Bom, lhes apresento minha nova fic ItaSaku. Para quem acompanha minha outra fic "Por teu amor", aviso que já terminei o último capítulo. Só faltam algumas correções e notas. Quanto à tradução da fic ItaSaku "Rosa de dois perfumes", só daqui há duas semanas. Espero que curtam essa história. Ah! Não esperem uma Sakura muito inocente como na outra história. Aqui vai hacver referência à prostituição, drogas e sadomasoquismo. Quem não gosta, não leia!

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Numa tarde de quinta-feira, no Konoha Hospital, um grupo de médicos atendia mais um paciente. Era uma jovem mulher conduzida numa maca. Empurravam-na com rapidez e cuidado pelos corredores do hospital. Finalmente, chegaram à sala de operações e ligaram todos os aparelhos médicos no corpo da vítima.

Shizune, a médica-chefe, já estava ciente da situação. Estava no horário de almoço quando fora chamada pelo alto-falante na sala de emergência. Vestira o uniforme médico, avental e máscara, analisara o prontuário médico da paciente e o motivo de sua internação: Haruno Sakura, jovem de 23 anos, ingestão de uma excessiva dose de remédios.

- Como está o pulso? – perguntou

- Bastante fraco, quase não se sente – respondeu Kabuto, um dos assistentes que usava óculos e possuía os cabelos acinzentados amarrados num rabo-de-cavalo.

- Batimento cardíaco?

- Irregular.

Shizune se aproximou da paciente e analisou seu rosto. Embora naquele momento a jovem estivesse com uma aparência aterradora devido ao seu estado, dava para se notar que não era de uma beleza vulgar. O cabelo que estava todo espalhado era longo e rosa; formava um belo contraste com os lençóis brancos da maca.

- Vamos ter que dar choque elétrico na paciente para estabilizar seu estado e depois faremos uma lavagem estomacal para tirar as substâncias químicas – concluiu Shizune

Todos assentiram.

...

Na sala de espera, sentado num sofá, estava um homem aguardando por notícias da paciente na sala de operações. Seu rosto aparentava neutralidade, mas em seu íntimo a ansiedade, a dor e a culpa o estavam consumindo.

Era um homem bastante atrativo e de uma beleza incomum: cabelos longos e pretos amarrados num rabo-de-cavalo, rosto perfeito marcado por dois acentuados traços que se estendiam dos olhos até o nariz, boca sensual, olhos escuros e penetrantes, corpo esguio e másculo. Vestia um terno preto, calçava sapatos de marca, um relógio Rolex no pulso da mão esquerda e uma aliança dourada na mão direita. Em suma, era um homem de beleza, elegância e presença marcantes que chamava atenção aonde quer que fosse.

Na recepção do hospital particular, ao cuidar da papelada de internação da paciente de cabelos róseos, o homem atraíra os olhares das enfermeiras e de mulheres que visitavam outros pacientes. Mesmo num ambiente como aquele, o moreno arrancava suspiros femininos. Contudo, ele era indiferente a qualquer mulher, exceto pela jovem que se encontrava na emergência. Ela era a única merecedora de sua atenção.

"Por que você fez isso?", "Foi algo que eu fiz?" "Ou foi algo que não fiz?", "Foi algo que eu disse?"

Eram estes pensamentos angustiantes que ficavam martelando na cabeça do moreno. Ele tentava entender o motivo da moça estar naquela situação. Uma voz feminina o despertou de suas indagações:

- Itachi!

- Ino.

O moreno se levantou e foi abraçado pela linda moça loira de olhos azuis que adentrara na sala de espera. Apesar da garota não ser sua amiga íntima e sim da jovem internada, aquele abraço era oportuno mesmo para um homem como ele que não gostava de admitir fraqueza para ninguém. Separaram-se para conversar.

- Como ela está? – perguntou a moça

- Eu não sei. Faz quase duas horas que estou aqui e até agora não me deram nenhuma notícia – respondeu o moreno - Já avisou a sua tia?

- Não consegui falar com ela por telefone, mas deixei um recado. Que susto eu levei com a sua ligação! Depois que você me falou que ela estava no hospital, eu saí igual uma louca da loja. Mas... o que houve exatamente? O que ela teve pra estar aqui?

- Ela tomou uma dose excessiva de remédios.

- O quê? Mas... como isso aconteceu?

- Eu encontrei a Sakura deitada na cama com um monte de remédios para dormir espalhados. Eu a chamei, tentei acordá-la, mas nada. Então liguei pra emergência e logo veio uma ambulância.

- Então... isso significa... que ela tentou se matar? – a loira fez uma expressão horrorizada

- Me parece a única explicação. Só não sei o motivo. Juro que não sei. Você notou alguma coisa de estranho nela esses dias?

- Bem... não... não sei – Ino tentou disfarçar, mas parecia que escondia algo, o que fez o moço duvidar dela.

- Por favor, não minta e nem me esconda nada. Sakura alguma vez reclamou de mim, estava satisfeita com a nossa relação?

- Não. Pode ficar tranqüilo, ela nunca reclamou sobre você, muito pelo contrário. Sempre me dizia que você era o homem que a fez viver de novo.

O homem se tranqüilizou um pouco com essa resposta, no entanto, precisava saber com certeza a razão do ato impensado de Sakura. Pretendia insistir com Ino a esse respeito, mas foram interrompidos pela chegada da médica Shizune.

- Sr. Uchiha Itachi? – perguntou ela

- Sim. Sou eu.

- Sou a Dra. Shizune, médica responsável pela operação de Haruno Sakura. Como vai?

- Humpf. E como ela está? – perguntou num tom calmo que encobria sua agitação.

- Ela conseguiu escapar por muito pouco. Acredito que se ela tivesse demorado mais alguns minutos pra chegar nesse hospital, não teria sobrevivido.

Itachi e Ino empalideceram. Minutos. O tempo era uma coisa realmente decisiva.

- Eu quero vê-la agora – disse Itachi num tom calmo, mas que transparecia sua imposição.

- Bem, Sr. Uchiha, infelizmente o senhor terá que esperar mais algum tempo até transferirmos a paciente para um quarto com aparelhos que lhe permitam respirar e acompanhar seus batimentos cardíacos.

- Então o estado dela ainda é delicado?

- Ela entrou num estado de coma. Foi uma reação alérgica do corpo dela a certas substâncias químicas dos remédios tomados.

- Ah, por kami, não! - Ino exclamou e colocou a mão no rosto

- Mas não é um tipo de coma do qual o paciente fica por anos a fio num quadro permanente sem dar sinais vitais e nem que deixe sequelas. O estado dela não chega a tanto - Shizune se apressou em dizer.

- Ah, graças a deus! - a loira suspirou de alívio.

- Então ela pode recobrar a consciência a qualquer momento?

- Sim. Pode ser questão de horas ou dias, só depende dela. Seja como for, o pior já passou. Mas precisamos da compreensão do senhor e de outros parentes e aguardar até que lhe sejam permitidas as visitas.

- Entendo - o moreno teve que concordar embora não lhe agradasse esperar

- Me desculpe a pergunta, o que o senhor é exatamente da paciente?

- Eu sou o noivo. Moramos juntos e vamos nos casar daqui há dois meses.

- Eu sou a amiga dela - respondeu Ino

- Bem, o senhor pode visitar a senhorita Haruno, mas ela... - Shizune hesitou olhando para Ino

- Ino é quase uma irmã pra minha noiva. Sakura gostaria muito da presença dela.

- Bem, podemos fazer uma exceção nesse caso.

Ino sorriu de gratidão para Itachi que disfarçadamente lhe deu uma piscadela cúmplice.

- Tem mais alguém? - continuou Shizune.

- Tem a Tsunade, tia da Ino e madrinha da Sakura, que a criou depois que os pais dela morreram, mas mora em outra cidade. Não deve conseguir chegar hoje. Mesmo assim gostaria que pusesse o nome dela assim que liberarem as visitas.

- Tudo bem. Bom, preciso verificar as condições da paciente. Qualquer alteração no quadro ou assim que eu liberar as visitas, informarei ao senhor.

- Eu agradeço.

Shizune pediu licença e se retirou.

...

Quatro horas depois, Shizune liberou as visitas de Itachi e de Ino à paciente. Naturalmente, Itachi foi o primeiro. Não podia demorar muito, mas para ele qualquer tempo que passasse com sua amada era precioso.

Entrou no quarto em que Sakura estava e seu coração se contorceu de dor ao vê-la tão abatida e tão pálida. Estava com aparelhos no rosto para respirar e em seu braço direito havia um tubo com uma agulha levando medicamentos à corrente sanguínea. Ela parecia tão vulnerável que ele sentia vontade de tirar tudo aquilo dela e abraçá-la protegendo-a de qualquer dor. Contentou-se em se sentar numa cadeira próxima à cama na qual a moça estava deitada e pegar em sua mão esquerda.

Como ele a amava! E agora se dava conta do quanto era forte seu amor por ela. Não podia conceber a vida sem sua noiva.

Sakura parecia tão frágil naquela cama, aliás, ela sempre teve um ar frágil, desprotegido, parecendo necessitar de muito amor e carinho. E seu ato impensado revelava o quanto ela precisava disso.

Ele se sentia tão impotente e tão inútil para acabar com a dor que consumia sua noiva e da qual ele não se dera conta do quão grande era. Não sabia o porquê dela ter tentado acabar com a própria vida, mas de uma coisa tinha certeza: descobriria a causa e faria o impossível para eliminá-la. Sua flor não sofreria nunca mais.

...

- Bem, Itachi. Eu acho que já vou indo. Gaara deve estar preocupado me esperando em casa.

- Tudo bem, Ino. Obrigado por você ter aparecido.

- Que isso, ela é minha melhor amiga! Eu é que agradeço por ter feito com que me deixassem visitá-la mesmo eu não sendo uma parente de sangue.

- Como eu disse antes, você é como uma irmã pra ela.

Sorriram um para o outro.

- E você? Vai ficar por aqui ou vai voltar pra casa?

- Por mim eu ficava aqui até que ela acordasse, mas a médica me aconselhou que eu descanse um pouco, coma algo e depois volte. É pouco provável que ela recobre a consciência hoje.

- Eu também acho. Você precisa estar bastante descansado e forte pra quando ela acordar. Ela vai precisar de todo o seu apoio e amor.

- Mesmo assim vou ficar só mais um pouco.

- Me avise se ela tiver alguma melhora.

- Pode deixar.

Despediram-se. Ino já estava indo embora, porém, virou-se para Itachi.

- Itachi?

- Sim.

Ela ia dizer alguma coisa, no entanto, hesitava. Por fim, desconversou:

- Nada. Bobagem. Tchau.

O moreno ficou intrigado, mas não deu importância ao fato.

...

Era final de tarde quando Itachi chegou em sua enorme mansão. Ele estava num total desânimo. Antes, passara na empresa da qual era presidente e assinara apenas uns papéis necessários para dar entrada em algumas transações que deixou a cargo de Kizame, o vice-presidente, providenciar e desmarcou todas as reuniões dos próximos quinze dias. Eram reuniões que poderiam fechar contratos milionários, mas ele não estava com cabeça para pensar em mais nada. Que importava todo aquele patrimônio se a pessoa que mais amava não estava ali para compartilhar suas conquistas?

Não. Sua prioridade agora era Sakura. Não que antes não fosse, contudo, estava tão absorto em seu próprios interesses que não percebera a dor em que sua noiva estava mergulhada. E o resultado fora aquele.

Ele suspirou. Foi até o pequeno bar da sala e pegou uma garrafa de uísque. No hospital, dispensara por telefone todos os empregados da casa pelo resto daquele dia com a recomendação de não comentarem o acontecido com ninguém. Não queria que ninguém testemunhasse sua dor e precisava ficar sozinho para colocar as idéias no lugar.

Subiu até o quarto de casal que dividia com Sakura. Entrou. Estava tudo no lugar. Os remédios que encontrara espalhados pela cama ao lado de Sakura também não estavam mais lá. Certamente, uma das empregadas juntara tudo e jogara no lixo.

Em seguida, deitou na cama com roupa e tudo. Aquele com certeza estava sendo o pior dia de sua vida! Não. Só perdia para o dia no qual perdera seus pais num desastre de avião. E também para o dia em que seu irmão Sasuke morrera num acidente de carro.

Por que as pessoas que amava tinham que morrer de forma tão estúpida? Será que ele era um ímã para tragédias?

Felizmente, Sakura fora exceção. Graças a Kami ele conseguira salvar sua amada por um triz e isso devido a algo inusitado que lhe ocorrera. Esquecera em casa sua pasta de documentos importantes para fechar um acordo. Um erro que nunca cometia, mas que por felicidade ele o fez naquele dia.

Se não tivesse voltado para casa a fim de buscar sua pasta que estava no quarto, não teria visto Sakura inconsciente na cama nem a teria socorrido e, a essas horas, ela estaria...

Não podia nem pensar. Só de lembrar a dor que sentiu ao vê-la ali deitada como morta, o ar chegava a lhe faltar.

Suspirou. Era bobagem imaginar o pior agora. Sakura estava viva. Ainda. E se quisesse mantê-la livre de qualquer dor que a motivasse a uma nova tentativa de suicídio depois que saísse do hospital, era imperioso que ele descobrisse a razão dos tormentos de sua amada.

Mas o que exatamente ele deveria descobrir?

Resolveu revirar as coisas dela. Não era algo que lhe agradasse. Se tinha uma coisa que o enervava era que se intrometessem em sua intimidade e ele também detestava fazer o mesmo. Embora na prática já estivessem casados, cada qual tinha que manter uma certa privacidade. Era o que ele acreditava. Contudo, sob aquelas circunstâncias, ele quebraria essa regra.

Assim, começou a revirar as gavetas e a parte do guarda-roupa onde estavam as roupas e os sapatos dela. Não encontrou nada revelador. Não sabia também o que esperava encontrar. Estava quase desistindo de encontrar qualquer vestígio do desespero de sua noiva, quando notou um pequeno objeto escondido bem no fundo da última gaveta. Ele o pegou.

Era uma chave.

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Espero que tanham gostado do primeiro capítulo. Vou postar a fic com uma frequência ora de quinze dias, ora de um mês. Vai depender porque tenho outras duas fics para escrever, além da tradução ItaSaku. Até a próxima! Mandem reviews! OK?