Está se passa durante o prólogo do céus, alguns dados forma alterados ou adicionados, mas sinceramente espero que não esteja muito confuso.

Boa leitura e espero que gostem.


Prólogo

I - A conselheira de Hera

Alem das nuvens outrora brancas, muito depois da compreensão humana sobre o reino espiritual, vivem os deuses olímpicos.

A ilhota flutuante que se sustenta com nuvens tão brancas que fariam inveja ao mais velho ancião de melenas prateadas. A visão é mais bela que o Paraíso, correntes de águas claras e cristalinas como vidro caem em direção a terra e desaparecem para não mais serem vistas. A fauna e a flora antes extintas a milhares de anos parecem não terem sido completamente esquecidas pelo tempo ali. Mais próxima as colunas que sustentavam o templo eram cobertas por inscrições antigas esquecidas da época em que os mortais apenas aprendiam a andar.

Na terra a batalha mal começava, em uma pequena sacada da varanda larga sentada no chão, se encontravam duas pessoas, uma delas de longos cabelos dourados que caiam em cascata por sobre a pele alva, os olhos azulados e brilhantes como pedras de raridade singular e única. Trajava túnicas de seda de cor rosada. A pequena a suas costas parecia insistente em conseguir as tais tranças, mas duvidava muito que conseguiria isso.

- Ora pequena pare de tentar, já disse que não conseguira se eu não as quiser. - Respondeu de forma doce e delicada ao ouvido da pequena, puxando-a para seu colo.

- E porque não quer as trancinhas? - Perguntou levantando o rosto a buscar os olhos da divindade.

- Porque não combinam em nada com a senhora dos deuses. - Respondeu abraçando-a.

- Tá bom. - A menina se agarrava naquele abraço como uma menina assustada se agarrava as saias da mãe. - Mas não sabe como ficaria linda com elas, foi você quem disse que eu fico linda com as minhas.

Olhando melhor a criança em seus braços perguntava-se como um ser mortal não conseguia ser como os outros, geralmente faria birra ou ficaria irritada, mas ela apenas sorria em lhe desafiar. Sorriso tão irritante quanto o do pai, e uma forma delicada em lhe desafiar como a mãe sempre conseguira.

- Mas você é só uma criança. - respondeu em um pequeno sussurro.

- E você como deusa ficaria mais linda que a própria beleza. - Respondeu olhando-a nos olhos. Aquele olhar que conhecia bem. O simples Don do livre arbitro.

A batalha se intensificou fazendo a menina ficar nervosa. Sentada entre seus braços, os cabelos castanhos meio avermelhados caiam sobre os olhos também castanhos enquanto olhava triste para as feridas que se iam abrindo nos guerreiros.

- Triste? - A deusa perguntou abraçando-a ainda mais, como se tentasse conforta-la.

- ...; Nada respondeu de imediato, uma pequena lágrima se fez presente irritando ainda mais a deusa. - É tudo culpa minha, não é?

Por um momento a deusa ponderou em não destruir a terra de tanto ódio. Como as deusas do destino haviam sido tão sórdidas em lhe dar tal responsabilidade.

- Eu sei que não é minha, minha. Mas eu queria ajudar eles. - Olhava perdida para a deusa da lua que chorava ao amado morto. - Queria fazer diferente da minha mamãe.

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Reunindo o conselho

Caminhava a passos firmes em direção a saleta, sabia o que tinha de fazer. Na terra a batalha parecia ter chegado ao fim, aquele seria o golpe final;

Observou intrigado a esposa entrar séria, mesmo com tranças infantis que nem mesmo Ártemis ousaria usar. Os presentes se assustaram com a mudança repentina, mas o olhar insistente e autoritário, dizia simplesmente que ainda era a mesma senhora de sempre.

- Chame Apolo e suas irmãs de volta imediatamente. - Ela disse fazendo surgir em suas mãos o leque de sua armadura, menor que o original, mas bem eficaz quando queria suas ordens cumpridas. - E não se esqueça daqueles dois patetas que você chama de irmãos. Quero todos na sala de reuniões imediatamente.

O olhar incontestável, a voz fria, não estava para brincadeiras. Viu os filhos saírem atrás dela em fila indiana.

- A patroa tá nervosa em meu caro caçula. - Hefesto terminou de beber o último vestígio de vinho em seu cálice fazendo uma careta. O liquido estava quente.

- Mas diz o que foi que eu fiz dessa vez? - Perguntou balançando a cabeça, as mãos segurando-a. Seria uma longa noite.

Fez a lança surgir em suas mãos. O irmão havia de fato afiado o instrumento de forma precisa, não seria necessário mais que aquela para se fazer entender.

Sem demora avistou a confusão, um último olhar por cima do ombro. Hefesto armava-se para o conselho.

- Hera quer vocês aqui em cima, sem demora. - Lançou o instrumento com precisão. Avistou o objeto um instante depois pondo fim e porque não dizer medo, em seus filhos e irmãos.

- Não se esqueça de chamar os nossos queridos tios e tias. Papai e Mamãe já estão aqui. - Ouviu a esposa sussurrar ao longe. Com certeza seria uma longa noite.

II -- Não quero mais perder o que me é precioso

Aquela fora de fato uma noite bem estranha, estava ali diante de si os deuses gêmeos, lembrava-se perfeitamente bem daquela guerra, dos ferimentos, mas para onde fora tudo aquilo era impossível saber.

Saori Kido assim como Diana e Walter Ephèse estavam ali, em tentar compreender o que se passava. Eram naquele instante, e até a segunda ordem, mortais.

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Duas semanas depois - Mansão Kido

Os dias passaram voando, a casa nunca fora tão cheia de ruídos, nem quando era pequena podia se lembrar de tais acontecimentos. Isso tudo porque um tal Tatsumi ficara incrivelmente interessado na chegada do tão renomado, e não mais "assassino em potencial" Julian Solo, que estaria a desembarcar naquele instante no aeroporto internacional.

- Ele sempre fora assim? - O grupo extravagante e porque não dizer interessante eram ninguém mais que Walter, Diana, Pandora, Hilda e Saori. A alemã já se perturbava com aquela confusão toda só por causa de um grego, rico.

- Desde que eu disse que era amiga do Julian e que iríamos decidir sobre os nossos futuros nessa reunião ele está assim. - A reencarnação de Athena abandonara o vestido branco, naquela ocasião o mais importante a se fazer era colocar as coisas em ordem e isso também incluía a empresa de seu falecido avô. Engraçado pensar que todos ali de uma certa forma eram importantes em suas próprias organizações, mas já mais se conheceram;

Saori como herdeira do avô o controle da empresa GRAAD, possuía um grande número de pesquisas na questão tecnologia de ponta, mas se descobrira não sendo a única a ter esses luxos em sua vida mortal.

Hilda assim como era de se esperar estava extremamente desconfortável com a presença do rapaz. A jovem abandonara o vestido azulado para usar um terninho feminino bege. King ao seu lado parecia ponderar se ficava quieto ou brincava com a jovem de melenas douradas que por baixo da mesa tentava lhe distrair com uma bolinha. A jovem tinha em seu poder uma empresa de satélites que analisavam as correntes de vento frio e como influenciavam o globo terrestre. Mas visivelmente ainda ponderava sua confiança com relação o grego.

- Ele ainda acredita no casamento de vocês. Dê ao menos um desconto a ele por isso. - A jovem de Asgard comentou fazendo os outros três presentes fitarem-la descrentes no que ouviam.

- ... ; - Visivelmente corada ela arranhou a garganta para mudar o assunto. - Sinceramente que comentário mais fora de época, afinal todos sabem disso não é?

- O que? Que você literalmente deu um chute no traseiro de um dos mais respeitados e cobiçados homens da Grécia? - Ela continuou rindo divertida da situação em que a jovem se encontrava. - Creio que apenas as pessoas na festa sabiam disso.

Ainda boque aberta a jovem alemã tentou concentrar-se no chá, mas era impossível. Legalmente Shun deveria estar naquela reunião ridícula, como dizia a si mesma durante a última semana, mas no último instante Hypnos chegou á mansão levando-o consigo. Descobrira pouco tempo depois que todos os cavaleiros sobreviventes foram levados para o Elíseos. Era representante da empresa de construção geral na Alemanha, após a segunda grande guerra com o país completamente acabado o faturamento colocou a empresa em uma posição de respeito inabalável.

- Bom se o jovem cavalheiro não presa pela beleza, que podemos fazer. - Respondeu inexpressiva.

Antes que alguém pudesse dizer a jovem alemã o tamanho de seu engano o jovem era anunciado na sala. No momento o grego era gentilmente guiado por um muito alegre Tatsumi. O jovem a trajar um conjunto preto diferente do branco casa-nova, os cabelos levemente amarrados a um elástico davam ao jovem um ar de extremo profissionalismo. A jovem alemã gelou fuzilando Saori com um olhar incriminador.

- Desculpe a demora, damas e cavalheiro. - Fez uma breve reverencia sentando-se no local que lhe fora designado á mesa, ao lado de Saori e Hilda.

- Não estamos aqui a muito tempo. O aeroporto deve estar um caos. - Saori respondeu docemente, mais por educação, o que deixou o mordomo extremamente pomposo, antes de se retirar da sala.

- Não disse a ele o que vamos decidir aqui não é? - Ele perguntou após ter certeza que de ele se fora.

- Creio que os únicos "mortais" que devam realmente saber dessa reunião já estão presentes Julian. - Respondeu seca dando um ponto final no assunto Tatsumi.

Olhava intrigado para os três jovens restantes, para ele desconhecidos até então. O olhar perdido recaindo ao único jovem presente.

- Então esse é o Hades? - Perguntou levando a xícara a sua frente aos lábios. O liquido ainda estava quente, constatou intrigado, o frio da sala não era grande o suficiente para apreciar o liquido como gostaria.

- Apolo. O Hades no momento não se encontra em terra, nem mesmo como avatar. - O jovem também o analisava crítico com a falta de informação da reencarnação de Poseidon.

- Desculpe. Julian esses são Walter e Diana, Apolo e Ártemis respectivamente. Pandora a representante de Hades. - Saori começou rapidamente temendo que pudessem se esquecer do motivo de estarem reunidos. - Hilda como você deve se lembrar, representante de Odin.

A expressão ainda fria dos dois era relativamente preocupante. Pequenas fagulhas eram provocadas pelos olhares cortantes dos jovens.

- Walter Ephèse, 15 anos, França. Herdeiro principal de uma das mais bem sucedidas empresas de desenvolvimento e programação de softwares da Europa. - Julian voltava sua atenção as folhas a sua frente, mas não precisava ser gênio para saber quem era o jovem. - Já nós conhecemos de longa data Saori, não precisamos de apresentações formais.

- Como esquecer. Aproposito, essa é Diana, minha irmã. Deve lembrar-se dela não? - O jovem francês tinha veinhas muito bem marcadas na testa, mas tentava recuperar a calma o mais rápido possível.

- ...; - A discussão dos jovens é rapidamente apartada pela própria Saori, que parecia assim como as jovens interessada em sair dali o mais depressa possível.

Levantou-se a ficar passeando pela saleta. Sobre a mesa diversas pastas com diversos tipos de anotações diferentes. Daquela vez seria diferente, eles tinham a chance de fazer diferente; Pensou sorrindo internamente ao vê-los concordarem com as decisões a serem tomadas, mesmo com os olhares por vezes assassinos dos dois jovens.

Descobrir que os demais presentes tinham em seu poder empresas diferentes mas de grande prestigio em cada uma de suas áreas, e que se encaixavam perfeitamente nós planos para dali em diante fora simplesmente a maior cartada que as deusas do destino poderiam ter arranjado.