Prólogo
Não gostaria de começar minha narrativa com uma palavra negativa. Mas minha falta de experiência não me mostrou maneira melhor para iniciar esta história do que com uma palavra que nunca me foi dita. Bom, pelo menos não diretamente, no contexto da história, claro.
"Não" não é a pior resposta, em geral, que se pode receber. "Nunca", "jamais" ou um constrangedor silêncio, são, de fato, muito piores. "Não" é apenas uma negação simples, isso quer dizer, o contrário do que se espera. "Jamais" e "nunca" significam que, além de não ser o que se espera, o anunciado nunca vai acontecer. O silêncio, porém, não significa nada, ou melhor, uma incerteza. E quando há incerteza, tende-se a pensar o pior.
Apesar da idéia que os dois primeiros parágrafos possam passar, não quero que sintam pena de mim. Também não quero que esse se torne um livro de auto-ajuda para pessoas com a comum doença do "coração quebrado". Pretendo mostrar ao mundo as desventuras de uma pobre criança amaldiçoada com o dom de amar.
No começo, não sabia bem do que o sentimento se tratava. Também não sei dizer bem quando começou. A princípio, era tolo. A pressão dos supostos amigos exercia tal força que apenas o que queria na época era ter o meu primeiro beijo. No popular, queria perder a "boca virgem".
Farei de tudo para reavivar as desagradáveis memórias, leitor, mas infelizmente não posso prometer nada. Até porque minha incrível e falsa força de vontade fez-me apagar muitas das coisas as quais eu poderia aprender com.
Vamos então entrar na história com pé direito com uma citação do que uma amiga próxima um dia me disse: "o amor vem cedo para quem tem maturidade". Só o que o tolo que vos fala pode dizer diante de tão bela afirmação foi: "obrigado por me chamar de maturo".
