Percy via o céu sem cor, céu que era comandado por um dos deuses que mais o odiavam. Via também o mar com ondas que podiam causar terríveis desastres. Dor, fúria, esses eram os sentimentosque o mar transmitia. O mundo em que vivia estava em estado de pura tristeza. Todas as pessoas que faziam parte de seu mundo, aquelas pessoas com quem ele compartilhava seu importante segredo choravam. Ele nunca havia visto tanta tristeza. Nem quando o mundo estava prestes a ser aniquilado. Nunca havia presenciado, mesmo indetreminadamente, cena tão catastrófica.

Aquele que era chamado de o héroi do Olimpo havia morrido. O maior herói do século, era como o chamavam.

Seu fantasma caminhava pelas ruas do Olimpo mas ninguém o notava. Todos se abraçavam e choravam pela morte do herói. Ele nunca havia imaginado que era tão importante.

Seu coração pesava. Ele tinha causado toda aquela dor. Ela tinha feito aquilo.

Desejou estar no acampamento, e lá, foi até o chalé que provavelmente estaria carregado de muita dor. No chalé viu uma menina de feições angelicais e cabelos lindamente cacheados chorando silenciosamente. Ela segurava uma foto, foto aquela que ele se lembrava perfeitamente do dia em que foi tirada. Ambos encharcados depois deterem compartilhado seu amor um pelo outro. Sentiu ódio, nojo de si mesmo por estar causando tanta dor nas pessoas que ele tanto amava.

A garota se levantou de sua cama após ser chamada por um de seus irmãos, e foi até o carro de Percy. Ligou e rumou para seu destino.

Chegando no Empire State, pouco se importou em contemplar sua obra. Foi até a sala dos tronos, e Percy, que a acompanhava mesmo sem ela poder notar, visualizou a feição detodos os deuses ali presentes.

Nunca imaginou tal cena, nem mesmo se morresse. Aqueles deuses, que ele pensava que o odivam, tinham expressões vagas, de pesar, e até mesmo dor. Ele se culpou ainda mais. Viu seu pai sem aquele brilho contagiante em seus olhos. Suas rugas causadas por seus enormes sorrisos, agoram não transmitiam alegria, mas sim velhice, tristeza. Ele não se importava em esconder suas légrimmas, elas rolavam livremente pelo seu rosto.

Ele saiu quase roboticamente de seu trono, e se dirigiu até o corpo imóvel de Percy que estava coberto por uma mortalha de um verde brilhante e um tridente bordado com perfeição. Deu um último olhar em seu filho, e liberou a sua inevitável partida. Queimou ele mesmo a mortalha, e deixou que seus joelhos fraquejassem, levando ele ao chão.

Seu filho, o preferido, o maior deles, se fora.

Percy foi puxado daquele local, e viu sua alma em lugar belo. A casa de sua infância. A casa em que passou tantos dias felizes. Um mar diferente daquele que se estendia naquele dia, brilhava em seu perfeito verde-azulado, com ondas que pareciam vindas de um quadro, perfeitamnete esculpidas.

Ele então percebeu onde estava. Aquele era o Elísio. Nem mesmo passou por um julgamento, não teve que pedir pelo paraíso eterno, ele veio até ele com a maior naturalidade.

Percy ali então reconheceu. Ele era um héroi. O maior deles.