. Gina empertigou-se.
– Pode me dar licença, por favor? – ela disse, tentando passar por ele.
– E por que eu deveria? – Draco a provocou.
– Porque eu quero passar! – Gina gritou.
– Azar o seu, Weasley. Procure outro caminho – ele disse com um sorriso de satisfação por tê-la irritado.
Gina estava perdendo o pouco que restava da sua paciência.
– Malfoy, quer sair da minha frente? – ela disse num tom áspero.
– Me obrigue – ele replicou, estreitando os olhos como se a desafiasse.
Aquilo foi à gota d'água.
Sem pensar duas vezes, Gina sacou a varinha do bolso interno das vestes e atacou. Ela podia até não ser boa em Poções, mas era muito boa quando se tratava de Feitiços.
Draco pareceu um tanto surpreso, mas repeliu o feitiço de Gina. Logo os dois travavam um duelo.
De repente, eles ouviram um miado ecoar pelo corredor escuro. Segundos depois, Filch, o zelador, apareceu na outra extremidade do corredor acompanhado por sua gata, Madame Norra.
– Mas o que é que está acontecendo aqui? – ele gritou enquanto caminhava a passos arrastados na direção dos dois.
Ambos explodiram em protestos e explicações, mas se calaram assim que Filch parou ao seu lado.
– Vocês dois sabem muito bem que é proibido brigar nos corredores – Filch disse, sua voz rouca. – Portanto, venham até a minha sala após o jantar para que possamos discutir sua punição.
Antes que Draco ou Gina pudessem dizer qualquer coisa, Filch virou-se e seguiu pelo caminho de onde veio, resmungando.
Os dois permaneceram parados no meio do corredor por mais alguns segundos até que, com um último olhar de ódio, Draco foi embora, deixando Gina sozinha.
Aquele definitivamente não era o seu dia. "Como se não bastasse tirar um D em Poções, ainda ganhei uma detenção de brinde" – Gina pensou.
Irritada e com a cabeça a mil por hora, ela seguiu para o Salão Principal para jantar. Dirigiu-se à mesa da Grifinória e sentou-se entre Hermione e Neville. Gina evitava sentar-se perto do Harry, pois, mesmo que negasse para todos e até para si mesma, ela ainda sentia um fraco por ele.
– Está tudo bem, Gina? – Hermione perguntou ao ver a expressão desanimada da amiga.
– Está tudo ótimo, Hermione, realmente ótimo – Gina disse sarcástica. – Tirei um D em Poções e acabei de ganhar uma detenção – ela explicou.
– Você ganhou uma detenção, Gina? – Rony, que estava sentado de frente para Hermione, perguntou surpreso. – Que foi que você fez?
– Eu não fiz nada, foi o Malfoy – Gina disse. Ao som do nome Malfoy, todos que estavam próximos a ela viraram-se para ouvir, inclusive o Harry. Ao que parecia, todos na mesa da Grifinória compartilhavam um certo ódio a Draco Malfoy. – Eu sem querer esbarrei nele no corredor e então ele não quis me deixar passar – Gina continuou, tentando sem sucesso não corar diante de todos aqueles rostos curiosos. – Nós começamos a discutir e quando vi travávamos um duelo. Logo depois, Filch apareceu e disse que viéssemos até a sala dele depois do jantar para receber nossa punição.
Ignorando os comentários dos colegas sobre Draco Malfoy, Gina arriscou olhar para o outro lado do salão, só para ver se ele também estava contando o ocorrido aos seus colegas da Sonserina. Gina surpreendeu-se com o que viu: Draco Malfoy estava olhando para ela.
Depois de alguns minutos observando Crabbe e Goyle se empanturrarem como porcos, Draco desistiu de comer. Deixou seus olhos vagarem sem rumo pelo Salão Principal, observando com inveja os rostos alegres daqueles que não tinham que cumprir detenção com a maldita Weasley.
Sem que ele percebesse, seus olhos foram parar na outra extremidade do salão, focados numa certa manchinha ruiva: Gina Weasley. Draco ficou observando-a conversar com seus colegas da Grifinória até que os olhos dela encontraram os seus. Por um momento, os burburinhos de conversa que enchiam o salão, o som dos talheres batendo nos pratos, tudo era apenas um zumbido distante para seus ouvidos. Aqueles olhos castanhos fitaram-no, indagadores, até ele obrigar-se a olhar para outra direção.
Desistindo completamente de comer alguma coisa, Draco levantou-se e saiu do Salão Principal sem olhar para trás.
O Salão Principal estava quase vazio quando Gina saiu. Ela desceu as escadas de dois em dois degraus e rumou em direção à sala do zelador. Quando chegou lá, Filch e Draco já a esperavam.
– Sigam-me – Filch disse assim que ela postou-se ao lado do sonserino.
Em silêncio, Draco e Gina o seguiram pelos corredores de pedra do castelo, iluminados apenas por archotes suspensos nas paredes. A escuridão aumentava à medida que anoitecia do lado de fora e grandes sombras negras projetavam-se das vidraças das janelas no chão à sua frente.
Finalmente, eles chegaram a seu destino: a biblioteca. Filch adentrou o cômodo e continuou seu percurso, passando por estantes e mais estantes repletas de livros grossos e empoeirados, até parar ao lado de uma estante quase no fim da sala.
– Os senhores devem saber que esta aqui é a Seção de Livros Trouxas – Filch entoou. – Devem saber também que os livros desta seção não são dos mais procurados pelos alunos, portanto estão muito empoeirados – ele concluiu. – O que eu quero que vocês façam é simples: quero que tirem o pó de todos os livros desta seção.
O zelador entregou a cada um deles um espanador.
– Deem-me suas varinhas – ele ordenou. Relutante, Gina entregou sua varinha.
– Como o senhor espera que limpemos todos esses livros sem nossas varinhas? – Draco perguntou incrédulo.
– Isso é problema seu, senhor Malfoy – Filch replicou com um sorriso de satisfação estampado no rosto, para depois arrancar a varinha de Draco de sua mão. – Voltarei em duas horas para inspecionar seu trabalho. E é bom que se apressem, pois só sairão daqui depois que estes livros estiverem brilhando – ele avisou, antes de afastar-se e sumir na biblioteca escura.
Gina olhou desanimada para a estante. Havia centenas, talvez milhares de livros ali. Levaria a noite toda para espanar cada um deles e ela ainda tinha que estudar para a prova de Poções do dia seguinte.
Draco e Gina entreolharam-se por um momento, até Gina tirar um livro da estante e começar a espaná-lo desanimada.
– Isso é tudo culpa sua – Draco murmurou, tirando de má vontade outro livro da estante.
– Culpa minha? – Gina esqueceu-se do espanador por um momento.
– É, Weasley, culpa sua. Quem foi que me atacou no meio do corredor? – Draco perguntou.
– E quem foi que não queria me deixar passar? – Gina o alfinetou.
– E quem foi que esbarrou em mim? – Draco retrucou.
– E quem foi que... – Gina exasperou-se, deixando o livro escorregar de suas mãos e cair no chão com um baque surdo, levantando poeira no ar.
Ambos abaixaram-se para pegar o livro, porém não tiveram tempo de fazê-lo. Pois, no segundo seguinte, seus pés haviam deixado o chão.
N/A: Se gostaram, por favor deixem reviews!
