Notas Da Autora: Olá! Aqui estou eu, com minha nova história: "De Repente, O Amor". Essa é a primeira que publico sobre Sailor Moon, e o casal central é o meu predileto, Seiya Kou, e Serena Tsukino.
Esclarecimento: Quero deixar claro que a história está situada num universo alternativo, onde não existem as Sailor Moon e as Stars, nem o Milênio de Prata. Darien não aparece na história (bom, só no começo).
As personalidades das personagens também mudaram um pouco.
Sinopse: Serena está ferida pelo desprezo de Darien, e agora teme se entregar a uma nova relação. Seiya nunca se apaixonou de verdade, e mantém relacionamentos superficiais. Seus caminhos se cruzam, e tudo pode acontecer.
Disclaimer: Se fosse meu, eu deixava o Darien com a Raye (há quem diga que eles namoraram. Não sei, porque não vi a primeira fase de Sailor Moon), e teria feito o Seiya aparecer há muito mais tempo!
De Repente, O Amor – Capítulo 1: O Afilhado Do Sr. Tsukino.
Um homem alto, moreno, cabelos curtos, olhos azuis, encarava – a com frio desdém:
"Acho melhor terminarmos, Tsukino"
O modo impessoal como ele pronunciara seu sobrenome machucou – a mais do que a frieza em seus olhos, geralmente tão calorosos e meigos. Uma risada feminina e musical foi ouvida e, em seguida, uma garota de cabelos arroxeados abraçou – o:
"Essa é minha noiva, Setsuna. Setty, essa é minha ex. namorada, Serena Tsukino" Ele apresentou – as. Setsuna sorriu, compadecida, e estendeu a mão para a outra. Mas, cega pelas lágrimas, a loura correu, e ouviu, ao longe, as risadas zombeteiras de Setsuna e seu noivo.
Serena Tsukino acordou no meio da madrugada quente. A Lua era um disco de prata, refletida nas águas tranqüilas do lago. O céu estava pontilhado de estrelas.
"Nem nos sonhos ele me deixa em paz" Sussurrou. Acomodando – se sob os lençóis, ela tentou dormir, mas sua irmã gêmea, Minako, abriu sua porta:
"Serena! Acorde!"
"O que é, Mina?" A outra perguntou, mal humorada. Mina era loura dos olhos azuis como Serena, mas as duas eram gêmeas fraternas, ou seja, se pareciam bem pouco. Mina, a gêmea mais velha, era alta, decidida e expansiva. Serena, a gêmea caçula, era baixinha, delicada e introspectiva.
"O papai disse que é para a gente ir para o aeroporto esperar o afilhado dele. É pra levarmos as meninas"
As meninas a quem Mina se referia, eram Raye, Ami, Lita, Michiru e Haruka. Amigas das gêmeas Tsukino desde o jardim de infância, as cinco garotas estavam ansiosas para conhecer o falado afilhado de Kenji Tsukino, pai de Mina e Serena.
"Tudo bem, tudo bem. Eu vou. Mas ele não chega só cinco horas?"
"Serena" Mina disse, pacientemente "São quatro horas. Vamos! Ânimo!" Com isso, ela se retirou, mergulhando o quarto da irmã na escuridão.
Espreguiçando – se, Serena ouviu um miado baixo do lado de fora da sua janela. A loura viu que era sua gata, Luna, e o gato de Mina, Artêmis.
"Oi, Luna! Oi, Artêmis!" Ela falou, abrindo a vidraça para que o casal de gatos entrasse. Luna enroscou – se no colo da dona, ronronando, enquanto Artêmis escapava pela portinhola que havia na porta de Serena.
"Luna, querida, você vai comigo ao aeroporto, não é?" Serena perguntou à gata, que a olhou expressivamente. "Muito bem, então. Vou me trocar, depressa, e já poderemos ir" Colocando Luna sobre a cama em desalinho, Serena escolheu uma calça jeans justa e um suéter rosa de gola alta.
Seiya Kou aguardava ansiosamente a pequena comitiva que iria apanhá – lo no aeroporto. Seu padrinho lhe dissera que iria enviar suas filhas gêmeas e mais um grupo de amigas para buscá – lo. Enquanto procurava as gêmeas com o olhar, ele a viu:
Pequenina e linda como um anjo, a garota carregava uma gatinha púrpura no colo. Seiya percebeu que havia nela um ar de desamparo e fragilidade irresistíveis. Dona de reluzentes olhos azuis e uma longa cabeleira loura, a garota usava um suéter de lã rosa – clara, com gola alta. De cabelos trançados, ela parecia uma menininha.
"Com licença?" Uma voz firme tirou – o de sua contemplação muda. Seiya percebeu que quem lhe falara era uma jovem alta, de cabelos louros curtos e olhos azuis desbotados. Com um ar de feroz determinação no rosto, ela interpelou – o:
"Seiya Kou?"
"Si... Sim" Seiya disse, gaguejando imperceptivelmente. Havia algo naquela garota que o assustava e oprimia.
"Ótimo!" Ela disse, sorrindo "Oi! Meninas! Aqui! Achei ele!" Ela berrou, para um grupo, onde estava a lourinha que Seiya observara. A garota não o encarou, preocupada em acariciar a pelagem púrpura da gata (Seiya sabia que era uma gata pelos olhos, grandes e assustados).
"Olá" Quatro garotas e um rapaz lhe cumprimentaram.
"Olá" Ele respondeu. Encarou com um sorriso a garota com a gata "Oi. Sou Seiya..."
"Se... Serena" Ela gaguejou, olhando – o rapidamente nos olhos.
"Sou Minako, pode chamar de Mina" Disse a que o interpelara.
"Raye" Disse uma garota, de longos cabelos negros e expressão pensativa.
"Ami" Esta tinha os cabelos azuis, cortados a la Chanel, e olhos também azuis. Carregava um livro, que lia, bastante concentrada.
"Michiru" Dona de cabelos esverdeados e expressão doce, Michiru estava de mãos dadas com o único rapaz do grupo.
"Esta é Haruka" Mina apontou, sorrindo. Seiya disfarçou a surpresa ao descobrir que se tratava de uma garota "Papai mandou que viéssemos buscá – lo. Ele está esperando em casa"
"Ah, então você é uma das gêmeas do tio Kenji?" Seiya perguntou, interessado "Ele disse que ia mandar as gêmeas. A outra ficou em casa, dormindo?"
"Na verdade" Mina deu uma risadinha "A minha gêmea está mais preocupada em cuidar de sua gata"
Seiya estacou, abobalhado, e olhou de Mina para Serena. A única semelhança entre elas eram os cabelos, os olhos e a pele: eram louras de cabelos compridos, tinham olhos azuis e pele muito branca.
"Vocês se parecem bem pouco. Só na aparência física"
"É verdade" Serena disse, baixinho "Eu sigo mais as regras. Mina as desrespeita. Por exemplo, não temos carteira, mas Mina dirige desde os treze anos"
"E quantos anos vocês têm agora?" Seiya perguntou, sentando – se no espaçoso banco com Serena.
"Dezessete" Ela respondeu, timidamente.
Mina, rindo – se, sentou – se ao volante da espaçosa van negra. Além do banco frontal, o veículo tinha dois outros bancos. No frontal, sentaram Mina ao volante, e Ami e Raye ao lado dela. No banco intermediário, sentaram – se Michiru e Haruka. E, no traseiro, Seiya e Serena.
O silêncio instalou – se no carro. A não ser pelo rádio, que tocava músicas americanas, o único barulho ouvido era o do folhear do livro de Ami. Raye, Lita, Michiru e Haruka caíram no sono. Serena ficou acordada, cantando baixinho enquanto brincava com as orelhas da gata, que agora dormia profundamente.
"Bela felina" Seiya disse, acariciando levemente os pêlos dorsais da gata. O animal ronronou e acomodou – se no colo da dona. Serena sorriu, de rosto baixo, e sussurrou:
"Obrigada. Luna está comigo desde que completei quinze anos. Mina também tem um gato, sabe? É um macho"
"Artêmis" Mina falou, parando de cantarolar "Ele é marido da Luna, literalmente. Ela está prenhe da segunda ninhada. Na primeira, foram sete gatinhos, extremamente peludos e fofos"
"Mina, como eu, é apaixonada por gatos" Serena disse, sem erguer os olhos da gata.
"Sabe, eu adoro gatos, também. Tenho um persa que é o meu orgulho. Já foi pai pela quinta vez, com a gata de minha irmã"
"Você tem irmãos?" Mina perguntou, louca por uma conversa que a mantivesse desperta.
"Sim, somos quatro filhos: tenho dois irmãos e uma irmã, todos mais velhos que eu" Seiya respondeu "Taiki tem 24 anos, Yaten, 22, e Setsuna, 20. Eu sou o caçula, tenho 18 anos"
"E todos são comprometidos?" Mina perguntou, manobrando o carro.
"Só Yaten e Setsuna. Yaten namora uma menina, Ruki, há um ano, e Setsuna está casada com Darien Chiba, há seis meses. Está grávida, de quatro meses"
Seiya percebeu que Serena ficou pálida e preocupou – se:
"O que foi? Eu disse alguma coisa errada?"
Serena saltou do carro, correu para seu quarto e trancou – se lá. Mina deu um suspiro e, em silêncio, levou as sonolentas amigas aos quartos de hóspedes. Depois de acomodá – las, levou Seiya até a sala:
"Serena ficou daquele jeito" Mina disse, depois de um profundo silêncio "logo depois que seu namorado terminou com ela"
"Que canalha!" Seiya enfureceu – se. Depois de encará – lo, minutos a fio, Mina suspirou e disse:
"O canalha é o Darien, noivo da sua irmã"
Seiya sentiu o sangue gelar. Setsuna explicara a ele, Taiki e Yaten, tão logo começara a namorar Chiba, que ele tinha uma namorada em Tóquio, muito mais nova que ele, mas de quem ele gostava muito.
"Sentem – se, garotos" A única menina da família disse, séria.
Seiya, Taiki e Yaten sentaram – se, curiosos. Setsuna era uma pessoa alegre e expansiva e, de uns tempos pra cá, andava preocupada e retraída.
"O que foi, Seth?" Taiki perguntou, quebrando o silêncio. Eles ouviram a irmã suspirar e dizer:
"Estou namorando"
Por essa, os Kou não esperavam. Setsuna era filha única e o pai incutira nos três filhos profundo senso de zelo em relação à honra da irmã. Taiki, precipitado, ergueu – se, e interpelou Setsuna:
"Ele lhe desonrou, irmã?" Para surpresa dos três rapazes, a moça riu e sacudiu a bela cabeleira lilás:
"Não, Taiki. Ainda sou virgem. Ele quer casar comigo, mas é comprometido"
"O QUÊ?" Yaten berrou "Ele não quer casar com você, sua ingênua, quer desonrá – la!" O irmão do meio ergueu a mão para esbofetear a irmã, mas Seiya segurou seu pulso:
"NÃO, YATEN! Vamos ouvir o que Seth tem a dizer"
"Obrigado, irmãozinho" A moça disse, carinhosamente "Ele namora uma moça muito mais nova que ele, mas não a ama. Só não quer magoá – la"
Seiya, depois de recordar a conversa que Setsuna tivera ao anunciar o namoro, narrou – a à Mina. A moça ficou triste e narrou – lhe a reação da irmã.
Serena saiu de casa, a alma leve e despreocupada, e o coração amoroso e apaixonado. Alegremente, ela estava indo ao encontro de Darien, que ela pensava ser seu grande amor. Mina se encarregaria de cuidar de Luna, sua doce gatinha, Serena estava certa.
Depois de muito caminhar por entre as perfumadas alamedas, formadas por margaridas, rosas, pés de cerejeira e dentes de leão, Serena encontrou o universitário de pé, encostado em um cipreste. Lia um grosso volume, e Serena leu seu título em voz alta:
"Lolita, de Vladimir Nabukov"
"Oh, Serena!" Ele assustou – se e fechou o livro, depressa. Atenta, sensível e intuitiva, Serena estranhou a seriedade, e a frieza com que ele a tratara. Darien nunca fora tão frio e quase mal educado, nos poucos meses que namoravam.
"Algo errado?" Perguntou, receosa.
Darien suspirou, pesadamente. Serena preocupou – se quando ele respondeu:
"Sim, Serena, há algo errado. Erradíssimo, se assim pode – se dizer"
"O que aconteceu?"
"Estou noivo"
"O quê?"
"Você ouviu, Tsukino. Estou noivo e amo minha noiva"
"Você está brincando!"
"Não, não estou, Tsukino. Acho melhor terminarmos aqui"
Ele afastou – se, lendo seu romance. Serena, chocada e perplexa, parecia estar fincada no chão, incapaz de mover – se.
Seiya teve pena de Serena. Mina calou – se. Seiya perguntou:
"Quem a encontrou?"
Mina suspirou e retomou o fio da meada:
Inesperadamente, soou uma forte trovoada. Melvin e Molly, amigos há muitos anos das gêmeas Tsukino, correram para uma das muitas marquises que se alinhavam ao redor do oloroso parque.
Trombaram com uma figura, pequena, enlameada, chorosa, tremendo de frio. Melvin ergueu Molly, que caíra com o impacto da batida, e os dois, assustados, olharam para o que quer que aquela criatura fosse.
Reconheceram a basta cabeleira loira e os olhos azuis, agora tomados por uma dor infindável.
"SERENA?!" Berraram em uníssono.
Serena, sempre alegre e vibrante, estava em um estado lastimável, literalmente. A saia plissada, no estilo college, que usava em conjunto com uma blusinha rosa clara, estava molhada, moldando suas formas perfeitas. A blusa estava enlameada e rasgada. Um arranhão longo e profundo ia de seu joelho até o tornozelo. Um corte abrira – se na parte inferior de seu queixo, e do mesmo saía sangue ininterruptamente.
Melvin e Molly, penalizados, levaram Serena até seu carro e deram carona a ela até sua casa. Itsuko, a mãe na Serena, recebeu a filha.
Dias depois, Serena foi parar no hospital. Estava com pneumonia dupla, ardendo em febre. Corria risco de ter uma broncopneumonia, e quase deixou seus pais e amigos doentes de preocupação.
"Darien foi vê – la, e papai, inocente sem saber de nada, permitiu que ele entrasse para visitá – la. Estava certo de que Serena ficaria curada num instante da pneumonia. Ledo engano. Serena piorou, e quase morreu. Quando uma enfermeira foi arrumar seu quarto, encontrou uma foto de uma mulher, abraçada a Darien, com uma barriga saliente" Mina disse. "Você está bem, Seiya?"
Seiya estava pálido, e tremia loucamente. Tentando recuperar um pouco de seu autocontrole, gaguejou:
"Te... Tem a fo... foto aí?"
"Sim, claro" Mina respondeu "Está aqui"
Mina passou a foto às mãos de Seiya, que tremia loucamente. Para desolação de Seiya, uma rápida olhada na foto confirmou seus temores: a mulher era sua irmãzinha, Setsuna, grávida de dois meses, na época.
"Acho" Ele disse, quebrando o silêncio "que devo ir falar com Serena. Desculpar – me, pela minha irmã"
