N/A: Fic insana escrita para o Projeto Amor Inventado, da seção Dramione do forum 6V ;). Espero que gostem, e não está betada. Tive muita preguiça de revisar, escrevi isso de madrugada. Boa leitura! Música Menor Abandonado, do Barão Vermelho.


.mentiras.

- Porque você mente tanto?

Sempre fui curiosa por natureza. E como todo curioso, que bem pergunta o que quer, recebia respostas que eu não gostaria de ouvir.

- Eu não minto. Eu conto verdades usando metáforas. É diferente.

Ri.

- Nunca pensei que você fosse a encarnação da profundidade, Draco. E você precisa realmente consultar um dicionário e ver o significado da palavra metáfora. Acho que você está bem precisado, pra rever alguns conceitos.

Ele levantou as sobrancelhas.

- E que conceitos eu preciso rever?

Meu tom de brincadeira sumiu quando respondi:

- Sinceridade.

Foi a primeira vez que realmente conversei com você.

.sinceras.

- Então é isso, você vai simplesmente ficar emburrada porque o Weasley resolveu dormir com a Brown...

- Ele não está dormindo com ela, seu idiota. Eles estão namorando, só isso.

- E por que você se importa?

- Porque ele é meu amigo?

- Desde quando?

- O que interessa?

- Você está com ciúmes...

- Não tente mudar de assunto.

- Eu não estou mudando de assunto, você que está fugindo.

- Do quê?

- Do fato que você gosta do Weas...

- Nem termine, se você quiser que eu continue conversando com você!

- E por que eu estaria interessado em conversar com você?

- Por quê, não é mesmo , Draco?

- Isso que eu estou tentando entender.

- Eu estava utilizando de um recurso chamado sarcasmo, casa você não saiba o que é.

- Agora você está sendo esnobe. Eu não preciso aturar isso de uma garota sangue ruim.

Eu me calei. Nem dei tempo dele tentar se explicar, falar que fora a raiva atuando sobre ele. De novo. Com meus olhos umedecidos pelas lagrimas, me virei e fui embora.

.me.

- Me desculpe, você sabe que foi a raiva.

- Certo, fale à raiva que eu não quero mais falar com ela.

- Então estamos bem. Se você não quer falar com ela, ainda pode falar comigo.

Eu ri.

- Por que você ainda perde seu tempo comigo, Hermione?

- Me pergunto a mesma coisa.

Ele riu.

- Você quer sair?

- Desse corredor sujo? Com certeza.

- Não é isso... Você sabe, sozinhos, Hogsmeade...

- E por que voe iria querer ter esse tipo de encontro comigo?

- Redimir?

- Não use verbos isolados, faz você parecer um dislexo.

- Sério? Ninguém nunca me disse isso antes.

- Porque você vive cercado de abutres.

- Talvez.

- Você fez de novo.

Fizemos uma pausa para um silêncio constrangedor¹.

- É meio que automático, sabe? Essas coisas não são controláveis, e as pessoas não dizem que eu pareço um babaca.

- Já disse porque, você é cercado de mentirosos.

- Verdade, eu estou falando com uma agora.

-...

- Bem, você está fugindo de mim!

-...

- Achei que você fosse inteligente.

- Eu sou. Mas não entendi porque eu estou mentindo.

- Realmente não? Sabe, há vários tipos de mentira.

- E você poderia me listar?

- Há a mentira por omissão, que meus colegas fazem; há a mentira-desculpa, geralmente pra se livrar de dar explicações ou se safar de algo; e a mentira-desvia-de-assunto.

- Não existe mentira pra desviar de assunto.

- Existe sim, não sorria desse jeito presunçoso. Meu sorriso presunçoso é melhor que o seu.

- Quem te disse?

- O Chapéu Seletor, que me pôs na casa de Salazar Slytherin.

- E por isso você tem direito de sorrir, e eu não?

- Eu não disse isso, Hermione.

- Mas deu a entender.

(...) silêncio (...)

- Certo, eu não acredito que vou fazer isso: desculpe. Mas agora é a sua vez.

- Vez de quê?

- De pedir desculpas.

- Eu não tenho que me desculpar por você se desculpar de ser grosseiro!

- Você está fazendo de novo...

- O quê?

- Mentindo, mudando de assunto.

- Não estou na...

- Está sim! Peça desculpas!

- Eu não!

- Desculpe-se, Hermione!

- Mas por...

- Des-cul-pe-se!

- Tá, está certo! Desculpa. Como você é chato, por Merlin!

Nós rimos.

- Então, dessa vez sem mudar de assunto: você quer ou não sair comigo?

Me senti corar.

- Está bem, mas só se você me deixar em paz!

.interessam.

Aquela era uma das muitas faces dele que eu não conhecia. Ele não sofria de transtorno de personalidade, mas não se mostrava por inteiro.

Omissão.

Draco Malfoy era um mentiroso.

- Você demorou.

- Eu sei.

- Você não vai se desculpar?

- Porque deveria?

- Ora Draco, você é um hipócrita!

- Não vou te desmentir...

- Certo então.

(...)

- Você quer ir na Dedosdemel?

- Não, me desculpe Draco, mas não quero ser vista com você.

- Ah?

- Não adianta parecer chocado, mas eu tenho uma reputação a zelar.

- Certo.

- De verdade?

- Sim.

- Por quê?

- Porque você está mentindo.

- Não, eu não estou.

- Está sim, Granger. Você adoraria ser vista comigo, confesse.

- Eu? Claro que... É óbvio que não.

- Sua reação idiota só me prova que eu estava certo.

- A é espertinho, leia minha reação agora.

- Não adianta fazer essa cara de "vá se ferrar Draco" porque eu sei bem que você está mentindo, e duas vezes.

- Duas vezes?

- Duas vezes.

- E...?

- Você está mentindo por omissão, porque está tentando esconder seus sentimentos por mim; e mentindo para se safar, apenas para não se magoar e não ter que se explicar melhor.

- ...

- Sem palavras? Costumo deixar as garotas assim.

- Idiota.

- Não faça essa cara de irritada, você gosta.

- Certo, vou ficar calada para não descer ao seu nível.

- Mais uma prova.

- Prova de que, garoto?

- De que você gosta de mim.

Nesse momento eu me calei. Seria assim tão evidente? Será que todos já haviam percebido?

- Como você... co-como você deduziu isso.

- Você sabe, eu não poderia gostar de alguém como você sem ser gostado de volta. Caso você não saiba, eu tenho uma reputação a zelar.

Eu ri, um tanto nervosa e abalada.

Quase que automaticamente – Omo dois campos magnéticos, cargas opostas ou o que mais fosse – fomos nos aproximando.

Chegou um ponto em que dividir o mesmo espaço era impossível, e tivemos que nos unir mais ainda. Meus braços rodearam o pescoço dele, e os dele minha cintura.

Nossas bocas nos tocaram, e entendi todas as palavras não ditas, todas as mentiras não contadas.

. mentiras sinceras me interessam.

- Você nunca me respondeu.

- O quê?

- Você sabe.

Eu também sabia, era algo que eu descobria a cada dia.

Ele aproximou seus lábios, levando-os até minha orelha.

- Verdades sempre contam mentira. Meu pai sempre disse que toda brincadeira tem seu fundo de verdade.

Talvez o Sr. Malfoy tivesse razão.

- Você sabe – eu disse, iniciando com nossa expressão preferida – mentiras sinceras me interessam. Profundamente.


A fic é estranha mas eu gostei dela. ¬¬

Então, gostaram? Odiaram? Comentem, please. É importante para eu saber se não ficou muito OOC, estupida, cheia de erros e tals...

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