Aviso: 18+. Violência; uso de drogas e descrições gráficas de assassinato. Se a curiosidade prevalece,

Boa leitura!

O charlatão.

- Não acho que isso seja uma boa ideia.

- Acalme-se Bella. Edward já participou de várias investigações. Desde que você foi transferida não o vejo muito circulando pelo departamento, ele é um tanto... Difícil de acostumar a ter por perto.

- Tsc. Não estou entendendo porque chamar um consultor pra investigação. – As sobrancelhas de Garrett se ergueram. – OK. Vejo por que. Não entendo porque chamar um cara que se autodenomina médium.

- O pai da última vitima queria mais ajuda se é que você me entende e a tenente não se opôs a ideia.

- Sei.

Bella não disse nada e tampouco o fez Garrett. Transferida há dois meses pra divisão de homicídios Bella já estava com os nervos à flor da pele. Garrett trabalhava ali há muito tempo, ver uma cara conhecida tinha ajudado muito. A esposa de Garrett, Kate, era uma advogada que havia ido pra faculdade com Bella. Muito tempo atrás. Aos trinta e oito já se sentia uma anciã. Ser recebida no departamento de homicídios de Chicago havia sido refrescante. Ela achou que faria bem. Isto ou as férias e a ultima coisa que queria era ficar enfurnada dentro do seu apartamento com seu gato, Nick, ou ser arrastada de lá por sua amalucada mãe. Que deus a proíba. E ali estava, num silencio aterrador que dizia muito. Bella, enquanto no departamento de crimes sexuais, tinha ouvido muito sobre a tenente Denali. Divorciada, quarenta e dois, policial com honras, detetive com honras e agora, tenente com honras. Denali regia seu departamento com mãos de ferro. Nova em comparações a outros, mulher em comparações a outros. Pra Bella, e muitos outros, dizia muito. Uma mulher a ser respeitada. Mas seu fraco por Edward Cullen é um tanto óbvio. Especulações a parte Bella achava muito pouco profissional irem atrás de um charlatão e mete-lo numa investigação tão importante e delicada quanto. Mas o fez.

A fachada do consultório de Edward Cullen, são em poucas palavras: descuidada, velha e descascando. A tinta parecia ter sido passada há décadas atrás, o que dava um aspecto de antigo (se não o fosse), e o vidro da porta estava empoeirado. O homem não possuía qualquer senso de limpeza, Bella intuía. E pra piorar a placa neon gigantesco escrito "Detetive Particular – Médium E Consultor" fez com que Bella quisesse vomitar. Como diabos este homem teria a ajudar a equipe é algo que ela não entendia. Suspirou e desceu do carro, chuviscava e o tempo estava fechado. O escritório de Cullen estava aberto. Bella queria correr dali e enfiar juízo na cabeça de Tanya Denali, pois, com certeza, lhe faltava. Lá dentro uma moça loira com seios gigantescos e um cabelo longo sedoso os receberam, com um sorriso adorável. Quase uma modelo, trabalhando como secretaria. Mas que porra?!

- Olá, sou Lauren. Como posso ajuda-los?

Aquele sorriso estava começando a incomodar. Como alguém conseguia mostrar os dentes durante um período longo desse jeito?

- Estamos aqui pra ver Edward, senhorita.

Garrett mostrou a credencial, ela a analisou demoradamente, depois deu mais um sorriso, sua cadeira de rodinhas moveu-se ligeiramente pra direita.

- Edward, levanta essa bunda da sua mesa que temos clientes!

Quem diria que aquela voz adorável poderia transformar-se num grito horroroso? Bella estava surpresa, mas Garrett parecia estar acostumado. Da porta lateral, saiu um homem alto, de olhos verdes e cabelos ruivos. Bonito. Charmoso. A detetive entendeu que ele devia ter muitos clientes por conta da aparência. Um sorriso preguiçoso se espalhou e ela se sentiu quase violada com os olhos analíticos do homem.

- Lauren desse jeito você espanta nossos clientes.

- Por favor – A loira disse, de pé. Indo pra outra porta. – Fique a vontade, vou pegar um pouco de café para vocês.

- Lauren é sempre muito receptiva. – Ele apertou a mão de Garrett e então a dela. – Venham, entrem. Tenho certeza que temos assuntos importantes a tratar.

Um cubículo. Uma mesa pequena, com um telefone e laptop. Papeis e papeis espalhados pra todo cômodo, formando pilhas. Do lado esquerdo da mesa um enorme quadro negro, com fotos, recortes jornalísticos e um mapa detalhado da região. Duas cadeiras simples de madeira, Garrett sentou-se. Bella preferiu ficar em pé. Estava curiosa analisando o que Edward Cullen vinha estudando.

- Então, a que devo a visita de vocês?

- Imagino que você tenha ouvido sobre a morte de Giana Volturi. Estamos trabalhando...

- Alguma coisa que te interessa?

Edward interrompeu Garrett, olhando pra Bella. Ela se envergonhou durante um momento, mas se endireitou. Este homem é uma fraude, pensou. Como Aro Volturi, um magnata, tinha surtado e pensado que esse detetive ajudaria não compreendia. Estavam em um buraco, num dos bairros mais perigosos da cidade.

- O caso do quadro. O ladrão Dan Brown por causa das suas piadinhas ocultistas. Estava vendo a relação que você fez e não estou entendendo bem.

- O que te escapa senhorita...?

- Swan. A relação de cidades esta bagunçada. Você começa com as cidades que ele assaltou, até aí correto, mas aí muda e faz relações com outras regiões interioranas completamente fora do circulo de espaço de onde fez os roubos.

- Sabe por que ele é chamado de ladrão Dan Brown, senhorita Swan?

- Por causa das pistas falsas que deixava. A forma como fazia o surreal parecer aceitável. Você ajudou no caso, consultor?

Garrett estava suando frio já. Sentia que aquilo ia dar merda, o seu último parceiro havia conhecido Cullen com o mesmo ceticismo que Bella e o resultado tinha sido desastroso. Tinha-se algo frágil em Cullen, seu ego.

Um breve sorriso estampou a cara do homem de olhos verdes, ele relaxou na cadeira e observou Bella durante uns minutos antes de responder.

- Não. Penso que foi por isso não o pegamos. Isto – E abanou a mão. – é só um passatempo.

- Claro.

O sorriso no rosto de Isabella era vitorioso este homem estava louco. É louco. Suspirou nada do que dissesse poderia mudar a opinião de ninguém, até Garrett que parecia um homem logico e racional estava na lábia de Edward. Não ela.

- Você tem um problema com bebida. Por isso procura-se ater nos vinhos e bebe com pouca frequência. Feriados. Mora sozinha tem um gato siamês, fuma bastante e se divorciou há muito tempo. Imagino que não faça sexo há muito tempo também. – Isabella estava vermelha de raiva, seus olhos castanhos se estreitaram. Esganaria esse homem, quem ele achava que era! – E me despreza, com certeza não por causa desse pequeno discurso para constrangê-la, mas por que me acha um falsário que usa da boa vontade alheia pra me autopromover. Senhorita Swan, sou um homem de negócios e como bem sabe, detetives particulares nos dias de hoje conseguem muito pouco dinheiro pra se sustentar. Temos celulares para encontrar esposas ou maridos traidores, câmeras. A maior parte da tecnologia faz o meu serviço de antigamente. Sou obsoleto. Mas um médium não. A crença nos tempos de descrença esta mais forte que nunca e somente um homem burro não se aproveitaria disso.

- Com licença. – Uma cabeça loura apareceu na porta. Ah, o sorriso assustador de Lauren. – Trouxe o café.

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Olá meninas! Ando vendo muito Criminal Minds e uma paixão antiga, Psych, me ajudaram a pensar nessa história. Estou trabalhando em NOV. Até o final do mês tenho outro capítulo aqui. Espero que tenham gostado deste capítulo, vamos ver se esta história vai ter vida longa! Até a próxima.