A Verdade Sobre as Garotas
Ele caia sobre minha cama. Me puxava pela cintura junto com ele. Me beijava. Me queria. Eu não queria ele. Mas ia de bom grado.
Ele sussurrava coisas em meu ouvido. Eu não ouvia. Não conseguia prestar atenção em nada.
Entendi que ele me amava. Eu não o amava. De jeito nenhum. Jamais amaria ele. Não poderia. Nunca. Eu podia amar. E certamente o fazia. Mas não amava a ele.
Começou a ficar ridículo. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete vezes... Até que eu já não soubesse mais distinguir o que estava fazendo. Mas fazia. Mais uma, duas, três vezes...
Ele sentia prazer. Físico. Eu sentia um enorme prazer emocional. Pela primeira vez na vida ele iria saber o que era se sentir como eu me senti.
E assim seguiram-se por tempos e tempos. Ele caia sobre a minha cama repetidas vezes. Eu não me importava com quem ele era. Muito pelo contrário. Queria que fosse exatamente ele. Era a estratégia perfeita.
Mais uma, mais duas, mais três, mais quatro vezes... Até que ponto eu poderia controlar isso? Ele dizia que me amava. Eu nunca o amara. E ele estava servindo exatamente para o que eu queria.
Roupas ao chão, corpos entrelaçados. Fios de meu cabelo grudados em seu rosto. Minhas unhas arranhando suas costas. Ele não era nada comparado a Draco. Absolutamente nada. Seria até absurdo comparar. Mas era exatamente dele que eu precisava.
Draco abre a porta. Finalmente. Grita. Se eu o estava traindo? Não. É claro que não. Jamais faria isso.
Draco ameaça matar o Potter. Potter diz que lutará. Lutará por mim. Eu rio. Uma risada fria. Potter entende. Talvez não fosse tão idiota quanto eu pensei, talvez eu só fosse uma boa atriz.
Draco quer saber por que eu fiz aquilo, afinal. Eu rio mais alto ainda. É uma risada alucinada. Como se ele não soubesse a resposta. Mas ele continua me olhando. Os olhos queimando de ódio, de raiva... Eu continuo sorrindo. Draco segura meu braço com força. Droga, ele está me machucando. E ele não se importava. Não se importava com nada além dele.
Grande merda de novidade.
Draco torna a perguntar por que fiz aquilo. Eu torno a rir. Ele me acusa de traição.
Então eu digo uma coisa que ele já deveria saber a muito tempo: garotas não traem. Se vingam.
