A Soma de Todos os Medos.

U.A. (I-Kag) No início era só mais um emprego. Depois lhe pareceu um complô. Chegou à conclusão de que sua vida corria risco... Foi quando descobriu que não podia escapar.

Capítulo 1.

Inuyasha olhava entediado para a chuva que caia do lado de fora da janela enquanto se balançava na cadeira da sala de máquinas

"Que tédio que é esse lugar" resmungou ele baixinho "Já fazem semanas que nada interessante acontece aqui..."

"Falando sozinho de novo, Inuyasha?" O hanyou inclinou a cabeça, encontrando seu irmão parado ao lado da porta.

"O que você quer?" Perguntou contendo a irritação que a visita lhe causava. Encontrar com o youkai era sempre sinônimo de aborrecimento. "O seu departamento não é aqui... Sua função é parlamentar com seus políticos para ver se eles transformam o mundo em um lugar pior."

Sesshoumaru estreitou os olhos enquanto empurrava as pernas do seu irmão para fora da mesa

"Não se esqueça de que seu apartamento na cobertura de um dos maiores prédios da cidade vem deles" Sesshoumaru sentou-se e lançou-lhe um sorriso irônico "Mas suponho que você não costuma se lembrar deste detalhe."

"Feh! O que quer?" Inuyasha voltou a olhar a chuva do lado de fora, aguardando pacientemente que a entrevista acabasse e ele pudesse voltar ao seu estado apático.

"Eu vim lhe avisar que contrataram uma nova funcionária..."

"Compreensível, a partir do momento que você espanta várias periodicamente com sua falta de boas maneiras"

"E, como eu vinha dizendo, ela vai trabalhar com você"

"Não tenho nada com isso" replicou Inuyasha

"Oh, não ainda, mas acho que vai ter..." O youkai semicerrou os olhos com um meio sorriso maldoso surgindo em seus lábios.

"O que quer dizer com isso?" perguntou o hanyou rispidamente acompanhando com os olhos o irmão se levantar alcançar a saída.

"Devo responder? Você não parecia interessado em ouvir as minhas informações segundos antes..." alargou o sorriso ao ver Inuyasha levantando as sobrancelhas

"Fale logo ou desapareça Sesshoumaru."

"Lembra-se de sua antiga companheira?" Fitou o meio-youkai, satisfeito ao ver que ele empalidecia diante da menção da antiga namorada. "Sua nova assistente... Kagome Higurashi... É exatamente igual a ela. Curioso, não? A história se repete e você se vê de novo em frente a alguém parecido em nome e aparência com a sua Kikyou."

"Saia daqui" rosnou Inuyasha levantando-se.

"Você não dá ordens em mim, irmãozinho. Só tente não ser abandonado novamente. Poupe a si próprio e à nossa família desta vergonha. E não se esqueça de que nós temos problemas muito maiores com ele... Não se coloque em uma posição vulnerável" disse Sesshoumaru saindo do cômodo.

Inuyasha caminhou pela sala, os punhos cerrados e a expressão sombria. 'Kikyou... Por que eu nunca consigo me livrar da sua lembrança? Já não basta tudo o que aconteceu?' Suspirou, tentando recuperar a calma e sentou-se de novo.

O hanyou podia afirmar, sem margens de erro, que ele possuía uma das melhores redes de informações do mundo dentro da sua sala. O que era realmente necessário, já que trabalhava espionando as organizações estrangeiras e nacionais que se manifestavam contra seu país.

Qualquer desavença política que pudesse recorrer a um atentado contra o lugar era delatada por ele e enviada para outras autoridades, que cuidariam para silenciar os revoltosos. Terrorismos imediatos eram geralmente resolvidos por ele também, juntamente com o esquadrão de bombas.

E apesar disso tudo, Kikyou não podia ser achada por nenhum sistema operacional e seu nome não constava nos bancos de dados. Era como se ela nunca tivesse existido.

Inuyasha foi tirado de seus pensamentos pela entrada dos dois chefes do departamento de bombas, Sango e Miroku. Revirou os olhos, contando com mais uma conversa sobre a nova funcionária.

"Você não cumprimenta mais as pessoas que entram?" ralhou Sango postando-se na sua frente

"Só as bem-vindas." replicou friamente

"Nós só viemos avisar que a empresa contratou uma auxiliar para você" Continuou ela sem se abalar com o tom cortante e a postura hostil do meio-youkai

"Estou ciente..." murmurou desinteressado 'Tão previsíveis...' pensou desanimado

"Parece que você está com sorte, Inuyasha" disse Miroku esboçando um sorriso abobalhado e se sentando ao lado do outro. O hanyou olhou-o de esguelha 'Porque ela é parecidíssima com a Kikyou!' Completou ele pensamento antes de se voltar para Miroku

"Por que?" perguntou em um tom educado.

"Porque ela é parecidíssima com a Kikyou!"

Seria risível se ele não estivesse tão irritado.

"Não ouse repetir esse nome, senão você vai visitar o paraíso ainda hoje" ameaçou com tranqüilidade, sorrindo ao ver Miroku engolindo em seco e emudecendo-se. Voltou-se para Sango esperando pela reprimenda que ganharia.

"Não acho que você deva julgá-la só pela aparência" Sango franziu a testa e cruzou os braços. "O físico de alguém não é tão importante assim..." Miroku soltou uma exclamação indignada, a qual foi solenemente ignorada pelos outros dois. "Ela me pareceu alguém bastante gentil, apesar de um pouco distante..."

"Vou anotar isso. Satisfeita?" Sango bufou desagradada pelo sarcasmo e deu de ombros.

"Sua escolha." Respondeu simplesmente. Ouviu-se uma leva batida na porta, esta seguida pela entrada da jovem em questão. Inuyasha analisou-a lentamente, fitando os traços finos e delicados que tanto lhe lembravam uma outra mulher e aprovando a elegância das suas vestes.

"O que viu lhe agradou?" perguntou Kagome olhando diretamente para ele. O cinismo era óbvio e Inuyasha sorriu.

"Tire suas próprias conclusões." Ela acenou concordando e encaminhou-se para uma parte livre da mesa, onde se estavam um outro computador e algumas pastas, e pousou sua bolsa na bancada.

Sango e Miroku trocaram um sorriso cúmplice e se retiraram, deixando os dois espiões a sós. Kagome seguiu-os com os olhos e virou-se para o meio-youkai afastando uma mecha de cabelo que caia que caia sobre o rosto com displicência.

"Pode me falar sobre o sistema que é usado aqui?"

"Foi feito por mim, a linguagem usada é uma mistura de latim, hebraico e grego. A sede do sistema todo é aqui. No resto ele é como os outros, a única diferença é que existem mais bloqueios contra intrusos."

Kagome olhou a sua volta observando os detalhes. Era uma sala de espaço mediano, onde tudo o que se ouvia era o roronar suave das máquinas trabalhando e o bater da chuva do lado de fora.

As paredes do lugar eram preenchidas por prateleiras cheias de documentos. Nenhum quadro, enfeite e porta-retratos eram encontrados naquele ambiente impessoal e Kagome permitiu-se um meio sorriso aprovador. Eram os melhores lugares para se trabalhar.

"Para algumas missões de espionagem mais importantes, nós somos chamados para colher informações, já lhe disseram isso?"

"Já."

OoO

Rin observava os movimentos do par pelas suas câmeras, usufruindo da sua posição privilegiada de chefe de segurança. Em ramos como o deles, que literalmente resguardavam o país contra atentados, conspirações eram muito comuns. Então, tentando evitar traições contra a empresa, um sistema avançado de segurança fora instalado em todo o prédio e posto a cargo de Rin.

E ela fazia jus de sua tarefa naquele momento vigiando o casal um tanto quanto peculiar que se encontrava a três andares abaixo de sua própria sala. Sorriu notando o pré-entendimento que se estabelecia apesar do ambiente formal.

"O que acha deles, Sesshy?" virou-se para o companheiro que estava sentado um pouco atrás dela observando a cena com visível desagrado.

"Acho que Inuyasha está cometendo os mesmos erros novamente." Rin franziu a testa, voltando-se para o outro.

"Por que isso agora?"

"Você sabe o que vem acontecendo. E se meu irmão tivesse algum bom-senso, se manteria imune a qualquer fraqueza por agora. Só a outra já era suficiente."

"Por que você insiste em provocar ele?" a jovem cruzou os braços encarando-o insatisfeita

"Tento preveni-lo de cometer os mesmos enganos."

"Da maneira mais dolorosa possível" ironizou balançando a cabeça. Sesshoumaru encolheu os ombros, sorrindo divertido apesar da expressão fria com que Rin lhe fitava.

"Não peça coisas que eu não posso lhe ceder. E este não é o momento de Inuyasha se preocupar com quem quer que seja. Já temos problemas suficientes." Ela concordou, sentando-se ao seu lado e fechando os olhos.

"Acha que ele vai agir logo?" O youkai acentiu em silêncio 'Muito em breve' pensou cerrando os dentes com raiva.

OoO

Inuyasha recolheu seus pertences, impaciente para sair do prédio. Kagome tinha se mostrado uma companheira inquietante. Fazia-o recordar de Kikyou e atormentava sua mente com lembranças de pequenos detalhes da estranha relação que tivera com a jovem em questão durante meses.

A própria Kagome não estava muito atrás em matéria de bom humor. Incomodava-a as reticências do outro ao falar de coisas simples e a constante impressão de que ele a olhava mais do que o necessário quando perdido em seus pensamentos.

Dirigiram-se ambos para o elevador, com o gênio não muito apto a gentilezas depois da tarde aborrecida. A jovem pressionou o botão para o térreo e se recostou na parede de metal, pensando que faltava pouco para ela poder se refugiar na sua casa. Foi quando a máquina parou bruscamente, impelindo-os na mesma direção.

"Droga!" praguejou o hanyou sendo involuntariamente empurrado para o outro lado do aparelho e derrubando Kagome com isso. Levantou-se de imediato olhando para o painel com as teclas dos andares, constatando com zanga que este se encontrava apagado.

"Algum erro no sistema?" questionou Kagome, erguendo-se com a ajuda do meio-youkai.

"Talvez por causa da chuva..." Respondeu vagamente enquanto procurava a alavanca que abriria uma portinhola no teto do elevador, possibilitando uma saída improvisada.

"Vocês não têm gerador?" Foi Kagome quem achou o dispositivo afinal e Inuyasha levantou-a, pondo-a sentada na parte de cima da máquina.

"Não. Faz parte da segurança do edifício não ter sistemas de reativação em caso de falta de energia. Alguma prevenção contra assaltos ou algo assim." respondeu subindo também. Bufou irritado enquanto saía da parte interna dos elevadores e rumava para as escadas perguntando-se se as coisas podiam ficar piores de alguma forma.

A resposta veio dentro de minutos quando ele deixou o prédio e lembrou-se de que seu carro estava parado a dois quarteirões em um estacionamento lamacento a céu aberto. E pensar que aquilo era apenas o começo da noite.

OoO

Olá! Eu estou reescrevendo a história, depois de tirá-la do ar por algum tempo. Tem algumas modificações, mas em geral está bastante parecido com o que era no original mesmo. A única diferença é que eu consigo pensar em um final agora (sorri sem graça). Espero que gostem das adaptações. Beijos,

Raya