Missing Bones #06
Título: "Vicodin"
Autor: Rebeca Maria e Bruninha Galle
Categoria: B&B: 4ª Temporada, Missing Scene, One Shot, Fluffy
Advertências: nenhuma
Classificação: PG-13
Capítulos: 01
Completa: [x] Yes [ ] No
Resumo: "Tecnicamente falando, você não está feliz porque nós voltamos, você só está sob o efeito do remédio."
"Vicodin"
Booth & Brennan
Romance
Oneshot Pós-The Princess and The Pear / Cena Final
By Bruninha Galle e Rebeca Maria
"Ótimo. Agora ninguém vai ficar?" – Ele ouviu a porta batendo e um silêncio em seguida. – "Alô?"
Suspirando frustrado, Booth então avaliou sua situação: sozinho e com medo de se mover.
"Ok, Ranger, mova-se." – Ele falou para si mesmo, colocando um pé cautelosamente para frente. – "Confie em Bones." – Ele continuou seu monólogo e o outro pé se moveu. Booth ficou rígido, esperando que a dor o atingisse, mas nada aconteceu. Um enorme sorriso apareceu em seu rosto e ele deu mais um passo. Depois outro, e mais outro. Satisfeito, ele abaixou-se e pegou o frasco de Vicodin que repousava na mesinha, afinal, um resquício de dor ainda o incomodava. Ou era isso que ele diria a si mesmo.
Novamente soltando um suspiro frustrado e até mesmo irritado, Booth sentou-se no sofá e tomou as últimas duas pílulas, colocando depois o frasco vazio em seu bolso. Ele esperava dormir, fazer o tempo passar sem que ele estivesse exatamente consciente disso. Ficar em casa e sem trabalhar em um caso com sua parceira haviam tirado o seu humor, especialmente depois do atentado contra vida dela, e agora ninguém escolhera ficar com ele.
Ele deitou-se no sofá e olhou para o teto. Começava a ver estrelinhas lá em cima, como se fosse o céu. O que significava basicamente que o Vicodin a mais estava fazendo efeito e o ajudaria a passar a noite sozinho.
Quando ouviu a porta se abrir e fechar, ele levantou-se rapidamente, fazendo um gesto com as duas mãos como se fossem um revólver e apontando para a entrada da cozinha.
Brennan apareceu e parou a alguns passos da mão-revólver de Booth. Ele abaixou a arma imaginária, separando as mãos e dando alguns passos até parar bem à frente dela. Ele olhava para ela com uma expressão encantada e fascinada, e ela olhava de volta com o cenho franzido.
"Eu esqueci minha bolsa." – ela disse, ainda olhando confusa para ele.
"Minhas Bones voltou." – ele disse, com a voz lenta, arrastada e fascinada – "E trouxe o cabelo de seda preto junto." – ergueu a mão e tocou o rosto dela com uma suavidade tamanha que Brennan quase fechou os olhos para aproveitar o toque melhor – "E a pele macia também."
Booth não ouviu quando a porta se abriu e fechou novamente. Ele ainda estava encantado demais com a presença de Brennan na frente dele. Quando percebeu, a Agente Perotta estava bem ao lado deles, olhando-a quase tão confusa quanto Brennan, mas também meio constrangida.
"Olhe, Agente Perotta." – Booth disse, finalmente desviando o olhar de Brennan – "Toque a pele dela. Veja como é macia." – ele apanhou a mão da loira e levou-a para tocar o rosto de Brennan.
A Agente Perotta estava visivelmente confusa e constrangida. Brennan, por sua vez, estava apenas confusa e absorta demais no fato de que aquela cena não fazia sentido nenhum para ela, então ela não entendia porque a loira estava com uma expressão tão estranha no rosto, nem como ela própria deveria reagir com tudo aquilo.
Booth soltou a mão de Perotta antes que tocasse o rosto de Brennan, e imediatamente a agente retirou a mão. Ele olhou para ela, com um sorriso bobo no rosto, e então franziu o cenho diante da expressão no rosto dela.
"Não se preocupe, Peyton" – ele disse, apontando um dedo para ela e fazendo voz pomposa e bastante confiante – "Você também tem a pele muito boa." – e sorriu para ela. Uma tentativa de sorriso charmoso, que saiu bem maior e mais largo do que o normal, o que o deixou ainda mais bobo aos olhos das duas.
E antes que elas dissessem qualquer coisa, Booth apanhou uma mão de cada e levou-as para o sofá. Sentou-se bem no meio delas, colocando uma mão na perna de Brennan e outra na perna da Agente Perotta.
"Eu estou tão feliz que vocês voltaram." – ele disse, ainda sorrindo charmosamente para as duas. Ou tentando fazer isso.
"Na verdade Booth, o seu modo de agir e suas pupilas dilatadas sugerem que você tomou mais vicodin. Tecnicamente falando, você não está feliz porque nós voltamos, você só está sob o efeito do remédio." – Brennan constatou, naquele tom óbvio e claro que ela costumava usar sempre.
"Você está menosprezando minha felicidade verdadeira por ver vocês, Dra. Brennan. Isso é triste da sua parte."
"Quantos dessa vez?" – e Agente Perotta assumiu o tom interrogatório e autoritário dela.
Booth olhou mais feliz ainda para as duas. Aparentemente o interesse delas nele o deixava ainda mais extasiado. Ele apanhou o frasco laranja de vicodin no bolso e mostrou para elas. Estava vazio.
"Eu estava me sentindo miserável e abandonado." – e Booth, por sua vez, assumiu o tom triste e dramático, acompanhado por uma expressão exagerada, mas mesmo assim efetiva, de um cachorrinho abandonado – "Porque vocês sabem... vocês me abandonaram. Sozinho e miserável."
Brennan revirou os olhos e balançou a cabeça. Um sorriso ameaçava aparecer nos lábios dela ao ouvir o tom infantil e as palavras dramáticas dele. Agente Perotta, por sua vez, retirou a mão de Booth da sua perna e se levantou, ainda desconfortável.
"Você está em ótima companhia agora, agente Booth." – Ela trocou um olhar com Brennan, que concordou com a cabeça e tentou passar pela frente de Booth, que segurou seu pulso.
"Viu? Você já vai me abandonar de novo." – Booth fez um barulho de desdém com os lábios. – "E eu até disse que sua pele também era macia..."
"Booth, eu vou ficar aqui dessa vez, ok?" – O tom de Brennan era o que ela usaria para uma criança, mas ele não pareceu notar. Seu sorriso débil cresceu ainda mais ao virar-se para ela.
"Claro que vai. Minha Bones não me abandonaria duas vezes no mesmo dia."
Agente Perotta teve finalmente seu pulso libertado quando a outra mão de Booth ocupou-se novamente com o rosto de Brennan.
"Sua pele é mais macia do que a dela." – Ele apontou com a cabeça para a loira, que agora apressava seus passos em direção a saída.
"Você só está dizendo isso porque ela não ficou." – Brennan voltou a assumir seu tom óbvio.
"Não, não, não, isso não é verdade, Bones." – E ele assumiu um novo tom infantil. O dedo indicador, antes na perna dela, agora se mexia bem próximo ao rosto dela, enfatizando cada 'não' dito por ele.
"Você não pode tomar remédios deliberadamente, Booth. Veja o seu estado."
Ele tentou de novo um sorriso charmoso, mas para Brennan, era um sorriso enorme e totalmente abobalhado.
"Meu estado? Eu fiz você ficar, não fiz? Minha Bones ficou."
"Pare com isso de minha," – A cabeça dele foi parar no ombro dela, congelando-a no lugar e na frase. – "Eu claramente não posso deixar você sozinho." – Ela falou mais para convencer-se do que para informá-lo. Booth deu de ombros e os dois permaneceram em silêncio.
"Você sentiu minha falta?" – Ela pensou em responder a verdade, mas quando ele levantou o rosto e a olhou com uma expressão mais abobalhada ainda, ela apenas revirou os olhos.
"Sweets me perguntou se podia me chamar de Bones, já que compartilhamos um momento de risco em potencial."
Booth fez uma cara estranha e Brennan não soube dizer o que aquilo significava. Se confusão ou talvez um início de raiva.
"Ele tem 12 anos." – foi a constatação dele, num tom óbvio demais para ser levado a sério.
"Eu disse que não era para ele me chamar de Bones." – ele abriu um largo sorriso.
"Eu estou orgulhoso, Bones." – ela franziu o cenho, olhando-o de uma maneira estranha.
"Não, você não está. Você só está bastante..."
"Eu estou. E eu vou brigar com o Sweets depois. Só eu te chamo de Bones."
"Você nem mesmo vai se lembrar disso, Booth."
Ele abriu e fechou a boca algumas vezes para retrucar, à medida que ia se inclinando e se ajeitando no sofá, até estar deitado, com a cabeça no colo de Brennan e as pernas esticadas.
"O que você está fazendo, Booth?"
"Minha cabeça está pesando."
A voz dele era sonolenta. Ele virou-se de lado e suspirou profundamente, e logo Brennan percebeu que ele tinha sido vencido pelo Vicodin. Ela ergueu a mão, num movimento impensado de colocá-la nos cabelos dele, mas parou a meio caminho e apenas cruzou os braços. Ajeitou-se um pouco melhor e deixou a cabeça pender para trás, apoiada no encosto do sofá. Antes que pudesse perceber, ela também estava dormindo.
FIM
N/B&B: Depois de uma árdua jornada e exaustão extrema de nossas mentes super inteligentes e cheias de Missing Bones, é com grande prazer, orgulho e dedicação que nós mostramos nosso osso mais difícil de ser encontrado. Vicodin. Aliviando nossa dor, mesmo virtualmente.
