AVISO: Essa fic é um pouco dark, por assim dizer. Não fiz um Jasper bonzinho, apenas decidi que voltar as raízes dele (como eu vejo que deveria ser, marque bem isso!) seria legal. A Bella continua a coisa desastrada e odiosa de sempre. Edward continua a ser o coitado tentando ser um bom rapaz e sendo um bom bobo. Jacob é o ciumento e engraçado de sempre, parte dos Cullen tem participação, mas não tão grande.
Terá sexo, abuso, violência, sofrimento e palavrinhas que podem ser pesadas. Não quero que venham me dizer que peguei pesado, eu tive esse plot e ele será assim, ok? Não reclamem de palavrões soltos, de coisas que nunca poderiam acontecer, é uma fic, não uma continuação do livro. Você foi avisado, por Merlin, não pese na minha depois, ok?
Nome do autor: Fla Cane
Título: Die Alive
Sinopse: Voltar as raízes e deixar de ser humana, poderiam ser coisas mais fáceis do que olhar e entender. Bella queria morrer, por dentro e por fora. Jasper não queria mais ser Hale, queria voltar a ser Whitlock.
Ship: Jasper/Bella
Gênero: Romance/Angst
Classificação: M
N.A.: A mudança dos POV será avisada no começo ou no meio do capítulo, preste atenção. Não vou facilitar a vida de ninguém e nesse meu momento dark, cuidado, é só ler Kill Me e saberá que não brinco quando quero fazer as coisas serem vermelhas-sangue. Ah, e aqui o Jake já sabe dos Cullen e sobre ser um lobo, ok?
O nome da fic é o nome de uma música da Tarja, cd perfeito My Winter Storm.
Bom, se gosta, aproveite.
Se não gosta, boa sorte e clique em Voltar ou X.
Se vai se arriscar, valeu!
Não ganho nada com essa fanfic e por escrever com esses personagens. Nenhum deles me pertence, pois se me pertencessem tudo seria muito diferente.
Boa Leitura.
Die Alive
por Fla Cane
Capítulo 1
Bella POV
Eu sabia que estava quebrando a promessa. Sabia que Edward não gostaria do que eu estava fazendo, mas já não me importaria nem um pouco, ele havia me deixado. Ele não me queria, eu não era boa o suficiente pra ele, então não tinha nenhum problema sumir. Não tinha nenhum problema se eu morresse.
Eu quero a morte. Sem pensar e muito menos me importar. De que problema tem a dor, se a dor realmente já corre debaixo da minha pele? Não me adianta de nada ficar aqui e esperar que ele volte. ELE NÃO ME QUER! Deslizo a lâmina de barbear antiga de meu pai por meu punho esquerdo. Tanto faz se vai doer ou não, a dor para e essa dor dentro do meu peito tem que parar.
Quanto sangue eu tenho para deixar tanto assim sair do corte? Não ligo. Minha cama está fedendo ao sangue maldito que fez Edward se aproximar de mim. Inferno, a maldita promessa, que ele engula. Não preciso prometer nada se estiver morta.
Não consigo segurar direito a lâmina com a mão esquerda, o corte no punho direito está menos fundo. Não importa. Nada mais importa nessa merda de vida. Já isso acaba. Jogo meu corpo para trás, a tontura ridícula por sentir o cheiro de meu sangue me atinge com força. O sangue sai, a morte entra.
É válido.
Jasper POV
O cheiro dela está se espalhando pela rua. Isabella está tentando se matar. Que novidade! A humana que se mata pelo vampiro. Normalmente, quando o vampiro não é covarde como Edward, a humana morre nas mãos do vampiro.
Subo pela lateral da casa, entro pela janela e a vejo. Deitada na cama, os braços esticados e os cortes. O cheiro é forte e me enlouquece. Me abaixo, apoiando as mãos no chão. Ela está se entregando de bandeja pra mim. E eu não vou dizer não. Um grunido de fome vibra em meu peito, escapando de minha garganta, Isabella abre os olhos, procurando pela escuridão do quarto.
Está fraca, com medo, com raiva, e com pena de si mesma. Deus, ela consegue ser mais patética do que ele. Ambos merecessem esse maldito fim. Exatamente como eu mereço o meu maldito fim. Por um segundo vejo Isabella forçar a visão, tentando ver quem é que está alí. E então o medo dela inunda o quarto. Previsível demais. Os olhos dela se arregalaram ao me ver agachado, pronto para atacá-la. Mas ela começa a sentir algo mais. Ela sente... alívio.
-Jasper. – a voz aliviada dela me deixa confuso. Ela quer morrer ou quer ser salva?
-O que está fazendo, Isabella? – pergunto. Mas pela reação dela, de se afastar na cama, encolhendo-se no colchão, minha voz está distorcida pela sede.
-Ele se foi... ele me deixou. – uma onda de ódio me atingiu, piorando minha sede e meu descontrole. Ela teria que parar com isso se quisesse que eu escutasse até o fim da frase, antes de matá-la. – Me deixou dizendo que não me quer mais...
Oh, mas se ele não quer, eu quero. E muito. Me levanto devagar, vendo-a se encolher no colchão ainda mais, seu medo entrando por todos os meus poros. Me deixando mais excitado com essa situação. Isabella não tem idéia do como está próxima de morrer.
Me aproximo da cama, vendo-a estremecer, sangue ainda saindo de seus punhos. Patética maneira de se matar com vampiros na cidade. Me sento na cama e a puxo pelo braço com força, sentindo-a relutar e tentar não vir. Mas sorrio, tentando acalmá-la e mostrar que é seguro.
-Por que veio? – ela pergunta, de joelhos na cama, deixando que a puxe para meu colo, colocando-a como uma criança pequena entre meus braços. – Por que ele não veio?
-Por que todos eles se foram. – sussurrei em seu ouvido, arrepios de medo e de excitação atravessaram o corpo dela. – Só eu fiquei. Fiquei para terminar algo.
Meu tom de voz me entregou, e o medo a inundou outra vez. Seus olhos castanhos me fitaram com medo e a melhor parte é saber que ela entendeu exatamente o que eu disse. Eu não fiquei porque senti que era errado Edward a deixar, fiquei porque queria o sangue dela. Fiquei porque Alice me deixou. Fiquei porque estou cansado de ser o bom moço, e não receber nada em troca.
Sentada em meu colo ela quis lutar, sabendo exatamente que não iria escapar. Mas mesmo assim ela tentava, se debatia, ganhando marcas roxas nos braços e nas pernas. Ela se virou no meu colo, colando as costas em meu peito. Continuou a se debater e tentar escapar, me fazendo ter que segurá-la ainda mais.
Seu sangue escorria por seus punhos, o cheiro me deixando insano, mas eu ainda conseguia ver com certa racionalidade. Afinal, se ela não parasse de se debater, não teria graça passar tudo que passei para poder ter o sangue de Isabella Swan descendo por minha garganta.
-O que mais me deixa curioso em tudo isso, Isabella, é ver que você nos conhece tão bem... - O corpo dela se deixou cair por sobre o meu, os braços ficando moles em minhas mãos. - E continua a achar que vai escapar de mim.
Merda! Eu poderia matá-la sem precisar fazer esforço, mas Isabella merecia uma atenção especial, principalmente por ter um sangue como o dela. Entendo perfeitamente o porque de Edward a querer tanto. E agradeço a ele por tê-la deixado para trás e sozinha.
Me levantei, com ela no colo, e a fiz andar, mesmo que tropeçando enquanto se movia. O bom de ter o Chefe Swan ocupado em outra cidade, foi que o sangue que pingava dos dedos de Isabella, caiam mais em mim do que nela ou no chão.
Fechei os braços dela contra o próprio corpo, pressionando as feridas na camiseta dela. Empurrava as pernas dela com as minhas, andando juntos. Minhas coxas empurravam as coxas dela, seu corpo pressionado contra o meu, ela se empurrando. Ri disso, ela ainda estava a fazer força.
Entrei no banheiro com ela, os cabelos revoltos bem abaixo de meu nariz me deixavam quase que insano demais. Mas não, ainda não. Era necessário um processo. Eu me instruira bem demais para voltar a ser um mero assassino. Tudo agora requer plano e esforço, mesmo que o resultado seja o mesmo no fim.
A soltei por completo, vendo-a bater o quadril contra a pia, as mãos caindo dentro da porcelana. Dei risada outra vez, ela conseguia ser o ser humano mais desastrado da face da Terra. Não se moveu, sinto que está fraca, com medo e com certo alívio ainda. Talvez por ver um Cullen outra vez. Só ainda não contei a ela que meu nome é – e sempre será – Whitlock.
Espalmo uma de minhas mãos em suas costas, meus dedos se fecham no tecido que ela usa e o puxo com força, rasgando-o do corpo dela. Ela geme de medo e tenta se esquivar. Adoro sentir como se fosse realmente dono da vida dela. Prenso Isabella pelo quadril na pia, as mãos dela estão brancas e sem força, os cortes foram fundos. E o aroma delicioso que sai dali faz minha mente decair milímetro por milímetro, me afundando na minha real natureza.
Com as mãos em sua cintura, rasgo a calça de moletom que ela está usando, o tecido cai no chão, enquanto vejo o corpo dela estremecer. Seu choro é baixo, mas suas emoções são altas. Medo, dor, fraqueza, pânico. Ela está seguindo a minha linha de raciocínio. Está começando a entender a gravidade da situação em que se encontra. Agora, sem roupa alguma lhe cobrindo o corpo, posso entender porque Edward ficava tão alucinado quando a prensava contra ele. A garota tem um belo corpo, o que terá certa valia, talvez, em algumas horas.
A empurrei pra dentro do banheiro, ignorando totalmente a vergonha que ela estava sentindo. Na verdade, o maldito filho da puta do Edward é que deveria estar envergonhado. Mas dele eu cuido depois, agora tenho um problema maior pra cuidar. Tenho que eliminar o cheiro de sangue dela, ou vou acabar por matá-la agora.
Ligo o chuveiro no frio, ignorando o choro e a tentativa de escapar dela. A seguro debaixo do jato de água, enquanto com a outra mão tiro e rasgo pequenos pedaços de minha camisa. Vou enrolá-los nos punhos dela até levá-la ao hospital. Quero que ela fique viva para ter forças enquanto a sugo de pouco em pouco. Por horas a fio.
-Por quê, Jasper? – a voz baixa dela é ridícula.
-Por que eu quero. Por que ele te levou pra mim, ele ofereceu seu sangue pra mim. Ele sabia bem que eu não me seguraria por muito tempo.
O pânico inundou o banheiro e fechei a porta com o pé. A segurei pelo braço, fechando os dedos por sobre um dos ferimentos. Ela gemeu de dor e tentou puxar o braço, mas só fez com que seu corpo viesse de encontro ao meu. Sorri disso e a vejo deixar lágrimas se misturarem com as gotas de água que escorriam de seu cabelo e rosto.
O corpo dela estava contra o meu quando me dei conta do que tinha nas mãos. Isabella viu a sombra que passou por meus olhos e começou a lutar outra vez, tentando se soltar. Me pergunto, de onde ela tirou forças para fazer tudo isso depois de sangrar aquele tanto?
A empurro de volta para o jato de água frio e vou junto, batendo-a contra o azulejo. Seu corpo pende um pouco contra o meu, ficando mole. Acho que a deixei desorientada. Afastou suas pernas com as minhas e pressiono meu joelho entre as pernas dela, sentindo-a. Isabella pode ser tudo, menos desejável. Edward, seu babaca.
-Me solta. Jasper, por favor.
A voz fraca dela me faz olhá-la nos olhos, vendo os castanhos baços de choro e medo. E isso me intriga um pouco. Ela realmente acha que me conhece? Ela acha que eu sou um bom moço? Que sou um cavalheiro? Ela não ouviu minha história? Não conhece meu passado? Bom, se ela não conhece vou fazê-la conhecer.
-Por que eu deveria fazer isso?
Empurro meu joelho para cima entre as pernas dela. Ela está parando de lutar. E isso pode ser algo chato quando você quer realmente algo para ter o que fazer. A solto e a vejo desmoronar no chão, a água caindo em seu corpo e fazendo tremer de frio. Me afasto e fico observando-a por um momento. Algumas idéias começam a se formar em minha mente, e se Isabella quer a morte e quer deixar de existir, posso lhe garantir isso. Mas acho que terei algo mais interessante a oferecer.
-Isabella. – a vejo estremecer e se afastar, empurrando-se contra os azulejos. – Quer morrer, não quer? – ela nega, contrariando suas ações anteriores. – Cortou os punhos por diversão? – o silêncio responde. Dou risada. – Vou ajudá-la. Edward se foi, não vai voltar. Quero seu sangue, e não vou desistir enquanto não o tiver. – ela começou a soluçar bem alto. – Mas quero algo mais.
A cabeça dela se levantou tão rápido que os ossos estralaram no pescoço. Sentia o pânico dela começando a crescer novamente. A tristeza sendo substituída por um momento.
-Se deseja tanto a morte, posso ajudá-la agora. Mas se ainda quiser ficar viva, eu deixarei. Por enquanto. – era como se eu estivesse falando novamente com os recém nascidos. Era ótimo ter controle sobre alguém outra vez. – Porém, é minha. Sua vida é minha.
-Mas...
-Nada. – o grunhido de fome em meu peito a fez ter medo outra vez, afundando a onda de raiva que havia aparecido. – Vai viver, vai fingir que Edward não existiu. Vai matá-lo em sua memória. Vai esquecer de todos. Menos de mim, por que salvei sua vida, e agora ela me pertence. Você é minha agora.
Não lhe daria chance de protestar. Ela tinha duas escolhas, aceitar o que eu estava falando, ou eu tomaria seu sangue. E iria jurar a ela, faria com que sofresse por horas enquanto me saciava.
-Agora vamos, preciso que fique bem. – a puxei para cima, colocando-a de pé e enrolando os pedaços de minha camisa em seus punhos. Logo o tecido se inundou de sangue, mas serviria até chegarmos ao hospital. Enquanto jogava o roupão por seus ombros, apreciei mais uma vez seu corpo. E então, ela se manifestou.
-Por que me odeia?
-Por que me fez voltar a ser que eu sempre fui. – meu ódio deixou meu corpo, atingiu o corpo dela, afundou o banheiro em uma escuridão ainda pior do que já estava.
-Eu só amei vocês.
-Só esqueceu de si mesma.
A virei na direção do corredor e corri para fora da casa, levando-a até o hospital.
Bella POV
Meus olhos ardiam conforme a luz forte batia e eu tentava me levantar. Queria me situar, queria saber onde estava. Senti uma mão na minha e a afastei, olhando para o lado e vendo que meu pai acordava, olhando com o rosto amassado.
-Bells, calma.
Ele me disse como se fosse algo fácil de se fazer. Todas as malditas lembranças inundaram a minha cabeça de uma só vez e eu procurei pelo quarto por Jasper, mas não o achei. Mas sabia que ele estava me observando, sabia que ele estava por aí. Olhei pra mim mesma, vendo que estava no hospital, meus punhos enfaixados com várias faixas, uma agulha mandava soro para meu corpo por um furo em meu braço. Me virei para meu pai novamente, lágrimas escorrendo por meus olhos.
-Pai...
-Está tudo bem, Bells. – ele estava chocado comigo, mas não disse nada. Apenas acariciou minha cabeça e ficou me fitando. – Quer que eu chame sua mãe?
Oh, não. Minha mãe estava aqui, o que significava drama demais para uma coisa tão babaca e que eu voltaria a fazer. Me surpreendi com o ódio por mim mesma em minha mente, mas talvez ela estivesse certa. Eu merecia meu ódio. Merecia minha raiva, meu nojo, minha pena. Eu não conseguia fazer Edward me amar, não conseguia fazê-lo fica comigo, destruí a vida de Jasper tornando-o novamente naquele monstro, afastei minha família e todos que eu amava. E nem ao menos me matar eu conseguia. Eu era digna de pena.
-Bella, porque...
Olhei na outra direção, não ia deixá-lo ver o porque de ter feito aquilo. Muito menos que ele soubesse que nem um suicídio eu conseguira terminar. E que por hora Jasper estava me rondando, com certeza dando uma de bom moço. Estremeci de ódio. Lembrando exatamente das palavras dele. Mas não teria tempo de se achar meu dono, eu estaria morta antes disso.
-Bella, espero que saiba que te amo. – ouvi Charlie engolir em seco. Ele estava tendo um péssimo momento. – Não precisa fazer isso...
-Oh, Bella.
A voz da minha mãe chegou até meu ouvido e virei ainda mais o rosto, evitando olhar na direção da porta. Era pior do que eu imaginava. Já não bastava a maldita dó que eu sentia por mim mesma, tinha que agüentar a deles também. Se eles soubessem o quanto o mundo é um inferno e como as coisas me tragaram para baixo e para a dor, eles sentiriam orgulho de mim por tentar me matar. Se eles soubessem que não consegui fazer um rapaz me amar e ficar comigo, eles teriam vergonha de que eu continuasse viva.
Eu tenho vergonha de estar viva. Odeio o fato de que Jasper tenha ficado, mesmo que tenha sido para me matar. Ele não tinha o direito de ter mudado de idéia e de ter me salvado. Ele não tinha o direito de achar que pode entrar na minha vida e se achar meu dono. EU QUERO MORRER!
-Bella, por que...
Minha mãe também tentou me perguntar, mas então me virei para ela, mostrando meu rosto. Ambos recuaram um pouco de onde estavam. Meu pai se levantou da cadeira ao lado da minha cama, seus olhos me fitando com certa apreensão. Se eles não haviam entendido, eu iria explicar com todas as letras. E que os médicos chamassem de revolta adolescente, depressão, fuga. Eu queria morrer, Bella tinha que morrer. E ninguém iria me impedir.
-Me deixem em paz.
Renée saiu do quarto chorando, Charlie ainda se demorou, mas também saiu, fechando a porta. Pois bem, agora eu estava a mercê de minha vontade. A vontade de mandar tudo para o quinto dos infernos e esperar pelo fim que eu mesma causaria. Olhei para os lados, precisava achar algo que pudesse me ajudar a cortar as bandagens e os pontos que com certeza eles me deram.
-Eles vão costurar novamente. – olhei para frente e vi Jasper sentado no pequeno sofá de dois lugares bem a frente da minha cama, na parte escura do quarto.
-O quê...?
-Isabella, faça um favor a si mesma, e não me provoque. – a voz dele parecia extremamente funda, como se estivesse longe. – Sinta o tanto de pena que quiser de si mesma, mas vai sair desse hospital viva. Ou vai sofrer as conseqüências.
Eu não tive tempo de perguntar quais seriam as conseqüências, ele já estava a meu lado, os braços segurando os meus contra a maca, o rosto bem colado ao meu. Os olhos tão negros como nunca tinha visto antes. Aquele não era Jasper, e por um lado, eu entendia perfeitamente o porque de não ser ele.
-Não terão outras conseqüências diferentes das que você está pensando. – ele sabia que estava com medo que ele fosse me matando aos poucos. Mas talvez não fosse lá uma péssima idéia. – Não vai gostar como acha. Então...
Eu poderia enfrentá-lo, poderia xingá-lo, poderia pedir para me matar – porque era o que eu queria -, mas Jasper era uma outra pessoa agora. Era um morto diferente do que eu conhecia. Ele estava a tomar conta de minhas emoções, me mandando para a maldita inconsciência. Eu até tentei lutar contra isso, mas no fim, ele me venceu. Ele me controla, é meu dono.
Alice POV
Eu via o futuro de Bella. Eu vi exatamente o que me vira fazer nas minhas visões. Não mudei nada, mas as visões também não mudaram. Ele ainda a torturava, ela ainda lutava contra, e Edward... Edward apenas não estava aqui. Era patético o modo como eu fingia que não acontecia nada, que sorria fingida para todos. Que me fazia de feliz, mas era a mais triste de todos.
Vi Jasper matá-la. O vi mudar de idéia. Vi que ele a machucava, o modo como ele a tratava. E eu queria poder ir até lá e matá-lo, arrancar a cabeça dele e poder atear fogo em seu corpo. Mas quando me vi decidindo sobre isso, a visão mudava, Bella morria do mesmo jeito, assim como eu também. Ele nos matava, estava cego de ódio.
O vi mudar de idéias tantas vezes que o que mais me assustava era que o que o controlava, era a sede. Era o desejo pelo sangue dela. Quando ele a queria matar, ela morria. Quando ele desejava que ela vivesse, mas sofresse, Bella sofria como nenhum outro ser humano sofrera. Jasper estava decidido de que a culpa de todas as coisas erradas que deram na vida dele – e de toda a família – era culpa de Bella, dela e somente dela. Ele havia decido em uma idéia fixa nas últimas vezes, torturá-la. Mas antes que eu me lançasse para fora da janela do quarto dessa nova casa, vi o desfecho desse sofrimento.
Se eu pudesse chorar estaria a derramar lágrimas demais. Eu amava demais Bella para ver o desfecho que isso teria e deixar acontecer. E amava Jasper, mesmo com os erros dele, mesmo com as coisas horríveis que ele ainda faria. O fim, o desfecho que tudo isso teria, me fazia continuar a amar ambos. Mesmo que nenhum de nós sobreviva no fim, mesmo que nenhum de nós consiga passar por essa dor, eu sei exatamente o que ele busca em Bella. O que ela ainda vai buscar nele. Mesmo que demore vários dias para entender, que perca muito sangue e sanidade enquanto isso.
E que cause mais estragos do que acha que vai. Bella já está morta, mas ainda vai descobrir isso.
continua...
