Dean estava na beira do fogão de um chalé que haviam alugado para pesquisar um caso. Já havia se queimado umas dez vezes. Estava com fome, mas não sabia fazer nada. Olhou em volta — encontrou seu alvo — foi até a cama e pegou uma barra de chocolate. Encheu uma panela com água e colocou no fogo. Colocou o chocolate num prato e colocou dentro da panela.
Começou a derreter e ele enfiou o dedo enquanto lia o diário de seu pai com uma caneta na mão direita. Levou à boca...
— Hum... Doce...
Associou automaticamente o chocolate ao sabor e ao jeito de Sam. Rabiscou na última folha:
Doce
Te levo, tu me tocas
doce
"Sam o abraçou após uma caçada difícil. Ele chorava."
Te beijo, tu me pegas
doce
"Se lembrou do banheiro do restaurante onde entraram. Ele o beijou e Sam devolveu a altura: O puxou pra uma cabine, arrancou-lhe a gravata e se resolveram."
Te perco, tu me voltas
doce
"Haviam se dividido pela mata em busca de um Wendigo, que no fim das contas era só um assassino vagabundo. Ele se perdeu de Sam, o mais novo o encontrou e se amaram ali, sujos de terra, rasgados, homens."
Te expulso, tu me choras
doce
"Sam havia agarrado uma garota na sua vista. Dean fez a questão de ir para o motel e colocar as coisas dele porta a fora. Quando chegou, chegou chorando e Dean não resistiu ao olhar de filhotinho abandonado."
Te recolho, tu me acalmas
doce
"Ele entrou e tomou Dean nos braços como forma de desculpas. O beijou ternamente e tocou seu rosto."
Te amo, tu me veneras
doce
"Dean o ensinou o verdadeiro sentido de amar, jogando-o na cama e fazendo-o seu. E ele clamava cada vez por mais..."
E por fim,
mais uma vez tudo se acaba
doce.
Depois de tudo, todas as brigas, todas as desculpas, tentativas de fuga, tentativas de reverter as coisas sem ter vontade realmente, se deixaram ser parte um do outro para sempre. Foram feitos apenas para lutar e ficar juntos, afinal, são irmãos, são homens, amantes, amigos.
São o que têm que ser.
São Winchesters,
São amor.
