A Feiticeira – Terras da meia-noite

Capítulo Um

De modo que lá estava eu naquele carro, com uma jaqueta e uma calça de couro, vendo a paisagem deslumbrante daquele lugar. E pensei: roupas de couro e paisagem deslumbrante. Não podia ter acertado mais...

Para dizer ao contrário. Vovó olhava constantemente para trás. E tava na cara que ela não gostava das minhas roupas de couro. Não a coloquei para irritá-la, é que me sinto a vontade com elas.

Quando chegamos a uma gigantesca mansão, que na verdade era uma escola que abrigava milhares de aprendizes de feiticeiros. Louis estava parado na frente da escola com um grande sorriso, e estava acompanhado de seus guardiões.

Vovó pegou em meu braço e me levou ao encontro deles.

- Olá, Samantha! Seja bem vinda! – Louis falou, abrindo os braços. O olhei e balancei a minha cabeça. Ele abaixou os braços e seu sorriso também se foi.

Ele queria o que? Que eu chegasse e fosse logo dando beijos e abraços? Não faço isso nem com a minha mãe, que convive comigo desde que eu era criança. Quanto mas com ele, que conheci agora.

Agarrei no braço de minha avó, tão forte que a incomodou.

- Querida solte meu braço esta doendo! – vovó falou em meu ouvido. Soltei seu braço, uma coisa que eu não queria muito.

- Desculpa – murmurei em seu ouvido um pouco envergonhada do modo em como eu estava agindo só por pensar que eu ia ficar naquele hospício e não teria mas a presença dela.

Vovó me deu um beijo na testa.

- Querida, eu tenho que ir agora, qualquer coisa é só me ligar. Eu te amo, tchau. – vovó falou amorosamente. Virou-se e foi embora para sempre.

Meus olhos se encheram de lágrimas quando a olhei indo embora. Mas consegui me conter, não queria parecer uma chorona no primeiro dia naquele hospício.

Dois guardiões pegaram as minhas malas e Louis gesticulou as mãos para mim segui-lo. Entramos na escola e passamos por um enorme corredor que não tinha ninguém exceto nós, viramos à esquerda e alguns alunos passavam por lá, na primeira escada à direita subimos, e andamos em um corredor extenso cheio de quartos no penúltimo à direita paramos e um guardião abriu a porta para mim, os dois que estavam com minhas malas entraram e saíram rapidamente.

- Pronto! Esse é seu quarto. Qualquer coisa é só me chamar na diretoria. – Louis falou com um enorme sorriso.

- Ta legal! – falei entrando e fechando a porta na cara dele.

É claro que aquela atitude não foi legal da minha parte, mas fazer o que? Se os meus hormônios femininos de adolescentes afloraram.

Mas mamãe diz que eu tenho um gênio muito ruim, e que não é causado pelos hormônios.

Deixando essas baboseiras de adolescentes para lá, porque tem coisas mais importante para mim pensar tipo um dos guardiões dele era muito, muito, muito gato mesmo ou viva eu sou uma feiticeira e meu avô não morreu, gargalhei, só eu mesmo para achar isso, porém ate que não é má idéia ser feiticeira, agora a parada do avô, eu não engoli.

Eu estava tão entretida em meus pensamentos, que nem percebi que eu estava tão cansada da viagem e da pequena falsidade de Louis. Tirei minhas roupas e joguei em cima da cama e entrei no banheiro.

-Legal! Banheira! – falei com um pequeno sorriso em meus lábios.

Pensei: eu estava cansada mesmo de ficar em pé, uma banheira nessas horas é legal, o bom é que eu durmo, ri, brinquei.

Sai do banheiro com preguiça, a água tava tão quentinha. Coloquei meu pijama e me deitei. Não demorou um minuto. Adormeci.

Acordei um pouco sonolenta, Eu teria que dormi mais um pouco para recuperar totalmente minhas forças,enquanto isso eu ia ficar dormindo que nem uma pedra que só ia se acordar de três horas da tarde de mal-humor por terem me acordado. Dei um sorrisinho leve, com essa afirmação.

Bateram na porta de meu quarto.

- Sam? Esta acordada? – só podia ser o chato do Louis, me levantei com uma preguiça que misericórdia. Abri a porta e fiquei olhando seu rosto, que contia uma grande interrogação.

- O que foi? – o perguntei, levantando minhas sobrancelhas.

A interrogação de seu rosto sumiu.

- Se arrume. Vou ter que te apresentar para o conselho dos feiticeiros. – disse ele.

- Ta. E me chame de Samantha, não gosto de Sam. – falei outra vez fechando a porta em sua cara, pelo menos era o que eu queria, ele colocou o pé e me interrompeu de fechar a porta.

- Primeiro: não feche a porta em minha cara. Segundo: Tenha bons modos quando falar com pessoas superiores a você e Terceiro: se arrume e não demore, se não, eu mesmo colocarei a roupa em você – disse todo nervosinho. Ate parece que eu ligo para as ordens e regras idiotas dele, pena dele que não sabe o quão sínica sou.

- Ta certo! Vovô. – disse e depois gargalhei. Ele só não me chamou de bonita em seus pensamentos, e pela cara dele devia ser nomes horríveis, ou pior ele devia ta me amaldiçoando, gargalhei outra vez, e dessa vez fechei a porta sem interrupções.