Bom dia!

Depois de muito pensar decidi publicar uma nova fic. Antes eu achava muito arriscado, pois eu gosto de me dedicar a uma coisa só. A fic O Segredo... me toma muito tempo e suor. Ela é muito longa e cheia de detalhes, cheia de universos paralelos. Esta não. Esta será mais curta. Até o momento, eu pretendo só escrever capítulos curtos para esta. Algo me diz que estou cometendo uma loucura, mas não vou voltar atrás. Nâo abandonarei O Segredo... nem em um milhão de anos! Podem ficar tranquilos.

Vou falar um pouco sobre essa fic. Ela nasceu depois que eu li um certo livro que me deixou mega inspirada. Horas de pesquisa depois, ouvindo Nigthwish, produzi o roteiro. O título é uma homenagem a essa banda que eu amo. Adoro essa música. Sim, vou falar de anjos caídos e também de Saga de Gêmeos, do Aioros de Sagitário, da deusa Athena, etc. Pensei em colocar a categoria de Drama na fic, mas eu não seria eu se não escreve sobre mistérios... e um hentaizinho que ninguém é de ferro! huahuhauhau

Últimos avisos: Saint Seiya não me pertence. O dono se chama M. Kurumada. A fic conterá um pouco de Universo Alternativo (assim como a minha outra). A classificação é M por conter futuras cenas picantes e violentas. Não tenho objetivos lucrativos, mas estou pronta para processar quem usar minhas fics para ganhar dinheiro.

Desejo boa leitura a todos! Beijos

*\Luna Del Rey/*


Wish I Had An Angel

Resumo: Quando acordou no Santuário ela não sabia quem era, nem como tinha chegado ali. Tudo o que estava guardado em sua memória era um nome, que mais parecia uma palavra de invocação... Em meio à ameaça crescente de uma guerra contra os temidos Nefelians, descendentes de anjos caídos, o amor nascerá no coração atormentado de um cavaleiro cheio de culpa. Então o passado terá que vir a tona, antes que seja tarde...

CAPÍTULO I – A Queda

De repente abri os olhos e vi as cores passarem por mim completamente distorcidas. Eu nada via além de borrões que não conseguiam ganhar contornos. Também não ouvia nada além de um zumbido ensurdecedor. Uma forte pressão dominava meu cérebro e meu corpo chacoalhava sem controle nenhum no espaço. Eu estava em queda livre.

Forcei manter meus olhos abertos e meus ouvidos a escutarem. O ar passava por mim em alta velocidade, bagunçando minhas vestes e meus cabelos. A dor que aquela viagem causava em meu corpo parecia tomar conta de todo o meu ser. Sentia-me dentro de um furacão. Ora era arrastada, ora era chacoalhada, ora rodopiava, de cabeça para baixo ou não, não conseguia ter domínio nenhum sobre mim mesma.

Num destes rodopios eu senti meu corpo tremer e o coração disparar dentro do peito. Minha cabeça girou tão rápido que achei que fosse perder os sentidos, mas eu não perdi. E não sei até hoje como consegui me manter acordada durante toda aquela viagem. Apertei os olhos e quando os abri vi uma mancha branca se desprender do meu braço e ganhar os céus. Depois outras manchas se desprenderam de mim. Entrei em desespero, achei que estava me despedaçando.

Olhei com mais atenção e vi que não eram pedaços de mim e sim de tecido. Um tecido branco, muito fino se rasgava e voava junto comigo. Eram minhas roupas. Elas eram menos resistentes do que eu frente ao atrito com o ar. O zumbido aumentou dentro dos meus ouvidos. Ventava muito e era um vento frio e cortante. Por alguma razão eu despenquei de grande altura, talvez da estratosfera, ou da lua, não sei explicar.

Então o vento piorou e eu tremi mais, estava com frio e quase sem roupas. Meu corpo rodou num mortal e eu fui forçada a ficar de barriga para cima, mas dentro de mim, eu não sabia o que era em cima ou embaixo, direita ou esquerda. Estava completamente desorientada. No entanto consegui identificar as manchas brancas que se projetavam logo a cima de mim. Eram nuvens.

Por alguma razão contemplá-las me acalmou. Aquelas chumaços de algodão gigantes tiraram parte do medo do meu coração. Abri as mãos e senti um leve calafrio vindo delas. Minhas costas também provavam desse calafrio. Meu corpo estava rasgando as nuvens. Eu podia sentir aquela névoa espessa, podia tocá-las, mas as nuvens não eram nada além de nevoa, vapor de ar. Eu não podia vê-las muito bem, mas sabia que elas estavam lá. Eram como testemunhas. As nuvens foram as únicas testemunhas da minha queda.

Senti algo bater em meu rosto e isso me fez acordar das minhas visões de nuvens fofinhas. Arregalei os olhos e forcei atenção no olhar para identificar o que tinha batido contra meu rosto antes que sumisse das minhas vistas. Inicialmente tudo o que eu vi foram novas manchas brancas. Outra mancha me atingiu na perna e no peito. Eram diferentes das primeiras, eram duras e ao mesmo tempo macias e brilhavam. Uma destas manchinhas se prendeu em minhas vestes e eu consegui pega-la. Era uma pena. Assim que a toquei ela se dissipou entre meus dedos como se fosse feita de areia brilhante.

Ainda vi outras penas voarem comigo e por alguma razão eu senti uma enorme tristeza por ver aquele brilho se perdendo de mim. Meu coração gritava para que elas voltassem que não desaparecessem no infinito. Eu chorei quando não vi mais nenhuma pena ao meu redor. Todas sem exceção haviam se dissipado durante a queda. As lágrimas doeram em meus olhos, queimaram por conta do vento cortante que me castigava.

Rodopiei no ar novamente e um grito sufocou minha garganta. Estava novamente de cabeça para baixo. O meu campo de visão de repente ficou tomado por um azul intenso. Quando olhei melhor, e logicamente eu estava chegando cada vez mais perto, eu vi que o azul ganhava tons de verde. O azul se misturava com o verde, tremulava, vibrava.

Não eram as nuvens acolhedoras, não era o céu, era o mar. E era um mar revolto, tomado por ondas gigantescas. Meu peito de apertou mais e minha boca ficou seca, de alguma forma eu sentia aquelas ondas imensas dentro de mim. Era a certeza que eu estaria lá embaixo no segundo seguinte e lá era pior do que o céu, segundo meu coração.

Abri de novo a boca para gritar, mas a garganta estava tão seca que não saiu som nenhum de minha boca. Sensações de pânico, desespero, angustia, terror e medo me invadiram quando eu vislumbrei o mar. Em minha mente eu tinha certeza que não sabia o que eram aquelas sensações, era como se elas estivessem entrando em minha alma pela primeira vez. E era tão perturbador que me cegou por alguns segundos. Eu fiquei tonta.

Eu não sabia o que era a dor, não sabia o que era o medo, o desespero, a morte. Eu não era humana. E o medo da morte era mais apavorante do que qualquer outra coisa, pois dentro de mim uma voz dizia claramente que eu ia morrer devi ao impacto contra o oceano. Não tinha nenhuma escapatória, era o fim.

Tentei me virar para ver o céu e as nuvens pela última vez. Queria me despedir de todo o conforto que elas me representavam. As nuvens estavam longe como nunca estiveram. Completamente inatingíveis para mim. Meus olhos lacrimejaram de novo com aquela visão. Era como se eu visse o céu daquele ângulo pela primeira e última vez.

A viajem continuou e eu senti com surpresa que o frio havia passado. Ao meu redor parecia que tudo estava mais quente e eu vi feixes de luz iluminarem a minha pele. Os raios do Sol estavam me esquentando. Mas para que se eu ia estaria morta em alguns segundos?

Senti todos os meus músculos acordarem. A dor era intensa. Toda a sensação de dormência passou de uma vez e minha boca não estava mais seca. Comecei a sentir a umidade do oceano se aproximando de mim, ou melhor, eu me aproximando dele.

Fiquei de lado e então forcei a ficar de pé em pleno ar. Minhas narinas queimaram. Elas estavam sentindo pela primeira vez o cheiro salgado da água do mar. Inclinei a cabeça para trás e vi meus cabelos negros dançarem na frente de meus olhos. Minha visão ficou coberta pelos fios negros por alguns segundos. Eram imensos e estavam úmidos devido ao ar frio da altitude na qual eu estava 30 segundos antes. Então todos os fios do meu cabelo foram parar nas minhas costas de uma vez.

A dor que eu senti fora novamente inexplicável. Meu próprio cabelo havia me chicoteado. Minhas costas arderam violentamente me forçando a arqueá-las. De todas as partes do meu corpo, as costas era a região que doía mais. Queimava como fogo. Era como se estivesse em carne viva e realmente estava.

Atrás de mim haviam dois cortes enormes que se juntavam na altura do meu pescoço. As marcas descreviam um V invertido que terminava na minha cintura. Comecei a sangrar. Antes do sangue escorrer dos cortes e ser levado pelo ar senti uma dor lancinante nas costas. Fora um aviso.

Eu puxei o ar para dentro dos pulmões. Forcei, ordenei a meus pulmões que respirassem, mas a dor que se fez presente quando as marcas nas minhas costas sangraram era tão intensa que tomou conta de todo. Turvou o meu raciocínio. E antes que eu pudesse me recompor de alguma forma veio o impacto.

Não sei dizer com exatidão qual parte tocou o mar primeiro. Acho que cai de costas com as pernas levantadas, na direção do céu. A luz quente que eu sentia desapareceu. O espaço ficou embaçado e o ar fora substituído por água. O zumbido no meu ouvido se calou. Vi bolhas de ar ao meu redor e muitas explodiram no meu corto me dando certa sensação de conforto. Foi tudo muito rápido.

Meus movimentos debaixo d'água ficaram lentos. Eu senti o resto do tecido que foi minhas roupas se grudar e se desgrudar da minha pele. A saia branca se tornou transparente e foi até meu rosto. Eu estava numa espécie de nuvem de tecido branco transparente, tiras, também brancas e cabelos negros. Eu sentia o pano e o meu cabelo tocarem os meus pés, numa espécie de dança lenta e sinistra.

Meus dedos ganharam vida. Aproveitei o momento para me mexer voluntariamente, se é que se pode chamar os movimentos de quem afunda de voluntários. Abri e fechei a mão várias vezes. Olhei para minhas mãos embaixo d'água. Minha pele embaixo d'água era opaca. Num tom pálido porem vivo. Toquei o tecido da minha saia com uma mão e com a outra achei meus cabelos. Eram muito lisos e negros. Meus cabelos pareciam ser a única coisa que se destacava naquele mundo azul esverdeado que me cercava.

Não sentia mais as dores de antes. Meu corpo estava dormente, curado. No entanto eu me sentia pesada. Era a primeira vez que eu sentia aquela sensação de peso. Também não sentia frio. A água anestesiou todos os efeitos da viagem.

Olhei para o alto e vi a movimentação das ondas próximas. Apesar de me sentir muito pesada eu não havia afundado tanto. As ondas passando sobre minha cabeça me distraíram momentaneamente. Pareciam mesmo nuvens flutuando. Lá em cima a água tinha outra cor, era mais clara do que ao meu redor e embaixo dos meus pés. Era como olhar para o céu. Um tipo diferente de céu, céu de água.

A dormência foi passando até não restar nada. Eu me sentia cada vez mais pesada. Joguei a cabeça para trás e vi novamente o céu de ondas. Procurei movimentar os braços novamente, mas não tive sucesso. O pano da minha saia me envolveu e eu comecei a sentir o sufocamento de ficar sem respirar mais do que devia.

Agitei nervosamente meus braços e consegui liberar minha cabeça da minha saia e dos meus cabelos. Meu peito se apertou rápido. Minha garganta ia explodir a qualquer momento se eu não fizesse nada. Rolei os olhos para a superfície e vi uma chuva de luz entrando através da água. Um caminho iluminado se formou entre mim e a pouca distância que era a superfície.

Fora uma nuvem que passou pelo Sol e encobriu seus raios momentaneamente. Agora estava me mostrando para onde eu devia ir. Para o alto, devia subir. Mas como? Eu ainda estava dormente e com aquela horrível sensação de peito sufocando, como lutar? Vi através da saia a massa de água logo abaixo dos meus pés. Era escura, era fria, era ameaçadora.

Senti um medo terrível de descer até lá, mais do que sufocar e morrer afogada. Não podia ir para a escuridão. E justamente por isso, pelo medo do desconhecido que representava o mar profundo eu explodi em movimentos. Fiz meus braços e pernas balançarem. Queria ir para a luz, para a superfície com urgência. Não queria ficar na escuridão, não queria ficar ali embaixo. Não queria sufocar.

Ordenei com todas as minhas forças que minhas pernas se movessem mais e mais rápido. Comecei a dar chutes e vi que isso fazia meu corpo impulsionar para cima. Continue com o movimento usando toda a força quem me restava. Usei os braços também para chegar à luz. Com muito esforço eu consegui. Primeiro foi a minha mão que se projetou na superfície depois minha cabeça atingiu o ar.

Eu estava fora do mundo azul esverdeado. Abri a boca e puxei o ar para dentro dos pulmões com força. Ouvi o som da minha voz se desabafar. Emiti um sopro de gemido tão alto que mais parecia um grito. Eu podia respirar de novo e o que era melhor, estava longe da escuridão do oceano profundo e frio.

Mantive meus braços abertos e os pés balançando para me "equilibrar" na água. Na época eu não sabia nadar. Só minha cabeça ficou do lado de fora da água. Olhei em volta. Estava só e em mar aberto. Em cima o céu, ao redor água e embaixo as profundezas. Esse era o meu novo mundo.

Antes que eu pudesse decidir o que fazer naquele novo mundo a água me levou e depois eu senti que subia. Ao meu lado se formava uma imensa onda. Instintivamente eu mergulhei para escapar do impacto e não ser levada. Enquanto estive no fundo eu não abri os olhos. Forcei de novo meu nado improvisado recentemente aprendido e consegui voltar para a superfície. Meu coração se acelerou de novo. Girei o corpo quando senti novamente ser levada contra a minha vontade. Uma nova onda se aproximava.

Desta vez bem maior. Ouvi quando ela cresceu e era um som monstruoso e crescente. Senti que ela explodiria diretamente em meus ouvidos. Foi muito rápido. Desta vez eu não tive tempo de afundar. A onda bateu em mim com violência. Arrastou-me por segundos que pareceram horas. Apertei novamente os olhos e quando os reabri estava de novo submersa.

Vi minha saia passar por mim e meus cabelos cobrirem meus olhos. Estava de cabeça para baixo, novamente afundando. Eu vi a luz da superfície desaparecer de novo e ouvi o som de outra onda quebrar. Novamente a sensação de dormência me dominou. Fechei os olhos.

Sem esperar imagens começaram a se formar na minha mente. Vieram como borrões de tinta branca, pouco a pouco iam tomando relevo, mas era tudo muito desconexo. Vi o rosto de um homem loiro me olhando com tristeza. Vi um campo aberto ser tomado por uma nevoa branca espessa. Em segundos tudo fora engolido. Ouvi choro. Ouvi gritos. Ouvi também o som de espadas batendo umas nas outras. Vi sangue manchando a grama. Vi olhos vermelhos me encarando, o brilho que emitiam era o próprio brilho da morte. Vi penas brancas pegando fogo e penas negras mergulhando no sangue. Vi o céu escurecer e por último ouvi o som de asas batendo e o céu se clareando como num passe de mágica.

Um redemoinho se formou dentro de mim levando todas aquelas imagens terríveis da minha mente. Senti que elas não eram meramente imagens. Tão pouco era sonho, ou uma visão. Eram lembranças. E então, antes do redemoinho se dissipar completamente um sussurro entrou ou saiu da minha mente...

Ariel ¹...

Abri os olhos lentamente à medida que ouvia o longo sussurro ecoar nas profundezas da minha mente. Vi o mundo verde azulado que mais uma vez estava imersa e de cabeça para baixo. Senti que não conseguiria parar de afundar. Não mandava mais em nenhuma parte do meu corpo. Eu estava tão cansada. Fui engolida até a alma pela dormência.

Fechei os olhos e abri os lábios lentamente. Deixei que a água entrasse até meus pulmões. Deixei-me afundar sem rumo. Eu sabia que estava indo para a escuridão apavorante, mas eu não senti medo. Eu quis. Se a escuridão ia me libertar das dores e do cansaço e me jogar na dormência eterna era bem vinda.

À medida que afundava, perdi os sentidos rápido. Estava adormecendo ou morrendo... Então aconteceu uma coisa totalmente inesperada. O fato é que eu não sei explicar tudo o que aconteceu depois que vi as imagens, depois que tive as lembranças.

A última coisa que me lembro é de ter sido puxada pelo braço. Então eu estava indo em direção a superfície...

\*/

Continua...


1- Ariel: é o anjo que auxilia a agradecer a Deus pelos bens que nos envia. Dizem que ajuda a descobrir tesouros ocultos, revela os maiores segredos da natureza, dá a faculdade de ver em sonhos os objetos desejados, ajuda a encontrar pessoas e objetos desaparecidos através dos sonhos, e também confere ideias inovadoras. Seria como um deus revelador. Representa o planeta Netuno. Para os que acreditam, o anjo Ariel costuma aparecer entre 3:00 e 3:20 da tarde. Vi referências que Ariel protege os nativos do signo de Aquário. Governa os assuntos relacionados com os milagres, a magia e as mudanças súbitas. É considerado o Arcanjo da Sorte e da Graça, provocando mudanças benéficas e oportunas na vida dos seus protegidos e ajudando-os a evoluir como seres humanos. Transmite paz, amor e compreensão. Li também, que o nome Ariel significa "leão ou leoa de Deus" e está associado com os leões e todos os outros animais da Terra. Está envolvido com a cura e proteção da natureza, incluindo animais, peixes e aves, especialmente as selvagens.

Horas de pesquisa depois, não consegui saber se Ariel era um anjo ou um arcanjo (a internet não me ajudou nessa questão. Me deixou essa dúvida cruel... ¬¬).

Na fic, Ariel é filha de Uriel. O nome Uriel vem do hebraico e significa "Chama de Deus". Mais informações sobre Uriel aqui: wiki/Uriel

E não se esqueçam que essa fic é um produto da minha imaginação. Todas essas informações ajudaram a bolar essa estória. Jamais posso dizer que são verdades absolutas.

E você, acredita em anjos?